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N.º171l
JANEIRO2017VOGUE.PT
O NOVO PERFUME FEMININO
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para um futuro cheio de brilho
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Transforme as suas rugas em sorrisos,
com a marca Nº1* em anti-idade.
NASCIDA NA REGIÃO DOS VULCÕES FRANCESES
ENRIQUECIDA COM 15 MINERAIS
PARA UMA PELE MAIS RESISTENTE ÀS AGRESSÕES
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ADEQUADO A PELE SENSÍVEL
EFICÁCIA COMPROVADA POR DERMATOLOGISTAS
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fragmentado**
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Cuidado contínuo
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Para preencher as rugas
na sua origem, Liftactiv da Vichy,
marca Nº 1* em farmácia, associa
a Ramnose, um poderoso açúcar
vegetal, ao ácido hialurónico**
fragmentado e à Água Termal
mineralizante de Vichy.
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profundas são alisadas.
A pele revela-se visivelmente
mais firme.
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COM ÁGUA MINERALIZANTE DE VICHY
NASCIDA NA REGIÃO DOS VULCÕES FRANCESES
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PARA UMA PELE MAIS FORTE CONTRA AS AGRESSÕES EXTERIORES
FORMULADO PELOS LABORATÓRIOS VICHY
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EFICÁCIA COMPROVADA SOB CONTROLO DERMATOLÓGICO
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Janeiro 2017
	28 	EDITORIAL
	34 	FICHA TÉCNICA
	35 	VOGUE.PT
	36 	COLABORADORES
		IN VOGUE
	 39 	PREVIEW. As inspirações da próxima 	
	 estação.
	46 	MISSÃO IMPOSSÍVEL. Entrevista
a Luísa Delgado, a mulher por trás
da Sáfilo.
	48 	NOVAS MARCAS
	50 	PRIVADO. Raquel Prates recebe-nos
em sua casa, e no seu armário.
	5 2 	ESTILO, DISSE ELA. A Moda
segundo Anna Harvey, agora em livro.
	5 4 	GOD BLESS, HENRY! Falámos
com o criador Henry Holland sobre
a indústria, hoje.
		COMPRAS
	5 7 	CRUISE CONTROL. A antecipação
do verão chegou aos acessórios.
	6 0 	ERA GLACIAR. O azul não tem limites.
	6 2 	EARRING ME. Este inverno, os brincos
não vão passar despercebidos.
	6 4 	CURVA E CONTRACURVA. Os folhos
dão vida e volume aos looks de inverno.
MIL-
-FOLHAS
A ganga e as
sobreposições como
protagonistas
da estação.
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Frederico Martins.
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Katheryn Winnick, embaixadora da RAYMOND WEIL, apresenta o novo
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CAPAFotografia: An Le.
Realização: Paulo Macedo.
Maquilhagem:
Maya Alleaume/Callisté.
Cabelos: Nabil Harlow/
Balmain Hair Couture.
Modelo: Amanda Wellsh/
IMG Models.
Casting e produção:
Victoria Pavon/Pavon NY
52
		BELEZA
	67 	NOVA ERA A fusão do natural com o
tecnológico na cosmética abre
as portas a um futuro intrigante.
	 68 	TOP A Editora de Beleza escolhe os 		
	 cinco produtos mais incríveis do mês.
	70 	AS NOVAS REGRAS
Há uma mudança em curso
no mundo das fragrâncias.
Este é o livro de regras para um
comportamento irrepreensível.
	72 	DEBAIXO DE OLHO Os mais bonitos
frascos do momento
	74 	BANDA IMAGINÁRIA Batuques,
uma canção dos Queen e 10 segundos
em squat. Esta é a mais recente
novidade de fitness.
	75 	HOT SPRING Personalizar o rosto é a
grande tendência de Beleza para 2017.
	76 	BEAUTY BUZZ Todas as novidades
que ainda nos fazem sonhar.
	78 	ELETRICIDADE ESTÉTICA
A eficácia dos gadgets cosméticos
não se mede aos palmos.
		CULTURA
	80 	ROTEIRO Fotografia, exposições,
dança e teatro para seguir este mês.
	82 	TRANSATLÂNTICA
Adriana Varejão em entrevista.
	84 	MÚSICA Nomes a descobrir
e a adicionar à playlist. Por Luís Maio.
	86 	CINEMA Entrevista a Golshifteh
Farahani, a luz oriental da sétima arte.
Por Rui Pedro Tendinha.
		PONTO DE VISTA
	88 	UNDERGROUND Peças
revestidas a lantejoulas e pailletes
num cenário underground nova-iorquino.
Fotografia de An Le.
	98 	O BANQUETE O que aconteceu
em Xabregas não ficou em Xabregas.
A reportagem da festa dos 14 anos
da Vogue. Fotografia de Rui Palma.
Realização de Filipe Carriço.
Cenário de Ana Trancoso.
	1 1 0 	HERÓI DISCRETO A Vogue foi
a Madrid falar em exclusivo com a figura
máxima da Loewe, Jonathan Anderson.
	12 4 	À PROCURA DO DECOTE
O decote generoso saiu de moda?
Por Kathleen Baird Murray.
	12 8 	JAPONISMO Uma viagem visual
ao epicentro da modernidade do Japão.
Fotografia de Tim Walker.
Realização de Kate Phelan.
		VIVER
	13 9 	VIDA SELVAGEM A Namíbia continua
a ser o mistério que África não revelava.
Até hoje.
	14 2 	LIFESTYLE Tudo o que tem mesmo
de fazer em janeiro.
	14 4 	TRADIÇÃO CONTEMPORÂNEA
A dupla responsável pelos projectos
mais elegantes de decoração dos
últimos tempos. Por Isabel Lindim.
	14 6 	PALAIS ROYAL Para quê minimalismo
quando se pode ter um palácio?
	14 7 	HORÓSCOPO
	14 8 	NOTÍCIAS
	15 3 	MORADAS
	15 4 	ÚLTIMO OLHAR
EDITOrIAL28
No passado dia 15 de novembro, o mês em que come-
morámos o nosso 14.º aniversário, reunimos a equipa
da Vogue e os seus colaboradores mais diretos: fotógra-
fos, jornalistas, stylists, cabeleireiros, maquilhadores,
modelos e personagens que já foram capa das nossas
edições. Juntámo-nos numa festa que quisemos que
fosse muito especial, num lugar especial, o Palácio de
Xabregas, com um ambiente, também ele, especial – e
diferente. Com muita pena nossa, nem todos os que
quisemos convidar, e que sabemos que fazem parte da
família Vogue durante todos estes anos, puderam estar
presentes, mas o ambiente que se gerou tornou a energia
desta noite memorável. E é de destacar o trabalho ex-
traordinário dos colaboradores, e das respetivas equipas,
que se dedicaram intensamente para que tudo estivesse
perfeito: Ana Trancoso, que cuidou do cenário, Cristina
Gomes, da maquilhagem, Helena Vaz Pereira, dos cabelos, Filipe Carriço, do styling, e Rui
Palma, que fotografou o resultado. E toda a equipa da Vogue vibrou, dando o seu melhor,
sob a direção criativa de Paulo Macedo. Esta noite está registada nas páginas desta edição
e queremos partilhá-la com os nossos leitores, com todos os seus momentos únicos.
Na continuação deste espírito de comemoração, a Vogue Portugal acaba de receber o
prémio de Melhor Revista Feminina 2015, atribuído pelo Meios e Publicidade. Mais um
motivo de orgulho e reconhecimento pelo empenho, carinho e dedicação de todos os que
colaboram na realização desta revista, da equipa única, aos anunciantes e, claro, ao nosso
público – um enorme agradecimento a todos.
E chegamos ao novo ano com esta edição, e com as principais tendências que veremos ao
longo dos próximos meses, a começar pelas coleções de primavera-verão que, sem darmos
por isso, já estão nas lojas. Um novo ciclo que agora se inicia, cheio de ideias, ambições e
metas a atingir. Desejamos que, como registamos na capa, este seja um ano de paz, com
muitos projetos e criatividade. E que brilhe. l
Juntámo-nos
numa festa que
quisemos que fosse
muito especial, num
lugar especial FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA.
PAULA MATEUS
Diretora
Diretor Criativo PAULO MACEDO
Diretora de Moda ANA CAMPOS
Diretor de Arte JOÃO OLIVEIRA
Chefe de Redação PATRÍCIA BARNABÉ
Editora de Beleza SUSANA CHAVES
Moda
ANA CARACOL (Editora Shopping)
MÓNICA BOZINOSKI; ANDREIA TRINDADE e BASAK SAVCI (Estagiárias Beleza e Moda)
Redação
ANA MURCHO; IRINA CHITAS e TIAGO NETO (Estagiário)
MANUELA GONZAGA (Revisão de texto)
Arte
ANA CABRAL; MARIA PAPOULA e SARA MARQUES (Estagiária)
MARTA BRITO (Pesquisa de imagem)
Secretária de Redação
FÁTIMA FERREIRA (fatimaferreira@vogue.cofina.pt) • Tel. 210 494 878
Online
ROSÁRIO MELLO E CASTRO (Editora) rosariocastro@vogue.cofina.pt
CARLOTA MORAIS PIRES carlotapires@vogue.cofina.pt e ANA CARVAS acarvas@vogue.cofina.pt
INÊS OLIVEIRA (Estagiária)
Colaboradores
ANA TRANCOSO; CRISTINA GOMES; FILIPE CARRIÇO;
FREDERICO MARTINS; HELENA VAZ PEREIRA; ISABEL LINDIM; LUÍS MAIO;
PEDRO FERREIRA; RUI PEDRO TENDINHA; RUI PALMA
SOFIA PINTO e VERONICA MORALES ANGULO.
Produção
AVELINO SOARES (Diretor adjunto), CARLOS DIAS (Coordenador), JOSÉ CARLOS FREITAS,
PAULO BERNARDINO E FÁTIMA MESQUITA (Assistente)
Circulação
MADALENA CARREIRA (Coordenadora) e JORGE GONÇALVES
Marketing
HELENA MORGADO hmorgado@revistas.cofina.pt • Tel. 210 494 407
Publicidade
LÍGIA REIS (Diretora comercial) ligiareis@cofina.pt
ELSA MADEIRA (Diretora de publicidade) elsamadeira@cofina.pt,
VANDA TAVEIRA (Contacto) vandataveira@cofina.pt, FÁTIMA MALACA (Assistente coordenadora)
fatimamalaca@cofina.pt, SUSANA FERNANDES (Assistente) susanafernandes@cofina.pt
Assinaturas
MARGARIDA MATOS (Coordenadora)
SANDRA SOUSA, ANA PEREIRA e SÓNIA GRAÇA (Serviço de Atendimento)
Tel. 210 494 999 • Fax. 210 493 140 • Email: assine@cofina.pt
Rua Luciana Stegagno Picchio, nº 3, 2º, 1549-023 Lisboa
Venda de edições anteriores
CONTACTE TEL. 219 253 248 OU REVISTASANTERIORES@REVISTAS.COFINA.PT
Distribuição de assinaturas
J. M.TOSCANO, LDA., Tel. 214 142 909 • Fax. 214 142 951 • Email: jmtoscano.com@netcabo.pt
Pré-press
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Impressão
LISGRÁFICA – IMPRESSÃO E ARTES GRÁFICAS, S.A.
Estrada Consigliéri Pedroso, 90 – Casal de Santa Leopoldina 2745-553 Queluz de Baixo • Tel. 214 345 400
Distribuição
VASP – SOC. DE TRANSPORTES E DISTRIBUIÇÃO, LDA.,
MLP: MEDIA LOGISTICS PARK – Quinta do Grajal
Venda Seca - 2739-511 Agualva-Cacém • Email: geral@vasp.pt
Conselho de Administração
PAULO FERNANDES (PRESIDENTE), JOÃO BORGES DE OLIVEIRA; LUÍS SANTANA;
ALDA DELGADO e ANTÓNIO SIMÕES SILVA
Diretora Administrativa e Financeira ALDA DELGADO
Diretora-geral Marketing e Desenvolvimento Digital ISABEL RODRIGUES
Diretor de Produção ANTÓNIO SIMÕES SILVA
Diretor-geral Comercial HERNÂNI GOMES
Diretor Comercial On-line JOSÉ MANUEL GOMES
Diretor de Informática RUI TAVEIRA
Diretor de Recursos Humanos NUNO JERÓNIMO
Diretor de Circulação e Assinaturas JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA
Diretora de Research ONDINA LOURENÇO
Sede: Administração, Redação, Publicidade
R. Luciana Stegagno Picchio, nº 3, 1549-023 Lisboa
Tel. 210 494 878 • Fax. 213 309 411
A Vogue Portugal é publicada com o license agreement
da Condé Nast International, Ltd. por:
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ISSN 1647-2349 • Estatuto editorial disponível www.vogue.pt
Nos Estados Unidos da América: Condé Nast
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Global
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França
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Entrevista:
Maria Clara
Depois do hype das semanas de
Moda, sentámo-nos com a modelo
portuguesa que conquistou
as passerelles da Gucci e da
Dolce  Gabbana e descobrimos
como tudo aconteceu. Em Moda/Pessoas
Street Style:
Lisboa
A fotógrafa da Vogue
andou pelas ruas
alfacinhas à procura dos
melhores looks da cidade.
