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Revista Canavieiros - Setembro de 2016
86
Destaque VI
Cuidados diante de avanços e desafios
N
o dia 18 de agosto, a SAA (Se-
cretaria de Agricultura e Abas-
tecimento do Estado de São
Paulo) realizou no IAC (Centro de Cana
do Instituto Agronômico), em Ribeirão
Preto, uma reunião para apresentar as
recomendações técnicas sobre conserva-
ção de solo na cultura de cana-de-açúcar
e o controle da mosca-dos-estábulos.
O evento contou com a presença de
várias autoridades como o secretário
Arnaldo Jardim, dos prefeitos de Santa
Cruz da Esperança, Dimar de Brito, e
de Jardinópolis, José Antonio Jacomini;
de Osmar Ferreira da Silva, represen-
tando o prefeito de Jeriquara, Sebastião
Henrique Dal Piccolo; dos vereadores
de Descalvado, Luiz Carlos Vick Fran-
cisco, e de Itirapuã, Edigar do Carmo
Alves; do chefe do setor de Meio Am-
biente da Prefeitura de Brodowski,
Amauri Ribeiro; do diretor de Agricul-
tura e Meio Ambiente da Prefeitura de
Tabatinga, Mauro Péricles Beneli e do
presidente do Conselho de Desenvolvi-
mento Agrícola de Santa Rita do Passa
Quatro, Almir Luis Ferronato.
Também participaram os presidentes
dos Sindicatos Rurais de Jardinópolis,
Genésio Abadio de Paula e Silva; de Ara-
raquara, João Henrique Freitas; de Ibi-
tinga, Valdecir Vasconcelos; de Batatais,
Rodrigo Benedine; de Ribeirão Preto,
Joaquim Augusto Souza; de Santa Rita
do Passa Quatro, Claudio Lopes do Prado
Junior; bem como o diretor da Copercana
(Cooperativa dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado), Pedro Esrael Bighet-
ti; o gestor da Orplana (Organização de
Plantadores de Cana da Região Centro-
-Sul do Brasil), Celso Albano de Carva-
lho; o supervisor de motomecanização da
Adecoagro, Marcos Alexandre Miguel e
o supervisor de Tecnologia Agrícola da
Adecoagro, Marco Vinícius Rigoni.
Durante a abertura, Jardim chamou
a atenção para os temas indicados, "as-
Diana Nascimento
Secretaria de Agricultura e Abastecimento realiza reunião para apresentar recomendações técnicas
sobre conservação do solo e controle da mosca-dos-estábulos
suntos que estão causando dificuldades
e que nos impõem a lidar com o proble-
ma e nos anteciparmos para evitar que
eles ganhem maior dimensão."
Através de um grupo de estudos co-
ordenado pela pesquisadora do IAC,
Isabella Clerici De Maria, foi criada
uma resolução sobre cuidados com o
manejo do solo e da água em culturas
da cana-de-açúcar.
De acordo com Jardim, a mecaniza-
ção trouxe avanços e também desafios
na questão do manejo do solo. "Tive-
mos avanços com a mecanização. Co-
meçamos a safra no ano passado com
mais de 92% da colheita realizada de
forma mecanizada e isso iria impor ou-
tros desafios como a compactação do
solo. Esta discussão antecipa tendên-
cias, cria possibilidades de resolução e
pactua o que é necessário. Todo o nosso
sistema de extensão rural, Cati (Coor-
denadoria de Assistência Técnica Inte-
Ao comentar sobre os desafios para a
conservação do solo em cana-de-açúcar,
Isabella ressaltou que os resultados são
fruto de um grupo de trabalho formado por
vários pesquisadores além dela:AndréVit-
ti, da Apta Regional (Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios); José Luiz
Fontes, da Assessoria Técnica do Gabine-
Isabella Clerici De Maria, pesquisadora do IAC
gral) e Casas de Agricultura irão traba-
lhar no sentido de orientar e difundir em
parceria com os sindicatos rurais e com
as entidades para fazer com que todos
se conscientizem", defendeu.
