Trabalho escrito problemática do uso de biocidas e de métodos alternativos no...
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
1. MANEJO INTEGRADO DE
PRAGAS E DOENÇAS
Profª Drª Simone Braga Terra
Curso de Bacharelado em Agronomia
Uergs – Unidade de Santana do Livramento
Nível de Dano Econômico
Implantação e Gerenciamento do
Manejo Integrado
2. 1. Definição de MIP
É a utilização de todas as técnicas disponíveis
para o controle de P & D, dentro de um programa
unificado, de tal modo a manter a população de
organismos nocivos abaixo do nível de dano
econômico
O MIP baseia-se na relação custo benefício: se o
custo para combater a praga for igual ao prejuízo
causado por ela, aplica-se o agrotóxico
O MIP também objetiva reduzir custos e
contaminar o mínimo possível o meio ambiente
pelos efeitos nocivos dos agrotóxicos
3. Figura 1 - Manejo Integrado de doenças como um sistema
multidisciplinar de pesquisa. Modificado de Azevedo (2001)
4. Diversificação da época de semeadura: busca-
se romper a sincronia entre a planta e o inseto
Ex1: Plantio de eucalipto em época chuvosa
Ex2: Cv precoce produz antes, inseto ainda pequeno
Resistência varietal: a cultura terá mais
tolerância ao hospedeiro, suportando melhor a
injúria causada sem perder em produção
Ex1: Variedade vigorosa, mais folhas para o inseto
Mistura da variedades: misturando-se plantas
tardias com precoces evita-se o prejuízo em todas
O MIP é multidisciplinar
5. Controle biológico: utilização de outro organismo
vivo para manter a população da praga em baixa
- Parasitóide: completa ciclo dentro da praga (vespa
Trichograma)
- Predador: é grande e se alimenta de muitas pragas
(Hemipteros e Coleopteros)
- Patógenos: causam doenças nas pragas (fungo
Metharhizium e bactéria Bacillus)
6. Sementes e mudas sadias: iniciar o plantio com
sanidade do stand, buscando resistência genética
- Planta imune: não sofre dano do microorganismo
- Planta resistente: sofre dano menor que o normal
- Planta suscetível: sofre dano maior que o normal
- Planta tolerante: suporta o ataque sem afetar a
produção ou a qualidade final
- Antibiose: planta que apresenta toxina à praga,
causando mortalidade (nicotina, piretro e tanino)
Planta armadilha ou repelente ou isca: atrai o
inseto e causa sua morte (crotalária) ou sua
presença repele as pragas (alface + cebolinha) ou
sua presença atrai a praga (alface + manjericão)
7. Consórcio alface e cebolinha verde
como repelente de insetos
Consórcio alface e manjericão
como isca de insetos
Leguminosa crotalária planta
isca de nematóides
Consórcio milho e feijão para
atrair lagartas
8. 1.2 Características básicas do MIP
Diminuir o uso de produtos químicos na agricultura
Racionalizar os custos de produção
Reduzir os riscos de intoxicação ao aplicador
Utilização harmônica de várias táticas de proteção
de plantas, de acordo com a realidade do produtor
Conhecimento de organismos nocivos e benéficos
A população de P & D deve ficar abaixo do nível de
dano econômico: monitoramento
Aplicação das medidas de controle no seu devido
tempo, não baseadas em calendários fixos
9. 2. Por que os insetos e as doenças
atacam as plantas?
Monoculturas e pecuária intensiva: área
extensa, uniforme e abundante em alimento
Eliminação da vegetação nativa: que poderia
servir de alimento para praga ou para inimigos
naturais ou também como planta isca
Introdução de cultivos exóticos: insetos em
contato com nova planta, modificando a preferência
e favorecendo a conversão da praga
Baixa população de inimigos naturais: uso
indiscriminado de agrotóxicos torna praga
resistente (praga 2ª passa a ser 1ª)
10. Padrões elevados de qualidade: consumidores
com novos gostos e exigências, criados pela mídia
Plantio intensivo repetidos na mesma área:
facilidade de entrada da praga
Adubação química pesada: solo sem estrutura,
sem fauna edáfica controladora de P & D, planta
com raiz ‘preguiçosa’, desequilíbrio nutricional
interno
Situação de estresse: água, temperatura,
nutrição, agrotóxicos, muda raiz nua, solo nu
Falta de higiene do operador: ferramentas, botas,
trator e implementos, comer/beber no trabalho
Condição climática desfavorável: naturais ou
manejadas (irrigação, estufa, espaçamento)
11. 3. Relação inseto x planta = dano
Inseto fitófago se alimenta da planta
reduzindo a produção de folhas,
grãos...