Em Paparazzi/StreetStyle
REUNIMOS OS MELHORES
HAIRSTYLES DA NOVA ESTAÇÃO
E MOSTRAMOS OS TRATAMENTOS
ACABADOS DE CHEGAR AOS
SALÕES DE BELEZA NACIONAIS.
Em Beleza/Tendências
Corte e costura
ANIMAIS
NOTURNOS
Quem são as personalidades que
habitam a noite? De porteiros e
barmans, a escritores e artistas
que preferem as madrugadas,
fotografámos as estórias
que se cruzam numa cidade fora
de horas. Em Radar/Pessoas
Nua e crua
Gisela João está Nua
no seu novo álbum,
acabado de apresentar
ao público. A Vogue
quis saber como
é que a fadista
se despe para
o mundo através
da música numa
entrevista para ver
em Radar/Pessoas.
KENZO
FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES;RUIPALMA;ESTELLEVALNTE;VERONICAMORALESANGULO;D.R.
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Todas as peças de decoração para
deixar o Natal entrar em casa.
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personalidades para oferecer cultura,
Moda, design e Beleza. Em Moda/Shopping
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FOTOGRAFIA:D.R.
COLABOrADOrES36
HELENA VAZ PEREIRA
“Eu vejo e sinto que cada vez mais
o futuro é hoje. Mas penso que,
acima de tudo, o importante é
conseguir acompanhar a evolução,
sem deixar que o tempo interfira
na nossa entrega, disponibilidade
e dedicação cada momento.”
Tornou-se profissional em
1985, formou-se em Portugal
e frequentou as melhores
Academias Internacionais. Fundou
o Griffehairstyle em 1993, espaço
onde assume o comando artístico
da equipa criativa e, no mesmo ano,
contribuiu decisivamente para a
indústria ao oficializar a colaboração
em eventos como ModaLisboa
e Portugal Fashion. Para a edição
deste mês, Helena assina a história
de cada penteado n' O Banquete
(pág. 98). “Foi diferente, divertido e o
cenário foi inspirador... As pessoas
que normalmente trabalham
em backstage passaram a ser os
protagonistas da nossa história. No
fundo, foi estarmos entre amigos.”
 
FILIPE CARRIÇO
“Com alguma preocupação,
especialmente depois da
eleição de Trump, tudo
pode acontecer, ainda
que, como diz o velho
ditado: 'Cão que ladra
não morde.' Tento
não pensar muito nisso,
embora esteja alerta!”
Começou a trabalhar em
Moda aos 21, polarizado pela
vertente cinematográfica
e poética da área, dividindo o
tempo entre as lojas de luxo
e a Escola Superior de Teatro
e Cinema. Hoje, aos 39, Filipe
Carriço é, entre todas as
coisas, um esteta nostálgico,
embebido num passado não
imediato que, segundo diz:
“A tecnologia nos obriga
a ser.” Stylist oficial do jantar
de aniversário da Vogue,
Carriço descreve
a experiência como “um
grande desafio […] foi para
mim o realizar de um filme,
com tudo o que de bom
e de difícil tem esta arte
nobre. Agradeço a todos
a oportunidade.
RUI PALMA
“A minha geração não
tem opção a não ser
pensar num futuro
próximo, vejo uma
necessidade de desacelerar
e de valorizar o silêncio.”
Produto da geração de 90,
para ele fotografia, dança,
teatro e Moda desaguam
numa comunhão de paixões.
Frequentou a Ar.Co e a
Escola Profissional de Teatro
de Cascais onde terminou
o curso de Interpretação.
Co-editor do projeto Retina,
distinguido na Mostra
Nacional Jovens Criadores
2014 e na VII Bienal Jovens
Criadores da CPLP 2015,
em Moçambique, Rui Palma
viu publicações como a
DIF e a Umbigo integrarem
fotografias suas. Nesta
edição, imortaliza a produção
fotográfica d' O Banquete de
aniversário da Vogue. “Foi
divertido e insólito, como
acordar e ser um pónei, e
percorrer os salões de um
palácio do séc. XVI ao som
de música eletrónica.”
CRISTINA GOMES
“Confesso que vejo o futuro próximo
com alguma apreensão. O Brexit,
a eleição de Donald Trump, a
próxima eleição para a presidência
de França, com a possível vitória
de Marine Le Pen, e o próximo
referendo em Itália são sinais de
um retrocesso em termos de direitos
humanos, paridade de género,
tolerância e respeito por minorias.”
O nome faz-se acompanhar de uma
reputação inalienável. Cristina Gomes,
maquilhadora há mais de três décadas,
garantiu trabalhos em publicações
nacionais e internacionais como Vanity
Fair, Tattler, L’Officiel ou Vogue Italia.
Neste número foi uma das responsáveis
pela transformação visual da equipa
Vogue e dos convidados n' O Banquete
do Palácio de Xabregas. Da experiência,
diz: “Foi inesquecível! Diferente de todas
as outras, porque a grande maioria
eram pessoas como eu, que trabalham
sempre por trás da câmara,
e na retaguarda do trabalho
que é apresentado aos leitores.”
Num mundo em
acentuada mudança,
como é que
vê o futuro próximo?
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Página Revista VOGUE-CL SUPERBALANCE SILK set 2016 - SP - 220mm por 285mm.aicurvas.pdf 1 06-10-2016 11:45:43
vogue-220x285-shnudo-machado.indd 1 25/10/16 15:21
IN VOGUEPor Paulo Macedo e Ana Campos
Em 2017, o presente
só faz sentido com um
regresso ao passado
e uma viagem ao
futuro. A Moda não
comanda a vida, mas
espelha-a bem.
Muito antes d’O Sexo e a Cidade, a TV deu-nos
Dinastia (1981-1989), um festim para os olhos
e para os sentidos, muito pelo estilo imaculado
das arquirrivais Alexis Carrington e Dominique
Deveraux. Nos 80s, quando mais nunca era demais,
as mulheres brincavam às assimetrias com ombros
despidos ou totalmente tapados, contornavam o corpo
com drapeados, vestiam rendas e lurex com a mesma
sensualidade e usavam decotes XXL, a combinar
com o brilho dos tecidos. O mundo podia estar à beira
do apocalipse, mas o glamour seria o último a cair.
DInAstIA
SAINTLAURENT
LOUISVUITTON
BALENCIAGA
Diahann Carroll,
Dynasty, 1982.
Joan
Collins,
Dynasty,
1991
FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;GETTYIMAGES;D.R.
SAINTLAURENT
FOTOGRAFIA:D.R.
prevIeW40
Num universo paralelo, nunca chegámos
a descer da Discovery One, a nave espacial
que Stanley Kubrick criou para
contemplarmos a Terra com outros olhos
em 2001: Odisseia no Espaço. Prova disso é que,
em 2017, a orgia sci-fi (em busca de um mundo
melhor) começa com Underworld: Blood Wars,
e segue com Ghost In The Shell, Blade Runner
2049, e a adaptação do futurismo fascista
de Ray Bradbury com Fahrenheit 451.
O guarda-roupa dos novos heróis, por quem
tanto ansiamos, é um misto de perneiras
de metal, capas em PVC, cabelos-Mad Max,
perfectos em pele e carteiras-robot.
We need
heroes
ALEXANDERMCQUEEN
CHANEL
Valerian e a Cidade
dos Mil Planetas, de
Luc Besson, 2017.
Ghost in the
Shell, de Rupert
Sanders, 2017.
BALENCIAGA
CHANEL
MARCJACOBS
MARCJACOBS
RODARTE
Blade Runner,
de Ridley
Scott, 1982.
Ilustração de Neil
Nakahodo e Charles
Bloom para o
25.º aniversário
de Blade Runner.
FOTOGRAFIA:D.R.
prevIeW44
DELPOZO
CÉLINE
Hall of the
Ambassadors,
de Joaquín
Sorolla e
Bastida.
KENZO
Ilustração
de Antonio
Lopez para
Charles
James, 1970.
Frescos do Palácio
de Cnossos em
Creta, Grécia.
ARte FInALNo princípio, é o traço. Qualquer peça, antes
de ser roupa, começa como risco, gatafunho,
mistura ou ausência de cores, processo
de tentativa- erro. Porque toda
a arte se ergue da combustão do nada, em
2017 a Moda retorna às raízes e aceita as
regras nominais da criação: o vestido é,
antes de tudo, matéria pura, ilustração antes
de ser estampado, esquisso antes de ser
conceito. E num jogo infinito que desafia
as leis da gravidade, os plissados e os
drapeados criam camadas tridimensionais
que protegem o corpo de forma sensual.
MARYKATRANTZOU
JILSANDER
HAIDERACKERMANN
MARYKATRANTZOU
Colunas
jónicas.
Frescos do
Palácio de
Cnossos em
Creta, Grécia.
46
a sede lisboeta da Safilo, o branco clínico é tão
potente que quase nos obriga – muito apro-
priadamente – a puxar dos óculos de sol. Luísa
Delgado recebe-nos de mão esticada e quer
saber tudo sobre nós antes de sabermos tudo
sobre ela. Percebemos porquê, mais à frente,
quando a conversa se dirige para a delicadeza
de pulso firme: “Os números são uma conse-
quência. Eles aparecem se tudo o que vier antes
for bem pensado e bem executado. A diferença
é a forma como as pessoas são orientadas e incentivadas e se excedem a
si próprias para chegar ao resultado.”
Luísa Delgado é a mulher por trás dos óculos, perdão,
dos objetos de desejo Sáfilo, que não conseguimos deixar
de querer, estação após estação. Mais do que isso,
é a mulher que se ri da impossibilidade. Por Irina Chitas.
Missão
uem a ouve, num tom
de voz entre o açúcar e
a solidez, pode pensar
que foi moldada desde o
berço para estar à frente
de um império de mais
de sete mil pessoas, mas
não. Nasceu na Suíça,
muito perto de St. Moritz, e o turismo do
esqui confrontou-a com a multiculturalida-
de – percebeu, desde sempre, que se tinha
uma missão era viajar. O corpo diplomático
suíço tornou-se o objetivo máximo, e por
ele foi estudar para Genebra e depois para
Londres. “A certa altura, comecei a gostar
muito de tudo o que era comércio, consu-
midor, produto, marketing. Isto atraiu-me
intelectualmente.” Os 21 anos na Procter
 Gamble levaram-na à Bélgica, Suíça,
Suécia, Reino Unido e Portugal (onde, du-
rante as férias, conheceu o futuro marido e
assentou, durante sete anos, por isso fala
um português ponderado e impecável).
Em 2013, foi apontada para CEO do
império de produção de óculos, que re-
presenta licenças Gucci, Dior, Marc Jaco-
bs, Céline, Fendi, Givenchy e Rag  Bone.
“Quando cheguei à Safilo, uma empresa
com uma história extraordinária, com
fábricas cheias de mulheres talentosas,
com uma experiência, sensibilidade e
manualidade excecional, reparei que no
topo da empresa estavam, essencialmente,
homens italianos. Mesmo a melhor espécie
do mundo, quando é sozinha, enfraque-
ce.” Foi importante que, para cada papel,
tivéssemos candidatos de várias nacionali-
dades e de ambos os sexos, para escolher
o melhor. Não se trata de dar preferência
às mulheres, mas de dar oportunidades
iguais a todos os talentos. Hoje em dia,
no top 125, somos 30% de mulheres e
25 nacionalidades.” O único parâmetro
pelo qual a liderança de Luísa se rege é a
unicidade. “You don’t need to fit in, caso contrário, perde-se a diferença
e a oportunidade de fazer impacto através da diferença. Acho que, para
tudo isto, é preciso uma certa coragem.”
