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Artigo


            FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
            Resumo                                                                                             Myrlla Galdino R. S. Santos e
                                                                                                               Cheila Gonçalves Mothé*
            A energia tem sido através da historia a base do desenvolvimento das civilizações. Nos dias        Departamento de Processos
            atuais são cada vez maiores as necessidades energéticas para a produção de alimentos, bens         Orgânicos (DPO), Escola de
            de consumo, bens de serviço e de produção, lazer e, finalmente, para promover o desen-             Química
            volvimento econômico, social e cultural. É assim, evidente a importância da energia não só         CT, Universidade Federal do
                                                                                                               Rio de Janeiro (UFRJ)
            no contexto das grandes nações industrializadas, mas principalmente naquelas em via de
            desenvolvimento, cujas necessidades energéticas são ainda mais dramáticas e prementes.             *Autora para correspondência:
            O termo fonte alternativa de energia não deriva apenas de uma alternativa eficiente, ele é         CEP: 21949-900. Rio de
            sinônimo de uma energia limpa, pura, não poluente, a princípio inesgotável e que pode ser          Janeiro. RJ
            encontrada em qualquer lugar pelo menos a maioria na natureza.                                     E-mail: cheila@eq.ufrj.br e
                                                                                                               myrllagaldino@ufrj.br

            Palavras-chave: energia alternativa, biomassa, energia eólica, energia solar e célula a com-
            bustível


            summaRy
            Energy has been through history the basis of the development of the civilizations. Nowa-
            days the energy necessary for the production of food, consumer goods, production and
            service goods, leisure, and finally to promote economic, social and cultural development is
            increasing. It is thus, evident the importance of energy not only in the context of the great
            industrialized nations, but mainly for those under development, whose energy needs are
            still more dramatic and urgent. The term ‘alternative source of energy’ does not only come
            from an efficient alternative, it is synonymous with a non-polluting, pure and clean type of
            energy, originally inexhaustible and which also can be found anywhere or at least in most
            parts of the environment.

            Keywords: alternative energy, biomass, wind energy, sun energy, combustive cell



            IntRodução
                Desde o início do século XX, o mundo tem sofrido com           a natureza, são renováveis, e por isso perene. Exemplos de
            a exploração de seus recursos naturais, com a poluição da          fontes renováveis incluem a energia solar (painel solar, célu-
            atmosfera e com a degradação do solo. O petróleo, por              la fotovoltaica), a energia eólica (turbina eólica, cata-vento),
            exemplo, considerado uma fonte tradicional de energia, foi         a energia hídrica (roda d’água, turbina aquática), a biomassa
            tão continuamente extraído que seus poços já começam a se          (matéria de origem vegetal) e as células a combustível.
            esgotar, pouco menos de 100 anos após o início de sua utiliza-
            ção efetiva. O carvão, um recurso ainda mais antigo, também        Energia solar
            é considerado esgotável. A energia nuclear, da mesma for-
            ma, nos alerta para o perigo dos resíduos radioativos. O uso           Praticamente inesgotável, a energia solar pode ser usada
            das fontes tradicionais traça sua trajetória ao declínio, não só   para a produção de eletricidade através de painéis solares e
            pela sua característica efêmera, mas porque é uma ameaça ao        células fotovoltaicas. No Brasil, a quantidade de sol abundan-
            meio ambiente. Na esteira da questão ecológica, as chama-          te durante quase todo o ano estimula o uso deste recurso.
            das “fontes alternativas de energia” ganham um espaço cada         Existem duas formas de utilizar a energia solar: ativa e passiva.
            vez maior. Essas fontes alternativas, além de não prejudicar       O método ativo se baseia em transformar os raios solares


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Ed 32 Energia.indd 2                                                                                                                      17/12/2007 20:01:22
em outras formas de energia térmica ou elétrica (Figuras 1
           e 2) enquanto o passivo é utilizado para o aquecimento de
           edifícios ou prédios, através de concepções e estratégias
           construtivas como mostra a Figura 3. Esta aplicação é mais
           comum na Europa, onde o frio demanda opções para a cale-
           fação. Os painéis fotovoltaicos são uma das mais promissoras
           fontes de energia renovável. A principal vantagem é a quase
           total ausência de poluição. No entanto, a grande limitação
           dos dispositivos fotovoltaicos é seu baixo rendimento. Outro
           inconveniente são os custos de produção dos painéis, eleva-
           dos devido à pouca disponibilidade de materiais semicondu-
           tores (1). A torre solar, ilustrada na Figura 2, trata-se de um             Figura1. Instalação fotovoltaica instalada ao nível do solo. [25]
           projeto australiano que consiste na construir uma enorme
           torre com cerca de 1 quilômetro de altura, no meio de vin-
           te quilômetros quadrados de painéis solares. Esta central de
           energia solar, gera calor, que formando uma corrente de ar,
           de aproximadamente 50 km/hora, que movimenta cerca de
           30 turbinas, produzindo cerca de 200 megawatts.
                A Figura 4 mostra as principais patentes relacionadas a
           energia solar de 1976 a 2007, onde pode ser observado que
           o Japão com 52% é o maior detentor do número de patentes
           registradas no mundo.

           Energia eólica

               A energia eólica é a energia gerada pelo vento. Utilizada
           há anos sob a forma de moinhos de vento, pode ser canaliza-
           da pelas modernas turbinas eólicas ou pelo tradicional cata-                Figura 2. Torre Solar [24]



            Tabela 1. Projetos Implementados no Brasil em 2007
                                                                                        Capacidade             Produção Anual
                       Estado                  Local                  Geradores                                                               Estado Atual
                                                                                         Instalada                Prevista
                                               Taíba                  ENERCON                5 MW                 17.500 MWh                     Operação
                                             Prainha                  ENERCON               10 MW                 35.000 MWh                     Operação
                                            Mucuripe                      TAKE             1,2 MW                  3.800 MWh                     Operação
                       Ceará
                                            Paracurú                         -              30 MW                         -                        Estudo
                                            Camocim                          -              30 MW                         -                        Estudo
                                            Morro do
                 Minas Gerais                                             TAKE             1,0 MW                   800 MWh                      Operação
                                           Camelinho
                                           Vila Joanes                 BERGEY               40 KW                         -                      Operação
                        Pará                Costa NE                         -             100 MW                         -                        Estudo
                                             Palmas I                 ENERCON              2,5 MW                  7.000 MWh                     Operação
                                            Palmas II                 ENERCON              9,5 MW                         -                        Estudo
                       Paraná
                                            Palmas III                ENERCON               75 MW                         -                        Estudo
                 Pernambuco                F. Noronha              FOLKCENTER               75 KW                         -                      Operação
               Rio de Janeiro               Cabo Frio                        -              10 MW                         -                        Estudo
            Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/tutorial/eolica/apstenergiaeolica.htm


           Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32                                                                                               57



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Artigo




                                                                                                                        1- coletor
                                                                                                                        2- acumulador
                                                                                                                        3- Caldeira de calefação
                                                                                                                        4- Estação solar
                                                                                                                        5- Consumidor de água quente
                                                                                                                           (por exemplo: chuveiro)




           Figura 3. Estação solar térmica para aquecimento de água potável em residências. [26]




                                                                                            de energia elétrica em grande escala, só são interessantes
                                                                                            regiões que tenham ventos com velocidade média de 6 m/
                                                                                            seg ou superior. Outra restrição presente no aproveitamento
                                                                                            da energia eólica é a questão do espaço físico, uma vez que
                                                                                            tanto as turbinas quanto os cata-ventos são instalações mecâ-
                                                                                            nicas grandes e ocupam áreas extensas. Todavia, seu impacto
                                                                                            ambiental é mínimo, tanto em termos de ruído quanto no
                                                                                            ecossistema (1).

