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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Regional do Estado de São Paulo
Ano XVI - nº. 180 - NOVEMBRO de 2007
Redação: sobrames@uol.com.br - (11) 9182-4815
OBandeirante
Jornal
ABRAMES: Vinte anos de história
A Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames) é o
único silogeu literário exclusivo de médicos que se conhece no mundo!
Foi idealizada por Mateus Vasconcelos, ex-presidente da Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), regional do estado do
Rio de Janeiro (1969-1971 e 1974-1975) e da sede nacional (1980-
1982).
A fim de que tal desiderato fosse alcançado, um pugilo de
médicos idealistas, constituído por Marco Aurélio Caldas Barbosa,
eleito presidente dessa comissão, Mateus Vasconcelos, Miguel Calille
Jr., Tito de Abreu Fialho, Maria José Werneck, Perilo Galvão Peixoto,
Syllos de Sant‘Anna Reis e Luiz Gondim de Araújo Lins passou a
reunir-se na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Formularam
seus estatutos, as insígnias acadêmicas e escolheram para patrono da
entidade ManuelAntônio deAlmeida (1831-1861), médico, jornalista,
cronista, romancista, crítico literário e também patrono da cadeira
no
28 da Academia Brasileira de Letras.
A Abrames foi fundada, propositadamente, no dia 17 de
novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de Manuel Antônio de
Almeida, seu patrono, no anfiteatro Miguel Couto do Hospital Geral
da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro. Devido ao
seu falecimento, MateusVasconcelos não pôde ver seu ideal realizado,
assim como Miguel Calille Jr., tendo-lhes sido outorgada pelos seus
pares, a honra de serem patronos, respectivamente, das cadeiras no
1
e no
4.
Marco Aurélio Caldas Barbosa não somente foi o líder da
comissão organizadora da Abrames, seu grande protagonista, mas
também é considerado seu fundador. Foi ele quem planejou a medalha,
desenhou os diplomas, supervisionou os estatutos, delineou a bandeira
e previu seu escudo. Ademais, organizou a festa solene de instalação
do sodalício na memorável noite de 26 de maio de 1989, em sessão de
gala, no Palácio da Cultura Gustavo Capanema, na cidade do Rio de
Janeiro.
A Abrames compõe-se de cinqüenta cadeiras, em que
predomina o princípio da vitaliciedade modificada, admitindo, desde
o seu primeiro Estatuto, em 1987, a condição de membro emérito,
quando, sob certas circunstâncias, ocorre a vacância da cadeira sem
que o titular perca a sua condição de acadêmico.
Os patronímicos das cinqüenta cadeiras da Abrames foram
ilustres médicos escritores, sendo que 23 deles pertenceram àAcademia
Nacional de Medicina; 14 tiveram seus nomes ligados à Academia
Brasileira de Letras; e outros, vínculos com igualmente notáveis
entidades, tais comoAcademia Mineira de Letras,Academia Fluminense
de Medicina, Academia Paulista de Letras, Academia Brasiliense de
Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Petropolitana
de Letras, dentre outras. Há uma só patronesse, Francisca Praguer
Fróes, patronímia da cadeira no
24.
por Helio Begliomini médico urologista e Presidente da SOBRAMES-SP
AAbrames é filha da Sobrames e a maior parte dos membros
que tiveram o privilégio de a ela pertencer foram ou são, igualmente,
membros de diversas regionais estaduais desta entidade. Por ocasião
da instalação daAbrames, havia em seu quadro membros representantes
dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia,
Minas Gerais, Alagoas e Paraná. Posteriormente, além desses,
ingressaram membros dos Estados do Amazonas, Rondônia, Ceará,
Pernambuco e Goiás.
A Sobrames paulista sempre gozou de prestígio naAbrames.
Seus doze representantes, ao longo desses vinte anos são, em ordem
cronológica de posse: Helio Begliomini e Flerts Nebó (titulares-
fundadores, 1989); Regis Cavini Ferreira (1993); Carlos Luiz Campana
e Thereza Freire Vieira (1995); Walter Whitton Harris (1997); Aldo
Miletto e Josyanne Rita de Arruda Franco (1999); Evanil Pires de
Campos (2000); Luiz Giovani (2001); Alcione Alcântara Gonçalves
(2003); e Nelson Jacintho (2006).
Na instalação da Abrames, cinco de seus membros eram
também titulares da vetusta Academia Nacional de Medicina. Nos
anos seguintes, mais sete membros desse honorável e secular sodalício
também adentraram na Abrames.
Dos seus cinqüenta fundadores, apenas quatro eram
mulheres: Maria José Werneck (RJ), Zilda Cormack (RJ), Coracy
Teixeira Bessa (BA) e Dulce Morgado Castellar Pinto (RJ).
Posteriormente ingressaram mais oito: Maria da Paz Manhães (RJ),
Inaura Vaz Carneiro Leão (RJ), Marli Piva Monteiro (BA), Thereza
FreireVieira (SP), Sara Riwka Erlich (PE), Marialzira Perestrello (RJ),
Josyanne Rita de Arruda Franco (SP) e Leila Maria Campos Jordão
(RJ).
Continua na página 8
Jornal O Bandeirante
ANO XVI - nº. 180 - Novembro 2007
Publicação mensal da SOBRAMES-SP -
Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores - Regional do Estado de São Paulo
Sede: Rua Alves Guimarães, 251 -
CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604
Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes
Salun.
Redatores: Helio Begliomini, Marcos
Gimenes Salun, Flerts Nebó.
Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
(MTb 17.671 - SP).
Jornalista Responsável: Marcos Gimenes
Salun - (MTb 20.405 - SP).
Redação e Correspondência: Av.Prof.
Sylla Mattos, 652 - ap. 12 - Jardim Santa
Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010.
E-mail: sobrames@uol.com.br.
Tels.: (11) 9182-4815 / 6331-1351
Colaboradores desta edição: Aldo Miletto,
Geováh Paulo da Cruz, Manlio Mario Marco
Napoli, Roberto Antonio Aniche, Luiz Jorge
Ferreira e José Rodrigues Louzã.
Diretoria - Gestão 2007/2008 - Presidente:
Helio Begliomini; Vice-Presidente:
Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeiro-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã;
Segundo-Secretário: Evanir da Silva
Carvalho; Primeiro-Tesoureiro: Marcos
Gimenes Salun; Segundo-Tesoureiro: Ligia
Terezinha Pezzuto; Conselho Fiscal
Efetivos: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba,
Luiz Jorge Ferreira; Conselho Fiscal
Suplentes: Carlos Augusto Ferreira Galvão;
Geováh Paulo da Cruz; Helmut Adolf
Mataré.
Projeto Gráfico e Diagramação:
Rumo Editorial Produções e Edições
Ltda. CNPJ.07.268.251/0001-09
E-mail: rumoeditorial@uol.com.br
Matérias assinadas são de
responsabilidade de seus autores e não
representam, necessariamente, a
opinião da SOBRAMES-SP
PRESTIGIE E COLABORE. AS INICIATIVAS DA SOBRAMES-SP
PODERÃO SER MUITO MELHORES SE VOCÊ TAMBÉM
PARTICIPAR. OS ACONTECIMENTOS PODEM ESTAR
DEPENDENDO DE UMA AÇÃO POSITIVA SUA.
Tiragem desta edição: 250 exemplares
(papel) e mais de 1.000 exemplares
enviados por e-mail.
Direitos e outros quejandosexpediente
editorial
O Bandeirante - Novembro de 20072
Hospital Metropolitano
(11) 3677.2000
Serviços de Pronto-Socorro
e tratamentos de ambulatório
Rua Marcelina, 441 - Vila Romana - SP
longevità
(11) 3531-6675
Rua Maria Amélia L. de Azevedo, 147 - 1º. andar
Estética facial, corporal e odontológica * Massagem *
Drenagem * Bronze Spray * Nutricionista * RPG
Rua Luverci Pereira de Souza, 1.797 - Sala 3
Cidade Universitária - Campinas (19) 3579-3833
Certamente não há opiniões muito
diferentes quando se trata de cobrar
direitos. Todo mundo quer o seu, sabe
“de cor e salteado” o que está reivin-
dicando e não quer nem saber de
desculpas se não cumprirem o que lhes
cabe. Isso é assim em qualquer lugar do
mundo, em qualquer grupo social e a
reação é quase sempre a mesma com
quem quer que seja.