Conservação do solo em uma nova realidade
te/SAA; José Osmar Bortoletti, do CDA
(Coordenadoria de Defesa Agropecuária);
Mário Ivo Drugowich, da Cati (Coorde-
nadoria de Assistência Técnica Integral) e
Raffaella Rossetto, daApta Regional.
André Vitti, que apresentou o tema,
disse que a ideia é apontar uma visão bem
Revista Canavieiros - Setembro de 2016
87
global do que se pensa hoje como manejo
conservacionista em função da paisagem.
"Nós temos algumas estratégias
quando falamos em conservação do
solo devido a cobertura, infiltração de
água e o escoamento. Isso se dá atra-
vés de práticas vegetativas. Claro que
temos que relacionar a questão da plan-
ta, as práticas edáficas, que é o manejo
propriamente dito, e a questão de práti-
cas mecânicas, onde temos a movimen-
tação da terra. Esses três fatores levarão
a questão do manejo e da água como
um todo dentro da paisagem", explicou.
O pesquisador salientou que as prá-
ticas quando realizadas isoladamente
perdem o seu efeito. "É importante pen-
sarmos em conservação do solo como
práticas interligadas. Dentro de uma
bacia hidrográfica temos que conhecer
muito bem a área de contribuição. Tam-
bém é importante caracterizar os tipos
de solos envolvidos e quais os seus atri-
butos, pois existem solos com mais ten-
dência à erosão do que outros. Dentro
de uma área temos vários tipos de solo,
temos que conhecer as suas proprieda-
des e suas características, temos desde
solos de textura muito arenosa até solos
com textura mais argilosa."
Para os pesquisadores a conservação
do solo deve ser pensada como uma reen-
genharia, onde é preciso avaliar o tipo de
solo, o grau de resistência a erosão, a pro-
fundidade, a permeabilidade e a textura
do solo. Tudo isso aliada a uma interação
entre as práticas conservacionistas.
Em relação ao preparo de solo e
plantio, Vitti esclarece que é preciso se
atentar à época de plantio em relação ao
tipo de solo. Nos solos mais susceptí-
veis à erosão, é preciso tomar mais cui-
dado em relação ao aspecto aéreo deste
plantio. Quanto mais restritivo for o
solo, mais cuidado temos que tomar e
levar em consideração. Nos solos mais
restritivos é preciso manter a cobertu-
ra do solo, principalmente no período
chuvoso e à medida que a água for di-
minuindo, realiza-se o plantio", sugere
ao dizer que um produtor fez o plantio
em um período com um pouco mais
de água, quando o risco de enxurrada
era menor. "Ao diminuir o período das
águas, ele voltou e plantou. É um tipo
de plantio sustentável."
O estudo também mostra que, em
cana-de-açúcar, a cobertura tem um pa-
pel muito importante nas regiões onde
há deficit hídrico, ajudando a manter o
solo com umidade por mais tempo. Isso
também é uma prática conservacionista.
"É importante realizar o manejo com
todas as práticas interligadas para che-
gar ao final sem problemas de erosão de
solo", pontuou Vitti.
Por sua vez, Isabella destaca que
houve mudanças no sistema de mane-
jo na cultura da cana-de-açúcar com a
colheita mecânica e outras operações
interligadas, o que acabou impactando
a conservação do solo.
"Estamos aprendendo como fazer a
conservação do solo na cultura da cana-
-de-açúcar dentro desta realidade. Foi
em uma palestra ocorrida em outubro
de 2013 que começaram as discussões
gerais sobre os problemas e as soluções
que poderíamos ter", lembra.
Em 2014, a Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo
constituiu o grupo de trabalho para avaliar
os impactos agronômicos e ambientais,
visando à sistematização de áreas com a
otimização da colheita mecanizada.
