Este documento discute o Google Earth e como ele representa a noção de globalização e sociedade em rede. O autor analisa como o GE pode ser usado para controle e vigilância, mas também como uma ferramenta valiosa para várias profissões. Finalmente, o autor argumenta que o GE mantém a utopia de conectar as pessoas ao planeta e promover a interação social e política.

1. A contempl@ção do mundo
O Google Earth - a Comunicação
e a Terra digitalizada
Cláudio Cardoso de Paiva
Universidade Federal da Paraíba
INTERCOM – 2009
Curitiba - PR

2. 2

3. 3
O estado da arte na pesquisa
uma iniciação à Googlesfera
 Primeiras impressões
 Uma projeção visível
da noção de globalização
 Milton Santos (2000)
 Manoel Castells (2003)
 Edgar Morin (2006)
 As dimensões sociais, políticas
e econômicas da aldeia global
 A sociedade em rede
 O paradigma da complexidade

4. 4
Os processos de monitoramento
do GE são facas de dois gumes
 O controle do imaginário
 Estratégias econômicas,
políticas, militares e
mercadológicas globais
 A imaginação criadora
 Uma ferramenta
privilegiada para
geógrafos, arquitetos,
historiadores,
engenheiros,
ecologistas,
jornalistas,
comerciantes & turistas

5. 5
Globosfera
e Semiosfera
 Eni Pulcineli Orlandi,
Terra à Vista (1990)
 Descobrir é nomear,
dominar, conquistar,
tomar posse;
 É também achar
novas trilhas,
caminhos, cidades,
territórios, regiões e
comunidades

6. 6
A terr@, a visão holística
e a experiência estética
 GE reativa a memória,
 desperta sensações,
emoções e sentimentos
 Estimulando um
conhecimento do mundo
 pela afetividade,
percepção sensorial,
 pela experiência estética
 Muniz Sodré, As
estratégias sensíveis
(2006)
 Maffesoli, Elogio da razão
Sensível (2001)
 Erik Felinto, Os
computadores também
sonham? (2004)

7. 7
Abrindo as
portas da percepção
 Para uma contemplação
da nova cartografia mundial
 Estratégias de comunicação
 geopolíticas, econômicas,
 mercadológicas, turísticas,
 governamentais, ecológicas

8. 8
Google Earth: reflexão, análise
crítica e inteligência cognitiva
 O conceito Google
Earth
 Wikipedia: enciclopédia
virtual (banco de dados)
 Contra-informação x
inteligência coletiva
 Um campo legítimo de
produção de saberes
 Elementos de reflexão:
análise, crítica,
inteligência cognitiva
 Cidades híbridas: um
estudo do Google Earth
como ferramenta de
escrita visual sobre a
cidade (Gabriel Pillar)
 Usuários-cidadãos
reescrevem os códigos da
cidade;
 plantando setas, placas,
sinais, iconicidades
 Reterritorialização da
geometria urbana e a
interação social

9. 9
Para uma teoria
crítica da googlesfera
 Redes urbanas, redes digitais (Fragoso)
 Coletivo Ciberpolis (Egler)
 Pensar-Pulsar (Marcondes Filho)

10. 10
Informação geográfica mundial
na ponta dos seus dedos
 Persuasão, sedução, &
apelo publicitário
 Mas também... uma
revelação do estágio atual
da civilização
 Atuação dos 5 sentidos:
 visual, auditivo, táctil
 olfativo e gustativo
 Intuição, percepção estética,
 Inteligência cognitiva
 Roteiros turísticos nos
 teletransportam para os não-
lugares (Augé):
perfumarias de Paris,
restaurantes italianos,
paisagens sensuais do
Museu do Prado,
galáxias espaciais,
vales submarinos

11. 11
Para uma epistemologia
poética do ciberespaço
 Gaston Bachelard
 A psicanálise do fogo
 A terra e os devaneios
do repouso
 A terra e os devaneios
da vontade
 A poética do espaço
 A água e os sonhos
 O ar e os sonhos
 GE: muito além do caráter
técnico-instrumental
 Politização da vida cotidiana
Acesso à cidadania
 Devir ativo na geopolítica da
comunicação digital