Desde pronto manifestamos
nosso apoio aos que estejam estra-
nhando o atraso na periodicidade da
circulação de nosso jornal “O
Bandeirante” e reivindicando o direito de
recebê-lo mensalmente, como vem
ocorrendo desde o início de sua história,
há, pelo menos, 179 meses. Pedimos
desculpas a todos os leitores e
informamos que todas as providências
necessárias para o pronto restabe-
lecimento da normalidade da circulação
deste informativo já estão sendo
adotadas.
Também aos que estejam prontos
a lamentar o atraso na divulgação dos
resultados dos concursos regulares de
prosa e poesia da SOBRAMES-SP em
2007, damos a mesma satisfação:
providências já foram adotadas para a
regularização.Noiníciode2008,o“Prêmio
Bernardo de Oliveira Martins”, para a
melhor poesia de 2006/2007, e o “Prêmio
Flerts Nebó”, para o melhor texto em
prosa de 2006/2007, serão entregues aos
seus vencedores.
Bem, não estamos ocupando este
espaço que nos tem custado algo
significativo apenas para dar desculpas
ou justificativas. Queremos também
enaltecer aos que, ao mesmo tempo que
reivindicam seus justos direitos, também
têm doado boa parte de si para cumprir
Faça seu anúncio!
TABELA DE PREÇOS
(valor do anúncio por edição)
1 módulo horizontal R$ 30,00
2 módulos horizontais R$ 60,00
3 módulos horizontais R$ 90,00
2 módulos verticais R$ 60,00
4 módulos R$ 120,00
6 módulos R$ 180,00
Outros tamanhos sob consulta
sobrames@uol.com.br
com a outra parte desse mesmo
“contrato”, que são as obrigações.
Nesta edição, voltamos a ter as
costumeiras oito páginas, quatro delas
destinadas aos textos literários em prosa
e verso produzidos pelos nossos autores
e colaboradores.As demais têm conteúdo
editorial ou noticioso. Como comple-
mento, a edição impressa vem recebendo
o apoio da divulgação virtual através do
envio por e-mail de cada edição a
milhares de destinatários, o que amplia
sensivelmente seu público-alvo.
Ainda é pouco, a julgar pelo
imenso número de médicos escritores,
somente no Estado de São Paulo, que
sequer imaginam a existência de uma
sociedade que reúna aqueles que
escrevem literatura não-científica como
a nossa SOBRAMES. É menos ainda se
compararmos ao que temos feito para
tentar transpor os limites deste ínfimo
círculo a que estamos circunscritos por
nossa mera conveniência e comodidade.
Quem sabe, ao invés de apenas
esperarmos pelo atendimento de nossos
direitos, possamos fazer mais e tentarmos
algumas ousadias! Por exemplo, que tal
pensar em conseguir uma sede para a
SOBRAMES-SP, ampliar o número de
associados, divulgar nossas atividades
nos meios a que tivermos acesso, ampliar
nossa disponibilidade em colaborar com
a execução das tarefas do dia-a-dia da
sociedade e com novos projetos... Enfim,
as perspectivas são amplas.
Se todos puderem fazer algo pela
SOBRAMES-SP, em breve ela não terá
apenas o grato dever de divulgar a obra
de seus escritores. Também passará a ter
alguns direitos.
Os editores
M
P
Aldo Miletto
Médico psiquiatra - São Paulo - SP
3O Bandeirante - Novembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO
Pare...
é noite de Natal
Pare... Por um momento, pare... e mais não olhe!
Deixe essa indiferença humana estarrecer
a própria natureza inteira, que se encolhe
perante o bem que falta e tarda a acontecer...
Da noite deslumbrante e farta, que recolhe
seu estrelado e rico manto, a esmaecer,
sinta o vazio, que em breve a atinge e que lhe tolhe
a perspectiva ignara do fugaz poder.
Mil dias são decorridos:
Arroubos e ímpetos estão fenecidos.
A neurociência dá sua lição:
São os regulamentares três anos,
O máximo que dura uma paixão.
Agora são desenganos,
Talvez lamentados enganos.
Felicidade versus desilusão.
Grandes dúvidas: se lucros,
Ou perdas e danos.
Está extinta a chama
Que incendiou nossa cama.
Foi tudo um calor,
Uma febre, uma forte emoção.
Não houve amor,
Nem racionalização.
Vovó sempre dizia,
Com grande sabedoria:
Casamento é loteria.
Aborrecera-me com minha tia,
Que insistia:
Menino, não casa...
Sossega! Joga água fria
Neste teu sexo em brasa,
Nesta ânsia, nesta euforia.
O ouvido estava surdo,
Ofendi-me com o absurdo.
A vista estava cega,
Não via nada.
Escute, do Natal, que é Santo, a voz candente,
de novo alvorecer silente, a sussurar
esperanças de um dia melhor para o indigente,
que sofre, já descrente, e o Salvador no altar,
Jesus, a abençoar o povo penitente
e a Caridade e Amor, assim lhe despertar!
Acertei? Ou fiz burrada?
Pois é, pergunto-me, e agora?
Ou é o pó da estrada,
Ou uma nova virada
Ou uma vida malvada.
Meu Deus, o que restou
Daquela louca paixão
Tão simplesmente terminada?!!!
Para um homem pode ser um novo tempo,
De renovação, de rejuvenescimento.
Novas conquistas, entretenimento,
Fecundar mil vaginas com seu licor seminal
Pautar sua vida pelo gozo animal,
Esquecer-se da paixão, afinal.
Mas pode ser um lamento,
Um ônus, um arrependimento.
Uma dor moral, um desalento.
Se nele vigorar só a biologia,
Sai sem dor, em desafogo
Parte logo para um novo jogo.
Mas, e se houvera uma afeição,
Que agora o deixa em desamparo?
E ter no peito um coração amaro
Como se fora uma rejeição?
Nem só de sexo vive o homem,
Por mais que os testículos o tomem.
Um hábito, um conforto, uma comodidade,
Uma rotina estabelecida,
Uma amizade necessária,
Solidão, dependência, motivação vária
Vão substituir aquela celeridade,
Para que com a mesma parceira
Em sua prosaica vida caseira,
Tente encontrar sua verdade.
Valerá a pena? Quanto custará?
Depende. É só uma contabilidade:
Se amor, se cumplicidade,
Se renúncia, raiva, ou apatia
Ao final de cada dia.
O ocaso da paixão do homem
Geováh Paulo da Cruz
Médico oftalmologista - São Paulo - SP
A
Prodígio dos pés da bailarina
Manlio Mario Marco Napoli
Médico ortopedista - São Paulo - SP
SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Novembro de 20074
A dança é u`a manifestação natural do homem,
haja vista que as crianças a praticam normalmente.
É uma forma de marcha criada pelo homem, para
traduzir os sentimentos despertados pela música ou canto;
no sentido musical é a relação entre o pé e o ouvido.
Dança e música estão intimamente ligadas. O ritmo da
dança é acentuadamente biológico; nossa fisiologia é feita
de ritmos diferentes e de várias ordens - cardíaco,
respiratório, etc; o ser humano expande-se por ritmos,
porque estes são significativos e transfiguram seu corpo,
que através deles, fala e manifesta-se. A dança é uma
linguagem que todos entendem. NIETZCHE dizia -
“perdeu sua viagem na vida quem nunca dançou”.
Quando os primatas elevaram seu trem posterior,
para melhor visualizar o horizonte e poder fugir de seus
perseguidores ou, ao contrário, alcançar suas presas,
modificações importantes e fundamentais para acelerar
a marcha e diminuir a fadiga foram introduzidas nos pés:
1 - o talus livrou-se de suas inserções musculares
e tornou-se o centro da articulação peritalar;
2 - o calcâneo hipertrofiou-se;
3 - o primeiro raio metatarsiano tornou-se
praticamente paralelo aos demais raios e hipertrofiou-se
também; a articulação cúneo-metatarsiana tornou-se,
praticamente, plana, com seus movimentos limitados;
4 - finalmente, surgiu o arco longitudinal.
Tudo ocorreu progressivamente há cerca de
quinze milhões de anos, até chegarmos ao pé atual do
homem que, de órgão de preensão semelhante à mão,
transformou-se em membro de sustentação, embora
guardando resquícios de suas funções primitivas.
