O documento discute o significado de sacrifício e jejum. O autor argumenta que jejum não deve ser apenas abstinência de comida e bebida, mas sim privação de coisas apreciadas e renúncia para refletir. Ele também critica a ideia de jejum como um "concurso" e defende que ver novelas e filmes também não deveria fazer parte de um jejum verdadeiro.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Arthur Dellarubia - Falso jejum ("RFTION")
1. Jovenal Maloa | Facebook: Arthur Dellarubia, Twitter: Jmaloa, Instagram: dellarubia, 8234324113
Sacrifício
Abstinência ou abstenção total ou parcial de alimentação em determinados
dias, por penitência ou prescrição religiosa ou médica, estado de quem não
come desde o dia anterior…, Privação ou abstenção de alguma coisa,
desconhecimento de determinado assunto – E eu que vou quebrando o meu,
comer ou beber tendo estado até então em jejum, Ingerir alimentos antes do
tempo estabelecido para terminar o jejum (“Def. Dicionário Aurélio”).
Vou sorrindo e todo que ouso e que vejo dos vossos jejuns me é contrário
assim como o definido, as atitudes dos crentes e os demais de dizem ser, os
ignorantes que fingem saber, todo isto é tão contrário ao que acho ser certo, e
é! Senão, mal estaria eu cá a escrever estes desertos miúdos que são blocos
para construir a pirâmide deste meu sonho, sim! Fazer com quem acreditam
que estou correcto, então passo pensando nesta caligrafia contemporânea e
citar as bases do meu descontentamento com isto.
Ato ou efeito de sacrificar (-se), oferta solene à divindade de produtos da terra
e animais, oferta pessoal ou colectiva à divindade, simbolizada na destruição
de um bem ou na imolação de uma vítima, a morte de Cristo, a missa:
“— Introibo ad altare Dei, anunciou Padre António com a voz comovida e
trémula com que sempre iniciava o sacrifício” (Inglês de Sousa, O Missionário,
Privação de coisa apreciada, Renúncia em favor de outrem, Abnegação,
renúncia, desprendimento (“Def. Dicionário Aurélio”).
Sorrir é meu constante estado de espirito, quando leio a oposição das coisas
que as palavras dizem descrever, e como se assistisse-mos os suspiros
gelados da areia deste meu deserto se formando uma pirâmide, e eu contente
até a alma que mal sei se existe começo assim a criar oásis trechos deste
minha ideia de querer ser aceito como um pensar certo…, e neste inicio de ter
uma noção do que me é um jejum, me ofereço na totalidade aos meus ideias, e
como símbolo destruo todos rascunhos que vos são livros e me submeto meu
cérebro imolado como um agradecimento ao meu Deus, só não mato o cristo
em mim pois percebo ainda que sou e mal não passo de mero pecador e por
ainda estar lúcido e saber que não me darão ao meu espirito a redenção, a
salvação por isto com a minha santidade, por mais que eu o escove nestes
versos, já é visto que, e deu para notar que este escrito é a homília, este texto
é a minha missa e agora o sermão é o vosso falso jejum.
E sem nenhuma forma de escrita trémula mas sim comovida por um pensar já
defunto, fico nestes versos estáticos e inconsciente já provando da iniciação
deste meu sacrifício, é duro privar o meu instinto escritor de rasurar parágrafos
santos e donos de si, e essa renuncia destrui tudo que me fazia alguém e que
me fazia pensar em ser muitos para outros não serem, isto é que me é estar
em jejum! Abnegar-me, renunciar tudo que me faz viver e que sem este tudo
não sou nada, então! Vamos nos desprender dessa estupida ideia que jejuar e
2. Jovenal Maloa | Facebook: Arthur Dellarubia, Twitter: Jmaloa, Instagram: dellarubia, 8234324113
Sacrifício
acordar pela manhã, rezar, passar o dia sem comer nada, sem beber nenhum
que seja o líquido (“excepto a saliva”), depois quebrar, não – não! Isto para
alguns não é, não chega a ser, não deveria ser chamado de jejum e muito
menos de um sacrifício, é visto que isso de não comer e beber é uma doença
destes dias contemporâneos – que para não atingir a obesidade mulheres e
homens o fazem como desportos e não um sacrifício, eu sim fiz um sacrifício
apesar de ser letras, versos, parágrafos para alguns sem valor mais doeu-me a
alma que como já disse não sei se ela existe, fazê-lo.
Então vós assim como eu, que não pode construir a minha pirâmide e que
ofertei a deriva de morrer desidratados os meus oásis pensares a um vulto da
minha desconhecida divindade, sacrifício meus irmãos, sacrifícios! Isso sim
deveria definir o nosso jejum, se gostamos de comer porcarias como
hambúrgueres, cachorros-quentes, pizzas…,etc. o nosso sacrifício seria parar
de comer e reflectir se devemos continuar, jejum seria não assistir novelas,
filmes, desenhos animados já que esses ultimamente de desenhos animados
nada tem e as novelas essas passaram para filmes pornográficos com um
pouco de humor, mais criatividade nos seus personagens com mais roupas na
apresentação e como uma historia cativante, e muitos menos os nossos filmes
ditos modernos ou contemporâneos – diria eu satânicos, abomináveis se fosse
um devoto e loucamente religioso…, sacrifício, se sacrificar e nele reflectir e
não esse concurso hilário de quem fico um mês desde que o dia é parido pela
madrugada até a sua morte quando a noite fica prestes a tomar poder da vida
do dia (“nesse ciclo de matanças”) sem comer, sem beber – mas fica a assistir,
beijar, fazer amor, sim fazer amor apesar de eu não saber como se faz, a dizer
palavrões, a ser injusto, mal-educado, a ser tudo isto e mais coisa alguma.
Quebrei o meu jejum pois como vem ou lêem estes parágrafos não deixei de
escrever, sem a escrita não vivo, sem a poesia não me sinto eu, sem pensar
não crio distúrbio ao meu espirito e mal afirmo que tenho alma sem saber.
Meu jejum, meu jejum.
Feliz Jejum para todos, para todas as almas deste país.
Arthur Dellarubia (“Heterónimo de Jovenal Maloa”)