12. 12
Altos e baixos da
modernização tecnológica
 Um esquema célebre da
modernidade
 Weber, Habermas, Rouanet
 Modernidade Social:
 Estruturas do cotidiano,
 a economia, a política
 Modernidade Cultural:
 o saber, a moral
e a arte
 Para explorar as modulações
(e flutuações) dos processos
de modernização
 Os recursos interativos são
potenciais geradores de
 modernização sociocultural,
emancipação,
desenvolvimento

13. 13
Imanências e
Transcendências
na cultura digital
 Cartografias dos oceanos e
do espaço sideral
 Usuários do Google Earth
podem mergulhar no mar...
 e Viajar a Marte
 compartilhamento de
diferentes “visões do mundo”
 o geográfico, o biológico, o
antropológico, o social e o
ecológico
 Comunidades virtuais e
redes sociais
 Google Earth
 para geólogos
 e Google Sky para
astrônomos

14. 14
Artes & invenções globais:
desafios e descobertas
 Como para Da Vinci,
Copérnico e Galileo
 Para os inventores
anônimos do ciberespaço
 A navegação não se faz
em águas tranqüilas:
 traz modalidades de
controle e vigilância
 apresenta novos
segredos, estratégias,
 Novas descobertas e
outros desafios

15. 15
A lei, o crime e a
potência do ciberespaço
 Google Earth alerta para a
jurisprudência
 Para a questão dos
 direitos autorais
 @titudes sociais
 e políticas
 Google Earth - Usado pelo crime
 Polícia descobre plantação de
maconha pelo Google Earth
na Suíça
 Projeções das tensões e
conflitos do mundo presencial
 O GE potencializa
 agenciamentos sociais, ético-
políticos, educativos,
ecológicos, comunicacionais

16. 16
Controle & vigilância
interação e liberdade no ciberespaço
 Castells: redes de
informação
 Isabela Nardoni – Google
Earth Community
 redes da criminalidade &
redes de solidariedade
 Redes pedagógicas
 O Google Earth nas
favelas do Rio
 Redes comunitárias
 Os dispositivos de
monitoramento
 investigação da
espacialização das
condutas
 delinqüência e
criminalidade
 ética e responsabilidade,
inclusão digital
 ciberativismo, ações
afirmativas

17. 17
O retorno de Mnemosyne
Deusa da memória e dos historiadores
 Google Earth mostra localidades da Bíblia
 (história das religiões)
 Google Earth lança telescópio virtual
 (história das ciências)
 O monte Olimpo
 (história das mitologias)
 Roma antiga vive outra vez
 (história das civilizações antigas)

18. 18
GE - Ciberespaço,
comunicação e política
 Encadeamento midiático:
interconexão das
plataformas,
 GE, Blog, Twitter,
YouTube, Orkut, Podcast
 A interconexão faz a força
 Empoderamento, ação
social e politização do
cotidiano
 Interfaces explosivas da
ação política
 Holandeses interrogam
terroristas cibernéticos;
 O drama dos refugiados;
 Índia pode cair fora do
Google Earth;
 Mapas históricos do
Google no Japão
 Zonas de tensão, conflito
e violência globais.

19. 19
Ciberpolítica e ciberativismo
no cenário global do século XXI
 GE Solidário
 GE e o desmatamento
na Amazônia
 Emissões de dióxido
de carbono nos EUA
 Vídeo de
posicionamento do
Green Peace no GE

20. 20
O ciberego e as navegações excêntricas
no Google Earth
 Quero aparecer no Google Earth!
 Os pelados do Google
Earth
 Britânico desenha pênis
gigante para aparecer no
Google Earth
 Emanações iconográficas
do narcisismo,
 vaidades prosaicas &
exibicionismo radical
 Mas o poder (de ver) (e de
mostrar) é positivo e gera
formas ativas do saber-
fazer

21. 21
A cibercultura e a atualização
das utopias planetárias
 Estudos interdisciplinares
do mundo sociotecnico-
comunicacional
 um grande atlas feito de
imagens e informações
 pontos turísticos e comerciais
hospitais, nomes das ruas,
 visão privilegiada: acidentes
geográficos e cidades,
 Mapas virtuais dos bairros,
logradouros, comunidades
 A vocação mais nobre do
Google Earth consiste em
 manter acesa a chama da
utopia de
 poder “abraçar” o planeta e
 interagir com o mundo social e
cósmico,
 a partir de um simples
comando!