Surgiu, a partir desse momento, nova capacidade
- a antítese, que dá ao pé a possibilidade de, na fase de
apoio de marcha, tornar-se flácido e, logo em seguida, na
fase de desprendimento do solo, absolutamente rígido. É
o que se vê, quando, no balé clássico, a bailarina executa
o “fouetté”, ou seja, a rotação rápida e contínua na ponta
ou meia-ponta da perna de apoio, graças ao impulso dado
pelos movimentos dos braços e da outra perna. Os
“fouettés” são executados em séries de 16 ou 32.
Isso é o que ocorre na dança, normalmente no
balé, quando a bailarina, através do aprendizado longo e
exaustivo, consegue prodígios com seus pés.
Mas, evidentemente, há um tributo a ser pago,
pois a dançarina exige o máximo esforço de seus pés,
como também do sistema músculo-esquelético locomotor,
com a participação de todo o aparelho estático e dinâmico
do seu corpo. Esse tributo é representado pelos distúrbios
de forma e função dos pés que, nos membros inferiores,
podem atingir índices elevados, próximos de cem por cento,
com a produção de calosidades, bolhas, quadros dolorosos
ascendentes até os quadris, pés planos insuficientes, sendo
o balé clássico o estilo de dança responsável pela maioria
das lesões que, de um modo geral, crescem com a idade
e o uso das sapatilhas de ponta.
Por outro lado, se as bailarinas conseguem
prodígios com os pés, não nos esqueçamos que, por sua
estrutura e função, pela qualidade de máquina perfeita
que encerra a excepcional característica da antítese, são
os pés que permitem que isso possa ocorrer no ser
humano.
Wood-Jones, estudioso dos pés, em seu livro
publicado em 1945, afirmava que de todos os segmentos
do corpo humano, o que mais evoluiu foi o pé e, goste ou
não o Homem, ele é sua chancela e é por seu intermédio
que será conhecido pelos demais seres do reino animal.
Certamente, o A. não poderia imaginar que em
1969, ou seja, menos de cinco lustros após, entre
estarrecido e incrédulo, o mundo viu o Homem pisar na
Lua e seu comandante, Neil Armstrong, proferir a frase -
um pequeno passo para o Homem, um salto gigantesco
para a humanidade.
Cabe lembrar que o homem desceu na Lua,
apoiando-se nos pés, e lá não há atmosfera, inexistem
ventos e tempestades, assim sendo, a imagem no solo
lunar jamais desaparecerá!
O pé do Homem está eternizado no espaço sideral,
fora do planeta Terra!
N
5O Bandeirante - Novembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO
I
Numa esquina qualquer,
Uma mulher qualquer
Espera um homem qualquer...
Numa esquina da vida,
Num dia sem vida,
Um homem qualquer
Encontra-se, casualmente,
Com uma mulher sem sonhos...
Numa esquina da vida,
Num tempo qualquer,
Uma mulher com seus sonhos,
- Qualquer mulher,
Espera encontrar um homem,
- Qualquer homem serve,
Para um momento qualquer...
II
Numa esquina,
Uma mulher
Espera um homem.
Numa esquina,
Num dia,
Um homem
Encontra-se, casualmente,
Com uma mulher.
Numa esquina,
Num tempo,
Uma mulher
- Apenas uma mulher,
Encontra um homem
- Apenas um homem,
Apenas para um momento.
III
Numa esquina da vida,
Uma mulher da vida
Espera um homem da vida.
Numa esquina sem vida,
Num dia qualquer,
Um homem sem sonhos
Encontra-se, casualmente,
Com uma mulher.
Numa esquina qualquer,
Num tempo da vida,
Uma mulher sem vida
- Mulher sem sonhos.
Espera encontrar um homem,
- Um homem da vida serve,
Para um momento qualquer...
IV
Numa esquina da vida,
Uma mulher qualquer
Espera o homem de seus sonhos.
Numa esquina da vida,
Num dia qualquer,
Um homem sem sonhos
Encontra-se casualmente
Com uma mulher qualquer.
Numa esquina da vida,
Num tempo qualquer,
Uma mulher sem vida,
- Uma mulher sem sonhos,
Espera encontrar um homem com seus sonhos,
- Um homem qualquer serve.
Para apenas um momento da vida...
Numa esquina qualquer...
Numa esquina
Roberto Antonio Aniche
Médico ortopedista - São Paulo - SP
N
O
SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Novembro de 20076
O azul
Luiz Jorge Ferreira
Médico - São Paulo - SP
O primeiro cavalo era o que trazia a cauda toda
ensopada de orvalho. Do terceiro em diante, só insetos,
restos de dia, pedaços escuros da noite e sons de puns de
dragões.
Para ela, presa a uma cadeira de rodas, era uma
alegria ouvir o barulho da cavalgada e, mais ainda, adivinhar
a ordem de chegada de cada um deles, pelo tropel. Quando
era menorzinha, caíra feio da bicicleta e machucou muito a
coluna vertebral. Desde então não andava mais.
José Rodrigues Louzã
Médico ginecologista
São Paulo - SP
Quatro anos, dos oito que possuía. Acostumara-se
a ser colocada próxima à janela e observar quase que
diariamente a passagem dos cavalos. Quando eles não
vinham, distraía-se observando o voar dos anuns lá no
milharal ou então quedava-se a escutar a conversa animada
dos espantalhos medrosos da chuva, reclamando do sol e
xingando as joaninhas que lhe causavam cócegas nas pernas.
Por isso, quando o primeiro cavalo parou para
conversar com ela, animou-se muito. Fez amizade e deu-
lhe restos de bolo de milho que comera no café da manhã.
Depois apresentou-o aos anuns e mais tarde aos espantalhos.
Uma tarde quase foram pegos jogando baralho e apostando
pétalas de girassóis.
Hoje não amanhecera bem. Não conseguia comer
e tinha febre. De noitinha foi com surpresa que sentiu
vontade de esperar os cavalos na frente da casa. Tentou
com esforço levantar e conseguiu . Suas pernas haviam
ficado leves. Foi como se flutuasse até o terreiro.
Escutou o tropel. Eles já estavam chegando quando
caiu da cadeira de rodas. Escutou o choro dos que ficaram
dentro de casa. A que chorava mais alto era sua mãe.
Nem se importou. E nem se importou também com
os gritos dos anuns: “Lá vai ela! Lá vai ela!” Nem com os
acenos dos espantalhos. Montou no primeiro cavalo e saíram
cavalgando. Podia ser que fosse longe, mas parecia tão
azul...
Noite muito fria. Após o jantar,
Atentei para os quadros pendurados.
Notei que eles trazem muitos recados.
Recostei-me na sala a meditar...
Perguntei-me – que mistério esconde-se,
Disfarça-se, por trás de cada tela?
Para onde irá aquela branca vela?
A bela pintura não me responde.
Indaguei ao mar. Que pensaria o pintor
Ao retratar-te assim tão forte e violento?
Seria uma queixa triste de amor?
Por que às vezes, mostras tanto ardor?
Sei apenas que todo este seu lamento
Representa do artista o seu clamor.
Os meus quadros
Telas de Flerts Nebó expostas na
Mostra Artística de Médicos Escritores
25 de maio a 10 de junho de 2006
Centro Cultural Apsen
Casa da Fazenda - Mobumbi - SP
O soneto “Os meus quadros” recebeu
Menção Honrosa na
IX Jornada Médico-Literária Paulista
27 a 30 de setembro de 2007
Intercity Hotel - Jundiaí - SP
7O Bandeirante - Novembro de 2007
estante
Esta seção tem como objetivo divulgar e promover a venda dos livros dos associados adimplentes. Para participar, os autores
interessados devem enviar as seguintes informações sobre os livros que pretendam divulgar: Título, Editora, Ano e Cidade da
Publicação, Nº. de Páginas, Preço, Forma de contato e aquisição e um arquivo magnético, contendo a foto da capa do livro (extensão
JPG). São dispensadas essas informações caso o livro já esteja disponível no acervo da SOBRAMES-SP. Opcionalmente o autor poderá
também enviar o livro, ainda que por empréstimo, para a redação do jornal. O envio do material, assim como de notícias, publicações ou
informações sobre lançamentos de livros deve ser feito para: Jornal “O Bandeirante” - Redação: Av. Prof.Sylla Mattos, 652 - ap.12
Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 - Também serão recebidas as informações pelo e-mail: SOBRAMES@UOL.COM.BR.
Risos e Prantos -
Paulo Rodarte de
Abreu - Edição do
autor - 2007 - Lavras
- MG - 422 p.
