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OS POSTOS DE TRABALHO E AMBIÊNCIA
AMILTON EMANUEL CASTRO
CONSULTOR DEGESTÃO DE
RECURSOS HUMANOS
&
HIGIENE E SEGURANÇA NO
TRABALHO
The Jobs and Ambience
Email: aemanuelcastro@gmailcom
1.Os postos de trabalho e ambiência
SEGUNDO ROCHA (1995), POSTO DE TRABALHO É O
ESPAÇO QUE CADA EMPREGADO OCUPA COM TODO
O EQUIPAMENTO E MATERIAL NECESSÁRIO PARA
EXECUTAR DETERMINADO TRABALHO.
Ainda segundo este autor, o Posto de Trabalho
consiste em três tipos de superfície:
Superfície de circulação ou evolução (SC ou Se)
Superfície de utilização ou gravitação (SU ou SG)
Superfície estática (SE).
Superfície de circulação ou evolução – é aquela
necessária à circulação de pessoas, materiais etc.,
variando conforme o tipo de transporte do
material.
Superfície de utilização ou de gravitação – é aquela
necessária ao usuário para executar seu trabalho, para
manutenção dos equipamentos e espaço para receber
ou enviar aquilo que foi trabalhado, ou seja, é a área
necessária para completa e total utilização do
equipamento.
Superfície estática – também é denominada de
superfície de Projecção, que é representada pela
sombra do equipamento projectada no chão (mesa,
arquivo, cadeira, bancada etc.), ou seja, é a largura e o
comprimento do equipamento.
Assim, para a estruturação e distribuição do espaço no
posto de trabalho é necessário primeiramente, obter
tantas plantas do espaço a ser ocupado de modo a
permitir uma perfeita visualização. Nesta planta baixa
devem constar os móveis, paredes, janelas, divisórias
etc., assim como as instalações existentes. E durante
este todo processo deve-se ainda:
Determinar as relações de espaço entre os órgãos e o
público;
Verificar os órgãos cujas necessidades de espaço
possam ser satisfeitas sem grandes modificações na
estrutura ou nas instalações do prédio.
1.2.Ambiência
Actualmente as empresas dão grande importância às
condições ambientais que cercam seus funcionários. Desse
modo, iluminação, a sonorização e a temperatura actuam de
modo negativo ou positivo no rendimento do trabalho
desenvolvido na instituição. Em face disso, os estudiosos
criaram a denominação “ambiência” para designar o
conjunto coordenado e altamente actuante de factores físicos,
humanos e políticos.
Conforme ROCHA (1995, p.264), “a utilização racional dos
índices de luminosidade nos ambientes de trabalho evita
doenças visuais, diminui a fadiga ocular, aumenta a
eficiência operacional e diminui o número de acidentes no
trabalho”.
Através de estudos realizados em torno da ambiência, pode-
se fixar índices de luminosidade conforme a natureza do
trabalho. Esses índices são medidos em luxes que é o
inumanamente fornecido por uma vela tamanho padrão
colocada a um metro da superfície iluminada. A iluminação é
facilmente medido através do aparelho denominado
“luxímetro”. (ROCHA, 1995).
Assim, este termo, nos remete ao espaço, arquitetonicamente
organizado e animado, que constitui um meio físico e, ao
mesmo tempo, meio estético, ou psicológico, especialmente
preparado para o exercício de actividades humanas;
ambiente.
1.2.2.Classificação da ambiência quanto à iluminação
De acordo com CASTRO (2008:25), os ambientes classificam-se, quanto à iluminação, em cinco
tipos:
 De 700 a 2000 luxes – iluminação de óptima qualidade, sendo utilizada para trabalhos de precisão
em período prolongado de execução, tais como ourivesaria, relojoaria, montagem de micro
circuitos etc.
 De 300 a 700 luxes – iluminação de boa qualidade utilizada para salas de desenhos, máquinas
contáveis etc.
 De 100 a 300 luxes – iluminação modesta, sendo empregada em trabalhos de escritório e oficina,
quando a actividade é moderada e interrompida.
 De 50 a 100 luxes – iluminação fraca, utilizada em trabalho de poucos detalhes, que exigem
pouca atenção, sem exigir demasiado esforço visual e realizado com interrupção.
