2. • José Maria de Almeida Teixeira
de Eça de Queirós (1820-1901)
• Carolina Augusta Pereira de Eça
de Queirós (1826-1918)
D. Carolina d'Eça de Queiroz. Dr.
José Maria Teixeira de Queiroz
Fotografia, A. desconhecido, 18--
?
FEQ Fot. 6
3. “A mocidade tem destas
esplêndidas confianças; só por
amar a verdade imagina que a
possui; e magnificamente certa da
sua infalibilidade, anseia por
investir contra tudo o que diverge
do seu ideal, e que ela portanto
considera erro, irremissível erro
fadado à exterminação.”
Advertência a Uma Campanha
Alegre, 1890
Eça de Queirós – cerca de 1868
Fotografia, Henrique Nunes, [ca 1868?]
FEQ Fot. 26
4. “Sou eu e os meus
abutres: Vimos criar,
devorando cadáveres!”
In J. Batalha Reis, Prefácio a
Prosas Bárbaras, 1903
Eça de Queirós - cerca de 1870
Fotografia, A. desc., ca 1870?
BN Esp. E4/88-1.4
5. Eça de Queirós e Manuel
de Castro, na juventude -
c. 1870
Fotog., A. desc.
F.E.Q. 33
6. “Montreal é uma pequena
cidade que se desejaria
pôr numa étagère. [...] É
um encanto.”
Carta a Ramalho Ortigão, Jul. 1873
Eça de Queirós em Montreal - 1873
Fotografia William Notman - 1873
Fot. FEQ 60
7. “Mas o que não estou é
condescendente com esta
terra estúpida para onde
vim, embrulhado num
decreto, impelido por um
tratado.”
Carta a Ramalho Ortigão, 1873
Eça em Havana - 1873
Fotografia C.D. Fredricks y Daries
FEQ Fot.. 28
8. “[...] Newcastle, onde há
perto de 100 mil operários, é
o centro socialista de
Inglaterra. Estou no foco. É
desagradável, o foco.”
Carta a Jaime Batalha Reis, 6 Jan. 1875
Eça de Queirós em Newcastle-on-Tyne
Fotografia, H. S. Mendelssohn, [187-]
BN Esp. E4/88-1.3
9. Com o início da carreira diplomática que o remete definitivamente
para o estrangeiro, Eça vive sobretudo um tempo «inglês» a partir
da fixação consular em Newcastle.
O escritor atravessa o período de filiação na escola realista e
naturalista, marcada pela influência dos paradigmas literários
franceses, antes de mais Flaubert, seguido de Balzac e Zola: o
romancista de grande fôlego inaugura a escrita do real.
Nesta década, o mundo atravessa profundas transformações, do
expansionismo e exploração intercontinental às descobertas de
novas tecnologias e velhas civilizações clássicas...
“E agora volvamos os olhos para Portugal - em Portugal, nessa
época, não vejo, que se passe coisa alguma”.
Conde d'Abranhos
10. “E todavia, se já houve
sociedade que
reclamasse um artista
vingador, é esta!”
Carta a Teófilo Braga, 12 Mar. 1878
Eça de Queirós, época de O Primo Basílio
Fotografia, A. desc., 1878
in O Primo Basílio, 2ª ed., 1878
BN Res. 4408 P.
11. “Foi Santo Ovídio e a sua paz
de convento que a fez assim
quiet and composed.”
Carta a Emília de Castro, 18 Out. 1885
Emília de Castro - c. 1880
Fotog., Emilio Biel & Cª, Porto c. 1880
F.E.Q. 88
12. • Eça de Queirós em Lisboa - c. 1882
Eça de Queiroz
Fotog., Photographia Contemporanea
In O Contemporâneo, nº 108, Lisboa
[1882], p. [1]
BN PP. 16913 V.
“Não há em mim infelizmente (escrevia ele a
Oliveira Martins, em 1882) nem um sábio,
nem um filósofo. Quero dizer, não sou um
desses homens seguros e úteis, destinados
por temperamento às análises secundárias
que se chamam Ciências, [...] nem sou
também um desses homens, fascinantes e
pouco seguros, destinados por génio às
análises superiores que se chamam Filosofias
[...].”
In A Correspondência de Fradique Mendes
13. “E foi este mundo
agitado em que tenho
vivido [...] que me fez,
como eles dizem a man
of excitement and
passion.”
Carta a Emília de Castro, 18 Out. 1885
Eça de Queirós, fotografia de noivo
- c. 1885
Fotog., Photographia União, Porto c. 1885
F.E.Q. 30
14. “Não, positivamente não há
nada neste mundo worth to
live for senão um cantinho
de fogão doméstico, muito
Amor junto dele, e muita
Arte em torno, para tornar a
vida interessante, poética e
distinta...”