Risos e Prantos é o quinto livro de
crônicas desse médico urologista
mineiro, membro da regional São
Paulo da SOBRAMES. Paulo Rodarte
Expedito de Abreu encontra
inspiração nas coisas mais prosaicas
do dia-a-dia e transforma tudo em
deliciosas crônicas, ora cheias de
ternura e lirismo, ora com boas doses
de bom-humor e algumas pinceladas
cáusticas do crítico atento. Rodarte
vem firmando-se como um esmerado
observador da vida e contador de
estórias. Incansável na tarefa de
registrar suas atentas observações,
Rodarte brinda-nos com mais esta
obra, que pode ser adquirida
escrevendo-se para o e-mail:
pera@navinet.com.br
Pobre Lobisomem
- Luiz Giovani -
Scrinium Editora -
2001 - São Paulo -
SP - 146p.
A arte de dizer quase tudo em
poucas palavras é atributo que
muitos escritores almejam mas que
poucos conseguem alcançar. Neste
seu segundo livro, o médico pediatra
Luiz Giovani brinda os leitores com
contos, minicontos e crônicas
incisivos e precisos, narrados com a
objetividade necessária apenas para
fazer com que personagens e leitores
façam parte de um mesmo mundo,
seja ele real ou fictício. “Sua ficção
encerra uma mensagem quase sempre
dolorosa sobre a falsa grandiosidade
do ser humano, que na maioria das
vezes não consegue enxergar seu
diminuto tamanho dentro do
universo.” Contatos com o autor:
giovani@inin.com.br
Nirvana - a poesia
de uma vida -
Godofredo Chaves
Sampaio - CBJE -
2000 - Rio de Janeiro
RJ - 76 p.
No dizer do editor Luiz Carlos
Martins, “a poesia de Godofrêdo
Chaves Sampaio, consegue equilibrar-
se magnificamente naquele fiozinho
tênue que finge dividir o mundo da
razão do mundo da emoção. Com
propriedade, o médico e o poeta se
divorciam e se reconciliam, verso a
verso, produzindo o que podemos
chamar de íntimo prazer racional”. É
isso que o leitor poderá encontrar
nesse volume de poesias de
Godofrêdo, médico baiano radicado
em Jundiaí-SP, e que, além de poeta,
vem firmando-se também como
cronista na imprensa jundiaiense.
Informe-se mais sobre o autor e
adquira seu livro, escrevendo para:
godocs@terra.com.br
registro
comenda
Por ocasião da
Semana Aluísio de
Almeida, Helio
Begliomini foi
agraciado com o
Colar Cruz do
Alvarenga e dos
Heróis Anônimos, comenda Instituto
Histórico, Geográfico e Genealógico de
Sorocaba (IHGGS) – oficializada pelo
Governo do Estado de São Paulo, em virtude
de seus serviços prestados à Medicina, à
Literatura e à Cultura. A sessão solene de
outorga ocorreu no dia 6 de novembro, na
Catedral Metropolitana de Sorocaba, onde
estiveram presentes autoridades civis,
políticas, militares e intelectuais.
novos presidentes
Duas regionais da SOBRAMES estão
empossando seus recém-eleitos
presidentes. Em Pernambuco tomou
posse o Dr. Paulo Camelo de Andrade
Almeida. A informação chegou através
do boletim nº. 48 daquela regional, do
qual recebemos edição virtual e
impressa. Na Bahia tomou posse o Dr.
Ildo Simões Ramos. A notícia veio através
de e-mail. Ambos dirigirão suas regionais
no biênio 2008/2009. Nossos votos de
pleno sucesso e de uma profícua gestão
aos dois confrades.
conferência e lançamento
A convite da diretoria da Abrames,
Helio Begliomini proferiu, neste ano, a
conferência na tradicional Semana da
Abrames, que foi realizada no salão nobre
da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio
de Janeiro, nos dias 22 e 23 de novembro.
Seu tema foi “Academia Brasileira de
Médicos Escritores – Vinte Anos de
História”. Nesse encontro também foi
lançado livro do Dr. Begliomini, cujo tema é
essa importante efeméride. Este jornal
congratula-se com a ABRAMES e com Dr. Hélio
Begliomini por esses acontecimentos.
,
tam-
bém
hunky-dory
“Tudo está como deveria ser” em novo
projeto virtual do confrade Walter
Harris, recém-inaugurado. Trata-se de
seu novo BLOG, onde se propõe a divulgar
crônicas, contos, poesias e a íntegra de
alguns de seus livros. Já podem ser lidos
no BLOG, por exemplo, os primeiros
capítulos do romance “O Castelo da
Colina”, além de outros textos
atualizados periodicamente.
A louvável iniciativa pode ser vista e
acompanhada no endereço:
http:walterwharris.blogspot.com.
Aí vai a oportunidade de conferir o
talento do Walter e a importância da
Internet para a Literatura.
entrevista
Recebemos a
edição de
novembro de
2007 do Jornal do
Poder Legislativo
Estadual de
Alagoas,
publicado pela Assembléia Legislativa
daquele Estado, que traz entrevista
com o ex-deputado constituinte e atual
presidente da regional Alagoana da
SOBRAMES, Dr. José Medeiros,
registrada na página 9 daquela
publicação. Agradecemos o envio e
felicitamos nosso confrade Medeiros
pelo destaque.
postais alagoas
Da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de
Alagoas - FAPEAL -
recebemos o magnífico
calendário de 2008, que
destaca, em cada mês
do ano, um postal com
locais históricos daquele Estado. Mais
uma vez a FAPEAL brinda-nos com essa
importante e bem produzida publicação,
que ano a ano, vem dando destaque aos
valores históricos e patrimoniais do
Estado de Alagoas.
O Bandeirante - Novembro de 20078
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Registra-se, como curiosidade, que
os mais jovens membros a adentrarem na
imortalidade da Abrames foram: Helio
Begliomini, com 34 anos, e Josyanne Rita de
Arruda Franco, com 37 anos, ambos
membros da Sobrames paulista.
Transcorridos vinte anos de
existência da Abrames, encontram-se ainda
entre nós apenas doze de seus cinqüenta
membros fundadores. Nesses quatro lustros,
houve nove mandatos de dois anos cada,
sendo seus presidentes, em ordem
cronológica: Marco Aurélio Caldas Barbosa
(1989-1991), Tito de Abreu Fialho (1992-
1993), Júlio Arantes Sanderson de Queiroz
(1994-1995 e 1996-1997), Jorge Picanço
Siqueira (1998-1999), Zilda Cormack (2000-
2001 e 2002-2003) eAbílio Kac (2004-2005
e 2006-2007). Salienta-se que Luiz Gondim
de Araújo Lins esteve presente em todas as
diretorias, ocupando, em cinco gestões, a vice-
presidência.
Estas modestas palavras inspi-
radas por ocasião do vigésimo aniversário
desse querido silogeu pretendem não
somente prestar uma singela homenagem a
essa augusta casa de médicos literatos, à
memória de seus membros, mas também
contribuir simploriamente com sua
divulgação e sua história.
(Continuação da página 1)
ABRAMES: vinte
anos de história
A caravana paulista esteve bem representada na Semana daAcademia Brasileira
de Médicos Escritores, ocorrida nos dias 22 e 23 de novembro, no anfiteatro nobre da
secular Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, por ocasião das
comemorações do 20o
. aniversário do sodalício. Seus participantes foram os acadêmicos
Evanil Pires de Campos e sua esposa, Cláudia (Botucatu); Nelson Jacintho e sua
esposa, Dumara (Ribeirão Preto); Alcione Alcântara Gonçalves (Tupã); Helio
Begliomini e sua esposa, Aida Lúcia (São Paulo, capital).
No dia 22, houve tertúlia que contou também com a apresentação de trabalhos
dos paulistas Evanil Pires de Campos, Nelson Jacintho eAlcioneAlcântara Gonçalves.
Helio Begliomini proferiu conferência ilustrada em data show sobre os “VinteAnos de
História da Abrames” e, ao término, entregou um livro de sua autoria, alusivo à
efeméride, aos acadêmicos e autoridades presentes.
No dia 23, Nelson Jacintho recebeu os seguintes prêmios: 1o
. lugar em trovas
com o tema “Segredo”; menção honrosa em crônica com o trabalho “O Nenê Sumiu”
e o 2o
. lugar em ensaio com o trabalho “Dor”. Nesse mesmo dia, Helio Begliomini
recebeu o 1o
. lugar em ensaio com o trabalho “Terminalidade daVida” e foi galardoado
com o prêmio “Manoel Antonio de Almeida”, maior comenda da Abrames, que foi
concedida em virtude do mérito do conjunto de sua obra. Zilda Cormack e Tito de
Abreu Fialho, igualmente membros fundadores do silogeu, também receberam esse
prêmio.