22. 22
Para concluir
claudiocpaiva@yahoo.com.br
 Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da
Comunicação
 XXXII Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação
Curitiba, PR – 4 a 7 de
 setembro de 2009
 GT - Cibercultura
 Colaboração: Paulo Henrique
Souto Maior Serrano
PIBIC/UFPB (2005/2007)
 Merci beaucoup!

23. 23
Referências
 AMARAL, A. Visões Perigosas. Porto Alegre: Sulina, 2006.
 ANTOUN, H. “Democracia, multidão e guerra no
ciberespaço”. In: PARENTE, A. (org.) Tramas da rede. Porto
Alegre: Sulina, 2004.
 AUGÉ, M. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da
supermodernidade. S. Paulo: Papirus, 1994.
 BACHELARD, G. A terra e os devaneios do repouso. S.
Paulo: Martins Fontes, 1990; __ A terra e os devaneios da
vontade. Martins Fontes, 2001; ___ A poética do espaço.
Martins Fontes, 1993.
 BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio: Jorge Zahar, 2009.

24. 24
Referências
 CASTELLS, M. A era da informação. vol. 1.,
Sociedade em Rede. Rio: Paz e Terra, 1999; ___
O poder da identidade. Rio: Paz e Terra, 1999b;
____ A galáxia da internet. Rio: Zahar, 2003.
 EGLER, T.T.C. (org.) Ciberpolis. Redes no
governo da cidade. Rio: Sete Letras, 2007.
 FELINTO, E. “Os computadores também
sonham? Para uma teoria da cibercultura como
imaginário”. In: UNIREVISTA, Unisinos, 2006. <
http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Felinto.P
>; ____ A Religião das Máquinas: Ensaios sobre
o Imaginário da Cibercultura. Porto Alegre:
Sulina, 2005.

25. 25
Referências
 FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. Martins Fontes,
2009; ___ Microfísica do poder. Graal, 1979.
 FRAGOSO, S. “Redes urbanas e redes digitais:
considerações sobre a governança eletrônica”. In:
PRYSTON, A; CUNHA, P. (org.) Ecos Urbanos. A cidade e
suas articulações midiáticas. Sulina, 2008.
 LEÃO, L. “Labirintos e mapas do ciberespaço”. In: Leão, L.
(org.) Interlab. Labirintos do pensamento contemporâneo. S.
Paulo: FAPESP/ Iluminuras, 2002; ___ Derivas. Cartografias
do ciberespaço. Annablume, 2004.
 LEMOS, A. Cibercidades: um modelo de inteligência coletiva.
In: A. Lemos (org.) Cibercidade: As cidades na cibercultura.
Rio de Janeiro: E-Papers, 2004ª; ___ Cibercultura.
Tecnologia e Vida Social. Poerto Alegre: Sulina, 2004.

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___ A Inteligência Coletiva. S. Paulo: Loyola,
1998; LÉVY, P; ALTHIER, M. As Árvores do
Conhecimento. S. Paulo: Escuta, 1995.
 MACHADO, A. Máquina e Imaginário. O desafio
das poéticas tecnológicas. S. Paulo Edusp, 1993.
 MACHADO DA SILVA, J. Tecnologias do
Imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2005.
 MAFFESOLI, M. Iconologies. Nos idol@tries
post-modernes. Paris: Albin-Michel, 2009; ___
Elogio da razão sensível. Vozes, 2001; ___ A
contemplação do mundo. Porto Alegre: Artes e
Ofícios, 1995.

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 MARCONDES FILHO, C. (org.) Pensar – Pulsar: cultura
comunicacional, tecnologias, velocidade. S. Paulo: NTC,
1996.
 MATTELART, A. A comunicação-mundo. Vozes, 1996
 MARTINS, F. M. Impressões Digitais. Cibercultura,
Comunicação e Pensamento Contemporâneo. Porto Alegre:
Sulina, 2008; MARTINS, F. M. (org.) Navegar no
Ciberespaço. Porto Alegre: Sulina, 1999; MARTINS, F. M;
MACHADO DA SILVA, J (org.) A genealogia do virtual.
Sulina, 2004.
 MORIN, E; KERN, A.B. Terra-Pátria. Sulina, 2005.
 ORLANDI, E. P. Terra à vista. Campinas: Cortez/UNICAMP,
1990.
 PARENTE, A. Tramas da rede. Novas dimensões filosóficas,
estéticas e políticas da Comunicação. Sulina, 2004.

