O documento descreve a história do reino Monera, começando com a descoberta das bactérias por Anton van Leeuwenhoek em 1683. Detalha as principais características das bactérias, incluindo sua classificação como organismos unicelulares procariontes. Também discute estromatólitos, estruturas formadas por bactérias que produzem oxigênio e tornaram a atmosfera da Terra respirável.
1. REINO MONERA - HISTÓRICO
HISTÓRIA DO REINO MONERA
As bactérias foram descobertas por Anton van Leeuwenhoek em 1683.
Leeuwenhoek era um negociante holandês de tecidos, que tinha como
passatempo polir lentes e construir microscópios.
Com um desses aparelhos ele observou resíduos retirados de seus próprios
dentes e, para sua surpresa, viu seres minúsculos em forma de bastonetes.
Ele também observou seres microscópicos semelhantes em muitos outros
materiais (água parada, gota de água sobre plantas, no vinagre, no queijo
etc.).
Em suas descrições, ele refere-se a esses seres microscópicos como
"animálculos", que em latim, significa pequenos animais.
O interessante foi que ele anotou tudo que observava deixando assim, para
posteridade todas as suas observações sobre esse micromundo que ele
descobriu.
BACTÉRIA
A palavra bacterium foi introduzida pelo microbiologista alemão C.G.
Ehrenberg, em 1828, que foi buscar na língua grega, a palavra
βακτηριον (bakterion) que significa "pequeno bastão" (referindo-se às
bactérias que tinham essa forma).
Louis Pasteur e Robert Koch foram os primeiros cientistas a descrever o
papel das bactérias como vetores de várias doenças. O médico alemão
Robert Koch identificou em 1877 a bactéria causadora de uma doença do
gado chamada carbúnculo hemático ou antraz (Bacillus anthracis). Essa
doença é altamente virulenta e letal (tanto para o gado como para o
homem).
Todas as bactérias são organismos unicelulares, procariontes (não possuem
envoltório nuclear (carioteca), nem organelas membranosas), algumas
possuem flagelos (em número variavel).
2. Podem ser encontrados na forma isolada ou formando colônias,
apresentam nutrição autotrórica e heterotrófica (decompositores e
patogênicos), podendo viver na presença de oxigênio (aeróbias), na
ausência de oxigênio (anaeróbias), ou ainda serem anaeróbias facultativas
i.e., podem viver com ou sem oxigênio.
Pertencem ao Domínio Bacteria (que inclui as eubactérias e as archeias).
Como já estudamos anteriormente as bactérias são os organismos mais
antigos em nosso planeta, e seus vestígios podem ser encontrados em
rochas com 3,8 bilhões de anos, especialmente na Austrália, (continente de
Pilbara – pólo norte australiano).
ESTROMATÓLITOS
Estruturas orgânicas sedimentares formada pelo aprisionamento,
ligação e ou precipitação de minerais por microorganismos; os
estromatólitos são rochas formadas por um tapete de bactérias (com
consistencia de limo verde) produzido por microorganismos as
cianobactérias, no fundo dos mares rasos, que se acumularam
camada após camadas até formar uma espécie de estrutura
semelhante a uma rocha ou recife.
Os estromatólitos, por serem formados pelos primeiros organismos a
realizar a fotossíntese, são responsáveis pela produção do oxigênio,
tornando a atmosfera terrestre rica em oxigênio.
Assim, a atmosfera em nosso planeta tornou-se respirável. Esse
acúmulo de oxigênio iniciou-se a cerca de 3,8 bilhões de anos com o
surgimento das bactérias autotróficas fotossintetizantes. A medida
que foi se acumulando o oxigênio na atmosfera terrestre, formou-se
a camada de ozônio, que barra a penetração da maior parte dos raios
UV-B, o que possibilitou o aparecimento de muitos outros organismos
entre eles os eucariotos.
Nostoc spp (cianobactéria)
5. Cianobactérias são organismos aquáticos procariotos
fotossintéticos, i.e., eles podem viver na água e produzir seu próprio
alimento e apresentam nucleóide, e como todas as outras bactérias são
muito pequenas e unicelulares. Freqüentemente crescem em colônias,
grande o bastante para ver. Eles são considerados os mais antigos seres
vivos em nosso planeta, e os mais antigos fósseis conhecidos (3,5 bilhões
de anos). As cianobactérias ainda vivem ao nosso redor, elas são os
maiores e mais importante grupos de bactérias na Terra. Quando uma
colônia de cianobactéria cresce forma um estromatólito, que é uma rocha
formada por tapete de calcário produzido pelas células bacterianas da
colônia, no fundo de mares rasos ou lagos salgados.
O acúmulo de carbonatos (calcita, calcita magnesiana e dolomita) forma
uma estrutura semelhante a um domo sobre uma coluna parecendo um a
um recife.
6. Estromatólitos
ESTROMATÓLITOS NO BRASIL
A Lagoa Salgada (uma laguna hipersalina), que ocupa uma área de cerca de
16 km2 localizada na região norte do estado do Rio de Janeiro, no litoral do
município de Campos, próximo ao Cabo do São Tome, abriga as únicas
ocorrências de estromatólitos carbonáticos colunares , domais ,
estratiformes , trombólitos e oncólitos da idade holocênica do Brasil, e
provavelmente de toda a América do Sul.
Os estromatólitos ocorrem em toda a extensão das bordas da lagoa,
sobrepostos às areias marinhas, recobertos por solo ou submersos em
períodos de cheia. Não foram encontrados estromatólitos no fundo da lagoa.
Eles variam em espessura, ocorrendo como pequenos (cabeços), massivos
biohermas e estromatólitos laterais contínuos. Apresentam estruturas
colunares discretas na base, que se unem lateralmente em lâminas
7. irregulares, resultando em superfície, uma forma dômica. A superfície
externa dos estromatólitos é cimentados por calcita, calcita magnesiana e
dolomita. Investigações ficológicas das amostras de água superficial da
lagoa, esteiras microbianas e estromatólitos estratiformes demonstraram a
ocorrência de dezenove espécies de cianofíceas pertencentes às famílias:
Chroococaceae, Dermocarapaceae, Entophysalidaceae,
Hydrococcaceaeae, Mycroccystaceae, Oscillatoriaceae,
Pleurocapsaceae, Rivulariaceae e Xenococcaseae, além de
clorofíceas e crisofíceas.
Muitas dessas cianofíceas suportam alta salinidade , pH alcalino,
temperaturas elevadas e baixo teor de oxigênio e estão eventualmente
participando na formação destes estromatólitos recentes na Lagoa Salgada.
A idade máxima de estromatólitos ainda em crescimento, calculada na base
de datações das conchas da espécie Anomalicardia em sedimentos
associados, é de 3780 ± 170 anos AP.