De maçãs do rosto perfeitamente esculpidas, olhos verdes e elegância
em cada gesto, Luísa Delgado puxa os cordéis das fábricas megalómanas
onde cada par de óculos ainda é verificado no singular. E, no meio da
multiplicidade de tarefas, o que é que ainda a apaixona? “Ai, eu gosto
do que faço. Ganho energia com o que faço. O que mais me apaixona
naturalmente é vencer, é fazer o impossível, ter conseguido o que toda a
gente dizia que não ia resultar. A partir de uma certa idade só se deviam
fazer coisas destas, porque então vale a pena lutar. Coisas fáceis? A vida
é demasiado curta para perder tempo com isso.” l
FENDIGUCCI
ImpossÍveL
ENTrEVISTA
FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;D.R.
Ano novo, marcas novas
e estes são os nomes
com código de barras
nacional a conhecer.
E a seguir. E a ter.
M13
Sofia Martins assolapou-nos
com A Mulher Construtivista
da “Pessoa Militar”, inspirada
na obra de Boris Orlov
(e apresentada no último Portugal
Fashion). Volumes exponenciados
em linhas puras e uma decadência
de materiais e grafismos sagazes
que conseguem tornar
bela a austeridade.
Disponível em Scar-id.com.
Gonçalo
Peixoto
Porque a Internet é quem mais ordena, acrescente
estes nomes à sua lista de indispensáveis: a Here Now,
thisisherenow.com, tem uma seleção de jeans Current/
Elliott, camisas Equipment e T-shirts Zoe Karssen.
A Tuedder, tuedder.com, é um marketplace inovador
que junta 31 marcas, entre as quais Dino Alves, Lidija
Kolovrat e Carla Pontes. E na Les Filles, lesfill.es, ideia
de Maria João Fialho e Joana Bernardo, encontra peças
com personalidade – andam por lá Marques’Almeida,
Pedro Neto e Alexandra Moura.
NovAs MArcAs48
Joana
SantosNão é betão nem industrial, é ardósia
e prata. Joana Santos também já não
é arquiteta, é uma fazedora de joias,
do Porto, que nos traz a forma concreta,
o ângulo rígido e o objeto de adoração.
Disponível em Scar-id.com.
Missão
560
Darkside
Linhas depuradas, formas intemporais,
design clássico – e um twist inconformista.
Darkside são óculos de sol made in Portugal
feitos à mão, por artesãos especializados,
porque é cool escondermo-nos atrás
de uma lente escura, mas se ela
for única melhor ainda. darksideeyewear.com
FOTOGRAFIA:PORTUGALFASHION;CARLOSTEIXEIRA;D.R.
compras.pt
Ainda não terminou
a formação em Design
de Moda mas já sabe
como conquistar uma
mulher pelo guarda-
-roupa. A ponta do lápis
de Peixoto traz-nos
linhas fluidas cheias
de certeza, cores fortes
cheias de candura
e uma confiança que
só se atinge quando
se vê um bom corte.
info@goncalopeixoto.com
PROMOVOGUEPUB
Coffee time
Um bom dia não começa sem um bom café. Na cozinha, no escritório ou na sala de reuniões,
a Qlip Delta Q é uma máquina ultra-compacta que se integra em cada lugar de forma natural e espontânea,
proporcionando-lhe o sabor e o prazer de um café Delta em qualquer momento do dia.
Em mydeltaq.com encontra mais informações desta fantástica máquina. Só precisa escolher a cor:
amarela, azul ou verde. Neste mês de Dezembro aproveite e compre duas máquinas pelo preço de uma.
MÁQUINA
EXPRESSO
QLIP,
€ 89, Delta
FOTOGRAFIA:D.R.
PrIVADO50
rimeira memória de Moda. A minha mãe foi
a minha referência de sempre. Foi das primeiras
mulheres portuguesas a usar, por exemplo, Ana
Salazar. Foi aí que rapidamente percebi que a
minha mãe – que é uma pessoa profundamente
tímida – utilizava a roupa como meio de co-
municação, e de uma forma muito poderosa.
Olho para a roupa exatamente como forma de
comunicar. Não é por acaso que uso uma peça
num momento ou no outro. Coleção. Há peças
que se tornaram pontos altos na carreira de criadores que eu admiro e, a
partir daí, passaram a coleção em vez as de usar diariamente [como os
sapatos da última estação de Tom Ford para a Gucci]. Já tenho bastantes
peças, a idade trouxe-me isso e, felizmente, também herdei muitas peças
dos anos 60 e 70. Pequenos tesouros. Aparelhagem de válvulas; Bíblia
de 1835 (comprada em leilão); anel de noivado da Bulgari; aguardente
que fiz com o vinho do meu avô; escultura de Cruzeiro Seixas; obras
do meu marido, João Murillo. Produtos de Beleza. Não sou nada fiel
porque a tecnologia traz-nos produtos e abordagens totalmente diferentes.
Lembro-me que, quando comecei a fazer televisão, usavam-se bases de
teatro. Hoje em dia, há bases com hidratação, antipoluição, proteção
solar, as propriedades são imensas. Ao nível dos produtos tradicionais, o
medronho é cada vez mais usado como anti-aging e está a ser bastante
Raquel
PRATESRecebe-nos de vestido, saltos
maiores e maquilhagem
impecável. Eram só 10h da manhã.
A apresentadora, galerista,
fundadora da 39A Concept Store e
um poderio de mulher que nunca
consegue ser oito – é sempre 80.
Por Irina Chitas. Fotografia de Marta Brito.
É isso que
me diverte
na Moda:
é o esticar
a corda.
explorado. Mas sim, há um produto de eleição que eu amo de paixão: a
Clarisonic é milagrosa. Fragrância. Estou sempre a mudar de perfume e
são sempre masculinos. Detesto florais, gosto de perfumes que sejam api-
mentados, amadeirados, especiarias, cedro. Mimos. O tempo de manhã;
tomo o pequeno-almoço sentada à mesa e acordo muito mais cedo para
poder fazer isso, não abdico. Acessório de sempre. A minha aliança.
Sapatos para dançar. Ao contrário da maioria das pessoas, saltos altos.
Agora aderi às botas de cowboy que são profundamente confortáveis e
dão com quase tudo. Música que está sempre na playlist. Running
Up That Hill de Kate Bush na versão dos Chromatics. Magia de vestir.
Adoro o meu casaco da Concepto, uma marca de designers emergentes
da Roménia que conheci através do Instagram e que já estão na minha
loja, com o Mickey nas costas. E gosto porque tem a ver com o nosso
lado emocional, o nosso lado de criança, com a magia que não devemos
perder. Acho graça aos unicórnios, acho graça a brilhantes – a Swarovski
para mim, se fosse criança, era daqueles tesouros que guardava numa
caixinha e, de vez em quando, ia lá ver (na verdade, ainda faço isso).
Arriscar. Às vezes questiono-me: “Será que me estou a esticar muito
para fora de pé?” Uma vez tentaram dizer mal de mim num blogue –
que acabou por ser das melhores coisas que já me disseram: “A Raquel
Prates conseguiu com que um vestido de velhinha virasse tendência”,
e eu fiquei mesmo feliz! Quando eu própria tinha medo de o usar, era
muito fora, um vestido Nina Ricci que usei nuns Globos de Ouro, e todo
ele era hiperfolhos e laços, e depois era de um rosa­‑bebé que não era
nude, nem era choque, nem era velho, era um rosa totalmente descabido
e desleixado e deslavado e tudo aquilo não tinha forma. E é isso que
me diverte na Moda: é esticar a corda. Elegância. Acima de tudo, é
uma forma de ser. Tem a ver com um certo timing, com a forma como
tratamos as pessoas à nossa volta, a generosidade com que acordamos
no dia a dia, o sorriso que lançamos a alguém que percebemos que não
está bem. É esse timing que acho que as pessoas perderam, as pessoas
correm demasiado. Perdeu-se uma essência humana. Tudo está a mudar
muito rápido e acho que nós não estamos preparados para esta velocidade.
Ser elegante não tem a ver com o que se veste, com o ser gordo ou ser
magro, tem a ver com o que se é – o Ser. “Ela está bonita ou não está
bonita”, who fucking cares? Elegância está além disso. l
FOTOGRAFIA:OLIVERHARVEY;D.R.
ESTILO,
disse elaPoucas pessoas sabem
tanto de Moda como
Anna Harvey. Agora
resolveu contar tudo
num livro, sorte a nossa.
meu estilo é bastante clássico. Adoro al-
faiataria [...] mas também gosto de de-
signers como Vivienne Westwood para
ocasiões especiais. De vez em quando
corro riscos de estilo e divirto-me com
a reação das minhas colegas!” Lição
número um: a Moda é uma coisa séria,
mas não deve ser levada demasiado a
sério. Palavra de Anna Harvey, ex-dire-
tora editorial da Condé Nast e uma das
vozes mais importantes da indústria. Depois de anos a trabalhar entre os
corredores da Vogue (entre outros, o nosso) ou o Palácio de Buckingham
(“Ser escolhida para ajudar a princesa de Gales com o seu guarda-roupa
quando ficou noiva” foi um dos pontos altos da sua carreira), Harvey
decidiu passar para o papel os segredos básicos para ser eternamente cool.
Com um humor inteligente e desenhos assinados pela própria (“A editora
ia convidar um ilustrador, mas depois perguntou-me se sabia desenhar.
Respondi que passei grande parte da minha vida a desenhar, nos desfiles,
antes de os telefones serem inventados! Ela pediu-me para fazer alguns, o
diretor de arte adorou-os e toda a gente achou que trariam personalidade
ao livro”), Timeless Style: Dressing Well for the Rest of
Your Life é um guia básico para descomplicar verbos
que nós, mulheres, gostamos de efabular: comprar,
vestir, escolher… “Quando vão às compras, as mulheres
conseguem ser bastante indisciplinadas e acabam por
comprar muitas coisas porque não se conseguem decidir.
Felizmente, hoje em dia tudo pode ser devolvido, mas
estamos a desperdiçar tempo precioso.” Tão simples
como um vestido Alaïa. Não se pense, porém, que Anna
Harvey está isenta de faux-pas fashionistas. “O maior
foi chegar a um evento muito glamouroso com uma
camisola navy extralarga e uma amiga dizer-me que por
baixo das luzes artificiais se podia ver a minha roupa
interior!” Azares à parte, que designers lhe tiram o ar?
“Adoro o Albert Elbaz, tenho muitas saudades dele.
Também gosto muito de Valentino, Chloé e Chanel. Da
high-street, acho que a Mango e a Zara são brilhantes,
bem como a Cos, a Uniqlo e a HM.” Ao fim de tantos
anos a ouvir, ler e dar conselhos de estilo, qual é o que
melhor resume tudo o que aprendeu? “Se tiver dúvidas
quando se olhar ao espelho, tire alguma coisa. Menos
é mais.” l Ana Murcho
ENTrEVISTA52
Os leggings são o seu ódio de
estimação. Também condenados
ao inferno da Moda: “Sapatos de
plataforma, minissaias e hot pants
em mulheres mais velhas.”
#RETHINKPORTWINE
Drink responsibly.www.churchills-port.com
Vogue_Dec2016.indd 1 15/11/2016 12:27:23
ENTrEVISTA54
FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES;D.R.
God bless, HENRY!
á 10 anos, quando o MySpace parecia o futuro
mais-que-perfeito para uma juventude seden-
ta por novas tecnologias, um miúdo com pinta
de reguila pôs à venda T-shirts com slogans
como “Get Your Freak On, Giles Deacon!” ou
“Do Me Daily, Christopher Bailey”. O que a
princípio era apenas uma forma de expressar
a sua admiração pelo mundo da Moda, aca-
bou por se tornar o ADN de uma marca que,
uma década depois, é sinónimo de glamour
urbano semipsicadélico – mas em bom. “O modo como comecei a usar
as redes sociais nunca foi como um business tool, foi mais como uma
forma de comunicação”, explica Henry Holland, encostado a um muro
do Parque das Nações, em plena Web Summit, onde veio falar sobre o
impacto da tecnologia no mundo da Moda. Está sol, muito mais sol do
que é habitual para o seu outono, e Henry prefere conversar de forma
informal, o Tejo como pano de fundo, do que ficar no escuro das salas
VIP. “As marcas de Moda são, cada vez mais, criadoras de conteúdos. São
entertainers. Têm de manter um diálogo constante com os seus clientes,
de contar uma história que os mantenha interessados – especialmente
para uma marca da minha dimensão, que não pode lançar coleções a
cada duas semanas. É tudo uma questão de storytelling.” Outra questão
que se impõe, mais do que nos tempos do velhinho MySpace, são as
lojas: físicas ou virtuais? “As pessoas não querem só comprar online,
nem querem só comprar em lojas. Querem dois canais, para que possam
tocar nas peças, experimentá-las, e depois passar três meses a pensar
nelas e a comprá-las online, nos saldos.” Conseguirá esse problema ser
solucionado pela introdução do formato see-now buy-now? “Na cole-
ção de homem apenas fazemos see-now buy-now, e parte do motivo
que nos levou a fazer isso é que os homens fazem compras de forma
diferente das mulheres: se querem uma coisa, não vão esperar quatro
meses para a comprar. Pura e simplesmente, compram-na. Acho que é o
futuro. Julgo que sempre foi uma ideia meio estranha mostrar coleções
com tanta antecedência, e a razão pela qual tudo está a mudar é que os
desfiles costumavam ser uma coisa fechada para a indústria e agora é
para o público. É um circo. No minuto em que o primeiro look está na
passerelle, está também no Instagram, portanto o desafio em termos de
produção e marketing é muito maior.”