 De 0 a 50 luxes – iluminação muito fraca e totalmente imprópria para trabalhos, sendo, entretanto,
satisfatória para visão de grandes objectos.
1.2.3.Aspectos básicos a serem considerados na ambiência
Segundo OLIVEIRA (2002), nos ambientes deve-se considerar
alguns aspectos básicos como:
 Temperatura (ideal entre 18° e 22°);
 Humidade (ideal é a baixa);
 Ventilação;
 Espaço;
 Ruído;
 Tipo e cores das pinturas;
 Poeira; e
 Iluminação.
1.3.Layout (Arranjo físico)
1.3.1. Conceito de Layout (Arranjo
físico)O estudo do arranjo físico é de fundamental importância
na optimização das condições de trabalho aumentando
tanto o bem-estar como o rendimento das pessoas.
Segundo CURY (2000, p.386): layout corresponde ao
arranjo dos diversos postos de trabalho nos espaços
existentes na organização, envolvendo além da
preocupação de melhor adaptar as pessoas ao ambiente
de trabalho, segundo a natureza da actividade
desempenhada, a arrumação dos móveis, máquinas,
equipamentos e matérias-primas.
LERNER (l996), considera que o arranjo físico deve ser
estabelecido a partir do estudo planejado do sistema de
informações relacionados com a distribuição de móveis,
equipamentos e pessoas pelo espaço disponível, da
forma mais racional possível. Considera, também, que o
arranjo físico acaba por influir na motivação, gerando
maior ou menor eficiência no trabalho.
O arranjo físico adequado proporciona para a empresa
maior economia e produtividade, com base na boa
disposição dos instrumentos de trabalho e por meio da
utilização optimizada dos equipamentos de trabalho e
do factor humano alocado no sistema considerado.
Num sentido amplo, corresponde à distribuição física de
elementos em determinado espaço, no intuito de atender
satisfatoriamente às necessidades dos clientes, fornecedores e
funcionários, interagindo-os com o ambiente organizacional e
consequentemente aumentando a produtividade e reduzindo
custos.
Segundo DAVIS (2001), para se fazer um projecto de layout de
determinada empresa, muitos factores devem ser levados em
consideração e analisados detalhadamente, pois as
consequências são a longo prazo, tanto no que diz respeito aos
custos quanto a capacidade da empresa de atender o mercado
no qual ela está inserida.
Assim, este processo recorre desde o seu princípio, uma
análise que possa identificar os custos e os possíveis
constrangimentos a evitar após a sua reformulação.
1.3.2. Indicadores de problemas no layout
Segundo ARAÚJO (2002), existem alguns indicadores que
sinalizam quando o espaço é mal aproveitado, são eles:
 Demora excessiva: a análise de processos pode demonstrar,
longe de falhas em seus passos, uma deficiência da
distribuição espacial. O gerente deve perceber na demora,
um indicador de que algo naquele ambiente precisa ser
Fluxo confuso de trabalho: esse fluxo pode ser uma
consequência da demora excessiva, mas, às vezes, o
fluxo indevido não causa tão-somente demora no
andamento burocrático, porém decisões erróneas,
consultas desnecessárias a pessoas só pelo fato de
estarem próximas e demora excessiva em fluxos
secundários.
Excessiva acumulação: a má distribuição espacial
pode gerar acúmulo de pessoas e documentos. As
unidades crescem e fica difícil aumentar o espaço
físico, pois esta decisão – aumentar o espaço físico –
não depende da unidade que cresceu e, em muitas
oportunidades, nem mesmo da própria organização.
Má projecção de locais de trabalho: essa é uma
deficiência ligada especificamente ao layout
projectado para os postos ou locais de trabalho.
Perda de tempo no deslocamento de uma unidade a
outra: relacionado com a demora excessiva,
mencionada logo acima. Aqui, tratada de uma forma
específica, mostra que, também, os desejos pessoais
terminam por criar enormes prejuízos à organização,
por causa do lapso de tempo decorrido entre unidades
da organização.
1.3.3. Princípios do layoutSegundo ROCHA (1995), entre os princípios da filosofia do layout, pode-se destacar os
seguintes:
1. Princípio da Economia dos Movimentos – um layout
óptimo tende a encurtar a distância entre os operários
e ferramentas, nas diversas operações de fabricação.