                                                                                            Biomassa
           Figura 4. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à energia solar
           por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO [29].
                                                                                                A biomassa é definida como “a fração biodegradável de
                                                                                            produtos e resíduos da agricultura incluindo substâncias ve-
                                                                                            getais e animais, da floresta e das indústrias conexas, bem
            vento, como mostra a Figura 5. Os especialistas explicam que                    como a fração biodegradável dos resíduos industriais e urba-
            no Brasil há ventos favoráveis para a ampliação dos instru-                     nos” (2). A biomassa aparenta ser a maior e a mais sustentá-
            mentos eólicos (Tabela 1). A Figura 6 ilustra a quantidade de                   vel fonte de energia alternativa renovável, composta por 220
            patentes existentes desta forma de energia, sendo a maioria                     bilhões de toneladas de matéria seca anual (aproximadamen-
            dos Estados Unidos com 83% dos pedidos. A energia cinética                      te 4.500 EJ), pronta para uso energético (1). Outros autores
            resultante do deslocamento das massas de ar pode ser trans-                     reduzem o potencial efetivamente sustentável para cerca de
            formada em energia mecânica ou elétrica. Para a produção                        3.000 EJ, donde o valor médio observado nos cenários (270


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Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Artigo


                                                                               patentes existentes relacionadas ao biodiesel, sendo os Esta-
                                                                               dos Unidos o maior detentor com 72% destas.

                                                                               Células a combustível

                                                                                   Energia fácil e barata, sem gerar poluição, capaz de movi-
                                                                               mentar veículos, como mostra as Figuras 10 a 12, e produzir
                                                                               eletricidade para uso comercial e residencial. A célula a com-
                                                                               bustível se baseia no uso de hidrogênio como combustível e
                                                                               é possível obter energia em grande quantidade, e, além disso,
                                                                               o produto da queima do hidrogênio é a água, que não polui
                                                                               de forma alguma. Embora o conhecimento do princípio de
                                                                               funcionamento da célula a combustível seja bastante antigo, o
           Figura 5. Cata-vento. (26)
                                                                               entendimento de como ela realmente funciona é relativamen-
                                                                               te recente. Enquanto uma bateria comum leva o seu combus-
            EJ) é apenas marginal e constitui o que pode ser prontamen-        tível e o seu comburente no interior, na célula a combustível
            te aproveitado, com custos competitivos, considerando as           um gás, como o hidrogênio e o comburente oxigênio são
            barreiras culturais e de portabilidade da energia (4). Há três     bombeados para o seu interior e a combinação de ambos e
            classes de biomassa: as biomassas sólidas, líquidas e gasosas.     os eletrodos especiais resultam em eletricidade, que pode ser
            A biomassa sólida tem como fonte os produtos e os resíduos         usada para alimentar um circuito externo. As vantagens desse
            das florestas (Figura 7), os resíduos da agricultura (Figura 8),   sistema são inúmeras, mas a principal está na possibilidade de
            e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.       fornecimento de energia na forma constante e ilimitada. Ti-
            A biomassa líquida existe em uma série de biocombustíveis          pos de células são: MCFC (maltem carbonate fuel cell), SOFC
            com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas         (solid oxid fuel cell), PAFC (phosphoric acid fuel cell), e as
            “culturas energéticas”. Como exemplos: o biodiesel, obtido         mais usuais PEM (próton exchange membrane). Há aplicações
            a partir de óleos vegetais; o etanol, produzido pela fermen-       recentes deste tipo de energia; o NEBUS (na Alemanha) (Fi-
            tação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose); e o        guras 13 e 14) é um ônibus que utiliza células de hidrogênio
            metanol, gerado pela síntese do gás natural. Já a biomassa         com 250KW de potência sem poluição alguma. Subtraindo a
            gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenien-         potência necessária ao próprio funcionamento da célula, que
            tes da agroindústria e do meio urbano. É achada também nos         se converte em calor para a alimentação do sistema elétrico
            aterros de RSU (resíduos sólidos urbanos). Estes resíduos          e de ar condicionado, sobra para a propulsão 190KW que
            são resultados da degradação biológica anaeróbia da matéria        corresponde a uma potência de 260CV e autonomia para
            orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás       250KM, com um tanque de 45m3 de Hidrogênio (1). A Figura
            carbônico. Esses materiais são submetidos à combustão para         15 mostra a quantidade de patentes existentes desta forma
            a geração de energia (1). A Figura 9 retrata a quantidade de       de energia, sendo o líder de pedidos o Japão com 53%.



           Tabela 2. Composição da matriz de energia
                           Fonte             Brasil (%)    Mundo (%)
                 Biomassa moderna                23,0           1,7
               Biomassa tradicional               8,5           9,5
                       Carvão mineral             6,0          23.2
               Energia Hidroelétrica             14,0           2,2
                   Energia Nuclear                1,8           6,5
                        Gás natural               7,5          21,1
                          Petróleo               43,1          35,3
                   Outras energias                0,1           0,5
                     renováveis
                                                                               Figura 6. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à
           Fonte: IEA (Mundo) e MME (Brasil), 2000.                            energia eólica por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29)


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Figura 8. Resíduo vegetal proveniente da agricultura. (20)




           Figura 7. Biomassa sólida (resíduos florestais). (27)

                                                                               Figura 9. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas ao biodiesel
                                                                               por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29)
            Importância do uso de fontes alternativas de energia

                 Atualmente, a matriz energética mundial está baseada no pe-   por automóveis e caminhões são responsáveis pela emissão de
            tróleo, contudo isto está caminhando em direção ao declínio da     67% do monóxido de carbono (CO), 41% dos óxidos de nitrogê-
            produção. Tendo isso em vista o estudo da utilização de fontes     nio (NOx), 51% dos gases orgânicos reativos, 23% dos materiais
            alternativas de energia se tornará imprescindível no futuro. As-   particulados e 5% do dióxido de enxofre (SO2). Além disso, o
            sociado a isso, há o fator ambiental, por exemplo, ao contrapor    setor de transportes também é responsável por quase 30% das
            o uso do petróleo e o de biomassa como fontes de energia em        emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais res-
            veículos automotivos constatam-se os danos causados pelo pri-      ponsáveis pelo aquecimento global (6). Um dos principais impac-
            meiro ao meio ambiente, são muito maiores do que quando se         tos ambientais causados pela queima de combustíveis é o Efeito
            utiliza a mesma quantidade de biomassa. A utilização do petróleo   Estufa. Nos últimos anos, a concentração de dióxido de carbono
            traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo de       na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4% anualmente (Figuras
            extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção        16 e 17); este aumento se deve à utilização de petróleo, gás e
            de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem         carvão e à destruição das florestas tropicais.
            durante o transporte de combustível, com vazamentos em gran-           A concentração de outros gases que contribuem para
            de escala de oleodutos e navios petroleiros (5). O consumo de      o Efeito Estufa, tais como o metano e os clorofluorcar-
            combustíveis fósseis derivados do petróleo apresenta um impac-     bonetos também aumentaram rapidamente (7). O efeito
            to significativo na qualidade do meio ambiente. A poluição do      conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumen-
            ar, as mudanças climáticas, os derramamentos de óleo e a ge-       to da temperatura global (Aquecimento Global). Especia-
            ração de resíduos tóxicos são resultados do uso e da produção      listas em alterações climáticas indicam que o planeta vai
            desses combustíveis. A poluição do ar das grandes cidades é,       aquecer entre 1,8 e 4 graus Celsius até o final do século,
            provavelmente, o mais visível impacto da queima dos derivados      o que fará subir o nível dos mares até 58 centímetros,
            de petróleo. Nos Estados Unidos, os combustíveis consumidos        multiplicando as secas e ondas de calor (8). O relatório do


           Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32                                                                                       61



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Artigo


                                                                 Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
                                                                 de 2001 mostrou que o nível total de emissão de CO2 em
                                                                 2000 foi de 6,5 bilhões de toneladas. Entre 2002 e 2003, a
                                                                 taxa de acumulação de gás carbônico (CO2) na atmosfera
                                                                 da Terra aumentou acentuadamente, despertando entre
                                                                 os cientistas o temor de que os efeitos do aquecimento
                                                                 global possa se manifestar mais rapidamente do que o es-
                                                                 perado. Os níveis de CO2 aumentaram mais de 2 ppm ao
                                                                 longo dos biênios 2001/2002 e 2002/2003. Nos anos an-
                                                                 teriores, essa taxa de crescimento havia sido de 1,5 ppm,
                                                                 o que já era um fator elevado (6).
                                                                     Emissão de CO2: A emissão de CO2 foi calculada usando o
                                                                 arquivo de energia do IEA e métodos usuais, fatores de emis-
                                                                 são da Diretriz Revisada IPCC 1996 para Inventário de Gás
                                                                 do Efeito Estufa Nacional, IPCC/OECD/IEA Paris, 1997.
           Figura 10. Carro movido à célula de hidrogênio (15)




                                                                 Figura 13. Nebus (ônibus movido a célula de hidrogênio). (14)




           Figura 11. Célula a combustível portátil (19)




                                                                 Figura 14. Nebus. (11)


                                                                                    Patentes: Célula a Combústivel
                                                                                   15%
                                                                              1%                                             USA
                                                                                                               18%
                                                                             2%                                              Japão
                                                                                                                             Brasil
                                                                       11%
                                                                                                                             Canadá
                                                                                                                             França
                                                                             0%
                                                                                                                             Taiwan
                                                                                                                             Alemanha
                                                                                                           53%

                                                                 Figura 15. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à célula a
           Figura 12. Célula comercial 250 KW. (19)              combustível por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29)


            62                                                         Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Artigo



                                                 1973                                                                     2004
                                                            15661 Mt de CO2                                                        26583 Mt de CO2


                           Petróleo,                                                                 Petróleo,
                             50,70%                                Carvão,                                                                    Carvão,
                                                                                                      39,90%
                                                                      35%                                                                      40 %


                                                                                                                                      ,
                                                                                                                                          Outros,
                                                Gas, 14,30%                                                         Gas, 19,8 %            0,30%



           Figura 16. Emissão de CO2 por combustível utilizado (1973 e 2004). Adaptado de: International Energy Agency (IEA): Key World Energy Statistics. (22)




           Figura 17. Mapa indicador da emissão de CO2 no mundo. Fonte: IEA, 2006. Adaptado de: (16)



            Panorama energético atual e perspectivas futuras                               tish Petroleum, em seu estudo “Revisão Estatística de Energia
                                                                                           Mundial de 2004”, afirma que atualmente as reservas mundiais
                A demanda projetada de energia no mundo aumentará                          de petróleo durariam em torno de 41 anos, as de gás natural, 67
            1,7% ao ano, de 2000 a 2030, quando alcançará 15,3 bilhões                     anos, e as reservas brasileiras de petróleo, 18 anos.
            de toneladas equivalentes de petróleo (TEP, ou TOE, na sigla                       A matriz energética mundial (Figuras 18 e 19) tem parti-
            internacional, em inglês) por ano, de acordo com o cenário                     cipação total de 80% de fontes de carbono fóssil, sendo 36%
            base traçado pelo Instituto Internacional de Economia (Mussa,                  de petróleo, 23% de carvão e 21% de gás natural (Tabela
            2003). Em condições, ceteris paribus, sem alteração da matriz                  2). O Brasil se destaca entre as economias industrializadas
            energética mundial, os combustíveis fósseis responderiam por                   pela elevada participação das fontes renováveis em sua matriz
            90% do aumento projetado na demanda mundial, até 2030.                         energética. Isso se explica por alguns privilégios da natureza,
                Entretanto, o esgotamento progressivo das reservas mundiais                como uma bacia hidrográfica contando com vários rios de
            de petróleo é uma realidade cada vez menos contestada. A Bris-                 planalto, fundamental a produção de eletricidade (14%), e o


           64                                                                                     Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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tável, assim como resíduos rurais (pecuária e agricultura) e
              45                                                   Petróleo
                                                                                           urbanos (incluindo material sólido e efluente líquido).
              40                                                   Carvão mineral
              35
                                                                   Gás natural             Demanda de energia
              30
                                                                   Biomassa tradicional
              25
                                                                                               Em meados de 2000 a população mundial era de 6,079
              20                                                   Energia nucleat
                                                                                           bilhões de pessoas (Total Midyear Population for the World:
              15                                                   Energia Hidroelétrica
                                                                                           1950-2050) consumindo energia a uma taxa total de 13,345
              10
                                                                   Biomassa moderna        TW (International Energy Annual 2001: Consumption (Btu),
                5
                                                                   Outras energias         que corresponde a uma média de consumo de 2,195 kW/
                0                                                  renováveis
               %         Brasil              Mundo                                         pessoa. Os Estados Unidos, com 4,63% da população mun-
                                                                                           dial, consumiram 24,90% da energia total a uma média de
           Figura 18. Composição percentual da matriz energética
                                                                                           11,81 Kw/pessoa. Para efeito de comparação, o Brasil, com
                                                                                           2,79% da população mundial, consumiu 2,26% da energia total
                                                                                           numa média de 1,779 Kw/pessoa. Isto nos dá um exemplo do
           fato de ser o maior país tropical do mundo, um diferencial                      grande desequilíbrio no uso das reservas de energia entre pa-
           positivo para a produção de energia de biomassa (23%) (9).                      íses altamente industrializados e países em desenvolvimento.
           As figuras de 20 a 22 retratam a divisão do abastecimento                       Também dá uma visão do aumento na demanda por energia,
           energético no Brasil, na Europa e na América do Norte, res-                     em um futuro próximo, devido tanto ao crescimento popu-
           pectivamente.                                                                   lacional como à expectativa de crescimento econômico dos
               A biomassa tradicional é usada principalmente de modos                      países em desenvolvimento. A situação mostra-se ainda pior
           ineficientes, como em fornos de cozinha primitivos, altamen-                    em países subdesenvolvidos (Figura 23). A população mundial
           te poluentes, usados por populações rurais pobres, que em                       em meados de 2003 atingiu 6,302 bilhões de pessoas e deve
           muitos casos levam ao desflorestamento. A biomassa moder-                       se estabilizar num valor um pouco abaixo de 10 bilhões de
           na se refere à biomassa produzida de maneira sustentável e                      pessoas em meados do século. Considerando um aumento
           usada para geração de eletricidade e produção de calor e                        relativamente pequeno na média de consumo até 3 Kw/habi-
           combustíveis líquidos para transporte. Isso inclui resíduos                     tante, resulta um valor assintótico da taxa de consumo total
           vegetais e florestais de reflorestamento e/ou manejo susten-                    de energia da ordem de 30 TW (10).




           Figura 19. Mapa indicador da produção energética mundial. Fonte: Adaptado de IEA Energy Statistics, 2006 (17)


           Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32                                                                                     65



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Artigo


               Estimativas do uso de energia no mundo indicam que a
           demanda de energia, em meados do século XXI, pode ul-
           trapassar consideravelmente a energia fornecida por fontes
           convencionais. O déficit em energia se torna maior depois do
           esgotamento dos combustíveis fósseis, que deve se dar nos
           próximos 100 anos (Figura 24).
               A Figura 25 mostra a oferta de energia renovável por re-
           gião e estima a tendência de aumento da oferta de fontes de
           energias renováveis para o ano de 2020.

