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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS DE SERGIPE
Disciplina: PEG001 - 2011.1
Professor: José Almeida                         1
MÉTODOS DE PESQUISA
PETRÓLEO – PRODUÇÃO


    Fluidos de Perfuração


    Historicamente, quando foi introduzido junto com a perfuração rotativa, a
    finalidade do fluido de perfuração era simplesmente a remoção do cascalho
    produzido pela broca no fundo do poço. Nestas circunstâncias, qualquer tipo de
    fluido capaz de realizar esta função podia ser considerado um fluido de
    perfuração: água, ar, gás natural, sólidos em suspensão na água, emulsões.

    Com o progresso tecnológico e as exigências dos órgãos ambientais, o fluido de
    perfuração tornou-se uma mistura complexa de sólidos, líquidos e produtos
    químicos, e algumas vezes, gases. Eles devem ser especificados de forma a
    garantir uma perfuração rápida e segura.

    Os fluidos de perfuração foram ganhando importância à medida que os poços se
    tornavam mais profundos. Considera-se que o sucesso da perfuração de um
    poço depende fortemente da composição do fluido e dos cuidados para a
    manutenção de suas propriedades durante a perfuração.

                                                                                     2
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


        Características Desejáveis


        • Ser estável quimicamente;

        • Ser facilmente separado dos cascalhos na superfície;

        • Não causar danos as formações produtoras;

        • Aceitar qualquer tratamento, físico e químico;

        • Ser bombeável;

        • Ter baixo grau de corrosão e abrasão;

        • Facilitar interpretações geológicas (cascalhos, perfilagem);

        • Ter baixo custo.                                               3
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


        Funções Básicas


        • Limpar o fundo do poço e carrear os cascalhos até a superfície;

        • Manter os sólidos em suspensão durante a ausência de bombeio;

        • Sustentar as paredes do poço evitando o seu desmoronamento;

        • Prevenir a hidratação de formações reativas;

        • Lubrificar a broca e a coluna de perfuração, reduzindo seu atrito com o poço;

        • Resfriar a broca;

        • Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de
        fluidos indesejáveis (kick).
                                                                                          4
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


        Trajetória do fluido de perfuração




                    Superfície



                   Fundo do poço



                     Superfície


        O fluido deve circular a uma velocidade maior do que a velocidade de
        sedimentação das partículas removidas, a fim de que os resíduos possam chegar
        à superfície.                                                                   5
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


     Propriedades Físicas e Químicas


      As propriedades físicas são mais genéricas e são medidas em qualquer tipo de
     fluido.


      As propriedades químicas são mais específicas e são determinadas para
     distinguir certos tipos de fluidos.




                                                                                      6
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


     Propriedades físicas mais freqüentemente medidas:

     densidade, parâmetros reológicos, forças géis, parâmetros de filtração, teor de
     sólidos, coeficiente de lubricidade, resistividade e estabilidade elétrica.



     Propriedades químicas mais freqüentemente medidas:

     pH, teores de cloreto e de bentonita, alcalinidade, excesso de cal, teor de cálcio e
     de magnésio, concentração de H2S e concentração de potássio.




                                                                                            7
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas

    Densidade: Seu valor é definido em função da pressão de poros (pressão do
    fluido que se encontra nos poros da rocha), e pela pressão de fratura das
    formações expostas.


    A densidade é uma propriedade muito importante e deve ser mantida controlada
    de modo que a sua pressão hidrostática seja suficiente para controlar os fluidos
    das formações. Para aumentar a densidade adiciona-se normalmente baritina,
    BaSO4, que tem densidade de 4,25, enquanto a densidade dos sólidos perfurados
    é em média de 2,6.

    Na indústria de petróleo as principais unidades de medida da densidade são as
    seguintes: lb/gal, lb/pe3, lb/cuft, kg/dm3, e gravidade específica.



                                                                                       8
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido


     Define-se diferencial de pressão entre o fluido do poço e os fluidos da formação
     por:

                                      p     pL     pF

     onde,

     pL é a pressão da lama ou pressão do fluido de perfuração
     pF é a pressão da formação ou pressão dos fluidos contidos na rocha

                                                                                        9
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido



     O diferencial de pressão entre o fluido de perfuração e os fluidos da formação deve
     ser sempre maior que zero, durante a perfuração do poço. Todavia, o rendimento
     da broca diminui à medida em que esse diferencial de pressão aumenta, o que
     mostra a importância no estabelecimento e cálculo do seu valor.