Desde então, entre as atividades do
grupo estão acompanhar áreas de pes-
quisa ao longo do tempo para chegar a
uma recomendação, a capacitação de
técnicos da secretaria no setor canaviei-
ro nas questões de conservação do solo e
o levantamento técnico, especificando o
manejo e as possíveis práticas conserva-
cionistas para a cultura da cana-de-açú-
car, além de diversas reuniões e visitas
técnicas em áreas de universidades e em
diversas áreas de usinas sempre avalian-
do a questão da conservação do solo.
"Como resultado tivemos uma ver-
são preliminar do Boletim Técnico Re-
comendações Gerais para Conservação
do Solo na Cultura da Cana-de-açúcar,
que foi encaminhado para consulta pú-
blica no mês de março e recebeu várias
sugestões e críticas", descreve Isabella.
A partir desta consulta pública che-
gou-se à primeira versão online em
abril deste ano. Uma nova versão saiu
no mês de junho. A versão para publi-
cação final está prestes a ser realizada.
"O boletim é o resultado do que a gen-
te viu e discutiu no campo e na literatura
que encontramos sobre o assunto. Ele não
esgota totalmente o tema, ainda estamos
evoluindo na busca de soluções para me-
lhor conservação do solo na cana-de-açú-
car.Aideia é que no prazo máximo de três
anos a gente faça uma nova revisão deste
boletim ou que façamos periodicamente
cada vez que tivermos uma nova reco-
mendação", ressalta Isabella ao mencio-
nar que sempre haverá uma solução local
diferente para a conservação do solo.
A pesquisadora frisa ainda que é pre-
ciso colocar mais informações no boletim
e que são necessários mais dados sobre o
conceito da cana totalmente mecanizada,
novas opções de técnicas de plantio e cul-
tura da cana. "Precisamos de mais áreas
onde tenhamos essas interações entre
práticas nos canaviais para avaliar. O se-
tor precisa nos ajudar a fazer a evolução
deste boletim porque para estudar algu-
ma coisa é preciso estar na situação real.
Posso tentar reproduzir alguma situação
em laboratório ou em uma estação experi-
mental, mas o adequado é que façamos as
avaliações no campo e em situação real.
A gente precisa da ajuda do setor exata-
mente para isso, para avaliarmos algumas
práticas e sugestões do setor, trocarmos
informações e chegarmos a uma boa re-
comendação", acrescenta.
Revista Canavieiros - Setembro de 2016
88
Mosca-dos-estábulos, do bagaço e da vinhaça
Outro assunto que foi discutido
durante a reunião foi a incidência da
mosca-dos-estábulos, que gerou a cria-
ção de um grupo de trabalho composto
por técnicos de extensão rural, defesa
agropecuária e institutos de pesquisa
da Pasta que realizará estudos e pro-
jetos para intensificar o controle da
mosca-dos-estábulos nas propriedades
rurais paulistas.
Segundo Jardim, há três problemas
que penalizam a pecuária de forma
dramática. Cálculos já apresentados in-
dicam um impacto de R$ 7 bilhões ao
ano. "Esse é o custo do carrapato, da
mosca-do-chifre e da mosca-dos-está-
bulos. A mosca-dos-estábulos se proli-
ferou por conta dos efeitos recentes na
disposição da palha e na disposição ina-
dequada da vinhaça e por falta de trato
que precisa ser feito nas instalações de
pecuária", enumerou.
Diante do problema, a importância
do manejo da cana-de-açúcar e seus
subprodutos no controle da mosca-dos-
-estábulos foi o tema da apresentação
de Sidney Ezídio Martins, diretor técni-
co da Cati Regional de General Salgado
e membro do grupo de trabalho.
Ele conta que a mosca dos estábulos
data de 1768.Antes conhecida como mos-
ca do gado, a mosca-dos-estábulos hoje
também é chamada de mosca do bagaço
ou mosca da vinhaça. "É um problema
grave que afeta os produtores", afirma.
