A União Europeia depende fortemente de importações de hidrocarbonetos, principalmente da Rússia e do Oriente Médio. Essa dependência tem implicações geopolíticas significativas e influencia o "Novo Grande Jogo" pela hegemonia na Eurásia, fortalecendo esses países exportadores. O Azerbaijão emergiu como uma importante fonte alternativa para a segurança energética europeia através do Corredor de Gás do Sul, reduzindo a dependência russa.
3. • Energia é o motor da economia mundial.
• Importância do controle e acesso aos recursos energéticos.
• Principalmente sobre o petróleo e o gás natural.
• Geopolítica da Energia e Novo Grande Jogo.
4. *Valores apresentados em Quadrilhões de BTUs.
Adaptado de Exxon Mobil (2014)
Perspectiva de evolução da matriz energética mundial,
no período 2010-2040
5. DEPENDÊNCIA DA UNIÃO EUROPEIA POR
IMPORTAÇÕES DE RECURSOS ENERGÉTICOS E SUAS
IMPLICAÇÕES NO PLANO DA GEOPOLÍTICA
13. • UE é dependente de importações de hidrocarbonetos.
• Cenário se manterá nas próximas décadas (BP e Exxon Mobil).
• Implicações geopolíticas.
14. SEGURANÇA ENERGÉTICA E IMPLICAÇÕES GEOPOLÍTICAS
• “Resultado da interpretação política da ameaça”
- Escola de Copenhague
• Podem ser:
o Defensiva ou Ofensiva.
• Dois tipos de conceito de segurança energéticas:
o Segurança da Demanda e Segurança do Fornecimento.
15. • Segurança da Demanda
o Países exportadores.
o “Maldição do Petróleo”.
o Relacionado a segurança ofensiva.
• Segurança do Fornecimento
o Países importadores.
o Relacionado a segurança defensiva.
16. • Interligação entre segurança energética e geopolítica.
o […] qualquer estudo sobre a energia já não pode ser limitado apenas a uma
discussão sobre oferta e demanda no mercado mundial de energia, mas
também deve buscar examinar a segurança energética internacional a partir
de perspectivas geopolíticas e geoeconômicas. (XUENTANG, 2006).
17. SEGURANÇA ENERGÉTICA EUROPEIA E O NOVO GRANDE JOGO
• Padrões de amizade e inimizade entre os diferentes países que
compõem o mercado mundial de energia.
• Diferentes tipos de dependência energética:
o Interdependência mutuamente benéfica (positiva).
o Dependência desigual ou ameaçadora (negativa).
18. • Dependência da UE por importações de recursos energéticos:
o Rússia e Oriente Médio
• Efeitos diretos na hegemonia americana sobre esta região do globo.
• Peça chave na conservação do status quo da distribuição de poder.
19. Dependência da UE pelas importações de recursos de
hidrocarbonetos provenientes da Rússia e do Oriente Médio:
Influência no Novo Grande Jogo
• Transferência de poder e riqueza:
o Ocidente (importadores) → Oriente (exportadores).
• Fortalecimento de condições políticas e econômicas:
o Novos papéis na disputa pela hegemonia da Eurásia.
o Ascensão de dois atores geopoliticamente importantes.
o Envolvimento de agentes externos: Estados Unidos.
20. Dependência energética da UE em relação à Rússia:
Influência no Novo Grande Jogo
• Inicio:
o Década de 1960: Oleoduto Druzhba e Gasoduto Bratstvo.
• Governo Vladimir Putin:
o Estratégia Energética da Rússia (2003).
o Recursos energéticos como arma política – principalmente
gás natural.
o Dependência energética = Aumento da influência russa =
Diminuição da independência política.
21. • O facto de a Europa ser dependente do gás natural russo confere-lhe uma
desvantagem estratégica relativamente à Rússia. A Rússia tem aqui uma
oportunidade para usar o seu gás enquanto instrumento de política externa
[...] Por outras palavras, a Rússia tem aqui a oportunidade de usar o gás para
tentar condicionar as políticas dos Estados dependentes do seu gás
(RAFAEL, 2012, p.36).
o Dependência da Europa = Ameaça aos interesses americanos.