           Aspectos econômicos
                                                                                           Figura 21. Divisão do abastecimento total de energia primária referente à
              O auge da produção de qualquer recurso não renovável é                       OECD Europa, 2004. Adaptado de: (18)
           um ponto muito crítico. Nessa altura, a demanda permanece a



                                                            Carvão, 7%
                        Petroleo                               Geotermica
                        42,90%                                 solar/eólica
                                                                0,10%
                                                                  Comb.
                        Gas,                                       Renováveis
                        7,80%                                      27%
                            Nuclear
                            1,50%            Hidro,
                                             13,70%
                                                          Total: 204847 Ktoe

           Figura 20. Divisão do abastecimento total de energia primária referente ao     Figura 22. Divisão do abastecimento total de energia primária referente à
           Brasil, 2004. Adaptado de: (18)                                                OECD América do Norte, 2004. Adaptado de: (18)




           Figura 23. Mapa do suprimento mundial de energia primária. Fonte: Adaptado de IEA Energy Statistics, 2006.(21)


           66                                                                                    Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Artigo



                                                            Demanda mundial de energia
                                                            Disponibilidade de energia (fóssil, hidrica, fissão não-regenerativa)



                                                    30

                                                                                                         Carência a ser suprida
                             Potência (TeraWatts)




                                                                                                         por fontes alternativas
                                                    20




                                                    10



                                                     0
                                                     1980     2000       2020       2040        2060       2080       2100      2120
                                                                                          Ano

           Figura 24. Demanda de energia no mundo. Adaptado de: (10)




           Figura 25. Oferta de Energia Renovável por região (Mtoe) até 2020. Adaptado de: (22)


           68                                                                                   Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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mesma, porém com menor abastecimento o que acarreta em                         posição inclui fontes renovável tais como solar, eólica, biomassa
            um rápido aumento nos custos. Historicamente, picos na produ-                  etc. Recentes aumentos no preço podem indicar que estamos
            ção de recursos minerais têm estado muito próximos ao ponto                    muito próximo ao pico da curva. Com o petróleo no momento
            médio relativo à curva de produção. A Figura 26 ilustra a pro-                 por volta de U$ 60/ barril, o preço está 50-60% acima do pre-
            dução global de petróleo é conhecida como Curva Hubbert (em                    ço que economistas têm como ótimo para manter a supremacia
            analogia ao seu inventor, Dr M. Monarca Hubbert). No caso de                   deste óleo como uma fonte de energia. Portanto o custo já está
            petróleo, uma vez passado o auge da produção na curva, outras                  em um patamar onde o uso de fontes alternativas de energia
            fontes de energia transformar-se-ão mais econômicas. Esta dis-                 torna-se viável (Figura 27).




                                     80

                                     70
                        Milhões de
                        barris/dia
                                     60

                                     50

                                     40
                                                                                   ponto médio mundial
                                     30

                                     20

                                     10
                                      1950                  1970                 1990                2010              2030              2050

           Figura 26. Produção Global de Petróleo em milhões de Barril por dia. Pico de Hubbert.
           Adaptado de: http://www.daviesand.com/Perspectives/Forest_Products/Oil_Reserves/




           Figura 27. Preço do óleo Cru em dólar americano por barril. Adaptado de: (22)


           Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32                                                                                         69



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Artigo

                *Nas cotações, existem, geralmente, na imprensa, duas                     que a utilização desta gera uma grande degradação ambiental
            referências sobre tipos do barril: WTI e Brent. Há ainda o                    o qual e incontestável do ponto de vista social e econômico.
            barril de Dubai, menos conhecido como preço de referência.                    Estes acontecimentos têm de certa forma, fortalecido o mo-
            Este diferencial de preço reflete basicamente as diferenças de                vimento em busca de novas fontes alternativas de energia.
            qualidade e de custos de refino e transporte do petróleo.
                WTI: É a sigla de West Texas Intermediate. A região do                    GlossáRIo
            West Texas concentra a exploração de petróleo nos EUA.
            É negociado em Nova York e serve de referência para os                        ASPO
            mercados de derivados dos EUA (28).                                           Association for the Study of Peak Oil and Gas Ireland.
                Brent: Refere-se ao óleo produzido no mar do Norte (Eu-
            ropa). É negociado em Londres e serve de referência para os                   OECD
            mercados de derivados da Europa e Ásia. Brent era o nome de                   Organization for Economic Co-operation and Development.
            uma antiga plataforma de petróleo (Brent Spar) da Shell no mar
            do Norte. (28-29).                                                            USPTO
                                                                                          United States Patent and Trademark Office.

            ConClusão                                                                     Unidades:
                                                                                          kilo  (k)       103
                As fontes alternativas de energia vêm através dos tempos                  mega (M)        106
            ganhando mais adeptos e força no seu desenvolvimento e                        giga  (G)       109
            aplicação, tornando-se uma alternativa viável para a atual si-                tera (T)        1012
            tuação em que o mundo se encontra, com as crises de petró-                    peta (P)        1015
            leo, pela dificuldade de construção de centrais hidroelétricas,               exa   (E)       1018
            Termoelétricas, carvão mineral, xisto, usinas nucleares e ou-
            tras formas de energia “dirty”, como é classificada, em via de                1Ktoe = 1163 104 kWh = 41868 106 KJ.




            Referências
            1. http://www.nea.ufma.br/fae.php. Acessado em: 10/02/2007.                   14. http://www.hyweb.de/Wissen/NHF97.htm.
            2. Pessoas e Lugares. Jornal da rede portuguesa Leader+. Nº 36, 2006.             Acessado em: 27/02/2007.
               Disponível em: http://www.idrha.pt/pl/jornalpl36.pdf.                      15. http://www.iconeong.org.br/fotos.htm. Acessado em: 28/02/2007.
               Acessado em: 12/02/2007                                                    16. http://www.iea.org/Textbase/country/maps/world/co2.htm.
            3. HALL DO, RAO KK. 1999. Photosynthesis. 6th edn. 214 pp. Cambridge:             Acessado em: 27/02/2007.
               Cambridge University Press. £11.95 (softback). Jarvis PG. 1998. European   17. http://www.iea.org/Textbase/country/maps/world/prod.htm.
               forests and global change: Likely impacts of rising CO2 and temperature.       Acessado em: 28/02/2007.
               380 pp. Cambridge: Cambridge University.                                   18. http://www.iea.org/Textbase/stats/graphresults.asp?COUNTRY_
            4. http://www.biodieselbr.com/energia/alternativa/energia-renovavel.htm.          CODE=25.Acessado em: 08/03/2007.
               Acessado em: 10/02/2007.                                                   19. http://www.perfectum.eng.br/fuelcell1.html. Acessado em: 02/03/2007.
            5. http://www.comciencia.br/reportagens/petroleo/pet09.shtml.                 20. http://www.poweron.ch/de/stromprod/content---1--1078.htmlhttp://
               Acessado em: 10/02/2007.                                                       bibliotecnica.upc.es/e-ambit/info/documents/GAD/Eupm/biomassa.htm.
            6. http://www.biodieselbr.com/efeito-estufa/co2/efeito-estufa-dioxido.htm.        Acessado em: 08/03/2007.
               Acessado em: 10/02/2007.                                                   21. IEA Energy Statistics, 2006. Disponível em: http://www.iea.org/Textbase/
            7. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Efeito_Estufa.html.               country/maps/world/tpes.htm. Acessado em: 06/03/2007.
               Acessado em: 10/02/2007.                                                   22. International Energy Agency (IEA).
            8. http://www.energiasrenovaveis.com/html/canais/noticias/noticias.asp#n2.    23. Ministério de Minas e Energia (MME).
               Acessado em: 10/02/2007.                                                   24. http://ointernauta.wordpress.com/tag/energias/.
            9. http://www.biodieselbr.com/energia/agro-energia.htm.                           Acessado em: 05/09/2007.
               Acessado em: 10/02/2007.                                                   25. www.renewables-made-in-germany.com/.../67/. Acessado em: 28/03/2007.
            10. http://www.plasma.inpe.br/LAP_Portal/LAP_Sitio/Texto/Vantagens_da_        26. www.revistafuturos.info/.../energia_eolica.htm. Acessado em : 06/03/2007.
                Fusao.htm. Acessado em: 10/02/2007.                                       27. http://www.planetaorganico.com.br/energiasrenov.htm.
            11. http://dvsun3.gkss.de/Hydrogen/Gas.html. Acessado em: 27/02/2007.             Acessado em: 27/08/2007.
            12. http://www.cresesb.cepel.br/tutorial/eolica/apstenergiaeolica.htm.        28. http://www.dep.fem.unicamp.br/boletim/BE24/abr_03_3.html.
                Acessado em 27/02/2007                                                        Acessado em: 27/08/2007
            13. http://www.daviesand.com/Perspectives/Forest_Products/Oil_Reserves/.      29. http://patft.uspto.gov/netahtml/PTO/search-bool.html.
                Acessado em: 10/02/2007.                                                      Acessado em 27/08/2007.