Como comparativo, a mosca-dos-es-
tábulos é menor do que a mosca domés-
tica e maior do que a mosca do chifre.
Sua evolução depende da temperatura,
umidade e matéria orgânica. Os ovos
são depositados nos substratos de ma-
téria orgânica em decomposição e cada
mosca pode botar até mil ovos. "Ela é
pequena, mas o seu prejuízo pode ser
muito grande", enfatiza Martins.
Antes limitada aos restos de ra-
ções, currais, leiterias, cama de frango
e cama de galinha, a partir de 2010 e
2011, pesquisas da Embrapa mostra-
ram a relação direta entre a elevação da
população de larvas da mosca em torta
de filtro e palhada de cana, revelando a
estreita associação com subprodutos da
indústria da cana.
No entanto, Martins conta que a vi-
nhaça sozinha não é problema. O pro-
blema é a vinhaça com matéria orgâni-
ca, como a palha.
Para minimizar o
problema, o grupo
sugere a adoção
de medidas de
combate complemen-
tares nas usinas e nas
propriedades rurais.
"Nas propriedades rurais as medidas
indicadas são a adoção de boas práticas
sanitárias na propriedade, eliminação
do uso de cama de frango no entorno de
usinas sucroalcooleiras e outros adubos
orgânicos, evitar o acúmulo de umida-
de e utiliza armadilhas para controle",
indica Martins.
Para ele, os surtos da Stomoxys cal-
citrans representam um desafio ao setor
sucroalcooleiro quanto à necessidade de
aplicação de práticas de manejo de sub-
produtos da indústria que reduzam a for-
mação dos criadouros de larvas. Diante
disso, há a necessidade de viabilização
econômica do processamento da vinha-
ça, torta de filtro e cinzas para a produção
de energia, fertilizantes e reutilização da
água, além de mitigar a carga poluidora
da vinhaça sobre o meio ambiente.
Ele salienta que não existe, atual-
mente, solução técnica definitiva para
o problema e, portanto, existe a neces-
sidade urgente de pesquisas científicas
na área (controle biológico, controle
químico nos criadouros e nos animais).
"As ações para minimizar os problemas
devem ser adotadas por ambas as par-
tes, pecuaristas e usineiros. Ações uni-
laterais tem pouca chance de sucesso",
finalizou Martins.
Sidney Ezídio Martins, diretor técnico da Cati
Regional de General Salgado RC
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Conservação do solo na cultura da cana-de-açúcar

  • 1. Revista Canavieiros - Setembro de 2016 86 Destaque VI Cuidados diante de avanços e desafios N o dia 18 de agosto, a SAA (Se- cretaria de Agricultura e Abas- tecimento do Estado de São Paulo) realizou no IAC (Centro de Cana do Instituto Agronômico), em Ribeirão Preto, uma reunião para apresentar as recomendações técnicas sobre conserva- ção de solo na cultura de cana-de-açúcar e o controle da mosca-dos-estábulos. O evento contou com a presença de várias autoridades como o secretário Arnaldo Jardim, dos prefeitos de Santa Cruz da Esperança, Dimar de Brito, e de Jardinópolis, José Antonio Jacomini; de Osmar Ferreira da Silva, represen- tando o prefeito de Jeriquara, Sebastião Henrique Dal Piccolo; dos vereadores de Descalvado, Luiz Carlos Vick Fran- cisco, e de Itirapuã, Edigar do Carmo Alves; do chefe do setor de Meio Am- biente da Prefeitura de Brodowski, Amauri Ribeiro; do diretor de Agricul- tura e Meio Ambiente da Prefeitura de Tabatinga, Mauro Péricles Beneli e do presidente do Conselho de Desenvolvi- mento Agrícola de Santa Rita do Passa Quatro, Almir Luis Ferronato. Também participaram os presidentes dos Sindicatos Rurais de Jardinópolis, Genésio Abadio de Paula e Silva; de Ara- raquara, João Henrique Freitas; de Ibi- tinga, Valdecir Vasconcelos; de Batatais, Rodrigo Benedine; de Ribeirão Preto, Joaquim Augusto Souza; de Santa Rita do Passa Quatro, Claudio Lopes do Prado Junior; bem como o diretor da Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado), Pedro Esrael Bighet- ti; o gestor