2. Princípio do Fluxo Progressivo – quanto mais
contínuo for o movimento entre uma operação e a
subsequente, sem paradas, voltas ou cruzamentos
tanto para os homens quanto para os equipamentos,
mais correcto estará o layout.
3. Princípio da flexibilidade – quanto mais flexível
(menos rígido) for o layout, com o fim de
propiciar rearranjo económico em face das
inúmeras situações que as empresas podem
enfrentar (adaptar a produção às mudanças do
produto, do volume de produção e dos
equipamentos e processos), mais útil será para a
instituição.
4. Princípio da Integração – a integração entre os
diversos factores, indispensáveis a um layout
óptimo, deve ter preferência.
1.3.4. Objectivos da distribuição de
espaço em função do layoutSegundo ROCHA (1995), para que um planeamento tenha por
finalidade uma correcta distribuição do espaço de uma área de
trabalho, intelectual ou manual, deve-se atingir os seguintes
objectivos:
 Aparência e conforto – o aproveitamento do espaço deve ser
feito de modo que produza melhor aparência, com a finalidade
de poder proporcionar aos funcionários, independente da posição
que ocupem na estrutura, o maior bem-estar possível.
 Economia nas operações – compreende assegurar a economia de
tempo, assim como o esforço despendido nas operações.
 Facilitar o fluxo de pessoas e materiais – com o fim de
proporcionar a distribuição mais racional entre móveis,
máquinas e equipamentos de moda geral, objectivando
minimizar os atropelos, assim como as distâncias mínimas
entre os postos de trabalho.
 Utilizar a melhor maneira possível à área disponível
 Permitir uma futura expansão, através de áreas de reservas,
para colocação de novos prédios, máquinas e equipamentos
etc.
 As linhas de instalações eléctricas, hidráulica, ar
condicionado, comunicação etc. Devem ser traçados do
modo mais económico possível, de modo a minimizar os
investimentos em equipamentos e instalações.
Permitir um controle qualitativo e quantitativo da
produção, reduzindo ao mínimo os produtos em
processo e modo que facilite a inspecção
intermediária e final na linha entre as fases operativas.
Propiciar o conforto e segurança aos funcionários de
modo que facilite a supervisão exercida pelas chefias.
Dar flexibilidade em caso de modificações, sem
necessitar longas paradas do produto e sem recorrer a
custosos sistemas de desvio e transporte.
1.3.5. Tipos de layout
Segundo ROCHA (1987:244), os tipos de layourt
podem ser:
1. O burocrático: é usado no rearranjo de áreas de
trabalho burocrático, auditórios, salas de aula,
comércio varejista e/ou atacadista, escritórios.
2. O industrial: é mais complexo pois depende do
movimento existente na área de transformação da
indústria. Nesse contexto, agrupam-se o layout por
produto, por processo ou posicional
Conclusão
Depois desta abordagem, pode-se concluir que o
Layout ou Arranjo físico, pode ser descrito como
sendo a disposição dos elementos de uma empresa,
proporcionando um ambiente adequado para o melhor
desempenho de tarefas, observando-se os fluxos
racionais de trabalho, visando obter maior economia
de tempo e movimentos consequentemente, obter
maior produtividade de recursos empregados no
processo produtivo.
Assim, a falta desta prática, no seio das empresas, pode
criar os seguintes constrangimentos:
Demora excessiva no desenvolvimento dos trabalhos;
Excessivo acúmulo e concentração de pessoas e
formulários;
Fluxo de trabalho inadequado;
Projecção espacial inadequada dos locais de trabalho,
gerando descontentamento e baixa produtividade; e
Problemática na locomoção das pessoas em suas
actividades profissionais na empresa.
O motivo que incentiva a não pratica de layout nas
empresas, esta ligado à causa da busca por maior
lucratividade, fazendo com que muitas empresas não
estejam atentas às consequências que venham acontecer
no futuro de seus colaboradores, pois é através de vários
factores, como excesso de trabalho, o indivíduo ficar na
mesma postura por muitas horas, realizar movimentos
repetitivos e utilizar equipamentos impróprios, pode
levar ao funcionário a desenvolver as doenças
ocupacionais mais epidémicas nas instituições,
conhecidas como LER/DORT (Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho).