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Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32



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Fontes alternativas de energia: solar, eólica e biomassa

  • 1. Artigo FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA Resumo Myrlla Galdino R. S. Santos e Cheila Gonçalves Mothé* A energia tem sido através da historia a base do desenvolvimento das civilizações. Nos dias Departamento de Processos atuais são cada vez maiores as necessidades energéticas para a produção de alimentos, bens Orgânicos (DPO), Escola de de consumo, bens de serviço e de produção, lazer e, finalmente, para promover o desen- Química volvimento econômico, social e cultural. É assim, evidente a importância da energia não só CT, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no contexto das grandes nações industrializadas, mas principalmente naquelas em via de desenvolvimento, cujas necessidades energéticas são ainda mais dramáticas e prementes. *Autora para correspondência: O termo fonte alternativa de energia não deriva apenas de uma alternativa eficiente, ele é CEP: 21949-900. Rio de sinônimo de uma energia limpa, pura, não poluente, a princípio inesgotável e que pode ser Janeiro. RJ encontrada em qualquer lugar pelo menos a maioria na natureza. E-mail: cheila@eq.ufrj.br e myrllagaldino@ufrj.br Palavras-chave: energia alternativa, biomassa, energia eólica, energia solar e célula a com- bustível summaRy Energy has been through history the basis of the development of the civilizations. Nowa- days the energy necessary for the production of food, consumer goods, production and service goods, leisure, and finally to promote economic, social and cultural development is increasing. It is thus, evident the importance of energy not only in the context of the great industrialized nations, but mainly for those under development, whose energy needs are still more dramatic and urgent. The term ‘alternative source of energy’ does not only come from an efficient alternative, it is synonymous with a non-polluting, pure and clean type of energy, originally inexhaustible and which also can be found anywhere or at least in most parts of the environment. Keywords: alternative energy, biomass, wind energy, sun energy, combustive cell IntRodução Desde o início do século XX, o mundo tem sofrido com a natureza, são renováveis, e por isso perene. Exemplos de a exploração de seus recursos naturais, com a poluição da fontes renováveis incluem a energia solar (painel solar, célu- atmosfera e com a degradação do solo. O petróleo, por la fotovoltaica), a energia eólica (turbina eólica, cata-vento), exemplo, considerado uma fonte tradicional de energia, foi a energia hídrica (roda d’água, turbina aquática), a biomassa tão continuamente extraído que seus poços já começam a se (matéria de origem vegetal) e as células a combustível. esgotar, pouco menos de 100 anos após o início de sua utiliza- ção efetiva. O carvão, um recurso ainda mais antigo, também Energia solar é considerado esgotável. A energia nuclear, da mesma for- ma, nos alerta para o perigo dos resíduos radioativos. O uso Praticamente inesgotável, a energia solar pode ser usada das fontes tradicionais traça sua trajetória ao declínio, não só para a produção de eletricidade através de painéis solares e pela sua característica efêmera, mas porque é uma ameaça ao células fotovoltaicas. No Brasil, a quantidade de sol abundan- meio ambiente. Na esteira da questão ecológica, as chama- te durante quase todo o ano estimula o uso deste recurso. das “fontes alternativas de energia” ganham um espaço cada Existem duas formas de utilizar a energia solar: ativa e passiva. vez maior. Essas fontes alternativas, além de não prejudicar O método ativo se baseia em transformar os raios solares 56 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 2 17/12/2007 20:01:22
  • 2. em outras formas de energia térmica ou elétrica (Figuras 1 e 2) enquanto o passivo é utilizado para o aquecimento de edifícios ou prédios, através de concepções e estratégias construtivas como mostra a Figura 3. Esta aplicação é mais comum na Europa, onde o frio demanda opções para a cale- fação. Os painéis fotovoltaicos são uma das mais promissoras fontes de energia renovável. A principal vantagem é a quase total ausência de poluição. No entanto, a grande limitação dos dispositivos fotovoltaicos é seu baixo rendimento. Outro inconveniente são os custos de produção dos painéis, eleva- dos devido à pouca disponibilidade de materiais semicondu- tores (1). A torre solar, ilustrada na Figura 2, trata-se de um Figura1. Instalação fotovoltaica instalada ao nível do solo. [25] projeto australiano que consiste na construir uma enorme torre com cerca de 1 quilômetro de altura, no meio de vin- te quilômetros quadrados de painéis solares. Esta central de energia solar, gera calor, que formando uma corrente de ar, de aproximadamente 50 km/hora, que movimenta cerca de 30 turbinas, produzindo cerca de 200 megawatts. A Figura 4 mostra as principais patentes relacionadas a energia solar de 1976 a 2007, onde pode ser observado que o Japão com 52% é o maior detentor do número de patentes registradas no mundo. Energia eólica A energia eólica é a energia gerada pelo vento. Utilizada há anos sob a forma de moinhos de vento, pode ser canaliza- da pelas modernas turbinas eólicas ou pelo tradicional cata- Figura 2. Torre Solar [24] Tabela 1. Projetos Implementados no Brasil em 2007 Capacidade Produção Anual Estado Local Geradores Estado Atual Instalada Prevista Taíba ENERCON 5 MW 17.500 MWh Operação Prainha ENERCON 10 MW 35.000 MWh Operação Mucuripe TAKE 1,2 MW 3.800 MWh Operação Ceará Paracurú - 30 MW - Estudo Camocim - 30 MW - Estudo Morro do Minas Gerais TAKE 1,0 MW 800 MWh Operação Camelinho Vila Joanes BERGEY 40 KW - Operação Pará Costa NE - 100 MW - Estudo Palmas I ENERCON 2,5 MW 7.000 MWh Operação Palmas II ENERCON 9,5 MW - Estudo Paraná Palmas III ENERCON 75 MW - Estudo Pernambuco F. Noronha FOLKCENTER 75 KW - Operação Rio de Janeiro Cabo Frio - 10 MW - Estudo Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/tutorial/eolica/apstenergiaeolica.htm Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 57 Ed 32 Energia.indd 3 17/12/2007 20:01:24
