O drone permite imagens térmicas que identificam plantas tolerantes ao estresse, acelerando pesquisas da Embrapa sobre cana-de-açúcar para biocombustíveis. O IAC busca variedades de cana com alta biomassa e fibras para etanol celulósico. O McDonald's substituirá xarope de milho por açúcar nos EUA por ser mais saudável.
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Drone acelera pesquisas em cana para etanol 2G
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DRONE VAI DAR MAIOR RAPIDEZ
EM PESQUISAS PARA CULTURAS
AGROENERGÉTICAS
Com o uso de uma câmera termográfica embarcada em um
drone, os cientistas da Embrapa têm agora à disposição uma
técnica inovadora que proporciona maior rapidez na avaliação
de plantas. As imagens capturadas permitem identificar e sele-
cionar as plantas mais tolerantes a determinado tipo de estresse
a partir da temperatura da copa. Nesta perspectiva, a Embrapa
Agroenergia adquiriu esses equipamentos para avaliar genóti-
pos de cana-de-açúcar, utilizando as técnicas de fenotipagem
de plantas por imagem.
O pesquisador da EmbrapaAgroenergia, Carlos Sousa, res-
ponsável por esse trabalho, salienta que as novas ferramentas
de fenotipagem de plantas que estão surgindo são complemen-
tares às técnicas tradicionais. No entanto, os resultados obti-
dos possibilitam a avaliação de parâmetros que interferem na
tolerância à seca ou a qualquer outro tipo de estresse abiótico
em plantas como altas ou baixas temperaturas, salinidade, alu-
mínio, seca etc.
Até o momento, utilizando a câmera térmica manualmente,
sem uma plataforma para elevá-la acima da copa das plantas,
somente conseguíamos tirar uma foto lateral do experimento,
explica Sousa. “Estávamos fazendo o registro apenas das plantas
que se encontravam na borda do experimento. A imagem cap-
turada pela câmera a partir do drone nos possibilita uma visão
geral da plantação.”
IAC BUSCA VARIEDADES DE CANA
PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G
Uma variedade com alta capacidade de acúmulo de biomas-
sa, que possibilite a produção de mais litros de etanol por hec-
tare e tenha custos agrícolas reduzidos. É nisso que o Programa
Cana IAC tem focado suas pesquisas. Os estudos visam iden-
tificar variedades com três vezes mais fibras, que serão usadas,
principalmente, para a geração do etanol 2G.
A expectativa é que o IAC disponibilize variedade de ca-
na com esse perfil em três anos. No Centro de Cana IAC, em
Ribeirão Preto, pré-variedades de cana-energia chegam a 6 m
de altura.
Segundo o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier,
a cana-energia tem perfil agronômico diferente das variedades
utilizadas atualmente, em que a preocupação sempre foi de au-
mentar o potencial de acúmulo de açúcares. São dois produtos
diferentes e complementares. “A cana para produção de etanol
2G tem cerca de três vezes mais fibra do que as variedades tra-
dicionais. Estima-se que o custo de produção agrícola seja re-
duzido, pois poderá ser plantada em ambientes mais restritivos
e terá, provavelmente, maior longevidade, podendo chegar a
até dez cortes, o dobro da cana da indústria tradicional”, afirma.
MCDONALD’S ANUNCIA QUE VAI
SUBSTITUIR XAROPE DE MILHO
POR AÇÚCAR
A rede McDonald’s dos Estados Unidos vai substituir
o xarope de milho de alta frutose por açúcar. Segundo a
rede de fast-food, essa mudança é uma forma de simplifi-
car seus ingredientes e satisfazer um público consumidor
cada vez mais consciente e que tem evitado produtos com
xarope de milho, que possui alto teor de frutose e contri-
bui para o ganho de peso e desenvolvimento de diabetes,
segundo pesquisas.
Além dessa mudança, o McDonald’s também está lan-
çando nuggets e alguns produtos para café da manhã que
são livres de conservantes artificiais e tem restringido o
uso de frangos criados com antibióticos. O presidente das
operações da rede no Estados Unidos, Mike Andres, disse
que a mudança radical vai afetar 50% do menu.
ETANOL NA AVIAÇÃO
O setor aéreo mundial deve, até 2050, reduzir suas emis-
sões de CO2
aos níveis de 2005, o que significa baixar pela
metade os patamares atuais. Custos de produção e disponi-
bilidade de matérias-primas ainda representam os maiores
desafios para que as empresas do segmento promovam, em
larga escala, a substituição da gasolina e do querosene de
aviação (QAV) fóssil por outro de origem renovável.
Segundo avaliação do consultor de Emissões e Tec-
nologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNI-
CA), Alfred Szwarc, os biocombustíveis já oferecem um
caminho promissor no segmento aéreo, particularmente no
Brasil. Embora não tenham decolado em termos de merca-
do, o etanol já abastece um número significativo de aviões
agrícola no País.
Na primeira quinzena de julho deste ano, as duas prin-
cipais multinacionais do setor aéreo deram andamento a
um importante programa para a ampliação do uso de bio-
combustíveis. Resultado de uma parceria iniciada em 2012,
que possibilitou a criação de um centro de pesquisas em
São José dos Campos, SP, as companhias apresentaram o
avião Embraer 170, modelo que testará novas tecnologias
de segurança e performance, além de uma mistura de 10%
de bioquerosene de cana ao convencional.
Nos próximos meses, o objetivo central do programa é
comprovar a eficácia da utilização do combustível renová-
vel no sistema Drop In, quando o produto pode ser trans-
portado e adicionado ao querosene mineral na estrutura já
existente, sem que haja nenhum problema de compatibili-
dade em dutos, tanques, bombas de abastecimento, e até
mesmo a necessidade de alterações estruturais nas aerona-
ves em operação.