                                                                                       10
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido


     A pressão exercida pelo fluido de perfuração (pL) no
     fundo do poço, em condições estáticas (vazão nula)
     seria:

                         pL = pH + pS
     onde,

      pH       L   g h   é a pressão hidrostática

     pS é a pressão aplicada na superfície
                                                            11
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido


     Costuma-se denominar de gradiente de pressão do fluido de perfuração (ou lama)
     por:

                                 GL        L   g


     Para a água doce, cuja densidade absoluta é 1 g/cm3 a 4oC, temos:


                            W     1g / cm3     8,33lb / gal


                                                                                  12
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido


     As formações porosas e permeáveis contém fluidos sob pressão. Uma certa
     formação, a uma profundidade hF, pode então conter fluidos a uma pressão pF
     denominada de pressão da formação:

                                    pF      F       g hF

     Pode-se definir um gradiente de pressão da formação como sendo:

                                     GF         F   g

                                                                               13
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão exercida pelo fluido

     Em poços de pretóleo, as formações contendo fluidos são classificadas em:

     (a) Formações com pressão normal

         0,1 (kg / cm2 ) / m GF       0,1074 (kg / cm2 ) / m

     (b) Formações com pressão anormal

        GF     0,1 (kg / cm2 ) / m               (baixa)


        GF     0,1074 (kg / cm2 ) / m            (alta)

                                                                                 14
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas

    Pressão hidrostática

    Por exemplo, caso estejamos perfurando um poço a 2000 metros de profundidade
    e cuja pressão de poros da formação seja de 2500 psi, podemos calcular a
    densidade do fluido de perfuração para que a pressão dentro do poço seja
    superior a pressão de poros, assim:


                             PHidrostáti ca   0,17 x     x h
                             2500 0,17 x          min   x 2000
                               min     7,35 lb / gal

                                                                                   15
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração
     Propriedades Físicas

     Pressão hidrostática

     EXERCÍCIO: Qual a pressão hidrostática no fundo de um poço de 2000 m com uma
     lama a base de bentonita com densidade de 9,8 lb/gal? Justifique sua resposta.




                                                                                  16
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas


    Parâmetros Reológicos: Define o comportamento do escoamento de um fluido.
    Estes parâmetros influem diretamente no cálculo das perdas de cargas dentro da
    tubulação e no anular, e no cálculo da velocidade de carreamento de cascalhos.


    Os parâmetros normalmente calculados são:

    • viscosidade aparente;
    • viscosidade plástica;
    • limite de escoamento.




                                                                                17
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas


    Viscosidade: É a medida da resistência da lama para fluir. Em outras palavras mede
    a consistência da lama. A vicosidade deve ser suficientemente elevada para manter a
    baritina em suspensão e assegurar o transporte dos cascalhos para fora do poço.

    Medidas da viscosidade:
     - Viscosidade Marsh: Seu princípio fundamenta-se na medição do tempo de
    escoamento de um volume definido de lama através de um funil calibrado. Enche-se o
    funil com lama e mede-se o tempo de escoamento (s) de ¼ de galão (946 cm3).
    - Viscosidade plástica e aparente: São determinadas através de aparelhos
    denominados viscosímetros. Ambas são medidas em centipoise.




                                                                                     18
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas


    Teor de sólidos: O controle do teor de sólido é muito importante e deve ser objeto
    de todo cuidado uma vez que ele influi sobre diversas propriedades da lama:
    densidade, viscosidade e força gel, produzindo desgaste nos equipamentos pela sua
    abrasividade e reduz a taxa de penetração da broca.




    Força gel: A força gel é um parâmetro que indica o grau de tixotropia da lama. Um
    fluido tixotrópico é aquele que quando em repouso desenvolve uma estrutura
    gelificada e que quando posto em movimento recupera a fluidez.