  • 3. Artigo 1- coletor 2- acumulador 3- Caldeira de calefação 4- Estação solar 5- Consumidor de água quente (por exemplo: chuveiro) Figura 3. Estação solar térmica para aquecimento de água potável em residências. [26] de energia elétrica em grande escala, só são interessantes regiões que tenham ventos com velocidade média de 6 m/ seg ou superior. Outra restrição presente no aproveitamento da energia eólica é a questão do espaço físico, uma vez que tanto as turbinas quanto os cata-ventos são instalações mecâ- nicas grandes e ocupam áreas extensas. Todavia, seu impacto ambiental é mínimo, tanto em termos de ruído quanto no ecossistema (1). Biomassa Figura 4. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à energia solar por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO [29]. A biomassa é definida como “a fração biodegradável de produtos e resíduos da agricultura incluindo substâncias ve- getais e animais, da floresta e das indústrias conexas, bem vento, como mostra a Figura 5. Os especialistas explicam que como a fração biodegradável dos resíduos industriais e urba- no Brasil há ventos favoráveis para a ampliação dos instru- nos” (2). A biomassa aparenta ser a maior e a mais sustentá- mentos eólicos (Tabela 1). A Figura 6 ilustra a quantidade de vel fonte de energia alternativa renovável, composta por 220 patentes existentes desta forma de energia, sendo a maioria bilhões de toneladas de matéria seca anual (aproximadamen- dos Estados Unidos com 83% dos pedidos. A energia cinética te 4.500 EJ), pronta para uso energético (1). Outros autores resultante do deslocamento das massas de ar pode ser trans- reduzem o potencial efetivamente sustentável para cerca de formada em energia mecânica ou elétrica. Para a produção 3.000 EJ, donde o valor médio observado nos cenários (270 58 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 4 17/12/2007 20:01:29
  • 4. Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 5 17/12/2007 20:01:31
  • 5. Artigo patentes existentes relacionadas ao biodiesel, sendo os Esta- dos Unidos o maior detentor com 72% destas. Células a combustível Energia fácil e barata, sem gerar poluição, capaz de movi- mentar veículos, como mostra as Figuras 10 a 12, e produzir eletricidade para uso comercial e residencial. A célula a com- bustível se baseia no uso de hidrogênio como combustível e é possível obter energia em grande quantidade, e, além disso, o produto da queima do hidrogênio é a água, que não polui de forma alguma. Embora o conhecimento do princípio de funcionamento da célula a combustível seja bastante antigo, o Figura 5. Cata-vento. (26) entendimento de como ela realmente funciona é relativamen- te recente. Enquanto uma bateria comum leva o seu combus- EJ) é apenas marginal e constitui o que pode ser prontamen- tível e o seu comburente no interior, na célula a combustível te aproveitado, com custos competitivos, considerando as um gás, como o hidrogênio e o comburente oxigênio são barreiras culturais e de portabilidade da energia (4). Há três bombeados para o seu interior e a combinação de ambos e classes de biomassa: as biomassas sólidas, líquidas e gasosas. os eletrodos especiais resultam em eletricidade, que pode ser A biomassa sólida tem como fonte os produtos e os resíduos usada para alimentar um circuito externo. As vantagens desse das florestas (Figura 7), os resíduos da agricultura (Figura 8), sistema são inúmeras, mas a principal está na possibilidade de e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos. fornecimento de energia na forma constante e ilimitada. Ti- A biomassa líquida existe em uma série de biocombustíveis pos de células são: MCFC (maltem carbonate fuel cell), SOFC com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas (solid oxid fuel cell), PAFC (phosphoric acid fuel cell), e as “culturas energéticas”. Como exemplos: o biodiesel, obtido mais usuais PEM (próton exchange membrane). Há aplicações a partir de óleos vegetais; o etanol, produzido pela fermen- recentes deste tipo de energia; o NEBUS (na Alemanha) (Fi- tação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose); e o guras 13 e 14) é um ônibus que utiliza células de hidrogênio metanol, gerado pela síntese do gás natural. Já a biomassa com 250KW de potência sem poluição alguma. Subtraindo a gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenien- potência necessária ao próprio funcionamento da célula, que tes da agroindústria e do meio urbano. É achada também nos se converte em calor para a alimentação do sistema elétrico aterros de RSU (resíduos sólidos urbanos). Estes resíduos e de ar condicionado, sobra para a propulsão 190KW que são resultados da degradação biológica anaeróbia da matéria corresponde a uma potência de 260CV e autonomia para orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás 250KM, com um tanque de 45m3 de Hidrogênio (1). A Figura carbônico. Esses materiais são submetidos à combustão para 15 mostra a quantidade de patentes existentes desta forma a geração de energia (1). A Figura 9 retrata a quantidade de de energia, sendo o líder de pedidos o Japão com 53%. Tabela 2. Composição da matriz de energia Fonte Brasil (%) Mundo (%) Biomassa moderna 23,0 1,7 Biomassa tradicional 8,5 9,5 Carvão mineral 6,0 23.2 Energia Hidroelétrica 14,0 2,2 Energia Nuclear 1,8 6,5 Gás natural 7,5 21,1 Petróleo 43,1 35,3 Outras energias 0,1 0,5 renováveis Figura 6. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à Fonte: IEA (Mundo) e MME (Brasil), 2000. energia eólica por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29) 60 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 6 17/12/2007 20:01:32
  • 6. Figura 8. Resíduo vegetal proveniente da agricultura. (20) Figura 7. Biomassa sólida (resíduos florestais). (27) Figura 9. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas ao biodiesel por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29) Importância do uso de fontes alternativas de energia Atualmente, a matriz energética mundial está baseada no pe- por automóveis e caminhões são responsáveis pela emissão de tróleo, contudo isto está caminhando em direção ao declínio da 67% do monóxido de carbono (CO), 41% dos óxidos de nitrogê- produção. Tendo isso em vista o estudo da utilização de fontes nio (NOx), 51% dos gases orgânicos reativos, 23% dos materiais alternativas de energia se tornará imprescindível no futuro. As- particulados e 5% do dióxido de enxofre (SO2). Além disso, o sociado a isso, há o fator ambiental, por exemplo, ao contrapor setor de transportes também é responsável por quase 30% das o uso do petróleo e o de biomassa como fontes de energia em emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais res- veículos automotivos constatam-se os danos causados pelo pri- ponsáveis pelo aquecimento global (6). Um dos principais impac- meiro ao meio ambiente, são muito maiores do que quando se tos ambientais causados pela queima de combustíveis é o Efeito utiliza a mesma quantidade de biomassa. A utilização do petróleo Estufa. Nos últimos anos, a concentração de dióxido de carbono traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo de na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4% anualmente (Figuras extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção 16 e 17); este aumento se deve à utilização de petróleo, gás e de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem carvão e à destruição das florestas tropicais. durante o transporte de combustível, com vazamentos em gran- A concentração de outros gases que contribuem para de escala de oleodutos e navios petroleiros (5). O consumo de o Efeito Estufa, tais como o metano e os clorofluorcar- combustíveis fósseis derivados do petróleo apresenta um impac- bonetos também aumentaram rapidamente (7). O efeito to significativo na qualidade do meio ambiente. A poluição do conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumen- ar, as mudanças climáticas, os derramamentos de óleo e a ge- to da temperatura global (Aquecimento Global). Especia- ração de resíduos tóxicos são resultados do uso e da produção listas em alterações climáticas indicam que o planeta vai desses combustíveis. A poluição do ar das grandes cidades é, aquecer entre 1,8 e 4 graus Celsius até o final do século, provavelmente, o mais visível impacto da queima dos derivados o que fará subir o nível dos mares até 58 centímetros, de petróleo. Nos Estados Unidos, os combustíveis consumidos multiplicando as secas e ondas de calor (8). O relatório do Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 61 Ed 32 Energia.indd 7 17/12/2007 20:01:34