ão é segredo que toda a gente gosta de Henry Holland.
Isso notou-se no passado mês de setembro, quando
Londres se rendeu às celebrações do 10.º aniversário
da marca. “É importante ser simpático. As pessoas já
não percebem a importância de ser simpático. Mas
também acho que tanto o ethos como o ADN da nossa marca são muito
inclusivos.” Filho da geração de 80, Henry é fanático confesso de cultura
pop, de cinema e de revistas. Até de revistas cor-de-rosa (”Conheces a
Heat magazine? Tenho do número 1 ao 100 em casa dos meus pais! Sou
obcecado pela cultura pop. Acho que é uma parte superimportante da
nossa história.”). Tudo isso o influencia na altura de contar histórias.
“Adoro Moda porque adoro a possibilidade que oferece para contar histó-
rias. […] Podes ter a noção da personalidade de uma pessoa apenas pela
roupa que usam.” E dá um exemplo: “Adoro a forma como se pode ver
um filme sem som e ainda assim perceber a personagem. Podemos ver
O Sexo e a Cidade sem som e ainda assim teríamos todas as referências:
saberíamos quem é a Miranda, quem é a Samantha, muito pela roupa
delas, you know what I mean? E isso é extraordinário!”
A House of Holland pode ser a sua janela para o mundo, mas foi no
jornalismo que Henry começou a espalhar magia. “Adoro revistas, adoro
o toque do papel. Cada edição da Vogue pode dizer-te muito acerca do
mundo e da história: a arte que aparece, a música que aparece, de uma
maneira ou de outra, reflete a sociedade dessa altura.” l
Esqueça tudo o que pensa saber sobre um criador de Moda.
O designer mais divertido e original da última década vem de Londres,
chama-se Henry Holland e é viciado em cultura pop. Por Ana Murcho.
LUSH
Escravas
89,0€ e 99,0€
Aneis
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5-6 APRIL 2017, MUSCAT, OMAN
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Curated and hosted by Suzy Menkes, International Vogue Editor, the Condé Nast International Luxury
Conference brings together the industry’s top creative and business figures from over 30 countries.
THE PREMIER EVENT FOR THE FASHION AND LUXURY INDUSTRY
Navigating the New Silk Routes
SPEAKERS INCLUDE:
Alber Elbaz Guram Gvasalia
CEO, Vetements
Giambattista Valli Solange Azagury
Partridge
David Crickmore
CEO, Amouage
Lapo Elkann
Chairman and Founder, Italia
Independent Group and
Garage Italia Customs
Paul Andrew
Design Director,
Women’s Footwear,
Salvatore Ferragamo
Elie Saab Yasmin Sewell
Fashion Director,
Style.com
Danielle Ryan
Founder and CEO,
ROADS Group
TOPICS TO BE DISCUSSED INCLUDE:
Defining luxury for the “post-luxury” consumer
The power of fragrances and accessories
Navigating the evolving luxury business landscape
New pockets of growth and demand
Opportunities in childrenswear
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Chegaram as coleções-cruise em padrões geométricos, flores românticas
e motivos tropicais. Fazem a diferença e são de querer (tudo) e chorar por mais.
COMPRASPor Ana Caracol
Padrões geométricos e misturas de cores
vivas evocam o calor e a luz dos trópicos para
looks que se querem quentes e sensuais.
Carteira em tela e pele monogramada, € 1.550, Louis Vuitton.
ACESSÓrIOS58
Os saltos vertiginosos e as
flores delicadas são sinónimo
de feminilidade, sensualidade e
elegância: ninguém lhes vai resistir.
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Sandálias em pele metalizada e pele, Prada.
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ERA
glaciarEsta estação, o céu não será
o limite em peças e detalhes,
sejam estolas de pelo, casacos
bordados, carteiras ou sapatos.
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são coloridos, divertidos e muito sofisticados.
Sandálias em pele e crepe de seda estampada com salto em
acetato e metal; carteira em pele estampada com tachas metálicas
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Annabelle
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Helena
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Laurent
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Earring MEEste inverno, os brincos não irão passar despercebidos: compridos,
volumosos e coloridos. O difícil será escolher.
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TENDÊNCIA64
REALIZAÇÃO:ANACARACOL.FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA;D.R.
CURVAe contracurvaOs folhos dão vida e volume ao looks de inverno, saiba como usar
(e até abusar) deste pormenor que ousa não ser discreto.
Vestido em seda
com cristais e pelo,
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em camurça, veludo
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e metal, € 1.100, Prada. 9. Óculos em acetato e metal, Fendi, na André Ópticas. 10. Vestido em seda, € 5.163,67, Chloé, em Farfetch.com. 11. Brincos em acetato com pérolas,
€ 142,40, Yazbukey, em Farfetch.com. 12. Carteira em pele de piton, € 4.500, Fendi. 13. Sandálias em pele metalizada com tachas, € 539, Sophia Webster, em Matchesfashion.com.
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FOTOGRAFIA:ANLE.
B E L E Z APor Susana Chaves
novA
A fusão do natural com o tecnológico no domínio da cosmética
abre as portas a um futuro intrigante mas promissor.
TOP68
FOTOGRAFIA:D.R.REALIZAÇÃO:SUSANACHAVES,ASSISTIDAPORMÓNICABOZINOSKI.
Pequenas ou grandes, as extrAvAGÂncIAs de BeLeZA
servem todos os propósitos: inspiração, técnica e utilidade.
1. Elegante em qualquer cenário, o modelo Lottie é o baú de eleição para os nossos melhores e mais especiais tesouros. Nécessaire, Black Lottie em pele, € 1.397, Charlotte Aluna,
em charlottealuna.com. 2. Símbolo de mistério, a fragrância Mitsouko lança 500 exemplares de um novo frasco em porcelana de edição limitada, uma colaboração entre a Guerlain
e Arita Porcelain Lab. Mitsouko by Arita Porcelain Lab, eau de toilette, € 350, exclusivo Maison Guerlain. 3. Os kits da Tweezerman conjugam os essenciais de sempre
com as cores-chave da estação. Procurl Eyelash Curler, parte do Set Rose Gold Love, que inclui bolsa e pinça Slant, € 54,50, Tweezerman, no El Corte Inglés. 4. A nova e limitada edição
do patinho vibrador Sephora, vestido a rigor com o seu dandy bowtie para a época festiva. The Dandy Duck, € 20, Sephora, em sephora.fr. 5. A Beleza está mais livre que nunca. Genderless,
uma das três propostas da coleção Essential Looks Flex Collection da Schwarzkopf, mais desconstruído ou polido é um tributo à tendência andrógena.
5
1
PERFUMES70
As novas
REGRASHá uma mudança em curso
no mundo das fragrâncias
modernas: agora, tudo é
aceitável. Conheça o livro de
regras para um comportamento
irrepreensível. Por Remy Rippon
FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES.
Regra n.º 1: O sexo vende
O cheiro e a sensualidade sempre andaram de mãos dadas. Desde as
provocadoras campanhas publicitárias de Calvin Klein da década de 90,
as marcas de perfume têm enfrascado insinuações sexuais sob a forma
de combinações aliciantes e ingredientes afrodisíacos. A maquilhadora
pioneira Charlotte Tilbury descreve a sua primeira incursão no mundo
dos perfumes, Scent of a Dream, como “florótica”: uma nova família de
aromas que combina florais que melhoram o humor com a profundidade
da família do chipre. O perfume chega ao ponto de afirmar ser capaz de
“atrair amor, luz, força, otimismo e sexo a quem o usar”. Entretanto, a
marca de nicho Escentric Molecules incorpora quantidades sem prece-
dentes de Iso E Super, uma molécula de aroma inodora conhecida pelo
seu efeito semelhante ao das feromonas, nas suas fragrâncias, que já
conquistaram estatuto de culto.
Regra n.º 2: As coisas francesas também
Os franceses ensinaram-nos algumas dicas de beleza essenciais ao longo
dos anos. Siga mais uma dos nossos vizinhos europeus e borrife o seu
perfume preferido no cabelo acabado de lavar: o movimento das suas
madeixas vai libertar um rasto de aroma ao longo do dia. Em alterna-
tiva, use um perfume específico para o cabelo. “As pessoas são mais
experimentais hoje em dia e aplicam fragrâncias de várias maneiras”,
diz Ben Gorham, fundador da marca de culto Byredo.
Regra n.º 3: Género oculto
Esqueça o unissexo: os perfumistas mais avançados deram um passo
adiante, com aromas genderless ou “sem género” que põem de parte
preconceitos olfativos. Calvin Klein cunhou o termo com o lançamento
do seu neutro CK2, no ano passado, enquanto marcas comerciais e de
nicho, como a Jo Malone, Byredo, Comme des Garçons e Le Labo pro-
põem fórmulas de género indefinido.
Regra n.º 4: Perfumes de designer
bem concebidos
Os anos 90 são sinónimo de muitas coisas, incluindo fragrâncias de
designer por vezes pouco imaginativas que eram pouco mais do que
acessórios “a condizer” com as propostas de pronto-a-vestir. Em contraste
com esses tempos, os perfumes de designer atuais são tão valorizados
como as suas criações para as passerelles. Veja, por exemplo, McQueen
Parfum, a primeira fragrância desenvolvida sob a direção criativa de
Sarah Burton, uma combinação inteligente de jasmim-árabe, nardo e
ylang-ylang. Seguindo o seu exemplo, a Gucci Bamboo Eau de Parfum,
Yves Saint Laurent Mon Paris Eau de Parfum e Alaïa Blanche Eau de
Parfum vão um passo além das estreias das suas marcas, com aromas
ousados, mas visivelmente requintados.
Regra n.º 5: Conheça o seu nicho
As fragrâncias de nicho estavam em tempos reservadas a um de dois
grupos: os verdadeiros entusiastas dos perfumes e o antiestablishment
que só os usa ocasionalmente, felizes por saberem que mais ninguém
cheira ao mesmo que eles. Embora nada tenha mudado ao nível es-
sencial – ingredientes premium, quantidades limitadas e combinações
aventureiras –, a abundância de marcas artesanais facilitou o acesso
ao nicho de cada um. Adoramos a Maison Francis Kurkdjian, o Atelier
Cologne e o recém-lançado Odejo.
Regra n.º 6: Mude de opinião sobre as rosas
A rosa está para as fragrâncias como o olho criativo de Karl Lagerfeld
está para a Moda: omnipresente e fundamental, mas sempre em mu-
dança. “Sempre adorei o cheiro das rosas e a primeira fragrância que
usei foi água de rosas”, diz Grace Coddington, peso-pesado da Moda
e diretora criativa da Vogue norte-americana, sobre o seu primeiro per-
fume, Grace by Grace Coddington, uma interpretação moderna da rosa
com notas de flores de pessegueiro e almíscar branco. A eternamente
icónica fragrância de rosas da Lancôme, Trésor, também reimaginou o
seu ingrediente principal num perfume mais leve, com La Nuit Trésor
Eau de Parfum Caresse, que continua a usar a rosa como peça central,
mas com uma nova leveza.
Regra n.º 7: Pode ser viciante
Absorventes, inebriantes, hipnóticas. Não é coincidência que as fra-
grâncias satisfaçam os nossos desejos há décadas. Vejamos o caso do
enigmático Opium de Yves Saint Laurent que, com as suas conotações
narcóticas, deixou um rasto de polémica no encalço quando foi lançado,
em finais da década de 70. Dior Addict, lançado em 2002, juntou-se a
um grupo de aromas hedonistas. Para a sua próxima dose, experimente
a Cologne Indélébile, das Editions de Parfums Frédéric Malle.
Regra n.º 8: Identifique o calor
O calor pode alterar a composição das fragrâncias na pele, devido ao suor
e à humidade. Aplicar perfume nos pontos de pulsação – onde a pele
é naturalmente mais quente – pode afetar a longevidade da fragrância
(ver regra n.º 2), particularmente no pico da estação quente. Prefira
aromas mais leves, da família dos citrinos, renove frequentemente a
aplicação e experimente usar a sua fragrância juntamente com um óleo
ou creme para o corpo durante o verão, pois isso duplica a durabilidade
do perfume. Lembre-se ainda de guardar sempre os frascos num local
quente e seco, fora do alcance da luz solar.