                                                                                    19
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas


    Parâmetros de Filtração


    Filtrado e Reboco: o fluido de perfuração submetido a pressão hidrostática,
    deposita diante das formações permeáveis uma película de baixa permeabilidade
    denominada reboco (mud cake) enquanto uma parte líquida chamada filtrado é
    drenada para dentro da formação. Uma lama de boa qualidade deve apresentar um
    filtrado baixo e um reboco fino e de ótima plasticidade.


    O filtrado API é a quantidade de líquido em cm3 que é recolhido quando a lama é
    submetida a uma pressão de 100 psi.

    O reboco é medido em mm ou frações da polegada e tem a sua consistência
    igualmente avaliada em mole, duro, firme, elástico, etc.
                                                                                 20
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Físicas - Parâmetros do Filtrado



                                                    Sólidos Finos

                                                    Reboco


                                                    Invasão

                                                    Arenito

                                                    Petróleo


                                                          21
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Propriedades Químicas

    pH : É medido usando papéis indicadores ou potenciômetros, sendo mantido na faixa
    de 7 a 10. Ele determina apenas uma alcalinidade relativa a concentração de íons H+
    através de métodos comparativos.


    Alcalinidades: As alcalinidades dos fluidos de perfuração são determinadas por
    métodos diretos de titulação volumétrica de neutralização e leva em consideração as
    espécies carbonatos (CO3--) e bicarbonatos (HCO3-) dissolvidos na lama, além dos
    íons hidroxilas (OH-) dissolvidos e não dissolvidos.

    São determinadas as seguintes alcalinidades:
    Alcalinidade parcial do filtrado;
    Alcalinidade da lama;
    Alcalinidade total do filtrado.

    “Alcalinidade é a habilidade de uma solução ou mistura de reagir com um ácido”.
                                                                                      22
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Classificação dos Fluidos de Perfuração


    Os fluidos de perfuração se compõem de três fases distintas:


     Fase contínua ou fase líquida (dispersante);

     Fase dispersa constituída de sólidos coloidais e/ou líquidos emulsificados   que
    fornecem a viscosidade, tixotropia e reboco (bentonita, atapulgita);

     Fase inerte constituída por sólidos inertes dispersos tais como os doadores de
    peso (baritina, hematita, calcita) e os sólidos provenientes das rochas perfuradas.




                                                                                     23
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Classificação dos Fluidos de Perfuração



          Líquidos                                      Gases

                                   Mistura
                                 Gás/Líquido



     Base           Base                                    Gás
                              Névoa       Espuma   Ar
     Água           Óleo                                   Natural


                                                                 24
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Classificação dos Fluidos de Perfuração


    Baseia-se no constituinte principal da fase contínua ou dispersante:


    • à base água;
    • à base sintética;
    • à base de ar ou de gás.


    A natureza das fases dispersante e dispersa, bem como os componentes básicos e a
    suas quantidades definem não apenas o tipo de fluido, mas também as suas
    características e propriedades.




                                                                                  25
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


     Base Água


      A sua composição é fundamental no controle das propriedades do fluido.



      A água pode ser doce, dura ou salgada:

     Doce: salinidade inferior a 1000 ppm de NaCl equivalente e não necessita pré
     tratamento químico.

     Dura: presença de sais de Ca e Mg dissolvidos que alteram o desempenho dos
     aditivos químicos.

     Salgada: salinidade maior que 1000 ppm de NaCl equivalente, e pode ser água do
     mar, ou salgada com a adição de sais como NaCl, KCl ou CaCl2.
                                                                                 26
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


    Base Água


     A principal função da água é prover o meio de dispersão para os materiais
    coloidais, tais como argila e polímeros, que controlam viscosidade, limite de
    escoamento, forças géis e filtrado.



     Na seleção da água devem ser considerados os seguintes fatores:
    Disponibilidade, custo de transporte e de tratamento, tipos de formações geológicas
    a serem perfuradas, produtos químicos, equipamentos e técnicas a serem utilizados
    na avaliação das formações.




                                                                                     27
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


    Base Água


     Os sólidos dispersos no meio aquoso podem ser: ativos ou inertes.

    Sólidos ativos: são materiais argilosos (bentonita e atapulgita), cuja função é
    aumentar a viscosidade.

    Sólidos inertes: podem se originar da adição de materiais industrializados ou serem
    provenientes de cascalhos finos, normalmente areia, silte e calcário. Baritina é o sólido
    inerte mais comum. Outros são calcita e hematita.