  • 7. Artigo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) de 2001 mostrou que o nível total de emissão de CO2 em 2000 foi de 6,5 bilhões de toneladas. Entre 2002 e 2003, a taxa de acumulação de gás carbônico (CO2) na atmosfera da Terra aumentou acentuadamente, despertando entre os cientistas o temor de que os efeitos do aquecimento global possa se manifestar mais rapidamente do que o es- perado. Os níveis de CO2 aumentaram mais de 2 ppm ao longo dos biênios 2001/2002 e 2002/2003. Nos anos an- teriores, essa taxa de crescimento havia sido de 1,5 ppm, o que já era um fator elevado (6). Emissão de CO2: A emissão de CO2 foi calculada usando o arquivo de energia do IEA e métodos usuais, fatores de emis- são da Diretriz Revisada IPCC 1996 para Inventário de Gás do Efeito Estufa Nacional, IPCC/OECD/IEA Paris, 1997. Figura 10. Carro movido à célula de hidrogênio (15) Figura 13. Nebus (ônibus movido a célula de hidrogênio). (14) Figura 11. Célula a combustível portátil (19) Figura 14. Nebus. (11) Patentes: Célula a Combústivel 15% 1% USA 18% 2% Japão Brasil 11% Canadá França 0% Taiwan Alemanha 53% Figura 15. Registro de patentes, em porcentagem, relacionadas à célula a Figura 12. Célula comercial 250 KW. (19) combustível por país (de 1976 a 2007). Fonte: USPTO (29) 62 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 8 17/12/2007 20:01:43
  • 8. Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 9 17/12/2007 20:01:45
  • 9. Artigo 1973 2004 15661 Mt de CO2 26583 Mt de CO2 Petróleo, Petróleo, 50,70% Carvão, Carvão, 39,90% 35% 40 % , Outros, Gas, 14,30% Gas, 19,8 % 0,30% Figura 16. Emissão de CO2 por combustível utilizado (1973 e 2004). Adaptado de: International Energy Agency (IEA): Key World Energy Statistics. (22) Figura 17. Mapa indicador da emissão de CO2 no mundo. Fonte: IEA, 2006. Adaptado de: (16) Panorama energético atual e perspectivas futuras tish Petroleum, em seu estudo “Revisão Estatística de Energia Mundial de 2004”, afirma que atualmente as reservas mundiais A demanda projetada de energia no mundo aumentará de petróleo durariam em torno de 41 anos, as de gás natural, 67 1,7% ao ano, de 2000 a 2030, quando alcançará 15,3 bilhões anos, e as reservas brasileiras de petróleo, 18 anos. de toneladas equivalentes de petróleo (TEP, ou TOE, na sigla A matriz energética mundial (Figuras 18 e 19) tem parti- internacional, em inglês) por ano, de acordo com o cenário cipação total de 80% de fontes de carbono fóssil, sendo 36% base traçado pelo Instituto Internacional de Economia (Mussa, de petróleo, 23% de carvão e 21% de gás natural (Tabela 2003). Em condições, ceteris paribus, sem alteração da matriz 2). O Brasil se destaca entre as economias industrializadas energética mundial, os combustíveis fósseis responderiam por pela elevada participação das fontes renováveis em sua matriz 90% do aumento projetado na demanda mundial, até 2030. energética. Isso se explica por alguns privilégios da natureza, Entretanto, o esgotamento progressivo das reservas mundiais como uma bacia hidrográfica contando com vários rios de de petróleo é uma realidade cada vez menos contestada. A Bris- planalto, fundamental a produção de eletricidade (14%), e o 64 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 10 17/12/2007 20:01:46
  • 10. tável, assim como resíduos rurais (pecuária e agricultura) e 45 Petróleo urbanos (incluindo material sólido e efluente líquido). 40 Carvão mineral 35 Gás natural Demanda de energia 30 Biomassa tradicional 25 Em meados de 2000 a população mundial era de 6,079 20 Energia nucleat bilhões de pessoas (Total Midyear Population for the World: 15 Energia Hidroelétrica 1950-2050) consumindo energia a uma taxa total de 13,345 10 Biomassa moderna TW (International Energy Annual 2001: Consumption (Btu), 5 Outras energias que corresponde a uma média de consumo de 2,195 kW/ 0 renováveis % Brasil Mundo pessoa. Os Estados Unidos, com 4,63% da população mun- dial, consumiram 24,90% da energia total a uma média de Figura 18. Composição percentual da matriz energética 11,81 Kw/pessoa. Para efeito de comparação, o Brasil, com 2,79% da população mundial, consumiu 2,26% da energia total numa média de 1,779 Kw/pessoa. Isto nos dá um exemplo do fato de ser o maior país tropical do mundo, um diferencial grande desequilíbrio no uso das reservas de energia entre pa- positivo para a produção de energia de biomassa (23%) (9). íses altamente industrializados e países em desenvolvimento. As figuras de 20 a 22 retratam a divisão do abastecimento Também dá uma visão do aumento na demanda por energia, energético no Brasil, na Europa e na América do Norte, res- em um futuro próximo, devido tanto ao crescimento popu- pectivamente. lacional como à expectativa de crescimento econômico dos A biomassa tradicional é usada principalmente de modos países em desenvolvimento. A situação mostra-se ainda pior ineficientes, como em fornos de cozinha primitivos, altamen- em países subdesenvolvidos (Figura 23). A população mundial te poluentes, usados por populações rurais pobres, que em em meados de 2003 atingiu 6,302 bilhões de pessoas e deve muitos casos levam ao desflorestamento. A biomassa moder- se estabilizar num valor um pouco abaixo de 10 bilhões de na se refere à biomassa produzida de maneira sustentável e pessoas em meados do século. Considerando um aumento usada para geração de eletricidade e produção de calor e relativamente pequeno na média de consumo até 3 Kw/habi- combustíveis líquidos para transporte. Isso inclui resíduos tante, resulta um valor assintótico da taxa de consumo total vegetais e florestais de reflorestamento e/ou manejo susten- de energia da ordem de 30 TW (10). Figura 19. Mapa indicador da produção energética mundial. Fonte: Adaptado de IEA Energy Statistics, 2006 (17) Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 65 Ed 32 Energia.indd 11 17/12/2007 20:01:48
  • 11. Artigo Estimativas do uso de energia no mundo indicam que a demanda de energia, em meados do século XXI, pode ul- trapassar consideravelmente a energia fornecida por fontes convencionais. O déficit em energia se torna maior depois do esgotamento dos combustíveis fósseis, que deve se dar nos próximos 100 anos (Figura 24). A Figura 25 mostra a oferta de energia renovável por re- gião e estima a tendência de aumento da oferta de fontes de energias renováveis para o ano de 2020. Aspectos econômicos Figura 21. Divisão do abastecimento total de energia primária referente à O auge da produção de qualquer recurso não renovável é OECD Europa, 2004. Adaptado de: (18) um ponto muito crítico. Nessa altura, a demanda permanece a Carvão, 7% Petroleo Geotermica 42,90% solar/eólica 0,10% Comb. Gas, Renováveis 7,80% 27% Nuclear 1,50% Hidro, 13,70% Total: 204847 Ktoe Figura 20. Divisão do abastecimento total de energia primária referente ao Figura 22. Divisão do abastecimento total de energia primária referente à Brasil, 2004. Adaptado de: (18) OECD América do Norte, 2004. Adaptado de: (18) Figura 23. Mapa do suprimento mundial de energia primária. Fonte: Adaptado de IEA Energy Statistics, 2006.(21) 66 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 12 17/12/2007 20:01:52