Regra n.º 9: Não exagere
Como tudo na vida, vamo-nos tornando cada vez menos sensíveis ao
nosso próprio cheiro. Isto não significa que o perfume tenha perdido
intensidade ao longo do dia. Significa apenas que nos habituámos às
suas notas. A regra? Não se encharque em perfume ao longo do dia. Se
estiver preocupada com o perfume ter perdido intensidade, introduza
uma fragrância noturna ao seu repertório para manter alerta os seus
recetores olfativos.
Regra n.º 10: Aprenda
com um não-perfumista
Não há como negar que o perfume é uma forma de arte. Se falar com
qualquer perfumista de sucesso, descobrirá que o seu trabalho vai muito
além de uma ocupação – é uma obsessão a tempo inteiro, que envolve
tudo o resto com os seus encantos. Ultimamente, têm aparecido mais
perfumistas atípicos – sem formação técnica –, atraídos pelo mundo dos
aromas e dedicando-se completamente a ele. O exemplo mais recente é
Altaia, uma marca de nicho fundada por um casal de marido e mulher,
inspirado pela pitoresca vila italiana de Positano. O casal (ele é jornalista
e ela realizadora de documentários) criou aromas únicos, com origem na
história e nas viagens da sua família. Num acontecimento semelhante,
foi um encontro acidental com o perfumista Pierre Wulff que originou
o gosto de Ben Gorham, fundador da Byredo, pelos perfumes e, por
sua vez, criou uma alternativa à perfumaria comercial, com a estética
singular e minimalista de Gorham. l
FOTOGRAFIA:D.R.
SHOPPINg72
Porque os olhos
também comem,
elegemos os mais
bonitos frascos
do momento, com
aromas igualmente
atraentes e para
todos os gostos.
Por Susana Chaves.
1. CK One Gold, eau de toilette, a partir de
€ 38, Calvin Klein. 2. Modern Muse Nuit, eau
de parfum, a partir de € 58, Estée Lauder.
3. J’Adore, eau de parfum, a partir de
€ 59,50, Dior. 4. Sí Intense, eau de parfum,
edição limitada, € 91, Giorgio Armani.
5. Dahlia Divin, nectar de parfum, a partir
de € 38,50, Givenchy. 6. Orange Bitters
Cologne, cologne, € 111, Jo Malone.
7. My Burberry Festive, eau de parfum,
edição limitada, a partir de € 80, Burberry.
Debaixo
de OLHO
7
6
5
4
3
2
1
PROMOVOGUEPUB
Como Preparar o Look
de Natal e Fim de Ano
As ruas iluminam-se, o frio começa a sentir-se e há
uma certa magia no ar! O Natal e o Fim de Ano estão a chegar
e é importante pensar no look que vamos usar.
S
ensual ou ousado, casual ou chique, as opções são
quase inesgotáveis, tal como a personalidade do
cabelo, mas o mais importante é mantermo-nos fiéis
ao nosso estilo e aproveitar cada momento, da forma
mais confortável possível.
O fim do ano é, por excelência, uma época para festejar
e onde nos é permitido ousar e arriscar no nosso visual!
É a noite ideal para exibir um penteado mais sofisticado ou
mais atrevido, que combine na perfeição com o vestido que
elegemos para nos despedirmos do ano que chega agora ao fim.
Na elaboração do penteado há necessidade de proteger o
cabelo, do secador bem como das placas e ferros modeladores,
contra a quebra, o encrespamento e a falta de brilho. Com o
Spray Protetor de Calor Diamante Força Extrema pode
desfrutar de um cabelo suave, hidratado e com uma força
fantástica.
A nossa melhor dica para este momento é apostar no
equilíbrio. Se optar por um vestido e acessórios exuberantes,
deverá escolher um penteado discreto sem esquecer o glamour
do momento. Por outro lado, se optar por um look mais
‘casual’ deverá escolher um penteado feminino, mais ousado
e estruturado.
Dependendo do look encontrará várias opções de
texturização e finalização para o seu penteado. A Laca
Criação MAX THE VOLUME, vai ajudar a alcançar
um penteado mais estruturado, aplicada desde a raiz até às
pontas, o cabelo ganha corpo e um volume duradouro. A Laca
Criação MAKE WAVES, vai facilitar o penteado, definindo
um ondulado desconstruído com a vivacidade e o movimento
das ondas, por várias horas. A Laca Criação GET SLEEK
será imprescindível, quando o efeito pretendido for liso e
estruturado, um look mais sério e formal. Com resistência
anti-frizz e textura suave, o penteado permanece com um liso
perfeito.
E, para nos despedirmos de 2016 em grande, resta dizer que
solto ou preso, mais simples ou mais ousado, o importante
é manter um cabelo bem cuidado e bonito todo o ano. Não
deixe de mimar e iluminar o seu cabelo com o elixir Óleo
Radiance.
NOVEMBRO2016
João Borges
 Nuno Loureiro
FiTNESS74
FOTOGRAFIA:PEDROCLÁUDIO.
omo é que 10 anos de dança não me
prepararam para isto?”, foi o meu
pensamento ingénuo. Um ano depois,
quem diria que recomeçar fosse tão
difícil? Um convite para ir experimentar
a mais recente aula de Stikibeat’s no
MSBStudio do Jazzy Dance Studios, em
Santos, veio confirmar as minhas sus‑
peitas: o meu corpo e a minha mente já
não se contentavam com os 15 minutos
a pé de casa até ao trabalho, e as alternativas que o mundo do fitness
tem para oferecer são tudo menos enfadonhas.
A sala foi­‑se compondo com tapetes azuis e garrafas de água e
Mafalda Sá da Bandeira, fundadora e professora de dança com mais de
20 anos de experiência, inicia a apresentação do Stikibeat’s. A aula foi
pensada para mulheres, tem a duração de uma hora e é um workout
completo que conjuga força, postura e tonificação, com treino cardio,
localizada e dança. Até aqui parece uma aula como qualquer outra,
certo? Errado. Todos os exercícios são feitos com stikis, uma espécie de
batuques de madeira que nos desafiam a testar a nossa musicalidade,
coordenação e skills de bateristas imaginárias. Batidos um no outro
e no chão, os stikis criam beats que acompanham a banda sonora da
aula, que vai dos clássicos dos anos 80 a músicas
e ritmos africanos. Enquanto Mafalda nos corrige
a postura, que deve ser o mais direita possível e
sempre com atenção à posição dos stikis, e nos
diz que são “só mais oito” contagens em aga‑
chamento, Joana Roque e Paula Cordeiro, que a
assistem durante aquela hora, garantem que a
energia não se esgota. Se os resultados ao nível físico só se começam
a notar passadas algumas semanas, outros sentem-se de imediato.
s benefícios do Stikibeat’s estendem-se além do corpo
tonificado e da postura melhorada e mais elegante –
graças aos stikis, que ajudam a soltarmo-nos e a perder
a noção de tempo e das preocupações. Canalizar as
energias boas e deixar de lado as más torna-se um
exercício natural e inesperadamente fácil. Além disso, há um sentimento
de empowering, um we can do it coletivo e contagiante, seja pelo ritmo da
música ou pelo facto de sermos só mulheres, de todas as idades, a encher
aquela sala. Durante e depois de uma hora fisicamente desafiante, fui
surpreendida com uma energia diferente, mais relaxada e descontraída.
Nos dias que se seguiram, o meu corpo chorava cada vez que subia
os 10 degraus da estação de metro ou quando tinha de se levantar da
cama. O resto de mim, no entanto, mal podia esperar por uma próxima
oportunidade de se sentar bateria. l Mónica Bozinoski.
O que têm em comum
dois batuques, Radio
Gaga dos Queen
e 10 segundos em squat?
Parece o concerto mais
estranho do mundo, mas
é apenas a mais recente
novidade de fitness.
MSBStudio, no Jazzy Dance Studios, Santos, Lisboa.
€ 59 por mês, ou € 10 por aula avulso.
Segunda-feira às 8h e sexta-feira às 9h30.
Mais informações: www.mafaldasadabandeira.com.
BANDA
imaginária
PrEVIEW
FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;CONDÉNASTARCHIVE;D.R.
HOT
Spring
Personalizar o rosto é a grande
tendência de Beleza para 2017.
Acessórios extravagantes,
feitos ou aplicados à medida,
vão passar da ficção
à realidade. Por Susana Chaves.
Do outro mundoDe Ghost in the Shell, com Scarlett
Johansson, a Valerian com Cara Delevingne,
os filmes sci-fi que estreiam no próximo
ano, vão invadir as nécessaires de Beleza:
da maquilhagem aos cabelos, apostamos
num 2017 do outro mundo.
Toda ouvidosOs piercings de orelha estão
em regresso total, desta feita
em obrigatória versão nobre, de
preferência em ouro e diamantes.
Bastou Kim Kardashian publicar
uma foto sua com um grillz
em diamantes (what else?)
para a Internet – e as wannabe
fashionistas – saltar das cadeiras.
Para a celebridade, a história
acabou menos bem, mas
Dolly Cohen, a designer, não
chega para as encomendas.
Ghost in the
Shell de Rupert
Sanders.
Eyeliner líquido
Superslick, no tom
Nocturnal, € 23,50,
MAC xStar Trek.
Brinco em ouro
amarelo Javanese
Spike Clicker Ring,
€ 810, Maria
Tash, em venusby-
mariatash.com.
Grillz em ouro e diamantes,
por encomenda, Dolly Cohen.
Instagram de
@Maria_Tash
Instagram de
@dollycohen
Instagram de
@dollycohen
VERONIQUEBRANQUINHO
KENZO
Lábios de glitterA culpada da criação desta tendência,
Pat McGrath, continua em liberdade
e ainda bem porque se sucedem
os mais extraordinários visuais de
lábios glitter: do desfile Fendi aos editoriais
de Beleza, como o que publicámos
na nossa edição de dezembro,
fotografado por Jamie Nelson.
Dentes de aço
Metalmorphosis
005 Kit, no tom
Silver, € 56,58, Pat
McGrath Labs, em
patmcgrath.com.
ATELIERVERSACE
FENDI
76
buzz
FOTOGRAFIA:NADYAWALSYKO;D.R.
buzz76
Graças à textura
rica e ao exclusivo
Floralixir Dew,
o creme de rosto
da nova linha
Re-Nutriv Ultimate
Lift Regenerating Youth
de Estée Lauder
devolve firmeza
e juventude à pele.
A sua fórmula
regenera ao mesmo
tempo que restrutura
e fortalece,
prevenindo os sinais
de envelhecimento.
Creme de rosto Re-
Nutriv Ultimate Lift
Regenerating Youth,
€ 298, Estée Lauder.
1. Armani Privé Pivoine Suzhou, eau de parfum, 100 ml, € 200,
Giorgio Armani, edição limitada, em exclusivo no El Corte Inglés. 2. Juvélia
Nutri-Restore Fluid, para nutrir e restaurar a pele do rosto, € 84, Juvena.
3. Body Milk Les Délices Velvet Body Cotton Candy, € 7,95, Douglas.
4. Verniz de longa duração Gel Couture, no tom
Fairy Tailor, € 13,99, Essie, em exclusivo nos
salões Essie e no El Corte Inglés.
5. Suplemento alimentar à base de
ingredientes naturais: Algo para caber no
vestido do réveillon, 10 cápsulas, € 13,90,
Biocol Labs, em biocollabs.com.
6. Ténis em pele polida e camurça,
Gazelle, € 99,95, Adidas.
O espírito de Tóquio
é o pano de fundo para
a edição limitada Cosmic
Blossom, que junta o
artista Takashi Murakami
à Shu Uemura, e adorna
os essenciais com a
pureza e a cor das flores.
Óleo de limpeza Gentle Radiance
Cleanser, champô, € 40,14,
Shu Uemura.
Flower
power
PINK parade
Re-generar
6
5
4321
á muito tempo que trabalho no negócio da família.
