1. Este documento descreve o método para determinar a resistência ao cisalhamento e o módulo de deformação transversal de paredes de alvenaria estrutural.
2. Ele especifica os procedimentos para a construção de paredes de teste, a aplicação de cargas, e a medição e cálculo dos resultados, incluindo a tensão de cisalhamento, distorção e módulo de deformação.
3. O relatório de resultados deve incluir as características geométricas das paredes e seus componentes, além dos resultados dos testes de cisal
2. 2 NBR 14321:1999
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que,
ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para
esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no
momento desta publicação. Como toda norma está sujeita
a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos
com base nesta que verifiquem a conveniência de se
usarem as edições mais recentes das normas citadas a
seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor
em um dado momento.
NBR 5738:1994 - Moldagem e cura de corpos-de-
prova cilíndricos ou prismáticos de concreto - Método
de ensaio
NBR 6136:1994 - Bloco vazado de concreto simples
para alvenaria estrutural - Especificação
NBR 6460:1983 - Tijolo maciço cerâmico para alve-
naria - Verificação da resistência à compressão - Mé-
todo de ensaio
NBR 6461:1983 - Bloco cerâmico para alvenaria -
Verificação da resistência à compressão - Método
de ensaio
NBR 7184:1992 - Blocos vazados de concreto sim-
ples para alvenaria - Determinação da resistência à
compressão - Método de ensaio
NBR 7215:1996 - Cimento Portland - Determinação
da resistência à compressão
NBR 8215:1983 - Prismas de blocos vazados de con-
creto simples para alvenaria estrutural - Preparo e
ensaio à compressão - Método de ensaio
NBR 8798:1985 - Execução e controle de obras em
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto -
Procedimento
NBR 10837:1989 - Cálculo de alvenaria estrutural
de blocos vazados de concreto - Procedimento
NBR 12118:1992 - Blocos vazados de concreto sim-
ples para alvenaria - Determinação da absorção de
água, do teor de umidade e da área líquida - Método
de ensaio
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições
das NBR 8798 e NBR 10837.
4 Construção das paredes
4.1 Generalidades
As paredes devem ser construídas em ambiente protegido
da incidência direta da luz solar e dos ventos canalizados;
nestas condições a temperatura deve ser de (30 ± 10)°C
e a umidade relativa de 40% a 90%.
As paredes devem ser construídas por um mesmo pe-
dreiro.
As paredes devem ser construídas entre duas guias (po-
dendo ser barras metálicas ou pontaletes de madeira), a
fim de se garantir a sua verticalidade.
É obrigatório o uso do fio de prumo e do nível.
Nestes trabalhos deve ser obedecida a NBR 8798.
4.2 Número de corpos-de-prova
4.2.1 Número de paredes
A tensão de cisalhamento convencional (τalv
) deve ser
determinada após o ensaio do número mínimo de três
corpos-de-prova.
4.2.2 Número de blocos ou tijolos
A resistência média de blocos vazados de concreto, se-
gundo as NBR 7184 e NBR 12118, de tijolos maciços ce-
râmicos, segundo a NBR 6460, ou de blocos cerâmicos,
segundo a NBR 6461, deve ser determinada após o en-
saio do número mínimo de seis corpos-de-prova.
4.2.3 Argamassa de assentamento
Durante a construção de cada parede, devem ser mol-
dados seis corpos-de-prova da argamassa de assen-
tamento.
4.2.4 Graute
De cada parede armada devem ser moldados dois
corpos-de-prova do graute.
4.3 Amarração
A forma de amarração entre os blocos deve ser a mesma
da parede que se quer simular no laboratório.
4.4 Dimensões das paredes ou corpos-de-prova
Os corpos-de-prova devem ter as dimensões que os
tornem representativos da estrutura real, de modo que
sejam minimizadas as influências das variações das
características dos materiais e da mão-de-obra na re-
sistência das paredes.