                                                                                          28
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base Água

    Formulação Básica

    • Água

    • Alcalinizante (NaOH, KOH, Ca(OH)2, MgO)

    • Viscosificante (BENTONITA, CMC, POLIACRILAMIDA, GOMA XANTANA, PAC)

    • Controladores de filtrado (CMC, PAC, POLIACRILATO, AMIDO)

    • Estabilizadores de formação (KCl, NaCl, POLIACRILAMIDA, POLÍMERO CATIÔNICO)

    • Adensante (NaCl, CaCl2, FORMIATO, BARITINA, CaCO3, HEMATITA)

    • Inibidor de corrosão (POLIAMINAS)

    • Bacterecida (TRIAZINA)                                                    29
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base Sintética

    Estes fluidos são classificados em duas categorias:

     Emulsões água/óleo propriamente dita, nas quais o teor de água é inferior a
    10%.


    Formulação Básica - Emulsões água/óleo

    •Óleo diesel (95 – 98%);

    • Água (2 – 5%);

    • Asfalto aerado, argila organofílica, negro de fumo, (agentes de controle do filtrado e
    da viscosidade);

    • Agentes emulsificantes, estabilizantes e doadores de peso (CaCO3, BaSO4, galena).
                                                                                         30
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


    Base Sintética - Emulsões água/óleo

    Vantagens

    • Ótimo desempenho nos poços de alta temperatura e alta pressão;

    • Não danifica as formações produtoras;

    • Não reage com os folhelhos argilosos e plásticos;

    • Inibe as formações de halita, carnalita, silvita, etc;

    • Ideal para perfuração de poços direcionais;

    • Inibe a corrosão;

    • Prolonga a vida das brocas.
                                                                       31
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração


    Base Sintética - Emulsões água/óleo

    Desvantagens

    • Alto custo inicial;

    • Poluição (uso de alguns óleos vegetais e sintéticos, têm reduzido o potencial
    poluidor);

    • Risco de incêndio;

    • Dificuldade de reconhecimento dos cascalhos nas zonas produtoras;

    • Menor número de perfis que podem ser corridos no poço.



                                                                                      32
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base Sintética


     Emulsões inversas, nestas lamas o teor de água varia de 10 à 45%.



    Vantagens

    São as mesmas das lamas de base óleo, com algumas vantagens adicionais:
                    - Menor custo
                    - Menor risco de incêndio
                    - Tratamento na superfície mais fácil


    Estas vantagens tornam o uso destes fluídos   mais   diversificado,   sendo inclusive
    usado como fluido de completação.

                                                                                      33
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base Sintética

    Formulação Básica - Emulsões inversas

    • Óleo sintético

    • Salmoura (NaCl, CaCl2)

    • Emulsificantes (Ácidos graxos modificados)

    • Alcalinizante (CaO, MgO)

    • Modificador reológico (resina)

    • Adensante (baritina, hematita)



                                                   34
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base de Ar ou Gás

    Ar comprimido ou gás (N2): é o melhor fluido de perfuração sob o ponto de vista
    da taxa de penetração da broca. Nele, é o ar ou o gás que é injetado no poço no lugar
    da lama. É ideal para perfuração através de zona de perda de circulação, zonas
    produtoras de baixa pressão ou muito sensíveis a danos, formações muito duras,
    estáveis ou fissuradas.



    Ar comprimido com névoa: consiste em uma mistura de água dispersa no ar. É
    utilizado quando são encontradas formações que produzem água em quantidade
    suficiente para prejudicar a perfuração com ar.




                                                                                      35
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração

    Base de Ar ou Gás

    Espuma: é um fluido resultante da mistura de ar, água e um agente espumante
    (tensoativo – mantém a emulsão). Espumas estão sendo cada vez mais utilizadas
    como fluidos de perfuração leves, por terem habilidade para transportar cascalhos e
    capacidade de eliminação de perda de circulação e flexibilidade. Com este tipo de
    fluido, a água produzida pelo poço é retirada sob a forma de espuma. Neste método o
    fluido de perfuração é mantido a pressões mais baixas que a do reservatório, para
    diminuir a erosão e conseqüente danificação da formação.