Assim, de modo a reverter esta situação, que se
vive em muitas empresas, sobretudo as que
actuam em Moçambique, proponho as seguintes
práticas na base das etapas para a realização de
um layout:
Levantamento do layout existente ou da situação
actual;
Estudo de soluções alternativas;
Consolidação da solução; e
Implantação e avaliação do layout escolhido.
Obrigado pela atenção dispensada

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Os fatores ambientais e o layout no trabalho

  • 1. OS POSTOS DE TRABALHO E AMBIÊNCIA AMILTON EMANUEL CASTRO CONSULTOR DEGESTÃO DE RECURSOS HUMANOS & HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO The Jobs and Ambience Email: aemanuelcastro@gmailcom
  • 2. 1.Os postos de trabalho e ambiência SEGUNDO ROCHA (1995), POSTO DE TRABALHO É O ESPAÇO QUE CADA EMPREGADO OCUPA COM TODO O EQUIPAMENTO E MATERIAL NECESSÁRIO PARA EXECUTAR DETERMINADO TRABALHO.
  • 3. Ainda segundo este autor, o Posto de Trabalho consiste em três tipos de superfície: Superfície de circulação ou evolução (SC ou Se) Superfície de utilização ou gravitação (SU ou SG) Superfície estática (SE). Superfície de circulação ou evolução – é aquela necessária à circulação de pessoas, materiais etc., variando conforme o tipo de transporte do material.
  • 4. Superfície de utilização ou de gravitação – é aquela necessária ao usuário para executar seu trabalho, para manutenção dos equipamentos e espaço para receber ou enviar aquilo que foi trabalhado, ou seja, é a área necessária para completa e total utilização do equipamento. Superfície estática – também é denominada de superfície de Projecção, que é representada pela sombra do equipamento projectada no chão (mesa, arquivo, cadeira, bancada etc.), ou seja, é a largura e o comprimento do equipamento.
  • 5. Assim, para a estruturação e distribuição do espaço no posto de trabalho é necessário primeiramente, obter tantas plantas do espaço a ser ocupado de modo a permitir uma perfeita visualização. Nesta planta baixa devem constar os móveis, paredes, janelas, divisórias etc., assim como as instalações existentes. E durante este todo processo deve-se ainda: Determinar as relações de espaço entre os órgãos e o público; Verificar os órgãos cujas necessidades de espaço possam ser satisfeitas sem grandes modificações na estrutura ou nas instalações do prédio.
  • 7. Actualmente as empresas dão grande importância às condições ambientais que cercam seus funcionários. Desse modo, iluminação, a sonorização e a temperatura actuam de modo negativo ou positivo no rendimento do trabalho desenvolvido na instituição. Em face disso, os estudiosos criaram a denominação “ambiência” para designar o conjunto coordenado e altamente actuante de factores físicos, humanos e políticos. Conforme ROCHA (1995, p.264), “a utilização racional dos índices de luminosidade nos ambientes de trabalho evita doenças visuais, diminui a fadiga ocular, aumenta a eficiência operacional e diminui o número de acidentes no trabalho”.
  • 8. Através de estudos realizados em torno da ambiência, pode- se fixar índices de luminosidade conforme a natureza do trabalho. Esses índices são medidos em luxes que é o inumanamente fornecido por uma vela tamanho padrão colocada a um metro da superfície iluminada. A iluminação é facilmente medido através do aparelho denominado “luxímetro”. (ROCHA, 1995). Assim, este termo, nos remete ao espaço, arquitetonicamente organizado e animado, que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético, ou psicológico, especialmente preparado para o exercício de actividades humanas; ambiente.
  • 9. 1.2.2.Classificação da ambiência quanto à iluminação
  • 10. De acordo com CASTRO (2008:25), os ambientes classificam-se, quanto à iluminação, em cinco tipos:  De 700 a 2000 luxes – iluminação de óptima qualidade, sendo utilizada para trabalhos de precisão em período prolongado de execução, tais como ourivesaria, relojoaria, montagem de micro circuitos etc.  De 300 a 700 luxes – iluminação de boa qualidade utilizada para salas de desenhos, máquinas contáveis etc.  De 100 a 300 luxes – iluminação modesta, sendo empregada em trabalhos de escritório e oficina, quando a actividade é moderada e interrompida.  De 50 a 100 luxes – iluminação fraca, utilizada em trabalho de poucos detalhes, que exigem pouca atenção, sem exigir demasiado esforço visual e realizado com interrupção.  De 0 a 50 luxes – iluminação muito fraca e totalmente imprópria para trabalhos, sendo, entretanto, satisfatória para visão de grandes objectos.