Não sendo praticável reproduzir as paredes nas mesmas
dimensões reais, admite-se como sendo corpos-de-prova
representativos aqueles que tenham por dimensões
mínimas 1,20 m x 1,20 m, sendo que a espessura deve
ser a mesma da parede real.
4.5 Assentamento
A argamassa deve ser colocada do mesmo modo que
nas paredes reais.
A espessura das juntas deve ser igual a (10 ± 3) mm, a
não ser nos casos especiais onde se pretende simular
outras espessuras de juntas.
Caso existam armaduras horizontais, estas devem ser
posicionadas durante o assentamento.
Nesta fase devem ser moldados os corpos-de-prova de
argamassa segundo a NBR 5738.
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3. NBR 14321:1999 3
4.6 Grauteamento
Quando houver o grauteamento, este deve ser efetuado
em etapas de altura não maior do que 1,40 m e após
(24 ± 2) h do término do assentamento dos blocos.
Existindo armaduras, elas devem ser posicionadas exe-
cutando-se o grauteamento posteriormente.
O graute deve ser adensado com soquete metálico ou
com vibrador apropriado.
Nesta fase devem ser moldados os corpos-de-prova do
graute de acordo com a NBR 5738.
4.7 Prismas
De cada parede devem ser moldados dois corpos-de-
prova, denominados prismas, de acordo com a NBR 8215,
sendo um deles pertencente à metade inferior da parede
e o outro à superior.
4.8 Cura
A idade básica para a execução dos ensaios é de
28 dias, contados a partir do término do assentamento.
Tratando-se de parede grauteada com ou sem armadura,
a data do ensaio deve ser determinada pela idade do
graute.
No entanto, nos casos onde haja interesse especial, esta
data pode ser alterada, visando a simulação de condições
de obra.
Nesta mesma data devem ser ensaiados a argamassa e
o graute.
Os corpos-de-prova da argamassa e do graute devem
passar o seu período de cura em uma câmara úmida ou
imersos em água, de acordo, respectivamente, com as
NBR 7215 e NBR 5738.
Os prismas devem permanecer no mesmo ambiente das
paredes.
4.9 Transporte e manuseio
Nos casos em que as paredes são construídas fora do
local em que serão ensaiadas, estas podem ser trans-
portadas para o local do ensaio, desde que neste trans-
porte não ocorram choques ou esforços que as dani-
fiquem. Recomenda-se que sejam transportadas na ver-
tical.
Não se recomenda o transporte dos corpos-de-prova an-
tes de sete dias de cura.
5 Aparelhagem
5.1 Dispositivos para aplicação de cargas
As paredes devem ser ensaiadas aplicando-se cargas
concentradas de compressão segundo uma das suas
diagonais. Este arranjo pode ser conseguido em uma
prensa hidráulica ou com um sistema de reação mostrado
na figura 1.
Para possibilitar a aplicação da carga e impedir esma-
gamentos pontuais, as duas extremidades carregadas
dos corpos-de-prova devem ser protegidas com dispo-
sitivos metálicos como sugerido na figura 2.
O sistema de reação e de carregamento deve permitir a
aplicação das cargas com precisão de até 3%.
5.2 Extensômetros mecânicos e defletômetros
Os alongamentos e encurtamentos nas faces das paredes
devem ser determinados por meio de quatro aparelhos,
instalados nestas faces, cuja sensibilidade deve ser de
0,01 mm, no caso de defletômetros, ou 20 x 10-6
, no caso
de serem usados extensômetros mecânicos.
Em quaisquer dos casos recomenda-se uma base de me-
dida de no mínimo 500 mm, disposta conforme indicado
na figura 1.
6 Procedimentos para os ensaios
6.1 Preparação das paredes
Inicialmente é feito um capeamento dos cantos das
paredes para possibilitar a acomodação nos dispositivos
metálicos de carga (ver figura 2).
Posteriormente as paredes devem ser pintadas de cal
para realçar as trincas e para permitir a observação do
modo de ruptura.