Carta a Emília de Castro, 22 Jan. 1886
Eça de Queirós, fotografia de casamento
Fotog., Photographia União, Porto 1886
F.E.Q. 91
15. “Este casamento, e a séria e
grave afeição que o produz, é
tão simples que não tem
história [...]. O resto é um
pouco terre-à-terre, não vale
de modo nenhum o esplendor
lírico de "Romeo and Juliet" e
não poderia ser posto em
árias pelo lânguido Gounod.
Carta a Ramalho Ortigão, 14 Out. 1885
Emília de Castro
Fotog., Emilio Biel & Cª, Porto, c. 1886
F.E.Q. 71
16. • Eça de Queirós e a filha
Maria - c. 1887
Fotog., Cox & Durrant,
Torquay, c. 1887
F.E.Q. 97
17. • Emília de Castro com
o filho José Maria
Fotog., A. Filon, s.d.
F.E.Q. 99
18. “Fradique Mendes voltara de
dentro, vestido com uma cabaia
chinesa! Cabaia de mandarim,
de seda verde, bordada a flores
de amendoeira - que me
maravilhou e que me intimidou.
In A correspondência de Fradique Mendes
Eça com a cabaia chinesa - c.
1893
Fot., A. desc.
FEQ. 48
19. • Documento em que Eça
se compromete a
terminar Os Maias até
fins de 1883 – algo de
que só seria capaz cinco
anos depois
20. “Eu tenho passado o
tempo parte a arranjar
os meus livros, parte
sobretudo a trabalhar.”
Carta a sua mulher, 7 Ag. 1889
Eça de Queirós, cônsul em
Paris - c. 1893
Fot., A. desc.
F.E.Q. 109
21. • Emília de Castro,
mulher de Eça, e
o escritor na casa
do casal em
Neuilly, na França
23. “De resto, faço uma vida,
não direi de cenobita,
porque esses pela
imaginação viveram uma
vida delirante e
grandiosa, mas de petit
bourgeois retiré.”
Carta a Oliveira Martins, 26 Abr.
1894
Eça de Queirós na sua última
residência de Neuilly - c. 1893
Fot., A. desc.
F.E.Q. 179
29. • A última correspondência
(a última carta que escreveu à sua
mulher, datada de 9 de agosto de
1900)
30. Cortejo fúnebre de Eça de
Queirós - 1900
O funeral de Eça de
Queirós: o arco da Rua
Augusta
Rep. fot., A. desc.
in Brasil-Portugal, 1900, p.
[261]
BN J. 1669 M.
32. “Antes de haver conferências no Casino havia ali cançonetas [...].
Eram as conferências do deboche [...]. As conferências, que eram
o estudo, o pensamento, a crítica, a história, a literatura, essas
pareceram ao sr. Marquês incompatíveis com toda a moral!”
In As Farpas, 1871
Casino Lisbonense
Largo da Abegoaria
em Lisboa
Postal ilustrado, s.d.
Arq.Fot. - A.M.L. 8254
33. “[...] a aspiração e a obra do espírito revolucionário
têm mesmo em vista três aspectos sem o qual não se
completa: o verdadeiro na ciência, o justo na
consciência, o belo na arte.”
In A conferência do Sr. Eça de Queirós, 1871
Conferência de Eça de
Queirós (pormenor)
urge limpal-a por hypothese,
com o veu de realismo do
Mysterio da estrada de
Cintra e com as Farpas
in R. Bordalo Pinheiro, Conferências
Democráticas, nº 7 de A Berlinda, 1871
BN Res. 2174 A.
34. Eça e o Oriente
• 1869
Ao mesmo tempo que Antero ruma em Julho
para a América do Norte, Eça parte em 23 de
Outubro para o médio oriente, na companhia de
Luís de Castro, o jovem Conde de Resende: viaja
até Alexandria, Cairo e Port-Said, convidado a
assistir à inauguração do Canal do Suez, onde se
apresenta como «encarregado de despachos»;
parte depois de comboio para visitar a Síria e a
Palestina, para regressar em 26 de Dezembro.
Redige então extensas impressões e notas de
viagem, publicadas postumamente.
35. Eça e o Oriente
• 1870
Desembarcando em Lisboa a 3 de Janeiro,
publica na coluna de folhetins do Diário de
Notícias, entre 19 e 21, a crónica de viagem
«De Port-Said a Suez» e, entre 13 de Abril e 8
de Julho, «A morte de Jesus».
36. Mapa da Palestina Planta de Jerusalém
• [Mapa da Palestina e planta de Jerusalém], [Eça de
Queirós], [1869]
BN Esp. E1/288-A
37. “[...] naquele dia 17, da inauguração, Port-Said, cheio de
gente, coberto de bandeiras, todo ruidoso dos tiros dos
canhões e dos hurras da marinhagem, tendo no seu porto as
esquadras da Europa [...], tinha um belo e poderoso aspecto
de vida. A baía de Port-Said estava triunfante.”