As sessões contaram com um número expressivo de 14 acadêmicos, além de
outros três recipiendários, assim como uma grande presença de intelectuais,
convidados e familiares.
Ao término da solenidade, os acadêmicos presentes posaram para uma foto
histórica, tradição essa que começou em 2006.
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Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
 

ABRAMES: 20 anos de história da Academia Brasileira de Médicos Escritores

  • 1. Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Estado de São Paulo Ano XVI - nº. 180 - NOVEMBRO de 2007 Redação: sobrames@uol.com.br - (11) 9182-4815 OBandeirante Jornal ABRAMES: Vinte anos de história A Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames) é o único silogeu literário exclusivo de médicos que se conhece no mundo! Foi idealizada por Mateus Vasconcelos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), regional do estado do Rio de Janeiro (1969-1971 e 1974-1975) e da sede nacional (1980- 1982). A fim de que tal desiderato fosse alcançado, um pugilo de médicos idealistas, constituído por Marco Aurélio Caldas Barbosa, eleito presidente dessa comissão, Mateus Vasconcelos, Miguel Calille Jr., Tito de Abreu Fialho, Maria José Werneck, Perilo Galvão Peixoto, Syllos de Sant‘Anna Reis e Luiz Gondim de Araújo Lins passou a reunir-se na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Formularam seus estatutos, as insígnias acadêmicas e escolheram para patrono da entidade ManuelAntônio deAlmeida (1831-1861), médico, jornalista, cronista, romancista, crítico literário e também patrono da cadeira no 28 da Academia Brasileira de Letras. A Abrames foi fundada, propositadamente, no dia 17 de novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de Manuel Antônio de Almeida, seu patrono, no anfiteatro Miguel Couto do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro. Devido ao seu falecimento, MateusVasconcelos não pôde ver seu ideal realizado, assim como Miguel Calille Jr., tendo-lhes sido outorgada pelos seus pares, a honra de serem patronos, respectivamente, das cadeiras no 1 e no 4. Marco Aurélio Caldas Barbosa não somente foi o líder da comissão organizadora da Abrames, seu grande protagonista, mas também é considerado seu fundador. Foi ele quem planejou a medalha, desenhou os diplomas, supervisionou os estatutos, delineou a bandeira e previu seu escudo. Ademais, organizou a festa solene de instalação do sodalício na memorável noite de 26 de maio de 1989, em sessão de gala, no Palácio da Cultura Gustavo Capanema, na cidade do Rio de Janeiro. A Abrames compõe-se de cinqüenta cadeiras, em que predomina o princípio da vitaliciedade modificada, admitindo, desde o seu primeiro Estatuto, em 1987, a condição de membro emérito, quando, sob certas circunstâncias, ocorre a vacância da cadeira sem que o titular perca a sua condição de acadêmico. Os patronímicos das cinqüenta cadeiras da Abrames foram ilustres médicos escritores, sendo que 23 deles pertenceram àAcademia Nacional de Medicina; 14 tiveram seus nomes ligados à Academia Brasileira de Letras; e outros, vínculos com igualmente notáveis entidades, tais comoAcademia Mineira de Letras,Academia Fluminense de Medicina, Academia Paulista de Letras, Academia Brasiliense de Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Petropolitana de Letras, dentre outras. Há uma só patronesse, Francisca Praguer Fróes, patronímia da cadeira no 24. por Helio Begliomini médico urologista e Presidente da SOBRAMES-SP AAbrames é filha da Sobrames e a maior parte dos membros que tiveram o privilégio de a ela pertencer foram ou são, igualmente, membros de diversas regionais estaduais desta entidade. Por ocasião da instalação daAbrames, havia em seu quadro membros representantes dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Alagoas e Paraná. Posteriormente, além desses, ingressaram membros dos Estados do Amazonas, Rondônia, Ceará, Pernambuco e Goiás. A Sobrames paulista sempre gozou de prestígio naAbrames. Seus doze representantes, ao longo desses vinte anos são, em ordem cronológica de posse: Helio Begliomini e Flerts Nebó (titulares- fundadores, 1989); Regis Cavini Ferreira (1993); Carlos Luiz Campana e Thereza Freire Vieira (1995); Walter Whitton Harris (1997); Aldo Miletto e Josyanne Rita de Arruda Franco (1999); Evanil Pires de Campos (2000); Luiz Giovani (2001); Alcione Alcântara Gonçalves (2003); e Nelson Jacintho (2006). Na instalação da Abrames, cinco de seus membros eram também titulares da vetusta Academia Nacional de Medicina. Nos anos seguintes, mais sete membros desse honorável e secular sodalício também adentraram na Abrames. Dos seus cinqüenta fundadores, apenas quatro eram mulheres: Maria José Werneck (RJ), Zilda Cormack (RJ), Coracy Teixeira Bessa (BA) e Dulce Morgado Castellar Pinto (RJ). Posteriormente ingressaram mais oito: Maria da Paz Manhães (RJ), Inaura Vaz Carneiro Leão (RJ), Marli Piva Monteiro (BA), Thereza FreireVieira (SP), Sara Riwka Erlich (PE), Marialzira Perestrello (RJ), Josyanne Rita de Arruda Franco (SP) e Leila Maria Campos Jordão (RJ). Continua na página 8
  • 2. Jornal O Bandeirante ANO XVI - nº. 180 - Novembro 2007 Publicação mensal da SOBRAMES-SP - Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes Salun. Redatores: Helio Begliomini, Marcos Gimenes Salun, Flerts Nebó. Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671 - SP). Jornalista Responsável: Marcos Gimenes Salun - (MTb 20.405 - SP). Redação e Correspondência: Av.Prof. Sylla Mattos, 652 - ap. 12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010. E-mail: sobrames@uol.com.br. Tels.: (11) 9182-4815 / 6331-1351 Colaboradores desta edição: Aldo Miletto, Geováh Paulo da Cruz, Manlio Mario Marco Napoli, Roberto Antonio Aniche, Luiz Jorge Ferreira e José Rodrigues Louzã. Diretoria - Gestão 2007/2008 - Presidente: Helio Begliomini; Vice-Presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeiro- Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã; Segundo-Secretário: Evanir da Silva Carvalho; Primeiro-Tesoureiro: Marcos Gimenes Salun; Segundo-Tesoureiro: Ligia Terezinha Pezzuto; Conselho Fiscal Efetivos: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba, Luiz Jorge Ferreira; Conselho Fiscal Suplentes: Carlos Augusto Ferreira Galvão; Geováh Paulo da Cruz; Helmut Adolf Mataré. Projeto Gráfico e Diagramação: Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. CNPJ.07.268.251/0001-09 E-mail: rumoeditorial@uol.com.br Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da SOBRAMES-SP PRESTIGIE E COLABORE. AS INICIATIVAS DA SOBRAMES-SP PODERÃO SER MUITO MELHORES SE VOCÊ TAMBÉM PARTICIPAR. OS ACONTECIMENTOS PODEM ESTAR DEPENDENDO DE UMA AÇÃO POSITIVA SUA. Tiragem desta edição: 250 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares enviados por e-mail. Direitos e outros quejandosexpediente editorial O Bandeirante - Novembro de 20072 Hospital Metropolitano (11) 3677.2000 Serviços de Pronto-Socorro e tratamentos de ambulatório Rua Marcelina, 441 - Vila Romana - SP longevità (11) 3531-6675 Rua Maria Amélia L. de Azevedo, 147 - 1º. andar Estética facial, corporal e odontológica * Massagem * Drenagem * Bronze Spray * Nutricionista * RPG Rua Luverci Pereira de Souza, 1.797 - Sala 3 Cidade Universitária - Campinas (19) 3579-3833 Certamente não há opiniões muito diferentes quando se trata de cobrar direitos. Todo mundo quer o seu, sabe “de cor e salteado” o que está reivin- dicando e não quer nem saber de desculpas se não cumprirem o que lhes cabe. Isso é assim em qualquer lugar do mundo, em qualquer grupo social e a reação é quase sempre a mesma com quem quer que seja. Desde pronto manifestamos nosso apoio aos que estejam estra- nhando o atraso na periodicidade da circulação de nosso jornal “O Bandeirante” e reivindicando o direito de recebê-lo mensalmente, como vem ocorrendo desde o início de sua história, há, pelo menos, 179 meses. Pedimos desculpas a todos os leitores e informamos que todas as providências necessárias para o pronto restabe- lecimento da normalidade da circulação deste informativo já estão sendo adotadas. Também aos que estejam prontos a lamentar o atraso na divulgação dos resultados dos concursos regulares de prosa e poesia da SOBRAMES-SP em 2007, damos a mesma satisfação: providências já foram adotadas para a regularização.Noiníciode2008,o“Prêmio Bernardo de Oliveira Martins”, para a melhor poesia de 2006/2007, e o “Prêmio Flerts Nebó”, para o melhor texto em prosa de 2006/2007, serão entregues aos seus vencedores. Bem, não estamos ocupando este espaço que nos tem custado algo significativo apenas para dar desculpas ou justificativas. Queremos também