    Fluido aerado: Neste tipo de fluido, injeta-se ar, nitrogênio ou gás natural no fluxo do
    fluido de perfuração reduzindo a sua densidade. Esta lama é recomendada para a
    perfuração de formações que apresentem um elevado índice de perda de lama, uma
    vez que reduz a densidade do fluido de perfuração.


                                                                                         36
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração




                         Hidratação do folhelho. Inchamento.

                                                               37
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração




                         Inchamento da formação.

                                                   38
PETRÓLEO – PRODUÇÃO
 Fluidos de Perfuração




           “O fluido de perfuração é como o sangue: flui, transporta,
           cicatriza, transmite força, estabiliza as pressões internas,
           enfim, perpassa todas as etapas da sondagem como se fosse
           a extensão viva do ato de perfurar.”

                                                         Eugênio Pereira
                                                                Geológo




                                                                           39

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Fluidos de perfuração para petróleo

  • 1. FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS DE SERGIPE Disciplina: PEG001 - 2011.1 Professor: José Almeida 1
  • 2. MÉTODOS DE PESQUISA PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Historicamente, quando foi introduzido junto com a perfuração rotativa, a finalidade do fluido de perfuração era simplesmente a remoção do cascalho produzido pela broca no fundo do poço. Nestas circunstâncias, qualquer tipo de fluido capaz de realizar esta função podia ser considerado um fluido de perfuração: água, ar, gás natural, sólidos em suspensão na água, emulsões. Com o progresso tecnológico e as exigências dos órgãos ambientais, o fluido de perfuração tornou-se uma mistura complexa de sólidos, líquidos e produtos químicos, e algumas vezes, gases. Eles devem ser especificados de forma a garantir uma perfuração rápida e segura. Os fluidos de perfuração foram ganhando importância à medida que os poços se tornavam mais profundos. Considera-se que o sucesso da perfuração de um poço depende fortemente da composição do fluido e dos cuidados para a manutenção de suas propriedades durante a perfuração. 2
  • 3. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Características Desejáveis • Ser estável quimicamente; • Ser facilmente separado dos cascalhos na superfície; • Não causar danos as formações produtoras; • Aceitar qualquer tratamento, físico e químico; • Ser bombeável; • Ter baixo grau de corrosão e abrasão; • Facilitar interpretações geológicas (cascalhos, perfilagem); • Ter baixo custo. 3
  • 4. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Funções Básicas • Limpar o fundo do poço e carrear os cascalhos até a superfície; • Manter os sólidos em suspensão durante a ausência de bombeio; • Sustentar as paredes do poço evitando o seu desmoronamento; • Prevenir a hidratação de formações reativas; • Lubrificar a broca e a coluna de perfuração, reduzindo seu atrito com o poço; • Resfriar a broca; • Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de fluidos indesejáveis (kick). 4
  • 5. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Trajetória do fluido de perfuração Superfície Fundo do poço Superfície O fluido deve circular a uma velocidade maior do que a velocidade de sedimentação das partículas removidas, a fim de que os resíduos possam chegar à superfície. 5
  • 6. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas e Químicas  As propriedades físicas são mais genéricas e são medidas em qualquer tipo de fluido.  As propriedades químicas são mais específicas e são determinadas para distinguir certos tipos de fluidos. 6
  • 7. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades físicas mais freqüentemente medidas: densidade, parâmetros reológicos, forças géis, parâmetros de filtração, teor de sólidos, coeficiente de lubricidade, resistividade e estabilidade elétrica. Propriedades químicas mais freqüentemente medidas: pH, teores de cloreto e de bentonita, alcalinidade, excesso de cal, teor de cálcio e de magnésio, concentração de H2S e concentração de potássio. 7
