O relatório projeta que a participação da carne bovina de confinamento no Brasil aumentará de 10% para quase 20% até 2023, dobrando a capacidade atual de confinamento. Isso elevaria a produtividade e permitiria que o Brasil atenda à crescente demanda global por carne bovina. Além disso, a intensificação dos confinamentos é vista como forma de produzir gado em menor área de terra.
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Agronegócio - 20/10/2014 - 07:15
Confinamento de bois deverá crescer no País
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Vantagens econômicos com confinamento são
grandes
Foto: Deurico/Capital News
Depois da onda de fusões e
aquisições deflagrada em 2007
no setor frigorífico, a cadeia
produtiva da carne bovina no
Brasil deve passar por novas
modificações profundas nos
próximos dez anos. Essa é a
expectativa do banco holandês
Rabobank, um dos principais
financiadores privados do setor
de agronegócios.
Conhecido por sua pecuária baseada na criação extensiva do gado
bovino, com os animais tratados soltos no pasto, o Brasil já está pronto
para fazer o sistema intensivo de engorda - conhecido como
confinamento - "decolar", avalia o banco, em relatório assinado pelos
analistas Renato Rasmussen, Adolfo Fontes e Bill Cordingley.
Pelas projeções do Rabobank, a participação da carne bovina oriunda de
gado criado nos confinamentos passará do atual patamar de 10% para
quase 20% em 2023, saltando de 0,9 milhão de toneladas de carne
bovina para 2,5 milhões de toneladas. "Acreditamos que a indústria
brasileira de carne bovina está à beira de uma mudança na direção de
uma rápida intensificação", aponta o relatório.
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Fazendo coro ao otimismo que os frigoríficos nacionais têm sobre o
futuro do setor no Brasil, o Rabobank avalia que o Brasil, já o maior
exportador global de carne bovina, reúne condições únicas para atender
a crescente demanda global por carne bovina. Para tanto, porém, a
pecuária brasileira terá de elevar sua produtividade, que hoje é baixa na
comparação com EUA e Austrália, os principais concorrentes do Brasil.
É nesse contexto, portanto, que o Rabobank projeta o avanço dos
confinamentos. "A resposta para o Brasil aumentar a produção de carne
bovina é a intensificação dos confinamentos", diz o banco. Com a criação
de bovinos em confinamentos na última fase de engorda - etapa em que
o boi magro é alimentado até se tornar boi gordo - o peso médio do
animal abatido nos frigoríficos é não só mais alto como a idade de abate
é menor, elevando a produtividade.
Para elevar a criação de gado em confinamentos, a pecuária brasileira
terá de investir em novas unidades. Pelas contas do banco, o país pode
dobrar a atual capacidade estática de confinamento para 4,5 milhões de
cabeças de bovinos até 2023, o que demandaria investimentos entre US$
250 milhões e US$ 500 milhões nos próximos dez anos.
Com uma capacidade estática de 4,5 milhões de cabeças de gado, os
confinamentos poderiam engordar 9 milhões de bovinos por ano,
considerando duas etapas de confinamento. Atualmente, o sistema de
confinamento no Brasil é usado predominantemente no período da
entressafra, amenizando a menor oferta de gado criado no pasto.
Na avaliação do Rabobank, a necessidade de ampliar a produção de
carne bovina no País não será o único fator de indução dos
confinamentos nos próximos anos. Áreas de pastagens já vêm cedendo
espaço nos últimos anos para a agricultura, em muitos casos mais
rentável. Considerando ainda as restrições ambientais para que a
pecuária avance sobre áreas de florestas, a solução é produzir gado em
menor área, o que favorece os confinamentos.
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De acordo com o Valor Econômico, o cenário de menores preços dos
grãos como soja e milho - os principais insumos da ração dos bovinos no
confinamento - nos próximos anos também é um duplo incentivo. De um
lado, a atividade de confinamento é beneficiada pelo menor custo da
dieta. De outro, agricultores também poderão ingressar na atividade de
confinamento como forma de agregar valor. O Rabobank estima que a
demanda adicional por grãos para ração totalizará 19,1 milhões de
toneladas no ano de 2023.
Fonte: Gabriel Kabad - Capital News - (www.capitalnews.com.br)
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