5. Por que as nações fazem comércio?
• Mercantilismo: Crença de que a prosperidade
nacional resulta de uma balança comercial positiva –
maximização das exportações e a minimização das
importações.
• Princípio da vantagem absoluta: Um país deve
fabricar somente aqueles produtos em que detém
vantagem absoluta ou em que utilizará menos
recursos do que qualquer outro.
6. TEORIAS DE COMÉRCIO E INVESTIMENTO
INTERNACIONAL
• Vantagem comparativa
Características superiores de um país que lhe dão
benefícios únicos na competição global – derivados de
recursos naturais ou de políticas nacionais deliberadas.
• Vantagem competitiva
Vantagens ou competências possuídas por empresas –
derivadas de custos, tamanho ou inovação que são
difíceis de ser replicadas ou imitadas por competidores.
7. 7
Exemplo
• Vamos considerar que cada país tem 100 unidades
de trabalho para alocar entre Tecidos e Vinhos. A
produção por unidade de trabalho é dada pela
seguinte tabela:
Países Tecidos Vinhos
Portugal 10 30
Inglaterra 200 50
8. 8
VANTAGENS COMPARATIVAS
• Notamos que a Inglaterra tem vantagem absoluta na
produção dos dois bens. Mas o que Ricardo enfatiza é
que Portugal tem uma vantagem comparativa na
produção de vinho, pois o número de unidades de
tecidos das quais temos que abrir mão para produzir
vinho é menor que no caso da Inglaterra. Logo, cada
país deveria se concentrar na produção do bem em
que possui vantagem comparativa e utilizar o
comércio internacional para trocar com os demais
países, de modo que no final todos obterão um
produto maior do que aquele que alcançariam
produzindo ambos os bens.
9. Limitações das primeiras teorias
de comércio
• Não leva em conta os custos com transporte internacional.
• Tarifas e restrições para importações podem prejudicar o
comércio.
• Economias de escala podem compensar eficiências adicionais.
• Quando os governos selecionam certos segmentos industriais
para investimentos estratégicos, isso pode causar padrões de
comércio contrários às explicações teóricas.
• Hoje, países podem acessar capital de baixo custo necessário
em mercados globais.
• Alguns serviços não podem ser comercializados
internacionalmente .
10. 10
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA
TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Heckscher-Ohlin
• Críticas às vantagens comparativas de David
Ricardo:
• Visão estática do processo econômico, custos de
produção constantes no tempo, não admitindo
mudança;
• Existência de uma concorrência perfeita, não
entrarão novos concorrentes e não sairão outros;
• A teoria de Ricardo se baseia no valor trabalho,
desprezando assim o custo de outros fatores, como
terra, capital, tecnologia, competência
empresarial.
11. 11
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA
TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Elie Heckscher e Bertil Ohlin
• Foram dois economistas suecos que surgiram nos
anos 30; O postulado era o seguinte:
• Um país tem uma vantagem comparativa na
mercadoria que utiliza de forma intensiva seu
fator abundante; ou seja:
• Os países devem se especializar na produção
daqueles bens produzidos por fatores
comparativamente abundante nas suas economias.
Ex. mão de obra têxtil, calçados, agricultura etc.
12. DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Exemplos:
– China e a mão de obra.
– Estados Unidos e as indústrias farmacêuticas.
– Canadá e a energia elétrica.
13. 13
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Elie Heckscher e Bertil Ohlin
• A nova teoria se baseia na diferença de custos
existentes entre os países, como nas vantagens
comparativas de David Ricardo, acrescentando mais
um fator, o capital, ou seja a intensificação do
comércio internacional seria mais intensa na diferença
de fatores;
• Essa teoria sofreu críticas pois, tanto a teoria de
Ricardo quanto a de Heckscher-Ohlin, são estáticas e
não dinâmicas o que poderia resultar um prejuízo aos
países subdesenvolvidos que estariam fadados a
exportarem produtos primários e importar produtos
manufaturados de alta tecnologia.
14. 14
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Linder
• As teorias anteriores perduraram até os anos 50. A
partir dos anos 60 e 70 Linder contrariou
totalmente os postulados de Adam Smith, David
Ricardo e Heckscher-Ohlin, que afirmavam que a
diferença de fatores intensificava o comércio
internacional.
• A observação e Linder dizia que a intensificação do
comércio internacional residia exatamente na
semelhança dos fatores.
• Que o comércio internacional é uma extensão do
comércio interno.
