O documento discute a limitação do número de filhos e suas consequências espirituais. Ramatis afirma que limitar a prole não deve ser visto como uma ação culpada, mas sim analisada sob uma perspectiva científica de como afeta as oportunidades de reencarnação de espíritos. Ele explica que quanto maior o número de corpos físicos, maiores as chances de ventura espiritual para almas que precisam renascer, e que limitar filhos reduz essas oportunidades no futuro.
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CAPÍTULO 25
A limitação de filhos e
suas conseqüências cármicas
PERGUNTA: — A limitação do número de filhos ou a
recusa em recebê-los no seio materno é uma falta grave
perante a Divindade?
RAMATIS: — Ela não deve ser encarada como uma
ação culposa que fira as regras da moral divina, estabeleci-
das por um Deus parecido a um pastor ou um sacerdote
excessivamente puritano. O Cosmo não é produto de pre-
ceitos éticos firmados no tempo e no espaço, como decor-
rência da evolução dos costumes humanos ou angélicos.
Eterno, Perfeito e Infinito, a sua garantia basilar é a Lei
única de coesão espiritual sob indescritível cientificismo
cósmico incompreensível à mente humana, que participa
do Universo mas não é o próprio Universo. Por isso, a pro-
criação de filhos, com ou sem controle, é assunto para ser
examinado mais propriamente em relação aos efeitos favo-
ráveis ou desfavoráveis que possam provocar em razão da
Lei e da Técnica de reencarnação dos espíritos na Terra.
Visto que o renascimento na matéria é de vital importância
para a mais breve ascensão do espírito às esferas paradisía-
cas, convém encarar o assunto sob um aspecto mais cien-
tífico, em lugar de o situarmos exclusivamente sob o con-
ceito moral do mundo ou da Divindade.
Há que se reconhecer, primeiramente, que um corpo
de carne é um dos mais valiosos auxílios no caminho longo
da evolução sideral, servindo comumente para que a alma
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penada e infeliz possa dar largas ao seu remorso caustican-
te e reajustar-se das imprudências cometidas nas vidas pre-
gressas. No serviço reencarnatório do Espaço, a oportuni-
dade do organismo físico é valiosa dádiva proporcionada
pelos Mentores Siderais aos espíritos aflitos e desesperados
para renascerem na matéria. Em conseqüência, analisando-
se a questão da limitação de filhos a distância de qualquer
sentimentalismo humano ou de razões morais angélicas,
estabeleçamos esta importante premissa: o aumento do
número de corpos físicos, na Terra, aumenta as probabili-
dades de ventura espiritual. É fator de socorro e favoreci-
mento para a mais breve alforria de espíritos desencarna-
dos que imploram novos instrumentos de carne para resga-
tar suas faltas pregressas e obrigações para com a Lei Cár-
mica.
Sob qualquer aspecto que considerardes o problema
da limitação de filhos, quer situando-o sob razões econô-
micas, deficiências educativas ou exaustão feminina, ele só
se ajusta, fundamentalmente, a estas razões: maior soma de
corpos carnais, maior soma de benefícios espirituais; menor
número de corpos carnais, menor probabilidade de ventu-
ra e progresso das almas desesperadas. Considerando-se,
então, que, com a limitação de filhos a precariedade de
organismos físicos tende a aumentar nas reencarnações
futuras, aqueles que limitam propositadamente a sua prole
também reduzem as suas próprias oportunidades de futu-
ros renascimentos, dentro do preceito evangélico: “cada um
colherá conforme tiver sido a semeadura”.
PERGUNTA: — Poderíamos saber se existe maior quan-
tidade de espíritos necessitados de reencarnar do que as
probabilidades de encontro de corpos físicos na Terra?
RAMATIS: — No espaço que circunscreve o globo ter-
ráqueo em todo o seu sentido esférico, entre os vinte
bilhões de espíritos que o povoam há mais ou menos dez
bilhões que ainda necessitam de reencarnação com certa
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3. urgência. Se fosse possível atendê-los com a concessão de
corpos físicos adequados a cada caso cármico, eles renas-
ceriam imediatamente, a fim de despejar na matéria terres-
tre os venenos que ainda lhes corroem as almas torturadas
por toda sorte de sofrimentos. Na imensa fila de candida-
tos à reencarnação existem seres tão desesperados, que
não recuariam diante da existência física mais atroz, a vida
mais deserdada da sorte, desde que pudessem descer para
a carne, esgotando nesta o conteúdo tóxico e torturante,
que ainda percorre a delicada fisiologia dos seus perispíri-
tos! Para casos perturbados do Além, não há recurso mais
eficiente do que a reencarnação, pois constituem imensa
legião de desatinados e devedores, cujo credor principal
ainda é a Terra.
Sob esse aspecto é que podeis então avaliar quão sel-
vagem, brutal e indigno é aquele que destrói o seu corpo
na alucinação do suicídio, porquanto o fato de haver renas-
cido implicou na severa responsabilidade de haver suplan-
tado no Espaço outro candidato à vida carnal. Então o seu
crime é vultoso perante a Lei do Renascimento pois, além
de malbaratar valiosa oportunidade para sua própria reden-
ção espiritual, ainda ludibriou a confiança angélica e traiu
outra alma necessitada de reencarnação.
PERGUNTA: — Se desejássemos um esclarecimento
sobre qual deve ser o mais certo procedimento na questão de
limitação de filhos, que nos aconselharíeis como medida
mais sensata?
RAMATIS: — Já vos mostramos que a redução da prole
no mundo físico conseqüentemente reduz as possibilidades
da mais breve redenção e ventura espiritual de vossos irmãos
em espírito. O conselho mais lógico e sensato que podería-
mos vos dar, para solução desse problema, cremos que ainda
é aquele deixado por Jesus e constituído em lei definitiva que
suprime todas as dúvidas em qualquer julgamento de nossos
atos: “Faze aos outros o que queres que te façam”.
A Vida Além da Sepultura
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