De certa forma, já trabalhava quando nasci. Quan-
do era mais novo queria ser parfumeur, bombeiro,
corredor de Fórmula 1… Essas coisas que que-
remos ser quando somos crianças.” Erwin Creed
é a sexta geração da família Creed, que desde
o século XVIII imagina fragrâncias incomuns –
a primeira, Royal English Leather, foi um pedido do Rei Jorge III de
Inglaterra. Aos 36 anos, Erwin tem uma longa experiência na criação
de perfumes (contribuiu para o desenvolvimento de Love In White,
Original Vetiver, entre outros) e na “resolução de problemas”, como
gosta de dizer: “Daqui a dois anos conto parar com as viagens e vol-
tar a dedicar-me a ser um nez nos laboratórios, no silêncio. Para ser
honesto, nos últimos anos tenho viajado demasiado e não tenho uma
vida normal.” É o preço a pagar para manter uma marca centenária
no topo. “Nós somos uma espécie de chefs, conseguimos cozinhar o
melhor com a menor quantidade de ingredientes, para não abafar a
sua essência – para não abafar o seu sabor. O importante é não fazer
algo demasiado complicado.” É nesta simplicidade que Erwin rejeita
a procura do aroma perfeito, ao contrário da personagem principal
do livro O Perfume, de Patrick Süskind. “Não acho que seja possível
encontrar o aroma perfeito para toda a gente. Pode ser o Aventus
porque é um bom match com uma série de peles, toda a gente o quer
usar. Em termos de cheiro, para nós, é esse o melhor, mas estamos
sempre à procura de algo mais.” A versão de Aventus For Her, que saiu
este ano, “destina-se a mulheres como Anna Wintour, Julia Roitfeld,
mulheres fortes. Alguém como Audrey Hepburn e outras mulheres
depois dela”. Demorou três anos a ser feito, porque o tempo pode ser
um bom conselheiro na hora de criar obras que roçam a perfeição.
“Demorámos muito tempo a fazê-lo porque queríamos um perfume
de que gostássemos realmente. Não gastamos dinheiro para sermos
o número um, queremos criar algo que seja bom, eterno. Por vezes
dizem-nos coisas como ‘Deviam ser mais assim’, mas não é elegante.
Nós apenas dizemos às pessoas Enjoy if you like.” l
1. Mat Eye Color, no tom
Plum Party, € 19,50;
2. Mate Lip Stylo, no tom
Rosa Mauve, € 14,50;
3. Rosy Shine Blusher,
€ 19,50, tudo Make Up
Factory by Maria João
Bastos, exclusivo na
Perfumes  Companhia.
A partir de dia 19 de novembro,
em Lisboa, Learning around the
CUCO, um projeto SOTD Club
de Pedro Simões Dias convida
ao contacto com a arte
e a história da alta perfumaria.
Inspirado na exclusividade dos
ovos de Fabergé, o W, móvel
da autoria da Artica by Cristina
Santos Silva, terá cerca de 60
perfumes de luxo expostos.
Learning Around the CUCO vai
estar disponível nas Lojas das
Meias da Avenida da Liberdade
e de Cascais e na Oficina
Mustra, em Lisboa.
Viagem
olfativa
1
A House of Creed não procura o aroma perfeito,
antes o impacto perfeito de um determinado
aroma sobre a pele, explica-nos o mais novo
membro desta família de perfumistas.
MAtérIA prIMA
2
3
Perfume Love
in White, 75 ml,
€ 175 e Aventus
for Her, 75 ml,
€ 215, Creed,
em exclusivo
na Boutique
dos Relógios.
Baseada no seu gosto pessoal e nas suas escolhas, Maria João
Bastos assina uma nova linha de maquilhagem em exclusivo para
a Make Up Factory. Inspirada nos produtos e nas cores que mais
usa e também nos seus indispensáveis, a atriz criou uma gama
completa de cores versáteis que permitem criar looks distintos.
No nécessaire
de Maria João Bastos
Erwin Creed,
a sexta geração
da dinastia
Creed.
tecnoLOGIA78
FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA.ASSISTENTEDEREALIZAÇÃO:MÓNICABOZINOSKI.
Eletricidade ESTÉTICAA eficácia destes gadgets cosméticos não se mede aos palmos. Do rosto ao corpo
e ao cabelo, eles prometem tornar-se os seus melhores aliados. Por Susana Chaves.
1. Alisador de cabelo PROluxe com tecnologia
OPTIHeat inteligente, € 89,99, Remington, na
Perfumes  Companhia. 2. Depiladora de arranque,
Satinelle Advanced Wet  Dry, € 109,99, Philips.
3. Massajador e iluminador de contorno de olhos
IRIS com tecnologia T-Sonic Alternante, € 139,
Foreo. 4. Sistema de limpeza sónico para rosto,
com dois programas Mia FIT, € 219,55, Clarisonic,
na Sephora. 5. Tratamento anti-idade com
sistema térmico quente/frio, € 287,50, Zeitgard.
6. Terapia de luz anti-idade para contorno
de olhos Time Control, € 99, Talika, na Douglas.
7. Personal trainer pélvico, com app associada,
para exercícios e monotorização dos resultados,
€ 199, Elvie, em elvie.com. 8. Terapia de luz anti-
-idade Light Duo+ com três programas e tecnologia
touch-free, € 295, Talika, na Douglas. 9. Secador de
cabelo com controlo inteligente de temperatura
Supersonic, € 399,95, Dyson, na Sephora.
8
9
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5
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3
2
1
FOTOGRAFIA:RUIPALMA;MICHAELZAGARIS/REELARTPRESS;D.R.
C U LT U R APor Patrícia Barnabé
I’M WITH
THE BANDMichael Zagaris escrevia discursos para Robert
Kennedy, mas assistiu ao seu assassinato e
abandonou o Direito e a Política e agarrou
numa máquina fotográfica. Começou a retratar
a rock scene de S. Francisco nos anos 70 – onde
andaram The Clash, Grateful Dead, Blondie,
The Sex Pistols, Bob Dylan, Eric Clapton, Lou
Reed and the Velvet Underground, Patti Smith
e Led Zeppelin – e criou um corpo de trabalho
magnífico. Considerado o último arquivo
intocado do rock, porque foi pouco revelado,
e cuja força vem também do facto de ter sido
feito por amor à causa, e não por encomenda.
A mesma atitude que o levou a fotografar
personagens contracultura como Billy Bowers,
Divine, Peter Berlin, The Cockettes e Jim Carroll
e ser, até hoje, fotógrafo oficial dos
San Francisco 49ers ou dos A’s de Oakland.
Total Excess de Michael Zagaris, Reel Art Press.
Sensorialidade
em ParisSão únicas as paisagens sonoras baseadas na
música do bio-acústico Bernie Krause, patentes
na Foundation Cartier. Agora que o som está na
moda das artes, esta é uma viagem por peças de
Ryuichi Sakamoto a Hiroshi Sugimoto, de Agnès
Varda a Adriana Varejão, artistas multifacetados
reunidos numa meditação estética sobre o
mundo animal – e como ele está em constante
ameaça no mundo moderno. Imperdível também
é a retrospetiva maior do artista americano
Cy Twobly, que recolhe obras de coleções
públicas e privadas de todo o mundo e atravessa
toda a sua carreira, dos anos 50 até às suas
últimas peças. São 150 pinturas, desenhos,
fotografias e esculturas que mostram como um
visionário repensa a arte, e a evidência do seu
amor ao romantismo da Cidade Luz. The Great
Animal Orquestra na Foundation Cartier até 8 de janeiro
e Cy Twombly no Centre Pompidou até 24 de abril.
Luke Hayes
no Design
Museum.
Vista da Rua Nova dos
Mercadores I, de autor flamengo
desconhecido, 1570-1619.
Jay, Nagano
(Japão), Manabu
Miyazaki, 2015.
Numa esperançada viagem ao passado, a exposição
Cidade Global é absolutamente incontornável para os
apaixonados por Lisboa. São 250 peças provenientes
de 80 coleções públicas e privadas portuguesas e
estrangeiras (algumas provenientes do Museu Britânico
ou do Museu do Prado), entre pinturas e objetos do
quotidiano que evocam a modernidade e o exotismo da
capital de um império riquíssimo, no século XVI. África,
Ásia e América um pouco por todo o lado, o pulsar de
trocas comerciais, encontro de raças (escravos negros e
índios) e animais invulgares, uma intensidade cosmopolita
que se perdeu, em parte, depois do terramoto de 1755.
Não pode, ainda, deixar de se submergir nos filmes de
Apichatpong Weerasethakul e Joaquim Sapinho, na Sala
das Caldeiras do antigo Museu da Electricidade, agora
Maat. O espaço deu o mote para pequenas projeções que
vamos encontrando e descobrindo, entre a escuridão do
espaço, os recantos das máquinas e a luz que vem do rio
através das janelas. “Tal como a água ou o fogo, a luz dilui
as fronteiras da superfície dos corpos permitindo todas
as suas metamorfoses: o ciclo eterno da renovação. 
É das coisas mais bela que a Vogue viu por cá
nos últimos tempos. Lisboa continua a ser futuro.
Cidade Global – Lisboa do Renascimento, no Museu Nacional
de Arte Antiga, inaugura em janeiro, e Liquid Skin, Apichatpong
Weerasethakul e Joaquim Sapinho, no Maat até 24 de abril.
Ativismo em LondresO novo Design Museum é um dos grandes
acontecimentos artísticos do ano na capital britânica.
Está três vezes maior, mudou-se para Kensington e abriu
em festa com workshops, instalações, talks e perfomances
para todos – e duas exposições imperdíveis. Fear and
Love reúne 11 instalações de alguns dos mais inovadores
e provocadores designers e arquitectos do momento
sobre temas de agora como a sexualidade “em rede”, a
robótica, a slow fashion e os nómadas modernos. Beazley
Designs vai na sua nona edição a promover a mudança
e o acesso em prol de um design visionário e que faz a
diferença. Aproveite estar em Londres para ir ao clássico
V A onde se celebra a revolução de finais dos anos 60,
através da música e da performance, da Moda, do cinema,
do design e do ativismo político. E como tudo isto mudou
a maneira como vivemos hoje e pensamos o futuro.
Fear and Love: Reactions to a Complex World, até 23
de abril, e Beazley Designs of the Year, até 19 de fevereiro no
Design Museum. You Say You Want a Revolution? Records
and Rebels 1966-70, no VA até 26 de fevereiro.
Liberdade em Lisboa
7 discos na playlist
Devendra Banhart, Ape in Pink Marble, Nonesuch/Popstock
Osso Vaidoso, Miopia, Fundação GDA
The Gotobeds, Blood Sugar Secs Traffic, Sub Pop/Popstock
Alicia Keys, Here, RCA/Sony Music
The Avalanches, Wildflower, Modular/XL/Popstock
Drugdealer, The End of Comedy, Domino Records/ Popstock
Pantha du Prince, The Triad, Rough Trade/Popstock
Tânia Carvalho, um dos nomes da nova
dança portuguesa, regressa ao palco
do Maria Matos depois do sucesso de
A Tecedura do Caos, de 2015. Agora
desenha uma coreografia para três
bailarinos cuja base são variações sobre
duas sequências de movimento distintas
que traçam harmonias ora contidas ora
disparatadas (são palavras dela).
Glimpse – 5 Room Puzzle Tânia Carvalho, no
Teatro Maria Matos, dias 26 a 28 de janeiro.
Palco da cidade
FOTOGRAFIA:D.R.
82
ARTES
cho que a arte traz a possibilidade de
um campo de experimentação enorme.
Há coisas que você não pode fazer na
realidade e que pode fazer no campo
da arte e da ficção. Penso que é essa
liberdade que a arte tem que me faz
criar.” Não estava nos planos de Adria-
na Varejão (Rio de Janeiro, 1964) ser
artista e fazer coisas numa realidade
(quase) paralela. A profissão veio-­lhe
por acaso, quando estudava Engenharia. “Vi um filme do Vincente
Minnelli chamado The Sandpiper, em que a Elizabeth Taylor fazia de
artista, e fiquei fascinada. No dia seguinte resolvi fazer um curso de arte.
[…] A minha perceção da vida mudou de forma radical.”
Filha de um piloto de aeronáutica e de uma nutricionista, Adriana
gosta de contar novas versões da História, num compromisso com o
passado pouco comum a uma geração habituada a desafiar o futuro.
“Julgo que entendemos o passado como uma coisa fechada, que acabou
e pronto. Estamos sempre a pensar no presente e no futuro, mas através
do passado também se constroem identidades, não é? [...] Eu procuro,
através do passado, produzir novas versões
da História, porque geralmente temos sempre
a versão dos vencedores.” Não está zangada
com o passado, sublinha: “Porque ele ainda
está a ser fabricado. Eu só fico zangada com
a adoção de uma única versão dele.”