  • 11. 1.2.3.Aspectos básicos a serem considerados na ambiência Segundo OLIVEIRA (2002), nos ambientes deve-se considerar alguns aspectos básicos como:  Temperatura (ideal entre 18° e 22°);  Humidade (ideal é a baixa);  Ventilação;  Espaço;  Ruído;  Tipo e cores das pinturas;  Poeira; e  Iluminação.
  • 13. 1.3.1. Conceito de Layout (Arranjo físico)O estudo do arranjo físico é de fundamental importância na optimização das condições de trabalho aumentando tanto o bem-estar como o rendimento das pessoas. Segundo CURY (2000, p.386): layout corresponde ao arranjo dos diversos postos de trabalho nos espaços existentes na organização, envolvendo além da preocupação de melhor adaptar as pessoas ao ambiente de trabalho, segundo a natureza da actividade desempenhada, a arrumação dos móveis, máquinas, equipamentos e matérias-primas.
  • 14. LERNER (l996), considera que o arranjo físico deve ser estabelecido a partir do estudo planejado do sistema de informações relacionados com a distribuição de móveis, equipamentos e pessoas pelo espaço disponível, da forma mais racional possível. Considera, também, que o arranjo físico acaba por influir na motivação, gerando maior ou menor eficiência no trabalho. O arranjo físico adequado proporciona para a empresa maior economia e produtividade, com base na boa disposição dos instrumentos de trabalho e por meio da utilização optimizada dos equipamentos de trabalho e do factor humano alocado no sistema considerado.
  • 15. Num sentido amplo, corresponde à distribuição física de elementos em determinado espaço, no intuito de atender satisfatoriamente às necessidades dos clientes, fornecedores e funcionários, interagindo-os com o ambiente organizacional e consequentemente aumentando a produtividade e reduzindo custos. Segundo DAVIS (2001), para se fazer um projecto de layout de determinada empresa, muitos factores devem ser levados em consideração e analisados detalhadamente, pois as consequências são a longo prazo, tanto no que diz respeito aos custos quanto a capacidade da empresa de atender o mercado no qual ela está inserida.
  • 16. Assim, este processo recorre desde o seu princípio, uma análise que possa identificar os custos e os possíveis constrangimentos a evitar após a sua reformulação. 1.3.2. Indicadores de problemas no layout Segundo ARAÚJO (2002), existem alguns indicadores que sinalizam quando o espaço é mal aproveitado, são eles:  Demora excessiva: a análise de processos pode demonstrar, longe de falhas em seus passos, uma deficiência da distribuição espacial. O gerente deve perceber na demora, um indicador de que algo naquele ambiente precisa ser
  • 17. Fluxo confuso de trabalho: esse fluxo pode ser uma consequência da demora excessiva, mas, às vezes, o fluxo indevido não causa tão-somente demora no andamento burocrático, porém decisões erróneas, consultas desnecessárias a pessoas só pelo fato de estarem próximas e demora excessiva em fluxos secundários. Excessiva acumulação: a má distribuição espacial pode gerar acúmulo de pessoas e documentos. As unidades crescem e fica difícil aumentar o espaço físico, pois esta decisão – aumentar o espaço físico – não depende da unidade que cresceu e, em muitas oportunidades, nem mesmo da própria organização.
  • 18. Má projecção de locais de trabalho: essa é uma deficiência ligada especificamente ao layout projectado para os postos ou locais de trabalho. Perda de tempo no deslocamento de uma unidade a outra: relacionado com a demora excessiva, mencionada logo acima. Aqui, tratada de uma forma específica, mostra que, também, os desejos pessoais terminam por criar enormes prejuízos à organização, por causa do lapso de tempo decorrido entre unidades da organização.
  • 19. 1.3.3. Princípios do layoutSegundo ROCHA (1995), entre os princípios da filosofia do layout, pode-se destacar os seguintes: 1. Princípio da Economia dos Movimentos – um layout óptimo tende a encurtar a distância entre os operários e ferramentas, nas diversas operações de fabricação. 2. Princípio do Fluxo Progressivo – quanto mais contínuo for o movimento entre uma operação e a subsequente, sem paradas, voltas ou cruzamentos tanto para os homens quanto para os equipamentos, mais correcto estará o layout.