enaltecer aos que, ao mesmo tempo que reivindicam seus justos direitos, também têm doado boa parte de si para cumprir Faça seu anúncio! TABELA DE PREÇOS (valor do anúncio por edição) 1 módulo horizontal R$ 30,00 2 módulos horizontais R$ 60,00 3 módulos horizontais R$ 90,00 2 módulos verticais R$ 60,00 4 módulos R$ 120,00 6 módulos R$ 180,00 Outros tamanhos sob consulta sobrames@uol.com.br com a outra parte desse mesmo “contrato”, que são as obrigações. Nesta edição, voltamos a ter as costumeiras oito páginas, quatro delas destinadas aos textos literários em prosa e verso produzidos pelos nossos autores e colaboradores.As demais têm conteúdo editorial ou noticioso. Como comple- mento, a edição impressa vem recebendo o apoio da divulgação virtual através do envio por e-mail de cada edição a milhares de destinatários, o que amplia sensivelmente seu público-alvo. Ainda é pouco, a julgar pelo imenso número de médicos escritores, somente no Estado de São Paulo, que sequer imaginam a existência de uma sociedade que reúna aqueles que escrevem literatura não-científica como a nossa SOBRAMES. É menos ainda se compararmos ao que temos feito para tentar transpor os limites deste ínfimo círculo a que estamos circunscritos por nossa mera conveniência e comodidade. Quem sabe, ao invés de apenas esperarmos pelo atendimento de nossos direitos, possamos fazer mais e tentarmos algumas ousadias! Por exemplo, que tal pensar em conseguir uma sede para a SOBRAMES-SP, ampliar o número de associados, divulgar nossas atividades nos meios a que tivermos acesso, ampliar nossa disponibilidade em colaborar com a execução das tarefas do dia-a-dia da sociedade e com novos projetos... Enfim, as perspectivas são amplas. Se todos puderem fazer algo pela SOBRAMES-SP, em breve ela não terá apenas o grato dever de divulgar a obra de seus escritores. Também passará a ter alguns direitos. Os editores
  • 3. M P Aldo Miletto Médico psiquiatra - São Paulo - SP 3O Bandeirante - Novembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO Pare... é noite de Natal Pare... Por um momento, pare... e mais não olhe! Deixe essa indiferença humana estarrecer a própria natureza inteira, que se encolhe perante o bem que falta e tarda a acontecer... Da noite deslumbrante e farta, que recolhe seu estrelado e rico manto, a esmaecer, sinta o vazio, que em breve a atinge e que lhe tolhe a perspectiva ignara do fugaz poder. Mil dias são decorridos: Arroubos e ímpetos estão fenecidos. A neurociência dá sua lição: São os regulamentares três anos, O máximo que dura uma paixão. Agora são desenganos, Talvez lamentados enganos. Felicidade versus desilusão. Grandes dúvidas: se lucros, Ou perdas e danos. Está extinta a chama Que incendiou nossa cama. Foi tudo um calor, Uma febre, uma forte emoção. Não houve amor, Nem racionalização. Vovó sempre dizia, Com grande sabedoria: Casamento é loteria. Aborrecera-me com minha tia, Que insistia: Menino, não casa... Sossega! Joga água fria Neste teu sexo em brasa, Nesta ânsia, nesta euforia. O ouvido estava surdo, Ofendi-me com o absurdo. A vista estava cega, Não via nada. Escute, do Natal, que é Santo, a voz candente, de novo alvorecer silente, a sussurar esperanças de um dia melhor para o indigente, que sofre, já descrente, e o Salvador no altar, Jesus, a abençoar o povo penitente e a Caridade e Amor, assim lhe despertar! Acertei? Ou fiz burrada? Pois é, pergunto-me, e agora? Ou é o pó da estrada, Ou uma nova virada Ou uma vida malvada. Meu Deus, o que restou Daquela louca paixão Tão simplesmente terminada?!!! Para um homem pode ser um novo tempo, De renovação, de rejuvenescimento. Novas conquistas, entretenimento, Fecundar mil vaginas com seu licor seminal Pautar sua vida pelo gozo animal, Esquecer-se da paixão, afinal. Mas pode ser um lamento, Um ônus, um arrependimento. Uma dor moral, um desalento. Se nele vigorar só a biologia, Sai sem dor, em desafogo Parte logo para um novo jogo. Mas, e se houvera uma afeição, Que agora o deixa em desamparo? E ter no peito um coração amaro Como se fora uma rejeição? Nem só de sexo vive o homem, Por mais que os testículos o tomem. Um hábito, um conforto, uma comodidade, Uma rotina estabelecida, Uma amizade necessária, Solidão, dependência, motivação vária Vão substituir aquela celeridade, Para que com a mesma parceira Em sua prosaica vida caseira, Tente encontrar sua verdade. Valerá a pena? Quanto custará? Depende. É só uma contabilidade: Se amor, se cumplicidade, Se renúncia, raiva, ou apatia Ao final de cada dia. O ocaso da paixão do homem Geováh Paulo da Cruz Médico oftalmologista - São Paulo - SP
  • 4. A Prodígio dos pés da bailarina Manlio Mario Marco Napoli Médico ortopedista - São Paulo - SP SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Novembro de 20074 A dança é u`a manifestação natural do homem, haja vista que as crianças a praticam normalmente. É uma forma de marcha criada pelo homem, para traduzir os sentimentos despertados pela música ou canto; no sentido musical é a relação entre o pé e o ouvido. Dança e música estão intimamente ligadas. O ritmo da dança é acentuadamente biológico; nossa fisiologia é feita de ritmos diferentes e de várias ordens - cardíaco, respiratório, etc; o ser humano expande-se por ritmos, porque estes são significativos e transfiguram seu corpo, que através deles, fala e manifesta-se. A dança é uma linguagem que todos entendem. NIETZCHE dizia - “perdeu sua viagem na vida quem nunca dançou”. Quando os primatas elevaram seu trem posterior, para melhor visualizar o horizonte e poder fugir de seus perseguidores ou, ao contrário, alcançar suas presas, modificações importantes e fundamentais para acelerar a marcha e diminuir a fadiga foram introduzidas nos pés: 1 - o talus livrou-se de suas inserções musculares e tornou-se o centro da articulação peritalar; 2 - o calcâneo hipertrofiou-se; 3 - o primeiro raio metatarsiano tornou-se praticamente paralelo aos demais raios e hipertrofiou-se também; a articulação cúneo-metatarsiana tornou-se, praticamente, plana, com seus movimentos limitados; 4 - finalmente, surgiu o arco longitudinal. Tudo ocorreu progressivamente há cerca de quinze milhões de anos, até chegarmos ao pé atual do homem que, de órgão de preensão semelhante à mão, transformou-se em membro de sustentação, embora guardando resquícios de suas funções primitivas. Surgiu, a partir desse momento, nova capacidade - a antítese, que dá ao pé a possibilidade de, na fase de apoio de marcha, tornar-se flácido e, logo em seguida, na fase de desprendimento do solo, absolutamente rígido. É o que se vê, quando, no balé clássico, a bailarina executa o “fouetté”, ou seja, a rotação rápida e contínua na ponta ou meia-ponta da perna de apoio, graças ao impulso dado pelos movimentos dos braços e da outra perna. Os “fouettés” são executados em séries de 16 ou 32. Isso é o que ocorre na dança, normalmente no balé, quando a bailarina, através do aprendizado longo e exaustivo, consegue prodígios com seus pés. Mas, evidentemente, há um tributo a ser pago, pois a dançarina exige o máximo esforço de seus pés, como também do sistema músculo-esquelético locomotor, com a participação de todo o aparelho estático e dinâmico do seu corpo. Esse tributo é representado pelos distúrbios de forma e função dos pés que, nos membros inferiores, podem atingir índices elevados, próximos de cem por cento, com a produção de calosidades, bolhas, quadros dolorosos ascendentes até os quadris, pés planos insuficientes, sendo o balé clássico o estilo de dança responsável pela maioria das lesões que, de um modo geral, crescem com a idade e o uso das sapatilhas de ponta. Por outro lado, se as bailarinas conseguem prodígios com os pés, não nos esqueçamos que, por sua estrutura e função, pela qualidade de máquina perfeita que encerra a excepcional característica da antítese, são os pés que permitem que isso possa ocorrer no ser humano. Wood-Jones, estudioso dos pés, em seu livro publicado em 1945, afirmava que de todos os segmentos do corpo humano, o que mais evoluiu foi o pé e, goste ou não o Homem, ele é sua chancela e é por seu intermédio que será conhecido pelos demais seres do reino animal. Certamente, o A. não poderia imaginar que em 1969, ou seja, menos de cinco lustros após, entre estarrecido e incrédulo, o mundo viu o Homem pisar na Lua e seu comandante, Neil Armstrong, proferir a frase - um pequeno passo para o Homem, um salto gigantesco para a humanidade. Cabe lembrar que o homem desceu na Lua, apoiando-se nos pés, e lá não há atmosfera, inexistem ventos e tempestades, assim sendo, a imagem no solo lunar jamais desaparecerá! O pé do Homem está eternizado no espaço sideral, fora do planeta Terra!