Inseto causa a injúria: toda ação
deletéria que compromete a produção
Planta injuriada perde em produção,
qualidade e em valor na hora da venda
Dano econômico: é toda perda
econômica decorrente da injúria
Mas quando saber se o dano
econômico tornou-se significativo a
ponto do inseto tornar-se praga?
12.
13. Nível de Equilíbrio (NE): é a quantidade de insetos
existentes numa lavoura, mas que está controlada por
inimigos naturais, variáveis climáticas ou outras
Nível de Controle (NA) ou Nível de Ação (NA): é a
quantidade de insetos existentes numa lavoura onde
devemos adotar medidas de controle para que a praga
não cause dano econômico = Monitoramento
Nível de Dano Econômico (NDE): é a quantidade de
insetos existentes numa lavoura causando prejuízo às
plantas de mesmo valor do custo do controle dessa
praga. Quando o custo ($) para controlar a praga é
igual ao valor do prejuízo ($) causado por ela, estamos
no NDE
14. É a menor densidade populacional do
organismo nocivo que causa dano
econômico
Nível de Dano Econômico
15. Nível de Ação (NA) ou de Controle (NC)
Menor densidade populacional do organismo
nocivo na qual medidas necessitam ser
tomadas para impedir que o NDE seja
alcançado
16. O crescimento da população de uma praga agrícola está
representado em função do tempo, onde a densidade da
população maior que “P” causará prejuízos à lavoura.
- O que aconteceu no momento 1? E no momento 2?
- Situe o NDE e o NC
17. 4. Conceitos de pragas
4.1 Classificação de acordo com a
parte da planta atacada
Praga direta
Praga indireta
Lagarta da soja - Indireta
Anticarsia gemmatalis
Percevejo da soja - Direta
Euschistus heros
18. 4.2 Classificação de acordo com a
importância
Organismo não praga: a população nunca
atinge o nível de controle
Exemplo: coleópteros ou louva deus em
frutíferas
19. Praga chaves ou primárias: são aqueles
organismos que frequentemente ou sempre
atingem o nível de controle
Exemplo: percevejo na soja e broca da
figueira
20. Praga ocasionais ou secundárias: são
aqueles que raramente atingem o nível de
controle. Podem ser prejudiciais somente
em certas épocas do ano
Exemplo: ácaros na cultura do citrus ou
cochonilha em goiaba
21. Praga potenciais: quando os fatores
naturais de controle de insetos
desaparecem e as pragas potenciais
passam para outra categoria
Pragas migratórias: são espécies de
insetos não residentes nos campos
cultivados, mas que podem mudas seu
hábito e passa a atacar uma cultura exótica
nunca antes existente. Hábito se modificou
e passa a causar danos severos
Ex: vespa da galha em eucalipto
22. 5. Etapas importantes para a
implantação do MIP
Para o sucesso do MIP é necessário um
conhecimento amplo do sistema produtivo, no que
diz respeito à cultura, à praga, aos inimigos
naturais, ao clima e à realidade do agricultor
Necessário entender o funcionamento do sistema
produtivo e as relações entre as variáveis
Sistema complexo e individualizado
A implantação do MIP pode ser trabalhosa e
demorada, mas no momento em que houver o
entendimento global, os resultados são duráveis
MIP baseia-se em monitoramento e amostragem
23. 1ª Etapa: Diagnose ou avaliação do
agroecossistema
a) Leitura da paisagem e da área cultivada: tipo
de solo, relevo, clima predominante, área de baixada,
área ensolarada, encosta, existência de quebra
ventos, cultivos anteriores próximos e que espécies,
plantas espontâneas e da mesma família da cultura
b) Identificar a cultura: nomes (C & V), família