15. 15
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• Como expoente desta nova abordagem, Linder
mostrou que o comércio exterior é uma extensão
para fora do país, suas atividades econômicas
desenvolvidas internamente. A intensidade dos
fluxos de comércio entre os países é derivada dos
esforços dos empresários no sentido de estender
os padrões da procura ou demanda interna para
além das fronteiras do próprio país.
16. 16
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• A decisão dos empresários de produzir
determinado bem é motivada pela percepção de
que existem necessidades não atendidas dentro de
seu próprio país, representando então
possibilidades de ganhos visíveis.
• A possibilidade de internacionalizar a venda de
seus produtos, proporcionará ainda ganhos
maiores. E quanto menor o país de origem tanto
maior a probabilidade de as exportações
aumentarem sua participação na oferta agregada.
17. 17
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• Há que observar ainda que os países importadores
daqueles bens, ao verificarem o crescimento das
importações, podem tomar decisões protecionistas
visando à substituição de importações. E é
justamente nessa transmissão de capacidades de
produção entre os países que surgem os ganhos
mais expressivos do comércio internacional.
18. 18
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
• No modelo de Vernon as inovações se antecipam
aos mercados. Os ganhos decorrentes dessas
cadeias de transmissão de novos padrões de
procura e de oferta seriam, mais que as vantagens
recíprocas preconizadas pelas abordagens
clássicas, os benefícios efetivos das redes mundiais
de intercâmbio econômico-comercial.
19. 19
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
• O modelo de Vernon baseia-se no ciclo de vida dos
produtos.
• Esta tese argumenta que produtos novos são
desenvolvidos e produzidos primeiramente em
uma economia mais industrializada, como a dos
USA, posteriormente os produtos são exportados
para outros países, sendo então finalmente
produzidos nos países de destino. Essa teoria é
atual porque reconhece que a pressão competitiva
exige criatividade para encantar os consumidores,
o que só poderá ser feito com economias de escala
e ciclo de vida dos produtos mais curtos.
20. Teorias clássicas: teoria do ciclo de
produto internacional
• Teoria do ciclo de produto internacional: Cada produto e suas respectivas
tecnologias de manufatura passam por três etapas de evolução:
introdução, crescimento e maturidade: pense em carros e TVs.
• Na etapa de introdução, o país que inventou o produto desfruta de um
monopólio temporário, tanto na fabricação quanto na exportação.
• Conforme a produção se torna mais padronizada, outros países entrarão
no mercado global.
• Quando o produto atinge a maturidade, o país original se tornará um
importador do produto.
• Aplicabilidade para economia global contemporânea: hoje, o ciclo desde a
inovação até a maturidade é muito mais curto, tornando-se difícil para o
país inovador manter sua liderança em um produto específico.
21. Como as nações aumentam sua
vantagem competitiva
• A visão conteporânea sugere que os governos podem
proativamente implementar políticas para aumentar
a vantagem competitiva dos países, além dos
recursos naturais que o país já possui.
• Os governos podem criar vantagens economicas
nacionais das seguintes maneiras: estimulando a
inovação, escolhendo indústrias para
desenvolvimento, fornecendo capital de baixo custo,
minimizando taxas, investindo em TI e etc.
22. O modelo diamante de Michael Porter: fonte de
vantagem competitiva nacional
• Estratégia, estrutura e rivalidade de empresas – A existência de
fortes concorrentes em um país ajuda a gerar e sustentar a
vantagem competitiva nacional.
• Condições de fatores – mão de obra, recursos naturais, capital,
tecnologia, empreendedorismo e know-how.
• Condições de demanda doméstica – Força e a sofisticação da
demanda de consumo.
• Setores econômicos correlatos e de apoio – Disponibilidade de
um conglomerado de fornecedores e empresas complementares
com competências distintas.
24. Conglomerado industrial
• Uma concentração de fornecedores e empresas de
suporte de uma mesma indústria, localizados na mesma
área geográfica.
• Exemplos incluem: o Vale do Silício, o conglomerado da
moda no norte da Itália, a indústria famacêutica na Suíça,
a indústria de calçados em Pusan e a indústria de TI em
Bangalore e Índia.
• Pode servir como a plataforma de exportação de um país.
25. Política industrial nacional
Desenvolvimento econômico proativo decretado pelo
governo para estimular ou apoiar setores industriais
promissores.
Iniciativas típicas:
– Incentivos fiscais.
– Incentivos para investimentos.
– Políticas fiscais e monetárias.
– Sistemas educacionais rigorosos.
– Investimento em infraestrutura nacional.
– Sistemas regulatórios e legais fortes.
(Exemplos: Japão, Dubai e Irlanda).
27. Nova teoria do comércio
• Economias de escala constituem um importante fator
para o desempenho internacional superior em
determinados segmentos de atuação – mesmo quando
o país não tem uma vantagem comparativa clara.