  • 12. Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 13 17/12/2007 20:01:55
  • 13. Artigo Demanda mundial de energia Disponibilidade de energia (fóssil, hidrica, fissão não-regenerativa) 30 Carência a ser suprida Potência (TeraWatts) por fontes alternativas 20 10 0 1980 2000 2020 2040 2060 2080 2100 2120 Ano Figura 24. Demanda de energia no mundo. Adaptado de: (10) Figura 25. Oferta de Energia Renovável por região (Mtoe) até 2020. Adaptado de: (22) 68 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 14 17/12/2007 20:01:58
  • 14. mesma, porém com menor abastecimento o que acarreta em posição inclui fontes renovável tais como solar, eólica, biomassa um rápido aumento nos custos. Historicamente, picos na produ- etc. Recentes aumentos no preço podem indicar que estamos ção de recursos minerais têm estado muito próximos ao ponto muito próximo ao pico da curva. Com o petróleo no momento médio relativo à curva de produção. A Figura 26 ilustra a pro- por volta de U$ 60/ barril, o preço está 50-60% acima do pre- dução global de petróleo é conhecida como Curva Hubbert (em ço que economistas têm como ótimo para manter a supremacia analogia ao seu inventor, Dr M. Monarca Hubbert). No caso de deste óleo como uma fonte de energia. Portanto o custo já está petróleo, uma vez passado o auge da produção na curva, outras em um patamar onde o uso de fontes alternativas de energia fontes de energia transformar-se-ão mais econômicas. Esta dis- torna-se viável (Figura 27). 80 70 Milhões de barris/dia 60 50 40 ponto médio mundial 30 20 10 1950 1970 1990 2010 2030 2050 Figura 26. Produção Global de Petróleo em milhões de Barril por dia. Pico de Hubbert. Adaptado de: http://www.daviesand.com/Perspectives/Forest_Products/Oil_Reserves/ Figura 27. Preço do óleo Cru em dólar americano por barril. Adaptado de: (22) Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 69 Ed 32 Energia.indd 15 17/12/2007 20:02:00
  • 15. Artigo *Nas cotações, existem, geralmente, na imprensa, duas que a utilização desta gera uma grande degradação ambiental referências sobre tipos do barril: WTI e Brent. Há ainda o o qual e incontestável do ponto de vista social e econômico. barril de Dubai, menos conhecido como preço de referência. Estes acontecimentos têm de certa forma, fortalecido o mo- Este diferencial de preço reflete basicamente as diferenças de vimento em busca de novas fontes alternativas de energia. qualidade e de custos de refino e transporte do petróleo. WTI: É a sigla de West Texas Intermediate. A região do GlossáRIo West Texas concentra a exploração de petróleo nos EUA. É negociado em Nova York e serve de referência para os ASPO mercados de derivados dos EUA (28). Association for the Study of Peak Oil and Gas Ireland. Brent: Refere-se ao óleo produzido no mar do Norte (Eu- ropa). É negociado em Londres e serve de referência para os OECD mercados de derivados da Europa e Ásia. Brent era o nome de Organization for Economic Co-operation and Development. uma antiga plataforma de petróleo (Brent Spar) da Shell no mar do Norte. (28-29). USPTO United States Patent and Trademark Office. ConClusão Unidades: kilo (k) 103 As fontes alternativas de energia vêm através dos tempos mega (M) 106 ganhando mais adeptos e força no seu desenvolvimento e giga (G) 109 aplicação, tornando-se uma alternativa viável para a atual si- tera (T) 1012 tuação em que o mundo se encontra, com as crises de petró- peta (P) 1015 leo, pela dificuldade de construção de centrais hidroelétricas, exa (E) 1018 Termoelétricas, carvão mineral, xisto, usinas nucleares e ou- tras formas de energia “dirty”, como é classificada, em via de 1Ktoe = 1163 104 kWh = 41868 106 KJ. Referências 1. http://www.nea.ufma.br/fae.php. Acessado em: 10/02/2007. 14. http://www.hyweb.de/Wissen/NHF97.htm. 2. Pessoas e Lugares. Jornal da rede portuguesa Leader+. Nº 36, 2006. Acessado em: 27/02/2007. Disponível em: http://www.idrha.pt/pl/jornalpl36.pdf. 15. http://www.iconeong.org.br/fotos.htm. Acessado em: 28/02/2007. Acessado em: 12/02/2007 16. http://www.iea.org/Textbase/country/maps/world/co2.htm. 3. HALL DO, RAO KK. 1999. Photosynthesis. 6th edn. 214 pp. Cambridge: Acessado em: 27/02/2007. Cambridge University Press. £11.95 (softback). Jarvis PG. 1998. European 17. http://www.iea.org/Textbase/country/maps/world/prod.htm. forests and global change: Likely impacts of rising CO2 and temperature. Acessado em: 28/02/2007. 380 pp. Cambridge: Cambridge University. 18. http://www.iea.org/Textbase/stats/graphresults.asp?COUNTRY_ 4. http://www.biodieselbr.com/energia/alternativa/energia-renovavel.htm. CODE=25.Acessado em: 08/03/2007. Acessado em: 10/02/2007. 19. http://www.perfectum.eng.br/fuelcell1.html. Acessado em: 02/03/2007. 5. http://www.comciencia.br/reportagens/petroleo/pet09.shtml. 20. http://www.poweron.ch/de/stromprod/content---1--1078.htmlhttp:// Acessado em: 10/02/2007. bibliotecnica.upc.es/e-ambit/info/documents/GAD/Eupm/biomassa.htm. 6. http://www.biodieselbr.com/efeito-estufa/co2/efeito-estufa-dioxido.htm. Acessado em: 08/03/2007. Acessado em: 10/02/2007. 21. IEA Energy Statistics, 2006. Disponível em: http://www.iea.org/Textbase/ 7. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Efeito_Estufa.html. country/maps/world/tpes.htm. Acessado em: 06/03/2007. Acessado em: 10/02/2007. 22. International Energy Agency (IEA). 8. http://www.energiasrenovaveis.com/html/canais/noticias/noticias.asp#n2. 23. Ministério de Minas e Energia (MME). Acessado em: 10/02/2007. 24. http://ointernauta.wordpress.com/tag/energias/. 9. http://www.biodieselbr.com/energia/agro-energia.htm. Acessado em: 05/09/2007. Acessado em: 10/02/2007. 25. www.renewables-made-in-germany.com/.../67/. Acessado em: 28/03/2007. 10. http://www.plasma.inpe.br/LAP_Portal/LAP_Sitio/Texto/Vantagens_da_ 26. www.revistafuturos.info/.../energia_eolica.htm. Acessado em : 06/03/2007. Fusao.htm. Acessado em: 10/02/2007. 27. http://www.planetaorganico.com.br/energiasrenov.htm. 11. http://dvsun3.gkss.de/Hydrogen/Gas.html. Acessado em: 27/02/2007. Acessado em: 27/08/2007. 12. http://www.cresesb.cepel.br/tutorial/eolica/apstenergiaeolica.htm. 28. http://www.dep.fem.unicamp.br/boletim/BE24/abr_03_3.html. Acessado em 27/02/2007 Acessado em: 27/08/2007 13. http://www.daviesand.com/Perspectives/Forest_Products/Oil_Reserves/. 29. http://patft.uspto.gov/netahtml/PTO/search-bool.html. Acessado em: 10/02/2007. Acessado em 27/08/2007. 70 Revista Analytica • Dezembro 2007/Janeiro 2008 • Nº32 Ed 32 Energia.indd 16 17/12/2007 20:02:05
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