O documento discute obsessão espiritual e mediunidade. Explica que obsessão ocorre quando um espírito mal-intencionado exerce influência prejudicial sobre outra pessoa, visando escravizá-la. A mediunidade fraca ou não desenvolvida torna alguém mais vulnerável à obsessão. O documento também classifica diferentes níveis de obsessão, como auto-obsessão, obsessão simples e fascinação.
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Apostila 23
Mediunidade e Obsessão:
“Sabe-se que a morte não nos livra dos nossos inimigos; os
espíritos vingativos perseguem, freqüentemente, com seu ódio, além do
túmulo, àqueles contra os quais conservam rancor”. (Allan Kardec – em O
Evangelho Segundo o Espiritismo)”.
Obsessão e Mediunidade são duas situações diferentes, entretanto, em um
determinado momento, podem coexistir.
Nem todos são médiuns ostensivos, porém qualquer individuo,
independentemente do grau de e do tipo de sua mediunidade, pode ser acometido
desobsessão.
Digamos que a obsessão seja um fator complicador da mediunidade e, como tal,
teoricamente, deva ser conhecida pelos médiuns em suas causas, mecanismos de
ação, prevenção e tratamento.
Reconhecendo a abrangência do assunto e o quanto ele interessa a todos, o
analisaremos em suas generalidades, particularizando, porém, os detalhes que sirvam
de alerta ou de ensinamento aos lidadores da mediunidade.
Partindo-se da premissa de que a sobrevivência do espírito é uma realidade,
estabeleçamos a seguinte ordem de idéias.
A mudança de um plano de existência para outro, em conseqüência do
fenômeno da morte física, não implica na modificação da maneira de ser do espírito, o
qual permanece com as mesmas características de sua individualidade quando
encarnado, manifestando os mesmos pendores, impulsos e desejos. Os mais
venturosos continuam bons e interessados em ajudar o próximo, enquanto que os maus
permanecem presos às viciações e imperfeições que ostentavam quando de suas
experiências na carne.
Dos espíritos benfeitores recebemos auxilio, carinho e orientações salutares para
as nossas vidas; são os protetores, velam pelos nossos passos e pelos nosso
progresso espiritual. Porém, da mesma forma, nos expomos às entidades menos
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esclarecidas e desejosas de perturbarem aqueles a quem consideram presas fáceis.
São os espíritos obsessores, que na qualidade de enfermos necessitam, em verdade,
da nossa cooperação fraterna através de preces e doutrinações evangélicas.
O mundo astral como que nos interpenetra e, de acordo com o nosso
posicionamento mental, intercambiamos com os bons ou com os maus espíritos. O
envolvimento salutar com os espíritos esclarecidos é sempre gratificante, porquanto
somos bafejados por vibrações de harmonia e de paz. Entretanto, se ascidiados por
entidades maldosas, tornamo-nos alvos de perturbações que podem evoluir para as
mais variadas manifestações patológicas de natureza orgânica e mental.
A obsessão nada mais é do que o resultado da má influência intencional que um
espírito desencadeia sobre outrem. Todos nós estamos sujeitos a essa eventualidade,
quer sejamos médiuns praticantes ou não, pois as nossas imperfeições ainda superam
em muito as virtudes que portamos e elas, seguramente, se constituem nas portas de
acesso ao mal. Por isso, ao enfocarmos a problemática da patologia psíquica em suas
várias manifestações, tenhamos sempre em mente que o foco gerador de todos os
males humanos reside, basicamente, na intimidade espiritual de cada ser.
A questão mora, por conseguinte, é de fundamental importância nesses casos,
constituindo-se na melhor das profilaxias. Aqueles que aspiram incessantemente ao
progresso espiritual e pautam as suas atitudes pela vivência evangélica aumentam
consideravelmente as suas defesas psíquicas e dificilmente se tornam vítimas de
processos obsessivos.
“Disso resulta um ensinamento de grande alcance,o de que as
imperfeições morais dão acesso aos espíritos obsessores, e de que o
meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons pela prática do bem”.