  • 20. 3. Princípio da flexibilidade – quanto mais flexível (menos rígido) for o layout, com o fim de propiciar rearranjo económico em face das inúmeras situações que as empresas podem enfrentar (adaptar a produção às mudanças do produto, do volume de produção e dos equipamentos e processos), mais útil será para a instituição. 4. Princípio da Integração – a integração entre os diversos factores, indispensáveis a um layout óptimo, deve ter preferência.
  • 21. 1.3.4. Objectivos da distribuição de espaço em função do layoutSegundo ROCHA (1995), para que um planeamento tenha por finalidade uma correcta distribuição do espaço de uma área de trabalho, intelectual ou manual, deve-se atingir os seguintes objectivos:  Aparência e conforto – o aproveitamento do espaço deve ser feito de modo que produza melhor aparência, com a finalidade de poder proporcionar aos funcionários, independente da posição que ocupem na estrutura, o maior bem-estar possível.  Economia nas operações – compreende assegurar a economia de tempo, assim como o esforço despendido nas operações.
  • 22.  Facilitar o fluxo de pessoas e materiais – com o fim de proporcionar a distribuição mais racional entre móveis, máquinas e equipamentos de moda geral, objectivando minimizar os atropelos, assim como as distâncias mínimas entre os postos de trabalho.  Utilizar a melhor maneira possível à área disponível  Permitir uma futura expansão, através de áreas de reservas, para colocação de novos prédios, máquinas e equipamentos etc.  As linhas de instalações eléctricas, hidráulica, ar condicionado, comunicação etc. Devem ser traçados do modo mais económico possível, de modo a minimizar os investimentos em equipamentos e instalações.
  • 23. Permitir um controle qualitativo e quantitativo da produção, reduzindo ao mínimo os produtos em processo e modo que facilite a inspecção intermediária e final na linha entre as fases operativas. Propiciar o conforto e segurança aos funcionários de modo que facilite a supervisão exercida pelas chefias. Dar flexibilidade em caso de modificações, sem necessitar longas paradas do produto e sem recorrer a custosos sistemas de desvio e transporte.
  • 24. 1.3.5. Tipos de layout Segundo ROCHA (1987:244), os tipos de layourt podem ser: 1. O burocrático: é usado no rearranjo de áreas de trabalho burocrático, auditórios, salas de aula, comércio varejista e/ou atacadista, escritórios. 2. O industrial: é mais complexo pois depende do movimento existente na área de transformação da indústria. Nesse contexto, agrupam-se o layout por produto, por processo ou posicional
  • 25. Conclusão Depois desta abordagem, pode-se concluir que o Layout ou Arranjo físico, pode ser descrito como sendo a disposição dos elementos de uma empresa, proporcionando um ambiente adequado para o melhor desempenho de tarefas, observando-se os fluxos racionais de trabalho, visando obter maior economia de tempo e movimentos consequentemente, obter maior produtividade de recursos empregados no processo produtivo.
  • 26. Assim, a falta desta prática, no seio das empresas, pode criar os seguintes constrangimentos: Demora excessiva no desenvolvimento dos trabalhos; Excessivo acúmulo e concentração de pessoas e formulários; Fluxo de trabalho inadequado; Projecção espacial inadequada dos locais de trabalho, gerando descontentamento e baixa produtividade; e Problemática na locomoção das pessoas em suas actividades profissionais na empresa.
  • 27. O motivo que incentiva a não pratica de layout nas empresas, esta ligado à causa da busca por maior lucratividade, fazendo com que muitas empresas não estejam atentas às consequências que venham acontecer no futuro de seus colaboradores, pois é através de vários factores, como excesso de trabalho, o indivíduo ficar na mesma postura por muitas horas, realizar movimentos repetitivos e utilizar equipamentos impróprios, pode levar ao funcionário a desenvolver as doenças ocupacionais mais epidémicas nas instituições, conhecidas como LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
  • 28. Assim, de modo a reverter esta situação, que se vive em muitas empresas, sobretudo as que actuam em Moçambique, proponho as seguintes práticas na base das etapas para a realização de um layout: Levantamento do layout existente ou da situação actual; Estudo de soluções alternativas; Consolidação da solução; e Implantação e avaliação do layout escolhido.