  • 8. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Densidade: Seu valor é definido em função da pressão de poros (pressão do fluido que se encontra nos poros da rocha), e pela pressão de fratura das formações expostas. A densidade é uma propriedade muito importante e deve ser mantida controlada de modo que a sua pressão hidrostática seja suficiente para controlar os fluidos das formações. Para aumentar a densidade adiciona-se normalmente baritina, BaSO4, que tem densidade de 4,25, enquanto a densidade dos sólidos perfurados é em média de 2,6. Na indústria de petróleo as principais unidades de medida da densidade são as seguintes: lb/gal, lb/pe3, lb/cuft, kg/dm3, e gravidade específica. 8
  • 9. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido Define-se diferencial de pressão entre o fluido do poço e os fluidos da formação por: p pL pF onde, pL é a pressão da lama ou pressão do fluido de perfuração pF é a pressão da formação ou pressão dos fluidos contidos na rocha 9
  • 10. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido O diferencial de pressão entre o fluido de perfuração e os fluidos da formação deve ser sempre maior que zero, durante a perfuração do poço. Todavia, o rendimento da broca diminui à medida em que esse diferencial de pressão aumenta, o que mostra a importância no estabelecimento e cálculo do seu valor. 10
  • 11. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido A pressão exercida pelo fluido de perfuração (pL) no fundo do poço, em condições estáticas (vazão nula) seria: pL = pH + pS onde, pH L g h é a pressão hidrostática pS é a pressão aplicada na superfície 11
  • 12. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido Costuma-se denominar de gradiente de pressão do fluido de perfuração (ou lama) por: GL L g Para a água doce, cuja densidade absoluta é 1 g/cm3 a 4oC, temos: W 1g / cm3 8,33lb / gal 12
  • 13. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido As formações porosas e permeáveis contém fluidos sob pressão. Uma certa formação, a uma profundidade hF, pode então conter fluidos a uma pressão pF denominada de pressão da formação: pF F g hF Pode-se definir um gradiente de pressão da formação como sendo: GF F g 13
  • 14. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão exercida pelo fluido Em poços de pretóleo, as formações contendo fluidos são classificadas em: (a) Formações com pressão normal 0,1 (kg / cm2 ) / m GF 0,1074 (kg / cm2 ) / m (b) Formações com pressão anormal GF 0,1 (kg / cm2 ) / m (baixa) GF 0,1074 (kg / cm2 ) / m (alta) 14
  • 15. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão hidrostática Por exemplo, caso estejamos perfurando um poço a 2000 metros de profundidade e cuja pressão de poros da formação seja de 2500 psi, podemos calcular a densidade do fluido de perfuração para que a pressão dentro do poço seja superior a pressão de poros, assim: PHidrostáti ca 0,17 x x h 2500 0,17 x min x 2000 min 7,35 lb / gal 15
  • 16. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Pressão hidrostática EXERCÍCIO: Qual a pressão hidrostática no fundo de um poço de 2000 m com uma lama a base de bentonita com densidade de 9,8 lb/gal? Justifique sua resposta. 16
  • 17. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Parâmetros Reológicos: Define o comportamento do escoamento de um fluido. Estes parâmetros influem diretamente no cálculo das perdas de cargas dentro da tubulação e no anular, e no cálculo da velocidade de carreamento de cascalhos. Os parâmetros normalmente calculados são: • viscosidade aparente; • viscosidade plástica; • limite de escoamento. 17
  • 18. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Viscosidade: É a medida da resistência da lama para fluir. Em outras palavras mede a consistência da lama. A vicosidade deve ser suficientemente elevada para manter a baritina em suspensão e assegurar o transporte dos cascalhos para fora do poço. Medidas da viscosidade: - Viscosidade Marsh: Seu princípio fundamenta-se na medição do tempo de escoamento de um volume definido de lama através de um funil calibrado. Enche-se o funil com lama e mede-se o tempo de escoamento (s) de ¼ de galão (946 cm3). - Viscosidade plástica e aparente: São determinadas através de aparelhos denominados viscosímetros. Ambas são medidas em centipoise. 18