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Referências
 PILLAR, G.G. Cidades Híbridas: um estudo do Google Earth
como ferramenta de escrita visual sobre a cidade. Trabalho de
Conclusão do Curso de Comunicação da UFRGS, 2006.
(Orientação de Alex Primo).
 http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/Monografia_Gabriel_Pillar.pdf
 PRIMO, A. Interação mediada por computador. Comunicação,
cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007.
 RECUERO, R. Redes Sociais na Internet. Sulina, 2009.
 ROUANET, S.P. “Verdade e ilusão do pós-moderno”. In: ___
As razões do iluminismo. São Paulo: Cia das Letras, 1987.
 SANTAELLA, L. Culturas e Artes do Pós-Humano: Da cultura
das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003; __
Linguagens líquidas na era da mobilidade. Paulus, 2007; __
Navegar no ciberespaço. O perfil cognitivo do leitor imersivo.
Paulus, 2004.

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Referências
 SANTOS, M. Por uma outra globalização. Do pensamento
único à Consciência Universal. Record, 2000.
 SODRÉ, M. As estratégias sensíveis. Mídia, afeto e política.
Vozes, 2006; ___ Antropológica do Espelho. Uma teoria da
comunicação linear e em rede. Petrópolis: Vozes, 2002.
 TRIVINHO, E. A dromocracia cibercultural. Lógica da vida
humana na civilização mediática avançada. Paulus, 2007.
 VIRILIO, P. A Máquina de Visão. Rio: José Olympio, 1994;
___ Velocidade e política. S. Paulo: Estação Liberdade,
1996.
 ZILBERBERG, C. Razão e poética do sentido. São Paulo:
EDUSP, 2006.

30. 30
Sites Consultados
 Veja imagens detalhadas de Marte no Google Earth
http://www.infowester.com/noticias/veja-imagens-detalhadas-de-marte-no-g
 Usuários do Google Earth podem mergulhar no mar e viajar a Marte
http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia,usuarios-do-google-
earth-podem-mergulhar-no-mar-e-viajar-a-marte,317553,0.htm
 Google Earth para Geólogos e Google Sky para Astrônomos
http://vomicae.net/tecnologia/google-earth-para-geologos-e-google-sky-par
 Google Earth - Usado pelo crime?
http://www.viaseg.com.br/artigo/140-google_earth__usado_pelo_crime.htm

31. 31
Sites Consultados
 Polícia descobre plantação de maconha pelo Google Earth
na Suíça
 http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL977533-
6174,00.html
 Google Earth mostra localidades mencionadas na Bíblia
 http://www.airtonjo.com/blog/2006/08/google-earth-mostra-
localidades.html
 Roma antiga vive outra vez em Google Earth
 http://www.iconocast.com/B000000000000095_Portu/X2/Ne
ws3.htm
 O drama dos refugiados no Google Earth
http://opiniao.mai-gov.info/2008/04/15/o-drama-dos-
refugiados-no-google-earth/

32. 32
Sites Consultados
 Índia pode cair fora do Google Earth
 http://feedbacknews.com.br/2009/03/12/internet-india-pode-cair-
fora-do-google-earth/
 Quero aparecer no Google Earth!
 http://www.via6.com/topico.php?tid=118372
 Os pelados do Google Earth
 http://direitoetrabalho.com/2007/03/os-pelados-do-google-earth/
 Britânico desenha pênis no telhado para aparecer no Google Earth
 http://portalimprensa.uol.com.br/portal/humor/2009/03/24/imprensa
26946.shtml
 Wikipedia – A Enciclopédia Livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Earth. Acesso em: 27.07.2008

33. 33
 Lugares del mundo en
Google Earth.
 http://www.youtube.co
m/watch?
v=B0oBJi1e7DY&feat
ure=related