(Allan Kardec –Livros dos Médiuns, cap. XXIII, questão 252, parágrafo – 7.).
Detalhes, como os citados acima, valem por todo um tratado de terapêutica
clínica, ampliam os nossos horizontes mentais e nos auxiliam na real compreensão da
problemática obsessiva.
O cultivo da ambição, da inveja ou do ódio alicerça costumeiramente, o mal que
geramos para nós próprios, e disso resulta um estado de sofrimento mais ou menos
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prolongado, só desfeito quando, pela contingência expiatória, o espírito comprometido
desperta para luz.
“Da mesma forma que as doenças são o resultado de imperfeições
físicas que tornam acessível às influências perniciosas exteriores, a
obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral que expões a um
mau espírito”. (Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Preces pelos
obsidiados).
Como resultado de judiciosa observações no campo prático do mediunismo, o
Codificador assevera ser a obsessão espiritual um verdadeiro “domínio que os
maus espíritos assumem sobre certas pessoas com o objetivo de as
escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer que experimentam de
fazer o mal”.
Respeitável parcela de nossa comunidade planetária, no atual estágio evolutivo,
está sujeita a esta verdadeira enfermidade ainda desconhecida da Ciência Médica.
Observações realizadas em torno do assunto, por eminentes pesquisadores
espíritas, estão descortinando horizontes promissores.
Já se sabe, por exemplo, que o mecanismo gerador do processo enfermiço varia
de acordo com as técnicas e artifícios empregados pelos obsessores.
O envolvimento obsessivo pode-se instalar sorrateiramente, evoluindo aos
poucos, sem que a vítima nem os circunstantes do fato se apercebam; ou ao contrário,
surgir de uma forma abrupta, comprometendo, de inopino, quer as faculdades mentais,
quer algumas das funções desempenhadas pelo organismo físico.
Uma das causas mais freqüentes de obsessão reside no sentimento de vingança
alimentado pelo obsessor. Impulsionado por tal sentimento, ele põe em jogo todos os
recursos disponíveis capazes de comprometer a saúde, o equilíbrio, enfim, a felicidade
de sua vítima. O ódio que se estabelece entre inimigos, às vezes, se perpetua através
dos séculos gerando verdadeiros quadros de sofrimento e martírios mútuos. Uma vez
liberto da matéria física,o espírito odiendo passa a hostilizar a sua vítima de tal forma
que o prejudicado de hoje, posteriormente,se não tiver rompido com as algemas do
ódio, parte para o revide.
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Naturalmente, para que a doença se instale é necessário a existência de fatores
predisponente, facilitadores do desencadeamento do processo. Entre os vários fatores
conhecidos podemos citar a mediunidade aflorada mas não desenvolvida, não
educada, gerando, por isso mesmo, campos biomagnéticos desarmônicos
intensificados pelos impactos de baixo teor vibratório impostos pelos obsessores.
Uma outra condição é a ociosidade, traduzida pela incapacidade de qualquer
realização louvável nos múltiplos setores da atividade humana; a inércia conduz
invariavelmente aos caminhos do desequilíbrio.
Lembramos, ainda, os defeitos acentuados de personalidade: o ódio; a inveja; a
maledicência; o ciúme doentio e a sensualidade desvairada, a representarem os mais
corriqueiros dos fatores predisponentes.
Os espíritas, mais do que ninguém, são sabedores da importância das trocas
energéticas que se processam em níveis mentais. A verdade, é que os defeitos
anteriormente citados condicionam o rebaixamento do padrão vibratório do indivíduo
encarnado, favorecendo uma sintonia perfeita com as entidades espirituais menos
esclarecidas que vibram numa faixa semelhante de freqüência.
Assim como a queda da defesa orgânica predispões o individuo à doença
infecto-contagiosa, a redução de sua freqüência vibratória mental, pelos maus
pensamentos e atitude ant-éticas, o coloca a mercê dos espíritos obsessores.