da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro- -Sul do Brasil), Celso Albano de Carva- lho; o supervisor de motomecanização da Adecoagro, Marcos Alexandre Miguel e o supervisor de Tecnologia Agrícola da Adecoagro, Marco Vinícius Rigoni. Durante a abertura, Jardim chamou a atenção para os temas indicados, "as- Diana Nascimento Secretaria de Agricultura e Abastecimento realiza reunião para apresentar recomendações técnicas sobre conservação do solo e controle da mosca-dos-estábulos suntos que estão causando dificuldades e que nos impõem a lidar com o proble- ma e nos anteciparmos para evitar que eles ganhem maior dimensão." Através de um grupo de estudos co- ordenado pela pesquisadora do IAC, Isabella Clerici De Maria, foi criada uma resolução sobre cuidados com o manejo do solo e da água em culturas da cana-de-açúcar. De acordo com Jardim, a mecaniza- ção trouxe avanços e também desafios na questão do manejo do solo. "Tive- mos avanços com a mecanização. Co- meçamos a safra no ano passado com mais de 92% da colheita realizada de forma mecanizada e isso iria impor ou- tros desafios como a compactação do solo. Esta discussão antecipa tendên- cias, cria possibilidades de resolução e pactua o que é necessário. Todo o nosso sistema de extensão rural, Cati (Coor- denadoria de Assistência Técnica Inte- Ao comentar sobre os desafios para a conservação do solo em cana-de-açúcar, Isabella ressaltou que os resultados são fruto de um grupo de trabalho formado por vários pesquisadores além dela:AndréVit- ti, da Apta Regional (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios); José Luiz Fontes, da Assessoria Técnica do Gabine- Isabella Clerici De Maria, pesquisadora do IAC gral) e Casas de Agricultura irão traba- lhar no sentido de orientar e difundir em parceria com os sindicatos rurais e com as entidades para fazer com que todos se conscientizem", defendeu. Conservação do solo em uma nova realidade te/SAA; José Osmar Bortoletti, do CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária); Mário Ivo Drugowich, da Cati (Coorde- nadoria de Assistência Técnica Integral) e Raffaella Rossetto, daApta Regional. André Vitti, que apresentou o tema, disse que a ideia é apontar uma visão bem
  • 2. Revista Canavieiros - Setembro de 2016 87 global do que se pensa hoje como manejo conservacionista em função da paisagem. "Nós temos algumas estratégias quando falamos em conservação do solo devido a cobertura, infiltração de água e o escoamento. Isso se dá atra- vés de práticas vegetativas. Claro que temos que relacionar a questão da plan- ta, as práticas edáficas, que é o manejo propriamente dito, e a questão de práti- cas mecânicas, onde temos a movimen- tação da terra. Esses três fatores levarão a questão do manejo e da água como um todo dentro da paisagem", explicou. O pesquisador salientou que as prá- ticas quando realizadas isoladamente perdem o seu efeito. "É importante pen- sarmos em conservação do solo como práticas interligadas. Dentro de uma bacia hidrográfica temos que conhecer muito bem a área de contribuição. Tam- bém é importante caracterizar os tipos de solos envolvidos e quais os seus atri- butos, pois existem solos com mais ten- dência à erosão do que outros. Dentro de uma área temos vários tipos de solo, temos que conhecer as suas proprieda- des e suas características, temos desde solos de textura muito arenosa até solos com textura mais argilosa." Para os pesquisadores a conservação do solo deve ser pensada como uma reen- genharia, onde é preciso avaliar o tipo de solo, o grau de resistência a erosão, a pro- fundidade, a permeabilidade e a textura do solo. Tudo isso aliada a uma interação entre as práticas conservacionistas. Em relação ao preparo de solo e plantio, Vitti esclarece que é preciso se atentar à época de plantio em relação ao tipo de solo. Nos solos mais susceptí- veis à erosão, é preciso