botânica, forma de produção, produtos de interesse
c) Entender o ciclo da cultura e as fases
fenológicas: ciclo anual, perene, hábito, porte,
espaçamentos, produção de mudas, transplante ou
plantio no solo, fases vegetativa e reprodutiva,
colheita manual ou mecanizada
24. d) Fatores edafo-climáticos da cultura:
necessidades de clima (Tº, UR, irrigação, ventos) e
solo (adubação, calagem)
e) Identificar as pragas: nomes e ordem,
caracterização morfológica, ciclo de vida, aparelho
bucal, dano causado, a fase de maior preferência de
ataque
f) Identificar o PC da cultura: quais as fases
suscetíveis da cultura e relacionar com o hábito e
com a condição ambiental preferencial da praga
g) Identificar os inimigos naturais da praga:
nomes e ordem, caracterização morfológica, ciclo de
vida, aparelho bucal, parasita/patógeno/predador,
plantas e ambientes preferenciais para moradia
25. A diagnose as seguintes questões devem
ser entendidas pelo técnico
- O agroecossistema é complexo e não devo
simplificá-lo para facilitar o trabalho
- Devo ter o entendimento de cada fator biótico e
abiótico e suas relações no tempo e no espaço
- Qual a realidade do produtor que me contratou?
Econômica, intelectual, mão de obra, tempo, estilo
- Como é realizado o manejo do solo, da água, dos
restos culturais, dos tratos culturais da propriedade?
- O trabalho será intenso e desafiador, mas os
resultados serão duráveis
26. 2ª Etapa: Tomada de decisão
- É baseada num plano de amostragem, para
verificar o nível das populações de pragas e dos
inimigos naturais existentes na lavoura
a) Fazer amostragem para monitorar a praga:
O que será observado? Ovos, insetos adultos,
larvas, % folhas atacadas, raiz infectada, ninfas...
*Obs: Deve-se pesquisar na literatura a indicação de
amostragem para cada praga
27. b) Qual a ferramenta da amostragem: Que
instrumento usarei para fazer a amostragem?
Armadilhas Mc Phail ou PET com suco, armadilha
luminosa/adesiva/feromônio/colorida/delta, batida
de pano...
*Obs: A amostragem deve ser rápida, barata, fácil
obtenção, representativa, executável ao agricultor
28. c) Determinar o NC para cada praga: 20
mariposas/semana/armadilha luminosa OU 2
moscas/semana/armadilha Mc Phail
*Obs: Deve-se pesquisar na literatura a indicação de
NC para cada praga
d) Determinar a frequência que o
monitoramento será feito: Quantas vezes será
trocado o suco/isca da armadilha? Quantas vezes
contar insetos capturados? Quando chover, como
proceder?
29. Amostragem convencional
Seleção de pragueiros (dupla) e monitores
Dividir a área em talhões: características iguais
Tipos de caminhamento: em U, C, X, zigue
zague
Amostras: é a unidade de avaliação
Técnicas de amostragem: que ferramenta utilizar
Nº de amostras por talhão
Época e frequência de amostragem
A amostragem serve para identificar se a lavoura
encontra-se no Nível de Controle, que deve ser
identificado sempre antes do Nível de Dano Econômico
32. Unidades de amostragem
Área
(ha)
Nº Pontos
amostrados
Lagartas e
percevejos
Broca das
axilas
1 - 9
10 - 29
30 - 99
6
8
10
Uma
amostragem
através da
batida de pano
Exame de 10
plantas em
cada ponto
Tabela 1. Amostragem convencional das
pragas da cultura da soja
33. 3ª Etapa: Seleção dos métodos de
controle de pragas e doenças
Métodos culturais
Controle biológico
Controle químico
Controle por comportamento
Resistência de plantas
Métodos legislativos
Controle mecânico
Controle físico