Eis uma artista que é a personificação do
ideal de work in progress. O seu trabalho com
azulejos (“Um emblema da miscigenação”)
é tão apreciado como as suas ilustrações ou as suas pinturas. “O meu
filtro e denominador é a pintura. Acho que todas as outras coisas são
produções paralelas. Mas o principal é a pintura. O carro-chefe do meu
trabalho é a pintura”, explica. Adriana realizou a sua primeira exposição
individual em 1988, altura em que participou numa mostra coletiva do
Stedelijk Museum, em Amsterdão, e hoje em dia a sua obra faz parte
das coleções permanentes de instituições como a Tate Modern ou o
Guggenheim Museum. Até 14 de janeiro expõe na Gagosian Gallery, em
Roma, e neste novo ano prepara um encontro com um dos nomes maiores
da pintura portuguesa. “A minha próxima exposição é um dueto meu e
da Paula Rego. Fui visitá-la a Londres e estou perdidamente apaixonada
por ela e pela obra dela.” Portugal é presença regular na sua obra, amor
antigo. “Além do azulejo, do barroco, das navegações, sou completa-
mente apaixonada pelo Bordalo e pela cerâmica das Caldas da Rainha,
sou apaixonada por aquele universo. Também adoro fado, do último CD
do António Zambujo (Até Pensei Que Fosse Minha), muito amigo meu,
fui eu que fiz a capa. E gosto da Carminho, é muito amiga minha, e por
aí vai… E adoro Aires Mateus, Manuel, é o arquiteto que está a fazer o
meu apartamento em Lisboa. Eu amo Lisboa.”
Adriana, a canibalista cultural. Adriana, a visceral, a barroca. Como é
que uma pessoa é barroca? “Identifico-me muito com o barroco porque
ele traz uma teatralidade para a arte. O barroco é um jogo dentro de um
teatro, dentro da representação, e também fala muito sobre o corpo, o
emblema do barroco é o sagrado coração sangrante, e esse teatro barroco
interessa-me, porque eu vejo a arte como um teatro.” O coração san-
grante do barroco é o mesmo que se separa da obra feita. “Existe uma
certa harmonia quando a obra termina. Quando chego ao ateliê tento
não reparar nos quadros, e quando finalmente olho, vejo se há algum
ponto que me incomoda. É muito subjetivo. […] Há momentos em que
destruo a obra. Sou vencida pela obra. Os quadros têm personalidade. Há
quadros que me vencem, não posso mais com eles. Então destruo-os.” l
Trans
ATLÂNTICA
Prepara uma exposição com Paula
Rego para 2017, assina a capa do
último álbum de António Zambujo,
e espera a conclusão de uma casa
em Lisboa. Conversa com Adriana
Varejão, a carioca que um dia acordou
e “virou artista”. Por Ana Murcho.
Azulejão (Hand
and Curves),
2016, para ver
na Gagosian
Gallery, em Roma,
até 14 de janeiro.
FOTOGRAFIA:D.R.
mÚSICA84
Direito ao
SEGREDOAgnes Obel lança um disco caleidoscópio
cheio de camadas e mistério. Por Luís Maio.
eve ser a estrela pop mais inverosímil
desta década. Nasceu na Dinamarca, em
1980, mas há 10 anos ela e o namorado
acharam que Copenhaga era uma cidade
demasiado cara para uma cantora e um
fotógrafo, ambos à procura do primeiro
emprego. Mudaram-se para Berlim, onde
ela gravou dois discos austeros e intimis-
tas, só voz e piano, ou quase. Chegaram
à platina sem grande publicidade nem
alarido, convertendo-a num fenómeno
dos tops europeus. Agora chega o momento de Agnes Obel reescrever
o seu próprio receituário. É a inflexão logo evidente na capa de Citizen
Of Glass: onde antes o namorado fotografou o seu rosto de uma beleza
sóbria e despojada, agora esse mesmo rosto é manipulado, distorcido e
sobreposto, como num caleidoscópio. A mudança de Agnes faz-se nesse
sentido da complexidade, num disco que toma por tema de fundo a
síndrome que os alemães chamam Gläserner Bürger – o cidadão trans-
parente, privado de face B, que o mundo digital tende a impor como
um novo ideal. É, no fundo, uma reflexão sobre a transparência como
perda de identidade e uma defesa inequívoca do direito à privacidade
e ao segredo, num ciclo de canções onde a voz e o piano são ainda a
matriz, mas os intrincados arranjos de cordas e a pilha de camadas de
registos sobrepostos emprestam outra profundidade. Citizen Of Glass soa
ainda doce e sensível, mas faz-nos entrar num mundo cada vez mais
feérico e plurívoco. Temos a sensação de habitar dentro de Agnes Obel
e essa sensação tem tanto de cativante como de inquietante.
UNTIL THE HUNTER HOPE SANDOVAL  THE HARM
Terceiro álbum apenas em 17 anos de cumplicidade de Hope Sandoval (voz dos Mazzy Star) e Colm O Cíosóig
(baterista dos My Bloody Valentine), que além de serem um duo também vivem juntos. Agora Sandoval toca
vibrafone, novidade que casa na perfeição com a sua voz inefável, mas além disso não há grandes novidades e
tanto melhor. Porque tudo o que interessa é reunir de novo os condimentos únicos, capazes de produzir a centelha
mágica de uma música que vale pelas canções, mas sobretudo pela ambiência sensual e crepuscular, combinações
certeiras de baladas de garagem e folk psicadélico que nos projetam numa bolha encantada e fantasmagórica.
SIRENS NICOLAS JAAR
Em 2011 o álbum de estreia Space Is Only Noise fez de Jaar uma
inesperada estrela alternativa, graças ao seu original jogo de contrastes
entre o abstrato e o cantarolável. Depois de uma pilha de singles, faixas
dançantes e o projeto paralelo Darkness, surge o segundo em nome
próprio que estica ainda mais a corda dos atrevimentos e golpes de
teatro. A cada tema multiplicam-se as combinações insólitas, numa
constante dinâmica de choque e fragmentação sónica. É uma fartura de
ideias visionárias, óvnis musicais, nalguns casos mais crípticos, noutros
mais sedutores, mas sempre intrigantes e provocadores.
FLOTUS LAMBCHOP
Programa usado para distorcer vozes e outras brincadeiras – popular
entre cantoras pimba e maus rappers, o auto-tune tem sido adotado
por músicos ambiciosos. Mas ninguém foi tão longe quanto Flotus, o
novo e surpreendente golpe de rins dos Lambchop, coletivo soul country
liderado por Kurt Wagner há 30 anos. Wagner reinventa todo um leque
de sonoridades clássicas, em temas experimentais que abusam da
manipulação digital e desfazem o formato clássico da canção sem
deixarem de soar espirituais e inspiradores. Para não perder ao vivo, no
palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, a 17 de janeiro..
Kate Tempest
faz poesia da
alienação urbana.
onita mas descuidada – o ostensivo desprezo pelo visual é o que primeiro impressiona
em Kate Tempest. “Uso o que apetece em palco e fora dele. Não preciso de explicar
esse desinteresse, talvez outras artistas devam fazê-lo porque investem tanto no
visual. Tento ao máximo dizer a minha verdade, porque quero comunicar com a verdade
dos outros. Também não acho importante falar das minhas preferências sexuais.
É um campo de experiências, uma parte muito intrincada da vida de todos nós, que
obviamente inspira o meu trabalho. Mas não é a minha principal motivação.”
Se não é o look nem o charme, então o que faz correr Kate Tempest, uma das caras
novas mais mediáticas da atualidade? Nascida (1984) e criada nas mean streets do Sul
de Londres, o seu maior talento é a capacidade para retratar o mundo desqualificado ao seu redor, num
misto de autenticidade, poesia e indignação. “Queremos encontrar palavras para aquilo que acontece
além das palavras: um sentimento de nostalgia, de perda, essa coisa de irmos na rua e sermos tocados
por um cheiro ou por um gesto, alguma coisa que aconteceu com um amigo quando estávamos num
parque – tudo o que acontece além da linguagem é o que atrai o poeta para a linguagem. Trata-se de
acertarmos, de nos apropriarmos e mesmo de nos tornarmos o próprio momento. As minhas canções
são narrativas que começaram todas em alguma coisa que experimentei ou que me marcou.”
Poeta de vocação, Kate é também dramaturga, romancista e artista com discos gravados. O segundo,
Let Them Eat Chaos, é poesia meio declamada meio rappada na linha dos Streets, mas com batidas
de dança pós-Grime. “Não me considero cantora. Comecei a minha carreira como rapper – o hip-hop foi
a minha primeira grande paixão, ainda hoje é para mim a forma de arte suprema, mas há elementos
na minha música que descolaram noutro sentido. Declamo poemas, perco a rítmica, nem sei. Não é
importante classificar a minha voz dentro de um género. O que faço é focar-me numa ideia e depois
perguntar à ideia qual é o melhor veículo para a exprimir. Deixo que sejam as ideias a conduzirem-me.”
Para
lá do
visual
Tom Krell (Colorado, 1984) estudou
Filosofia em Nova Iorque e em Berlim
antes de aterrar numa universidade de
Chicago para preparar uma dissertação
sobre o Niilismo e o Idealismo alemão. Em
sincronia Tom começou a atuar como How
To Dress Well e a produzir um RB oblíquo
e tortuoso, tão capaz de chocar as estrelas
do género como de encantar a intelligentsia
alternativa. Algures no caminho percebeu
que não queria dar aulas: “Tinha realmente
o propósito de seguir uma carreira
académica. Mas depois descobri que me
interessa muito mais o conhecimento do
que as instituições. A vida académica era
demasiado aborrecida. De qualquer modo,
pretendo estudar arte, literatura, cinema,
política e filosofia até morrer.”
Os três álbuns que Tom lançou desde 2010
como How To Dress Well desconstruíram
os clichés do mais estereotipado dos
géneros musicais, ao mesmo tempo que
lhe conferiram uma visceralidade rara ou
mesmo inédita. Será Tom mais cérebro ou
mais coração? “Estudar e cantar são coisas
muito diferentes, baseadas em relações
completamente diferentes com o corpo e
a vida. Tenho uma relação muito ingénua/
imediata com a música e ao mesmo tempo
muito concetual. Tento que um desses
impulsos não domine o outro.” Em qualquer
caso, já descolou do RB e este seu novo
álbum é pop imediatista e dançante, sem
preconceitos. “Só quero fazer música
bonita. Nunca tive qualquer interesse em
jogar abstratamente com os estilos. Fartei-
-me, isso sim, do RB, porque toda a gente
que hoje faz música à face da Terra está a
fazer RB. Comecei a ouvir música pop a
sério sintonizando a estação KIIS e dando
especial atenção àquela pop que se editou
nos últimos 10 anos.” Escandalizem-se os
puristas, mas do que ele está a falar é de
Justin Bieber, Lady Gaga e Taylor Swift,
tendo inclusive recorrido aos serviços
de Jack Antonoff, produtor desta última.
Mas o que antes fez com o RB, Tom faz
agora com a pop colheita KIIS – quer dizer,
transforma um lixo de cançonetas plásticas
num luxo de canções bem construídas,
arranjos alucinantes e histórias de
constante inquietação, que lhe conferem
uma insuspeita autenticidade. Care é papel
de parede musical subitamente preenchido
pelo desejo de transcendência:“É um desejo
profundo de me sentir em casa antes de
abandonar este mundo.”
Alfaiate de
canções
How to Dress Well
converte lixo pop em
alta-costura sónica.
FOTOGRAFIA:D.R.
86
CINEmA
rosto dela abalou-nos em Shirin, de
Abbas Kiarostami. Estávamos em
2008, no mesmo ano em que foi a
companheira de Leonardo DiCaprio
em O Corpo da Mentira. A atriz de
nome impossível nunca mais saía da
órbita do cinema e, desde aí, esta iraniana tornou-se um
dos rostos mais internacionais do mundo da sétima arte.
Pela beleza, pela liberdade. Até que chegou a Nova Jérsia
para povoar o mundo maravilhoso de Jim Jarmuch, em
Paterson, uma das primeiras grandes estreias de 2017.
“Paterson é um filme mesmo especial. Tenho uma
conta pessoal de Facebook e foi este o primeiro filme
que me fez colocar um post. Considero-o mais uma poesia do que um
filme. É também uma meditação, um retiro espiritual. Depois de o ver
pela primeira vez, em Cannes, senti um momento de serenidade...”, conta
Golshifeh Farahani no seu inglês perfeito E o espectador sente o mesmo
com esta história de um motorista de um autocarro de uma pequena
cidade de Nova Jérsia, e a sua relação com a namorada. Um dia a dia
de pequenos gestos onde o jovem motorista ensaia a inclinação para a
escrita de uma poesia despojada. Um conto sobre amores perfeitos e zen.
E de uma certa normalidade.