Algumas indústrias saem-se melhor à medida que
aumenta seu volume de produção.
Exemplos: aviação comercial, autómoveis, indústrias
farmacêuticas tem custos fixos muito altos que exigem
alto volume de vendas para alcançar a lucratividade.
28. Como as empresas se internacionalizam
• A internacionalização é normalmente gradual e evolutiva (modelo de
processo de internacionalização).
• A internacionalização mais lenta resulta da incerteza e inquietação
que os gestores tem ao fazer negócios internacionais.
• Um padrão previsível da internacionalização pode incluir os estágios a
seguir:
1. Foco doméstico.
2. Estágio de pré exportação.
3. Envolvimento experimental.
4.Envolvimento ativo.
5. Envolvimento comprometido.
29. Dominação baseadas nas explanações IDE das
empresas nacionais
• A maioria das teorias dos negócios
internacionais sobre as empresas
enfatizam as multinacionais já que são
parte muito importante dos negócios
internacionais.
• O IDE é a estratégia mais importante usada
pelas multinacionais na expansão
internacional; então, as teorias atuais
enfatizam motivos e padrões de IDE.
30. Explanações baseadas no IDE: teoria da vantagem
monopolista
• Sugere que as empresas preferem o IDE, pois
fornece controle de recursos e capacidades no
mercado estrangeiro e um grau de poder de
monopólio relativo aos competidores
estrangeiros.
• Recursos-chave da vantagem monopolista
incluem conhecimento proprietário, patentes,
know-how único e propriedade exclusiva de
outros ativos.
31. Explanações baseadas no IDE: teoria da
internalização
• Explica o processo no qual uma empresa adquire e
revende uma ou mais atividades da cadeia de valor
dentro da empresa – mantendo controle sobre as
operações estrangeiras e evitando a desvantagem de
lidar com parceiros externos.
• Em contraste com estratégias de entrada de curto
alcance (como exportação e licenciamento), que
implicam no desenvolvimento de relações contratuais
com parceiros de negócios externos, o IDE fornece
controle e propriedade de recursos para a empresa.
32. Explanações baseadas no IDE: paradigma eclético de
Dunning
Três condições determinantes da internacionalização de uma
empresa via IDE:
1. Vantagens específicas de propriedade – conhecimento,
habilidades, capacidades, relacionamentos ou ativos físicos que formam a base
da vantagem competitiva de uma empresa.
2. Vantagens específicas de localização – vantagens
associadas com o país no qual a multinacional recebe investimento, incluindo
recursos naturais, mão de obra barata ou especializada e capital barato.
3. Vantagens de internalização – controle derivado da
internacionalização da fabricação, distribuição ou outras atividades da cadeia
de valor com base no exterior.
33. Explanações não baseadas no IDE: investimentos
colaborativos internacionais
• Enquanto a internacionalização baseada no IDE ainda é comum, no
começo dos anos 1980 as empresas começaram a enfatizar
empreendimentos colaborativos, flexíveis para se internacionalizar.
• Empreendimento colaborativo : uma forma de cooperação entre
duas ou mais empresas. Através da colaboração, a empresa obtém
acesso ao know-how, ao capital, aos canais de distribuição e ao
marketing do parceiro estrangeiro e supera obstáculos impostos
pelos governos.
• Parceiros de negócios compartilham o risco de seus esforços em
conjunto e unem recursos e capacidades para criar sinergia.
34. Dois tipos de empreendimentos colaborativos
internacionais
1. Joint ventures baseadas em igualdade resultam na
formação de uma nova entidade legal. Aqui, a
empresa colabora com o parceiro local para reduzir
riscos e comprometimento do capital.
2. Alianças baseadas em projetos envolvem
cooperação em P&D, fabricação, design e qualquer
outra atividade de valor, uma parceria com vista a
um escopo de atividades e cronogramas
estritamente definidos.
35. Bibliografia
• CAVUSGIL, Knight e Riesenberger. Negócios internacionais Estratégia, gestão e
novas realidades. São Paulo: Pearson, 2010.
• CARVALHO, M.A.; SILVA, C.R.L. Economia Internacional. São Paulo: Saraiva,
2007.
• NOGAMI,Otto, PASSOS, Carlos Roberto Martins,Princípios de Economia,São
Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2001;
• TROSTER,Roberto Luis, MORCILLO, Francisco Mochón.Introdução à Economia,
São Paulo, Makron Books, 1999.
• VICTOR, Luiz S., SIQUEIRA, N.A. Apostila de Economia, S.P.,2005