  • 5. N 5O Bandeirante - Novembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO I Numa esquina qualquer, Uma mulher qualquer Espera um homem qualquer... Numa esquina da vida, Num dia sem vida, Um homem qualquer Encontra-se, casualmente, Com uma mulher sem sonhos... Numa esquina da vida, Num tempo qualquer, Uma mulher com seus sonhos, - Qualquer mulher, Espera encontrar um homem, - Qualquer homem serve, Para um momento qualquer... II Numa esquina, Uma mulher Espera um homem. Numa esquina, Num dia, Um homem Encontra-se, casualmente, Com uma mulher. Numa esquina, Num tempo, Uma mulher - Apenas uma mulher, Encontra um homem - Apenas um homem, Apenas para um momento. III Numa esquina da vida, Uma mulher da vida Espera um homem da vida. Numa esquina sem vida, Num dia qualquer, Um homem sem sonhos Encontra-se, casualmente, Com uma mulher. Numa esquina qualquer, Num tempo da vida, Uma mulher sem vida - Mulher sem sonhos. Espera encontrar um homem, - Um homem da vida serve, Para um momento qualquer... IV Numa esquina da vida, Uma mulher qualquer Espera o homem de seus sonhos. Numa esquina da vida, Num dia qualquer, Um homem sem sonhos Encontra-se casualmente Com uma mulher qualquer. Numa esquina da vida, Num tempo qualquer, Uma mulher sem vida, - Uma mulher sem sonhos, Espera encontrar um homem com seus sonhos, - Um homem qualquer serve. Para apenas um momento da vida... Numa esquina qualquer... Numa esquina Roberto Antonio Aniche Médico ortopedista - São Paulo - SP
  • 6. N O SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Novembro de 20076 O azul Luiz Jorge Ferreira Médico - São Paulo - SP O primeiro cavalo era o que trazia a cauda toda ensopada de orvalho. Do terceiro em diante, só insetos, restos de dia, pedaços escuros da noite e sons de puns de dragões. Para ela, presa a uma cadeira de rodas, era uma alegria ouvir o barulho da cavalgada e, mais ainda, adivinhar a ordem de chegada de cada um deles, pelo tropel. Quando era menorzinha, caíra feio da bicicleta e machucou muito a coluna vertebral. Desde então não andava mais. José Rodrigues Louzã Médico ginecologista São Paulo - SP Quatro anos, dos oito que possuía. Acostumara-se a ser colocada próxima à janela e observar quase que diariamente a passagem dos cavalos. Quando eles não vinham, distraía-se observando o voar dos anuns lá no milharal ou então quedava-se a escutar a conversa animada dos espantalhos medrosos da chuva, reclamando do sol e xingando as joaninhas que lhe causavam cócegas nas pernas. Por isso, quando o primeiro cavalo parou para conversar com ela, animou-se muito. Fez amizade e deu- lhe restos de bolo de milho que comera no café da manhã. Depois apresentou-o aos anuns e mais tarde aos espantalhos. Uma tarde quase foram pegos jogando baralho e apostando pétalas de girassóis. Hoje não amanhecera bem. Não conseguia comer e tinha febre. De noitinha foi com surpresa que sentiu vontade de esperar os cavalos na frente da casa. Tentou com esforço levantar e conseguiu . Suas pernas haviam ficado leves. Foi como se flutuasse até o terreiro. Escutou o tropel. Eles já estavam chegando quando caiu da cadeira de rodas. Escutou o choro dos que ficaram dentro de casa. A que chorava mais alto era sua mãe. Nem se importou. E nem se importou também com os gritos dos anuns: “Lá vai ela! Lá vai ela!” Nem com os acenos dos espantalhos. Montou no primeiro cavalo e saíram cavalgando. Podia ser que fosse longe, mas parecia tão azul... Noite muito fria. Após o jantar, Atentei para os quadros pendurados. Notei que eles trazem muitos recados. Recostei-me na sala a meditar... Perguntei-me – que mistério esconde-se, Disfarça-se, por trás de cada tela? Para onde irá aquela branca vela? A bela pintura não me responde. Indaguei ao mar. Que pensaria o pintor Ao retratar-te assim tão forte e violento? Seria uma queixa triste de amor? Por que às vezes, mostras tanto ardor? Sei apenas que todo este seu lamento Representa do artista o seu clamor. Os meus quadros Telas de Flerts Nebó expostas na Mostra Artística de Médicos Escritores 25 de maio a 10 de junho de 2006 Centro Cultural Apsen Casa da Fazenda - Mobumbi - SP O soneto “Os meus quadros” recebeu Menção Honrosa na IX Jornada Médico-Literária Paulista 27 a 30 de setembro de 2007 Intercity Hotel - Jundiaí - SP
  • 7. 7O Bandeirante - Novembro de 2007 estante Esta seção tem como objetivo divulgar e promover a venda dos livros dos associados adimplentes. Para participar, os autores interessados devem enviar as seguintes informações sobre os livros que pretendam divulgar: Título, Editora, Ano e Cidade da Publicação, Nº. de Páginas, Preço, Forma de contato e aquisição e um arquivo magnético, contendo a foto da capa do livro (extensão JPG). São dispensadas essas informações caso o livro já esteja disponível no acervo da SOBRAMES-SP. Opcionalmente o autor poderá também enviar o livro, ainda que por empréstimo, para a redação do jornal. O envio do material, assim como de notícias, publicações ou informações sobre lançamentos de livros deve ser feito para: Jornal “O Bandeirante” - Redação: Av. Prof.Sylla Mattos, 652 - ap.12 Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 - Também serão recebidas as informações pelo e-mail: SOBRAMES@UOL.COM.BR. Risos e Prantos - Paulo Rodarte de Abreu - Edição do autor - 2007 - Lavras - MG - 422 p. Risos e Prantos é o quinto livro de crônicas desse médico urologista mineiro, membro da regional São Paulo da SOBRAMES. Paulo Rodarte Expedito de Abreu encontra inspiração nas coisas mais prosaicas do dia-a-dia e transforma tudo em deliciosas crônicas, ora cheias de ternura e lirismo, ora com boas doses de bom-humor e algumas pinceladas cáusticas do crítico atento. Rodarte vem firmando-se como um esmerado observador da vida e contador de estórias. Incansável na tarefa de registrar suas atentas observações, Rodarte brinda-nos com mais esta obra, que pode ser adquirida escrevendo-se para o e-mail: pera@navinet.com.br Pobre Lobisomem - Luiz Giovani - Scrinium Editora - 2001 - São Paulo - SP - 146p. A arte de dizer quase tudo em poucas palavras é atributo que muitos escritores almejam mas que poucos conseguem alcançar. Neste seu segundo livro, o médico pediatra Luiz Giovani brinda os leitores com contos, minicontos e crônicas incisivos e precisos, narrados com a objetividade necessária apenas para fazer com que personagens e leitores façam parte de um mesmo mundo, seja ele real ou fictício. “Sua ficção encerra uma mensagem quase sempre dolorosa sobre a falsa grandiosidade do ser humano, que na maioria das vezes não consegue enxergar seu diminuto tamanho dentro do universo.” Contatos com o autor: giovani@inin.com.br Nirvana - a poesia de uma vida - Godofredo Chaves Sampaio - CBJE - 2000 - Rio de Janeiro RJ - 76 p. No dizer do editor Luiz Carlos Martins, “a poesia de Godofrêdo Chaves Sampaio, consegue equilibrar- se magnificamente naquele fiozinho tênue que finge dividir o mundo da razão do mundo da emoção. Com propriedade, o médico e o poeta se divorciam e se reconciliam, verso a verso, produzindo o que podemos chamar de íntimo prazer racional”. É isso que o leitor poderá