• Do ponto de vista americano, a crescente dependência europeia em matéria
de energia e de infraestrutura pertencente à Rússia é uma tendência
geopolítica negativa (COHEN, 2007).
22. Dependência energética da UE em relação ao Oriente Médio:
Influência no Novo Grande Jogo
• […] politicamente anárquica, porém rica em energia e de potencial grande
importância tanto para os estados ocidentais e orientais da Eurásia,
incluindo na área meridional um populoso aspirante à hegemonia regional
[Irã] […]. (BRZEZINSKI, 1997).
Mosaddegh (1951) Suez (1956) Guerra Árabe-israelense
(1967 e 1973)
Revolução Iraniana (1979) Guerra Irã-Iraque (1980) 1º e 2º Guerra do Golfo
(1990 e 2003)
Guerra Civil Síria (2011) Estado Islâmico Pirataria Moderna
23. • Irã:
o Enormes reservas de petróleo e gás natural
o Sob sanções econômicas americanas.
o Europa vedada a acessar os recursos.
• Implicação das relações EUA X Irã:
o Europa vedada a acessar os recursos.
o Possível fechamento do Estreito de Ormuz.
24.
25.
26. Considerações sobre a dependência energética da UE em relação a
Rússia e ao Oriente Médio: Influência no Novo Grande Jogo
• Depender das importações dessas duas regiões é permitir que:
o segurança energética europeia esteja em constante ameaça.
o outras potências desafiem o status quo do poder americano.
28. A geopolítica das pipelines no contexto da segurança
energética da União Europeia
• Nova Guerra Fria.
• Disputas sobre:
o Estabelecimento de novas rotas X Priorização das já existentes.
o Novos fornecedores X Fornecedores tradicionais.
o Expansão da área de influência política e econômica.
32. Considerações sobre a geopolítica das pipelines no contexto
da segurança energética da União Europeia
• Rússia:
o Pipelines parte da geoestratégia da Rússia.
o Europa cada vez mais dependente do petróleo e gás russo.
o Estratégia para manter a demanda europeia por recursos.
• Oriente Médio:
o Insegurança nas rotas.
o EUA x Irã = Europa impossibilitada de acessar as reservas
iranianas.
33. A ALTERNATIVA EUROPEIA
A dependência das importações não é necessariamente um fator negativo,
nem do ponto de vista econômico, desde que as fontes sejam diversificadas,
nenhum fornecedor seja dominante e possamos produzir bens e serviços em
número suficiente para podermos pagar. [...] Não podemos alterar a
proveniência do petróleo, mas podemos fazer algo ao nível da procura, em
particular no setor dos transportes. (Parlamento Europeu, 2001).
34. • Segurança energética europeia:
o Só alcançada através de uma dependência positiva entre a
relação demanda e procura.
o Necessário a diversificação dos fornecedores de recursos e a
constituição de novas vias de transporte.
o Busca pelo estabelecimento de vias e fornecedores que
estejam fora do controle russo - Fontes ou rotas alternativas.
o Ásia Central, Sul do Cáucaso e Mar Cáspio:
Importantes fontes alternativas de petróleo e gás.
Fora do controle da OPEP ou da Rússia.
Vácuo de poder – Disputa entre diversos players.
36. • Rotas alternativas ou vias alternativas:
o Rotas que não estão sobre controle russo.
• Principal projeto de rota alternativa:
o Corredor de Gás Meridional ou Southern Gas Corridor (SGC).
• Principais projetos propostos dentro da ideia do SGC:
o Nabucco West
o Trans Anatolian Natural Gas Pipeline (TANAP)
o Trans Adriatic Pipeline (TAP)
o White Stream
o Interconnector Turkey–Greece–Italy (ITGI).