«De Port-Said a Suez. [I]», 1870
Port-Said, Canal do
Suez
Port-Said - Vue générale
du port
Postal ilustrado, ca. 1900
BN P.I. 4391 P.
38. Inauguração do canal do Suez – 1869
Entrée de l’eau dans le canal maritime allant au lac Timsah
Gravura, P. Blanchard
In Le Canal Maritime de Suez. Ilustré, Paris 1869, p. [56-57)
BN HG. 6553 V.
39. • Mapa do canal do Suez
Carte itinéraire du canal de l’isthme de Suez
Gravura, Kautz
In Le Canal Maritime de Suez. Ilustré, Paris 1869, p. [108]
BN HG. 6553 V.
40. “O canal, ao sair de Port-Said, atravessa o Mensaleh,
antigo lago lamacento. Depois do lago Mensaleh o canal
entra definitivamente no deserto, até ao lago Timsah, à
beira do qual está Ismaília.”
«De Port-Said a Suez», Jan. 1870
Curso do canal do
Suez, vista geral –
1869
Vue générale du lac
Timsah, prise du
chalet du vice-roi
Gravura, Cosson
Smeeton
In Le Canal Maritime de Suez.
Ilustré, Paris 1869, p. [136-137]
BN HG. 6553 V.
41. “Caminhava-se com grande cuidado: no meio do canal
bandeiras brancas marcavam precisamente a linha que
deviam seguir os navios, para acharem a necessária
profundidade de água.”
«De Port-Said a Suez», Jan. 1870
Canal do Suez, passagem de navios – 1869
Embouchure du canal maritime à Suez
Gravura, Cosson Smeeton
In Le Canal Maritime de Suez. Ilustré, Paris 1869, p.
[56-57]
BN HG. 6553 V.
42. “Demais, os caminhos de ferro egípcios não têm uma velocidade
fixa. Vão aos caprichos do maquinista, que, de vez em quando,
para a máquina, desce, acende o cachimbo, ri com algum velho
conhecimento de estrada, sorve minuciosamente o seu café, torna
a subir bocejando e faz partir distraidamente o comboio.”
«De Port-Said a Suez», Jan 1870
Caminho de ferro do
Cairo – meados do
séc. XIX
Caminho de ferro do
Cairo
Gravura, A. desc.
In O Panorama, vol. 5, 1856, p.
401
BN PP. 11720 V.
43. “O Cairo tem mais de trezentas mil almas. A população que vem,
compra, fuma, reza e volta no seu dromedário e nas suas
caravanas, é de outras trezentas mil almas. Quase um milhão de
homens se move naquelas ruas estreitas, apertadas e confusas.”
In O Egipto. Notas de Viagem, 1926
Egipto, Cairo
Cairo. Panorama
Postal ilustrado, ca. 1900
BN P.I. 7001 P.
44. “Havia velas riscadas de vermelho e o sol batia nos grandes edifícios
brancos de Alexandria. [...] O enorme palácio do Paxá, no gosto
italiano, assentava ao longe, na areia a sua massa monótona. Um céu
imóvel, infinito, profundo, deixava cair uma luz magnífica.”
In O Egipto: notas de viagem, 1869
Alexandria, vista geral –
3º quartel do séc. XIX
Birds-eye view of
Alexandria
Gravura, A. desc.
in The Illustrated London News, vol.
81, 1882, p. 26-27
BN JE. 76 V.
45. O escritor aproveita as notas de viagem ao
oriente para compor os percursos que
Teodorico Raposo, o narrador-personagem
d´A Relíquia, fará ao visitar o Oriente
Médio.
O romance foi primeiro publicado em
folhetins na Gazeta de Notícias (24 Abr. a 10
Jun. de 1887) do Rio de Janeiro, e de
seguida em livro (2 Jul.).
46. Publicada em 1987, A Relíquia é um romance de 2ª
fase ( 1875 a 1888) – a dos romances realistas, onde
se incluem também O Crime do Padre Amaro (1875) e
O Primo Basílio (1878).
Nesse período, Eça procurou fazer um "inquérito à
vida portuguesa", uma séria crítica das instituições
que julgava responsáveis pela decadência e
estagnação de Portugal: a Monarquia, a Igreja e a
Burguesia.
Aderindo à causa republicana, fora de Portugal, Eça
pôde criticar largamente as instituições portuguesas e
os seus inúmeros e intoleráveis vícios: a Monarquia, a
Igreja e a burguesia serão atacadas acidamente.
Sob a legenda Sobre a nudez forte da verdade, o
manto diáfano da fantasia, compõe um painel amplo
daquela sociedade que julgava culpada pelo atraso de
seu povo: o clero hipócrita, a religiosidade hipócrita e
irresponsável, a aristocracia rural acomodada, a
burguesia gananciosa, irresponsável e medíocre.