  • 19. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Teor de sólidos: O controle do teor de sólido é muito importante e deve ser objeto de todo cuidado uma vez que ele influi sobre diversas propriedades da lama: densidade, viscosidade e força gel, produzindo desgaste nos equipamentos pela sua abrasividade e reduz a taxa de penetração da broca. Força gel: A força gel é um parâmetro que indica o grau de tixotropia da lama. Um fluido tixotrópico é aquele que quando em repouso desenvolve uma estrutura gelificada e que quando posto em movimento recupera a fluidez. 19
  • 20. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas Parâmetros de Filtração Filtrado e Reboco: o fluido de perfuração submetido a pressão hidrostática, deposita diante das formações permeáveis uma película de baixa permeabilidade denominada reboco (mud cake) enquanto uma parte líquida chamada filtrado é drenada para dentro da formação. Uma lama de boa qualidade deve apresentar um filtrado baixo e um reboco fino e de ótima plasticidade. O filtrado API é a quantidade de líquido em cm3 que é recolhido quando a lama é submetida a uma pressão de 100 psi. O reboco é medido em mm ou frações da polegada e tem a sua consistência igualmente avaliada em mole, duro, firme, elástico, etc. 20
  • 21. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Físicas - Parâmetros do Filtrado Sólidos Finos Reboco Invasão Arenito Petróleo 21
  • 22. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Propriedades Químicas pH : É medido usando papéis indicadores ou potenciômetros, sendo mantido na faixa de 7 a 10. Ele determina apenas uma alcalinidade relativa a concentração de íons H+ através de métodos comparativos. Alcalinidades: As alcalinidades dos fluidos de perfuração são determinadas por métodos diretos de titulação volumétrica de neutralização e leva em consideração as espécies carbonatos (CO3--) e bicarbonatos (HCO3-) dissolvidos na lama, além dos íons hidroxilas (OH-) dissolvidos e não dissolvidos. São determinadas as seguintes alcalinidades: Alcalinidade parcial do filtrado; Alcalinidade da lama; Alcalinidade total do filtrado. “Alcalinidade é a habilidade de uma solução ou mistura de reagir com um ácido”. 22
  • 23. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Classificação dos Fluidos de Perfuração Os fluidos de perfuração se compõem de três fases distintas:  Fase contínua ou fase líquida (dispersante);  Fase dispersa constituída de sólidos coloidais e/ou líquidos emulsificados que fornecem a viscosidade, tixotropia e reboco (bentonita, atapulgita);  Fase inerte constituída por sólidos inertes dispersos tais como os doadores de peso (baritina, hematita, calcita) e os sólidos provenientes das rochas perfuradas. 23
  • 24. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Classificação dos Fluidos de Perfuração Líquidos Gases Mistura Gás/Líquido Base Base Gás Névoa Espuma Ar Água Óleo Natural 24
  • 25. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Classificação dos Fluidos de Perfuração Baseia-se no constituinte principal da fase contínua ou dispersante: • à base água; • à base sintética; • à base de ar ou de gás. A natureza das fases dispersante e dispersa, bem como os componentes básicos e a suas quantidades definem não apenas o tipo de fluido, mas também as suas características e propriedades. 25
  • 26. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Água  A sua composição é fundamental no controle das propriedades do fluido.  A água pode ser doce, dura ou salgada: Doce: salinidade inferior a 1000 ppm de NaCl equivalente e não necessita pré tratamento químico. Dura: presença de sais de Ca e Mg dissolvidos que alteram o desempenho dos aditivos químicos. Salgada: salinidade maior que 1000 ppm de NaCl equivalente, e pode ser água do mar, ou salgada com a adição de sais como NaCl, KCl ou CaCl2. 26
  • 27. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Água  A principal função da água é prover o meio de dispersão para os materiais coloidais, tais como argila e polímeros, que controlam viscosidade, limite de escoamento, forças géis e filtrado.  Na seleção da água devem ser considerados os seguintes fatores: Disponibilidade, custo de transporte e de tratamento, tipos de formações geológicas a serem perfuradas, produtos químicos, equipamentos e técnicas a serem utilizados na avaliação das formações. 27
  • 28. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Água  Os sólidos dispersos no meio aquoso podem ser: ativos ou inertes. Sólidos ativos: são materiais argilosos (bentonita e atapulgita), cuja função é aumentar a viscosidade. Sólidos inertes: podem se originar da adição de materiais industrializados ou serem provenientes de cascalhos finos, normalmente areia, silte e calcário. Baritina é o sólido inerte mais comum. Outros são calcita e hematita. 28