Após estas etapas devem ser montados os aparelhos de
medida.
6.2 Carregamentos
6.2.1 Corpos-de-prova não instrumentados
Para os corpos-de-prova sem instrumentação, a carga
deve ser aplicada continuamente até a ruptura. A carga
deve ser aplicada de modo que a tensão de cisalhamento
convencional se eleve progressivamente à razão de
(0,25 ± 0,05 ) MPa em cada segundo.
6.2.2 Corpos-de-prova instrumentados
Para os corpos-de-prova instrumentados, a carga deve
ser aplicada em incrementos comparáveis aos de 6.2.1.
Deve-se escolher os incrementos de modo a se ter no
mínimo dez pontos, para que seja traçada adequada-
mente a curva tensão x deformação.
As medidas devem ser efetuadas até bem próximo da
carga de ruptura.
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4. 4 NBR 14321:1999
6.2.3 Tempo de permanência do carregamento
Cada nível de carregamento deve permanecer sobre a
parede por um intervalo de tempo de 5 min.
7 Expressão dos resultados
Os resultados devem ser apresentados de modo que se
possa obter os principais parâmetros indicativos da
resistência e deformabilidade das paredes, quais sejam:
a) cálculo da tensão de cisalhamento convencional
(τalv
):
A
P)(0,70
alv =τ
onde:
P é a carga aplicada média de três paredes, em
newtons;
A é a média da área bruta (ou líquida) das duas
faces contíguas ao carregamento, em milímetros
quadrados.
NOTA - Pode ser a área líquida quando se tratar de com-
ponentes vazados conforme a definição da NBR 6136.
b) cálculo da distorção da parede (γalv
)
0L2
HV )(
alv
∆+∆
=γ
onde:
γalv
é a distorção, em milímetros por milímetros;
∆V é o encurtamento vertical, em milímetros;
∆H é o alongamento horizontal, em milímetros;
L0
é o comprimento da base de medida, em milí-
metros.
NOTA - As bases vertical e horizontal devem ser as mes-
mas.
c) módulo de deformação transversal (Galv
), sendo
calculado entre 20% e 50% da carga de ruptura:
alv
alv
alv
γ∆
τ∆
=G
8 Relatório
O relatório dos ensaios deve conter as seguintes infor-
mações:
a) características geométricas das paredes, dos com-
ponentes (blocos), dos prismas e o posicionamento
dos eventuais furos grauteados;
b) características gerais da construção das paredes,
traço da argamassa de assentamento e do graute, e
a localização por meio de desenhos da posição das
armaduras com a indicação dos seus diâmetros;
c) condições de cura das paredes, da argamassa e
do graute;
d) datas de assentamento, da execução do grautea-
mento e dos ensaios, detalhando fases particulares,
quando existirem;
e) descrição da aparelhagem utilizada e sua posição
nas paredes;
f) tensões de ruptura individuais e médias dos com-
ponentes (blocos);
g) tensões de ruptura individuais e médias da arga-
massa de assentamento usada em cada parede;
h) tensões de ruptura individuais e médias do graute
usado em cada parede;
i) cálculo da tensão de cisalhamento convencional
(τalv
);
j) cálculo da distorção da parede (γalv
);
k) módulo de deformação transversal (Galv
);
l) tensão de ruptura das paredes;
m) descrição do modo de ruptura das paredes;
n) gráficos cargas x deslocamentos e cargas x en-
curtamentos;
o) descrição de eventuais anormalidades surgidas
nos ensaios;
p) fotografias podem ser usadas para mostrar as
condições gerais dos ensaios e para registrar as suas
eventuais peculiaridades;
q) referência a esta Norma.
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6. 6 NBR 14321:1999
Dimensões em milímetros
NOTA - O valor do espaçamento entre enrijecedores (x) depende da espessura das paredes.
Figura 2 - Dispositivos metálicos
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