tomar mais cui- dado em relação ao aspecto aéreo deste plantio. Quanto mais restritivo for o solo, mais cuidado temos que tomar e levar em consideração. Nos solos mais restritivos é preciso manter a cobertu- ra do solo, principalmente no período chuvoso e à medida que a água for di- minuindo, realiza-se o plantio", sugere ao dizer que um produtor fez o plantio em um período com um pouco mais de água, quando o risco de enxurrada era menor. "Ao diminuir o período das águas, ele voltou e plantou. É um tipo de plantio sustentável." O estudo também mostra que, em cana-de-açúcar, a cobertura tem um pa- pel muito importante nas regiões onde há deficit hídrico, ajudando a manter o solo com umidade por mais tempo. Isso também é uma prática conservacionista. "É importante realizar o manejo com todas as práticas interligadas para che- gar ao final sem problemas de erosão de solo", pontuou Vitti. Por sua vez, Isabella destaca que houve mudanças no sistema de mane- jo na cultura da cana-de-açúcar com a colheita mecânica e outras operações interligadas, o que acabou impactando a conservação do solo. "Estamos aprendendo como fazer a conservação do solo na cultura da cana- -de-açúcar dentro desta realidade. Foi em uma palestra ocorrida em outubro de 2013 que começaram as discussões gerais sobre os problemas e as soluções que poderíamos ter", lembra. Em 2014, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo constituiu o grupo de trabalho para avaliar os impactos agronômicos e ambientais, visando à sistematização de áreas com a otimização da colheita mecanizada. Desde então, entre as atividades do grupo estão acompanhar áreas de pes- quisa ao longo do tempo para chegar a uma recomendação, a capacitação de técnicos da secretaria no setor canaviei- ro nas questões de conservação do solo e o levantamento técnico, especificando o manejo e as possíveis práticas conserva- cionistas para a cultura da cana-de-açú- car, além de diversas reuniões e visitas técnicas em áreas de universidades e em diversas áreas de usinas sempre avalian- do a questão da conservação do solo. "Como resultado tivemos uma ver- são preliminar do Boletim Técnico Re- comendações Gerais para Conservação do Solo na Cultura da Cana-de-açúcar, que foi encaminhado para consulta pú- blica no mês de março e recebeu várias sugestões e críticas", descreve Isabella. A partir desta consulta pública che- gou-se à primeira versão online em abril deste ano. Uma nova versão saiu no mês de junho. A versão para publi- cação final está prestes a ser realizada. "O boletim é o resultado do que a gen- te viu e discutiu no campo e na literatura que encontramos sobre o assunto. Ele não esgota totalmente o tema, ainda estamos evoluindo na busca de soluções para me- lhor conservação do solo na cana-de-açú- car.Aideia é que no prazo máximo de três anos a gente faça uma nova revisão deste boletim ou que façamos periodicamente cada vez que tivermos uma nova reco- mendação", ressalta Isabella ao mencio- nar que sempre haverá uma solução local diferente para a conservação do solo. A pesquisadora frisa ainda que é pre- ciso colocar mais informações no boletim e que são necessários mais dados sobre o conceito da cana totalmente mecanizada, novas opções de técnicas de plantio e cul- tura da cana. "Precisamos de mais áreas onde tenhamos essas interações entre práticas nos canaviais para avaliar. O se- tor precisa nos ajudar a fazer a evolução deste boletim porque para estudar algu- ma coisa é preciso estar na situação real. Posso tentar reproduzir alguma situação em laboratório ou em uma estação experi- mental, mas o adequado é que façamos as avaliações no campo e em situação real. A gente precisa da ajuda do setor exata- mente para isso, para avaliarmos algumas práticas e sugestões do setor, trocarmos informações e chegarmos a uma boa re- comendação", acrescenta.