  • 29. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Água Formulação Básica • Água • Alcalinizante (NaOH, KOH, Ca(OH)2, MgO) • Viscosificante (BENTONITA, CMC, POLIACRILAMIDA, GOMA XANTANA, PAC) • Controladores de filtrado (CMC, PAC, POLIACRILATO, AMIDO) • Estabilizadores de formação (KCl, NaCl, POLIACRILAMIDA, POLÍMERO CATIÔNICO) • Adensante (NaCl, CaCl2, FORMIATO, BARITINA, CaCO3, HEMATITA) • Inibidor de corrosão (POLIAMINAS) • Bacterecida (TRIAZINA) 29
  • 30. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Sintética Estes fluidos são classificados em duas categorias:  Emulsões água/óleo propriamente dita, nas quais o teor de água é inferior a 10%. Formulação Básica - Emulsões água/óleo •Óleo diesel (95 – 98%); • Água (2 – 5%); • Asfalto aerado, argila organofílica, negro de fumo, (agentes de controle do filtrado e da viscosidade); • Agentes emulsificantes, estabilizantes e doadores de peso (CaCO3, BaSO4, galena). 30
  • 31. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Sintética - Emulsões água/óleo Vantagens • Ótimo desempenho nos poços de alta temperatura e alta pressão; • Não danifica as formações produtoras; • Não reage com os folhelhos argilosos e plásticos; • Inibe as formações de halita, carnalita, silvita, etc; • Ideal para perfuração de poços direcionais; • Inibe a corrosão; • Prolonga a vida das brocas. 31
  • 32. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Sintética - Emulsões água/óleo Desvantagens • Alto custo inicial; • Poluição (uso de alguns óleos vegetais e sintéticos, têm reduzido o potencial poluidor); • Risco de incêndio; • Dificuldade de reconhecimento dos cascalhos nas zonas produtoras; • Menor número de perfis que podem ser corridos no poço. 32
  • 33. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Sintética  Emulsões inversas, nestas lamas o teor de água varia de 10 à 45%. Vantagens São as mesmas das lamas de base óleo, com algumas vantagens adicionais: - Menor custo - Menor risco de incêndio - Tratamento na superfície mais fácil Estas vantagens tornam o uso destes fluídos mais diversificado, sendo inclusive usado como fluido de completação. 33
  • 34. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base Sintética Formulação Básica - Emulsões inversas • Óleo sintético • Salmoura (NaCl, CaCl2) • Emulsificantes (Ácidos graxos modificados) • Alcalinizante (CaO, MgO) • Modificador reológico (resina) • Adensante (baritina, hematita) 34
  • 35. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base de Ar ou Gás Ar comprimido ou gás (N2): é o melhor fluido de perfuração sob o ponto de vista da taxa de penetração da broca. Nele, é o ar ou o gás que é injetado no poço no lugar da lama. É ideal para perfuração através de zona de perda de circulação, zonas produtoras de baixa pressão ou muito sensíveis a danos, formações muito duras, estáveis ou fissuradas. Ar comprimido com névoa: consiste em uma mistura de água dispersa no ar. É utilizado quando são encontradas formações que produzem água em quantidade suficiente para prejudicar a perfuração com ar. 35
  • 36. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Base de Ar ou Gás Espuma: é um fluido resultante da mistura de ar, água e um agente espumante (tensoativo – mantém a emulsão). Espumas estão sendo cada vez mais utilizadas como fluidos de perfuração leves, por terem habilidade para transportar cascalhos e capacidade de eliminação de perda de circulação e flexibilidade. Com este tipo de fluido, a água produzida pelo poço é retirada sob a forma de espuma. Neste método o fluido de perfuração é mantido a pressões mais baixas que a do reservatório, para diminuir a erosão e conseqüente danificação da formação. Fluido aerado: Neste tipo de fluido, injeta-se ar, nitrogênio ou gás natural no fluxo do fluido de perfuração reduzindo a sua densidade. Esta lama é recomendada para a perfuração de formações que apresentem um elevado índice de perda de lama, uma vez que reduz a densidade do fluido de perfuração. 36
  • 37. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Hidratação do folhelho. Inchamento. 37
  • 38. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração Inchamento da formação. 38
  • 39. PETRÓLEO – PRODUÇÃO Fluidos de Perfuração “O fluido de perfuração é como o sangue: flui, transporta, cicatriza, transmite força, estabiliza as pressões internas, enfim, perpassa todas as etapas da sondagem como se fosse a extensão viva do ato de perfurar.” Eugênio Pereira Geológo 39