encontrar nesse volume de poesias de Godofrêdo, médico baiano radicado em Jundiaí-SP, e que, além de poeta, vem firmando-se também como cronista na imprensa jundiaiense. Informe-se mais sobre o autor e adquira seu livro, escrevendo para: godocs@terra.com.br registro comenda Por ocasião da Semana Aluísio de Almeida, Helio Begliomini foi agraciado com o Colar Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos, comenda Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS) – oficializada pelo Governo do Estado de São Paulo, em virtude de seus serviços prestados à Medicina, à Literatura e à Cultura. A sessão solene de outorga ocorreu no dia 6 de novembro, na Catedral Metropolitana de Sorocaba, onde estiveram presentes autoridades civis, políticas, militares e intelectuais. novos presidentes Duas regionais da SOBRAMES estão empossando seus recém-eleitos presidentes. Em Pernambuco tomou posse o Dr. Paulo Camelo de Andrade Almeida. A informação chegou através do boletim nº. 48 daquela regional, do qual recebemos edição virtual e impressa. Na Bahia tomou posse o Dr. Ildo Simões Ramos. A notícia veio através de e-mail. Ambos dirigirão suas regionais no biênio 2008/2009. Nossos votos de pleno sucesso e de uma profícua gestão aos dois confrades. conferência e lançamento A convite da diretoria da Abrames, Helio Begliomini proferiu, neste ano, a conferência na tradicional Semana da Abrames, que foi realizada no salão nobre da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, nos dias 22 e 23 de novembro. Seu tema foi “Academia Brasileira de Médicos Escritores – Vinte Anos de História”. Nesse encontro também foi lançado livro do Dr. Begliomini, cujo tema é essa importante efeméride. Este jornal congratula-se com a ABRAMES e com Dr. Hélio Begliomini por esses acontecimentos. , tam- bém hunky-dory “Tudo está como deveria ser” em novo projeto virtual do confrade Walter Harris, recém-inaugurado. Trata-se de seu novo BLOG, onde se propõe a divulgar crônicas, contos, poesias e a íntegra de alguns de seus livros. Já podem ser lidos no BLOG, por exemplo, os primeiros capítulos do romance “O Castelo da Colina”, além de outros textos atualizados periodicamente. A louvável iniciativa pode ser vista e acompanhada no endereço: http:walterwharris.blogspot.com. Aí vai a oportunidade de conferir o talento do Walter e a importância da Internet para a Literatura. entrevista Recebemos a edição de novembro de 2007 do Jornal do Poder Legislativo Estadual de Alagoas, publicado pela Assembléia Legislativa daquele Estado, que traz entrevista com o ex-deputado constituinte e atual presidente da regional Alagoana da SOBRAMES, Dr. José Medeiros, registrada na página 9 daquela publicação. Agradecemos o envio e felicitamos nosso confrade Medeiros pelo destaque. postais alagoas Da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL - recebemos o magnífico calendário de 2008, que destaca, em cada mês do ano, um postal com locais históricos daquele Estado. Mais uma vez a FAPEAL brinda-nos com essa importante e bem produzida publicação, que ano a ano, vem dando destaque aos valores históricos e patrimoniais do Estado de Alagoas.
  • 8. O Bandeirante - Novembro de 20078 REVISÃO de textos em geral Ligia Pezzuto Especialista em Língua Portuguesa (11) 3864-4494 ou 8546-1725 Não deixe de consultar a RUMO EDITORIAL. Qualidade impecável, pelos melhores preços. Quer publicar seu livro? rumoeditorial@uol.com.br (11) 9182-4815 Registra-se, como curiosidade, que os mais jovens membros a adentrarem na imortalidade da Abrames foram: Helio Begliomini, com 34 anos, e Josyanne Rita de Arruda Franco, com 37 anos, ambos membros da Sobrames paulista. Transcorridos vinte anos de existência da Abrames, encontram-se ainda entre nós apenas doze de seus cinqüenta membros fundadores. Nesses quatro lustros, houve nove mandatos de dois anos cada, sendo seus presidentes, em ordem cronológica: Marco Aurélio Caldas Barbosa (1989-1991), Tito de Abreu Fialho (1992- 1993), Júlio Arantes Sanderson de Queiroz (1994-1995 e 1996-1997), Jorge Picanço Siqueira (1998-1999), Zilda Cormack (2000- 2001 e 2002-2003) eAbílio Kac (2004-2005 e 2006-2007). Salienta-se que Luiz Gondim de Araújo Lins esteve presente em todas as diretorias, ocupando, em cinco gestões, a vice- presidência. Estas modestas palavras inspi- radas por ocasião do vigésimo aniversário desse querido silogeu pretendem não somente prestar uma singela homenagem a essa augusta casa de médicos literatos, à memória de seus membros, mas também contribuir simploriamente com sua divulgação e sua história. (Continuação da página 1) ABRAMES: vinte anos de história A caravana paulista esteve bem representada na Semana daAcademia Brasileira de Médicos Escritores, ocorrida nos dias 22 e 23 de novembro, no anfiteatro nobre da secular Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, por ocasião das comemorações do 20o . aniversário do sodalício. Seus participantes foram os acadêmicos Evanil Pires de Campos e sua esposa, Cláudia (Botucatu); Nelson Jacintho e sua esposa, Dumara (Ribeirão Preto); Alcione Alcântara Gonçalves (Tupã); Helio Begliomini e sua esposa, Aida Lúcia (São Paulo, capital). No dia 22, houve tertúlia que contou também com a apresentação de trabalhos dos paulistas Evanil Pires de Campos, Nelson Jacintho eAlcioneAlcântara Gonçalves. Helio Begliomini proferiu conferência ilustrada em data show sobre os “VinteAnos de História da Abrames” e, ao término, entregou um livro de sua autoria, alusivo à efeméride, aos acadêmicos e autoridades presentes. No dia 23, Nelson Jacintho recebeu os seguintes prêmios: 1o . lugar em trovas com o tema “Segredo”; menção honrosa em crônica com o trabalho “O Nenê Sumiu” e o 2o . lugar em ensaio com o trabalho “Dor”. Nesse mesmo dia, Helio Begliomini recebeu o 1o . lugar em ensaio com o trabalho “Terminalidade daVida” e foi galardoado com o prêmio “Manoel Antonio de Almeida”, maior comenda da Abrames, que foi concedida em virtude do mérito do conjunto de sua obra. Zilda Cormack e Tito de Abreu Fialho, igualmente membros fundadores do silogeu, também receberam esse prêmio. As sessões contaram com um número expressivo de 14 acadêmicos, além de outros três recipiendários, assim como uma grande presença de intelectuais, convidados e familiares. Ao término da solenidade, os acadêmicos presentes posaram para uma foto histórica, tradição essa que começou em 2006. Visite nossas instalações e laboratórios totalmente adequados às novas normas da Anvisa e com ampliação na gama de fornecimento de formulações magistrais nas áreas médica geral, homeopática, odontológica e veterinária. Rua Dr. Martinico Prado 144 - Santa Cecília Acesse nosso site: www.pharmaceutica.com.br Orçamentos: (11) 3225-0664 filial (11) 3666-3332 matriz e-mail:jucovsky@zipmail.com.br SOBRAMES de São Paulo no 20º. aniversário da ABRAMES ROBERTO CAETANO MIRAGLIA ADVOGADO - OAB-SP 51.532 ADVOCACIA – ADMINISTRAÇÃO DE BENS – NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – LOCAÇÃO – COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS – ASSESSORIA E CONSULTORIA JURÍDICA TELEFONES: (11) 3277-1192 – 3207-9224