O resultado do envolvimento fluídico com as vibrações deletéricas dos maus
espíritos e traduz sempre pelo comprometimento das funções mentais ou pela
desorganização dos sistemas orgânicos.
Tal é o mecanismo dinâmico pelo qual os inimigos desencarnados exercem a
sua ação prejudicial. Aguardam pacientemente o momento propício e, uma vez
estabelecida as ligações imânticas, exercem um domínio cada vez mais atuante na
execução de suas intenções perturbadoras.
“Quando um espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um individuo,
ele envolve por assim dizer, em seu perispírito como se fosse uma
manto”. (Allan Kardec “Obras Postums” – Da obsessão e da Desobsessão).
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Os estudos de Kardec sobre a obsessão ampliam os horizontes do
conhecimento científico, fornecedo-nos a compreensão primeira de tão complexa
enfermidade.
Observando-se o comportamento e as manifestações sintomáticas apresentadas
por essa categoria de enfermos, o Codificador elaborou uma classificação das
espiritopatias, levando em conta o grau de constrangimento fluídico imposto à criatura
pelas entidades obsessoras. Tomando por base a sua classificação, elaboramos o
seguinte esquema:
DOENÇAS DE NATUREZA ESPIRITUAL:
1. Auto-Obsessão
2. Obsessão Simples e Física
3. Fascinação
4. Subjugação Moral e Corporal
Auto-Obsessão:
Reflete as explosões de ódio, irritações momentânea e cenas de ciúmes que se
manifestam repentinamente, cessando logo depois, de modo a deixar a própria criatura
atônita e envergonhada, sem explicações para o comportamento impensado.
É um processo puramente anímico, em que a própria mente em torvelinho gera
um estado de desequilíbrio patológico. A propósito dessa possibilidade assim se
expressou Kardec:
“É necessário dizer também, que se culpam, freqüentemente os
Espíritos estranhos de danos dos quais são muito inocentes; certos
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estados doentio, e certas aberrações que se atribuem a uma causa oculta,
por vezes, devem-se simplesmente ao Espírito do próprio individuo. As
contrariedades, que mais comumente cada um concentra em si mesmo,
sobretudo os desgostos amorosos, fazem cometer muitos atos excêntricos
que se estaria errado em levar à conta da obsessão. Freqüentemente,
pode ser-se obsessor de si próprio”. (Allan Kardec - Obras Póstumas, item 58
(IDE)).
Obsessão Simples e Física:
Corresponde à fase inicial do processo propriamente dito, de forma que os
sintomas são de pouca monta. Embora nessa fase a sintomatologia seja mais amena, o
desconforto torna-se uma realidade, à medida em que o médium sente-se constrangido
por um espírito que dele não se afasta e que se manifesta indevidamente em locais e
horários impróprios, não permitindo que outras entidades espirituais dele se aproximem.
O constrangimento obsessivo simples pode ser considerado como um
chamamento à responsabilidade que a prática da mediunidade requer.
Já a obsessão física, decorre de mecanismos mais sofisticados e se caracteriza
por manifestações de repercussão material, como os “raps”, os movimentos de objetos
sem o contato físico, as combustões espontâneas e os fenômenos ruidosos os mais
variados.
Os obsessores, ou espíritos perturbadores, se aproveitam do ectoplasma do
médium de efeito físico, no caso a própria vítima, e os pertubam com tais
manifestações.
FASCINAÇÃO:
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É um estado de constrangimento mais bem acentuado e a sua principal
característica é a ilusão produzida pelo próprio espírito desencarnado sobre o
patrimônio mental da criatura, paralisando-lhe o raciocínio e impedindo-lhe o
reconhecimento da doença.
Deflue de sutil ação hipnótica exercida pacientemente e de forma prolongada
pelo obsessor, acarretando conseqüências bem mais graves. O enfermo, nesse caso,
jamais se adimite como tal, pois perde por completo
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