37.
38. O AZERBAIJÃO
NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO DA DISTRIBUIÇÃO DE
RECURSOS ENERGÉTICOS DERIVADOS DE
HIDROCARBONETOS PARA A
UNIÃO EUROPEIA
39. AZERBAIJÃO
• Odlar Yurdu, ‘Terra do Fogo’
• Área Total: 86,600 km²
• População: 9,780,780 (2015)
• Etnias: Azeri (91,1%), Lezeguianos,
Russos, Armênios... (2009)
• Religião predominante: Islamismo.
40.
41. PANORAMA ATUAL DO SETOR DE RECURSOS DE HIDROCARBONETOS
Organização do setor
- Azerigaz e Azneft
- AIOC
- Shah Deniz JV
Reservas - 35 tri de pés cúbicos
Exportações - Baku-Tbilisi-Erzurum
Reservas - 7 bilhões de barris
Produção - 881.000 bbl/d
Exportações - Baku-Tbilisi-Ceyhan
Organização do Setor
- State Oil Company of Azerbaijan
Republic (SOCAR)
- Azerbaijan International Operating
Company (AIOC)
Petróleo Gás Natural
42.
43. ANÁLISE HISTÓRICA DA POLÍTICA EXTERNA DO
AZERBAIJÃO NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO DA
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS DE HIDROCARBONETOS
PARA O CONTINENTE EUROPEU E UE.
PERÍODO 1847 – 2015
44. 1º Fase: Desenvolvimento com base na exploração de petróleo
• Pioneirismo azeri na exploração de petróleo em escala industrial.
• Período Soviético e descoberta dos campos offshores no Cáspio.
• Independência do Azerbaijão e o 'Contrato do Século'.
• Dependência das pipelines russas.
• Opção pelos americanos e europeus.
45. 2º fase: Desenvolvimento com base na exploração do Gás Natural
• Shah Deniz e South Caucasus
Pipeline.
• Shah Deniz II e o Southern
Gas Corridor.
46. Southern Gas Corridor e a Geopolítica das Pipelines
Rotas planejadas para compor o Southern Gas Corridor.
55. OBSTÁCULOS PARA O AZERBAIJÃO NA MANUTENÇÃO DE UMA
POLÍTICA ENERGÉTICA EXTERNA DIRECIONADA AO OCIDENTE
56. Conflito do Nagorno-Karabakh
• Conflito entre Armênia e
Azerbaijão.
• Nagorno-Karabakh independente
de facto, porém de jure
pertencente ao Azerbaijão.
• Cessar-fogo desde 1994.
• Aumento das tensões nos últimos
anos.
• Insegurança das rotas de
transporte que passam próximas a
região.
57. O status jurídico do Mar Cáspio
• Disputa pela definição do status sobre
este corpo d'água.
• Decisão deve ser feita em conjunto com
todos os países litorâneos.
• A decisão afeta o modo como os países
dividirão os recursos a serem
explorados.
• Para o Turcomenistão, Cazaquistão e
Azerbaijão, a definição de mar se aplica
as características físicas do Cáspio .
• Rússia e Irã são favoráveis a definição
do Cáspio como um lago.
58. Dependência do território da Turquia
Crescente dependência da
utilização do território da Turquia
como rota de passagem
Disputa com o interesse de
russos e possivelmente em um
futuro próximo de iranianos.
59. CONCLUSÕES
• Recursos energéticos do Azerbaijão fazem parte essencial da geopolítica do
país.
• Segundo Aliyev eles são “a força motriz do desenvolvimento do Azerbaijão”.
• Estratégia energética do Azerbaijão é focada em suprir a demanda do
mercado europeu.
• Importante rota de transporte de recursos energéticos vindos do Mar Cáspio
e Ásia Central.
• Desenvolvimento econômico e social.
• Localização geográfica privilegiada proporcionará destaque no cenário das
disputas dos grandes players pelos recursos energéticos do Cáspio e Ásia
Central.