  • 3. Revista Canavieiros - Setembro de 2016 88 Mosca-dos-estábulos, do bagaço e da vinhaça Outro assunto que foi discutido durante a reunião foi a incidência da mosca-dos-estábulos, que gerou a cria- ção de um grupo de trabalho composto por técnicos de extensão rural, defesa agropecuária e institutos de pesquisa da Pasta que realizará estudos e pro- jetos para intensificar o controle da mosca-dos-estábulos nas propriedades rurais paulistas. Segundo Jardim, há três problemas que penalizam a pecuária de forma dramática. Cálculos já apresentados in- dicam um impacto de R$ 7 bilhões ao ano. "Esse é o custo do carrapato, da mosca-do-chifre e da mosca-dos-está- bulos. A mosca-dos-estábulos se proli- ferou por conta dos efeitos recentes na disposição da palha e na disposição ina- dequada da vinhaça e por falta de trato que precisa ser feito nas instalações de pecuária", enumerou. Diante do problema, a importância do manejo da cana-de-açúcar e seus subprodutos no controle da mosca-dos- -estábulos foi o tema da apresentação de Sidney Ezídio Martins, diretor técni- co da Cati Regional de General Salgado e membro do grupo de trabalho. Ele conta que a mosca dos estábulos data de 1768.Antes conhecida como mos- ca do gado, a mosca-dos-estábulos hoje também é chamada de mosca do bagaço ou mosca da vinhaça. "É um problema grave que afeta os produtores", afirma. Como comparativo, a mosca-dos-es- tábulos é menor do que a mosca domés- tica e maior do que a mosca do chifre. Sua evolução depende da temperatura, umidade e matéria orgânica. Os ovos são depositados nos substratos de ma- téria orgânica em decomposição e cada mosca pode botar até mil ovos. "Ela é pequena, mas o seu prejuízo pode ser muito grande", enfatiza Martins. Antes limitada aos restos de ra- ções, currais, leiterias, cama de frango e cama de galinha, a partir de 2010 e 2011, pesquisas da Embrapa mostra- ram a relação direta entre a elevação da população de larvas da mosca em torta de filtro e palhada de cana, revelando a estreita associação com subprodutos da indústria da cana. No entanto, Martins conta que a vi- nhaça sozinha não é problema. O pro- blema é a vinhaça com matéria orgâni- ca, como a palha. Para minimizar o problema, o grupo sugere a adoção de medidas de combate complemen- tares nas usinas e nas propriedades rurais. "Nas propriedades rurais as medidas indicadas são a adoção de boas práticas sanitárias na propriedade, eliminação do uso de cama de frango no entorno de usinas sucroalcooleiras e outros adubos orgânicos, evitar o acúmulo de umida- de e utiliza armadilhas para controle", indica Martins. Para ele, os surtos da Stomoxys cal- citrans representam um desafio ao setor sucroalcooleiro quanto à necessidade de aplicação de práticas de manejo de sub- produtos da indústria que reduzam a for- mação dos criadouros de larvas. Diante disso, há a necessidade de viabilização econômica do processamento da vinha- ça, torta de filtro e cinzas para a produção de energia, fertilizantes e reutilização da água, além de mitigar a carga poluidora da vinhaça sobre o meio ambiente. Ele salienta que não existe, atual- mente, solução técnica definitiva para o problema e, portanto, existe a neces- sidade urgente de pesquisas científicas na área (controle biológico, controle químico nos criadouros e nos animais). "As ações para minimizar os problemas devem ser adotadas por ambas as par- tes, pecuaristas e usineiros. Ações uni- laterais tem pouca chance de sucesso", finalizou Martins. Sidney Ezídio Martins, diretor técnico da Cati Regional de General Salgado RC Destaque VI