Mas simples não é o seu percurso. Depois de apostar numa carreira
internacional nunca mais voltou ao seu Irão – nem pode. Essa é uma
mágoa. Por isso, é abertamente uma cidadã do mundo. Tem um pequeno
apartamento no Porto, vive em Paris, mas quer estar mais isolada. Antes
deste encontro com a Vogue até confidencia que se apaixonou, nessa
manhã, pela zona de Melides e da Comporta, e que era bem capaz de
viver lá. Mas conta também que é dura esta vida de múltiplos papéis. A
sua pele dourada já lhe permitiu ser árabe, hispânica, magrebe, indiana
e ocidental. Mas jura a pés juntos que o seu objetivo de vida é assentar:
“Depois de perder o Irão, o mais complicado para mim é encontrar um
lugar a que possa chamar casa. Ainda estou à procura. Quero encontrar
um lugar com espaço. Gosto imenso do Brasil, mas é longe... Hoje, em
Melides, algo me falou ao coração”.
A onda em seu redor aumentou com Galinha com Ameixas, de Marjane
Satrapi, a artista punk iraniana. A partir daí, o cinema francês quis adotá-la
mas as escolhas revelaram sempre uma enorme imprevisibilidade. Antes
de fazer Eden, aceitou ser uma das estrelas de Rosewater e de Exodus:
Deuses e Reis, mas o seu papel mais forte foi para o namorado da altura,
Louis Garrel, que a elevou a estatuto de diva em Os Dois Amigos, em que
contracenavam. Foi também a experiência mais dolorosa que teve: “Posso
dizer a palavra horrível!? Emocionalmente foi mesmo muito complicado...
Por acaso, na altura, nem nos estávamos a separar nem nada, mas foi
muito doloroso, separámo-nos uns meses depois da rodagem. Claro que
poderia ter sido algo maravilhoso, amor e criação juntos, mas não, foi
uma experiência horrível.” l
A DANÇARINA
DE STÉPHANIE DI GIUSTO, COM SOKO E GASPARD ULLIEL
A grande surpresa de Cannes. A história de Loie Fuller, a dançarina que, na
passagem do século XIX, influenciou a dança moderna e descobriu Isadora Duncan.
O filmeé de uma intensidade emocional incrível e esforça-se por não cair nos lugares –
comuns dos biopics. A realizadora Stéfanie Di Giusto é preciosa na direção dos atores,
em especial de Soko e Lily Rose-Depp, a filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis.
Trunfo
IRANIANOA belíssima Golshifeh
Farahani é um rasgo de luz
no fabuloso Paterson, uma das
primeiras grandes estreias
do ano assinadas por Jim
Jarmusch. A atriz falou
com a Vogue. Por Rui Pedro Tendinha.
O metro de Nova
Iorque é o cenário
undeRGROUND
onde uma personagem
misteriosa se movimenta
com poder e sensualidade.
Num fim de festa, superfícies
revestidas a lantejoulas
e pailletes são os cúmplices
perfeitos para um look
memorável com um toque
de lascívia e glamour.
Fotografia: An Le. Realização: Paulo Macedo.
PONTO DE VISTA l
Janeiro 2017
Blusa em renda com punhos
em pelo, CARLOS GIL. Saia em
seda com lantejoulas, ALVES/
GONÇALVES. Chapéu, ADRIENNE
LANDAU. Casaco em lã, MI JONG
LEE. Pulseiras vintage em metal
com pérolas, STAZIA LOREN.
Casaco em pelo da Mongólia,
ADRIENNE LANDAU.
Vestido em chiffon de seda,
CAROLINA HERRERA.
Carteira em malha metálica,
WHITHING  DAVIS.
Botas em pele, CHRISTIAN
LOUBOUTIN. Brincos e
pulseiras vintage em prata
com cristais, STAZIA LOREN.
Camisola em seda com lantejoulas,
calças em caxemira, ambos MI JONG LEE.
Camisola em seda e lantejoulas usada
na cintura, MAX MARA. Brincos vintage
em metal, STAZIA LOREN.
Na página ao lado, blusa em renda, CARLOS
GIL. Saia em caxemira com lantejoulas,
JULIANNA BASS. Estola em pele,
THOMAS WILDE. Brincos vintage em prata
com canutilhos, OSCAR DE LA RENTA.
Blusa em renda, casaco em lurex e calças
em lurex, tudo CARLOS GIL. Sapatos
em pele, CHRISTIAN LOUBOUTIN.
Na página ao lado, camisola em seda
revestida com lantejoulas, MAX MARA.
Calças em mesh, AMERICAN APARELL,
Brincos em prata com canutilhos,
OSCAR DE LA RENTA.
Vestido em seda revestido a paillettes, ALVES/
GONÇALVES. Estola em vison, THOMAS WILDE.
Na página ao lado, macaco em renda revestido a
canutilhos, ADRIENNE LANDAU. Casaco em vison,
THOMAS WILDE. Sapatos em camurça com
salto revestido a cristais, GIUSEPPE ZANOTTI.
Maquilhagem: Mayia Alleaume / Callisté.
Cabelos: Nabil Harlow / Balmain Hair Couture.
Manicura: Rica Romain / LMC Worldwide.
Modelo: Amanda Wellsh / IMG Models.
Produção e casting: Victoria Pavon / Pavon NYC.
Assistentes de realização: Cláudia Barros e Jorge Lobos.
Assistente de fotografia: James Sakalian.
JOÃO OLIVEIRA,
fato e gravata,
Dsquared2, na
Fátima Mendes.
TIAGO MANAIA,
bomber Gucci,
na Fashion Clinic.
MIGUEL VIANA,
Casaco Zara.
NAYMA, vestido
A Outra Face da
Lua. Toucado
Luís Stoffel.
RAQUEL PRATES,
vestido Valentino.
Brincos A Outra
Face da Lua
ANA MURCHO,
vestido Valentino.
Toucado Luís Stoffel.
Um palácio num dos mais badalados
bairros de Lisboa. Uma equipa que
todos os meses partilha o melhor
da Moda. E os cúmplices de sempre.
Os que ajudam a erguer cenários
mais-que-perfeitos, os que escolhem
as peças de roupa deslumbrantes, os
que contam as estórias fascinantes
e ajudam a sonhar mais alto. A Vogue
celebra 14 anos de glamour, amizade e
esperança numa sessão fotográfica que
podia ter sido um festim imaginado por
Fellini para a época festiva de 2016. Com
pozinhos de tecnologia, porque o século
XXI é o melhor tempo para estar vivo,
e rock and roll porque a Moda começa
com atitude. Na memória fica uma
noite de festa e esse desejo básico
e tão primordial, o de muitos anos
de vida. Em bom e em grande.
Fotografia de Rui Palma. Realização de Filipe Carriço.
O BANQUETE
SUSANA CHAVES, casaco Alves/Gonçalves. Brincos
A Outra Face da Lua. Óculos Gucci. ANA CAMPOS,
vestido n.21, bandolete Dolce  Gabbana e tiara, tudo
na Fátima Mendes. RICARDO LAMEGO, casaco Tom
Ford, camisa DSquared2 e calças Gucci, tudo na Fashion
Clinic. ANA CABRAL, vestido Dolce  Gabbana, na
Stivali. ANA TRANCOSO, vestido Red Valentino, na Loja
Das Meias. ANA CARACOL, vestido Erdem,
na Fátima Mendes. Brincos A Outra Face da Lua.
PAULA MATEUS,
vestido Dolce 
Gabbana, na Fátima
Mendes. Gola
Olga Noronha.
ROSARIO
MELLO E
CASTRO,
vestido Gucci, na
Fashion Clinic.
Óculos Fendi.
FILIPE CARRIÇO,
casaco, camisa e laço,
tudo Lanvin na Fátima
Mendes. Brincos A Outra
Face da Lua. Cap Nike.
Óculos Balenciaga.
BARBARA GUIMARÃES,
vestido Elie Saab, na Stivali.
Leque Olga Noronha.
Toucado Luís Stoffel.
RUI ROCHA, fato
Miguel Vieira. Camisa
Saint Laurent,
na Fashion Clinic.
NAYMA, vestido
A Outra Face da Lua.
Toucado Luís Stoffel.
PEDRO FERREIRA, fato
Ermenegildo Zegna.
TIAGO MANAIA, bomber
Gucci, na Fashion Clinic.
MIGUEL
VIANA, casaco
e camisa,
Zara. Calças
Christopher
Kane. Laço
e faixa, Dior
Homme.
HELENA ASSÉDIO
MALTEZ, casaco
Elie Saab, na Stivali.
ANA CAMPOS, vestido N.21, bandolete
Dolce  Gabbana e tiara, tudo na Fátima
Mendes. CARLOTA MORAIS PIRES, vestido
Roland Mouret, na Stivali. ANA CABRAL,
vestido Dolce  Gabbana, na Stivali.
ANA CARACOL, vestido Erdem, na Fátima
Mendes. Brincos, A Outra Face da Lua.
Animais gigantes em
faiança, Bordallo Pinheiro,
Porcelana, serviço Paço Real.
Copos em cristal manufaturado,
linha Toccata. Cutelaria, linha Vega,
tudo Vista Alegre Atlantis.
SANDRA
MARTINS,
toucado
Luís Stoffel.
FÁTIMA FERREIRA,
vestido Dolce 
Gabbana, na Stivali.
RUI PALMA, casaco
Alexandra Moura.
ROSARIO MELLO
E CASTRO, vestido
Gucci, na Fashion
Clinic. Óculos Fendi.
ANA CAMPOS,
vestido N.21,
bandolete Dolce 
Gabbana e tiara, tudo
na Fátima Mendes.
SANDRA MARTINS,
vestido Elie Saab, na Stivali.
Toucado Luís Stoffel. JOÃO
OLIVEIRA, fato e gravata,
ambos Dsquared2, na
Fátima Mendes. RAQUEL
PRATES, vestido Valentino.
Brincos A Outra Face da
Lua. CATARINA SANTOS,
vestido Alves/Gonçalves.
Toucado Luís Stoffel.
RUI PEDRO TENDINHA,
camisa e casaco, Fashion
Clinic private label.
Gargantilha
A Outra Face da Lua.
RUI AGUIAR, camisa,
casaco e calças, tudo
Gucci na Fashion Clinic.
ANA TRANCOSO,
vestido Red Valentino,
na Loja das Meias.
CARLOTA MORAIS PIRES,
vestido Roland Mouret,
na Stivali. ROSARIO
MELLO E CASTRO, vestido
Gucci, na Fashion Clinic.
Óculos Fendi.
ANA CABRAL, vestido Dolce
 Gabbana, na Stivali. IRINA
CHITAS, vestido e brincos,
A Outra Face da Lua. ANA
MURCHO, vestido Valentino.
Toucado Luís Stoffel. ANA
CARVAS, vestido Dolce
 Gabbana, na Stivali.
CLÁUDIA BARROS, vestido
Alexandra Moura. Brincos,
A Outra Face da Lua.
PAULO MACEDO,
fato e camisa Gucci,
na Fashion Clinic.
MIGUEL VIANA
e MARTA BRITO,
vestido e brincos,
A Outra Face da Lua.
ANA CARACOL,
vestido Erdem, na
Fátima Mendes.
Brincos, A Outra
Face da Lua.
Animais gigantes
em faiança,
Bordallo Pinheiro.
FREDERICO
MARTINS, fato
Dries Van Noten.
Camisa Kris Van
Assche.
NAYMA, vestido
A Outra Face da Lua.
Toucado Luís Stoffel.
JOÃO OLIVEIRA,
fato e gravata,
Dsquared2, na
Fátima Mendes.
As DJ SINDYKATZ
MARIANA DE
CARVALHO, colares
A Outra Face da Lua.
LUMA AMORIM,
casaco Dino Alves.
MARIA PAPOULA,
Quimono e brincos,
A Outra Face da Lua.
RUI AGUIAR, camisa,
casaco e calças, tudo
Gucci na Fashion Clinic.
Óculos Gucci.
ANA CABRAL, vestido
Dolce  Gabbana,
na Stivali. NANA
BENJAMIM, vestido
Alves/Gonçalves. ANA
CAMPOS, vestido N.21,
bandolete Dolce 
Gabbana e tiara, tudo
na Fátima Mendes.
RUI AGUIAR, camisa,
casaco e calças, tudo
Gucci na Fashion Clinic.
Óculos Gucci.
Porcelana, serviço Paço Real.
Copos em cristal manufaturado,
linha Toccata. Cutelaria, linha
Vega, tudo Vista Alegre Atlantis.
JOYCE DORET,
vestido Dino Alves.
FILIPE CARRIÇO,
casaco, camisa e laço,
tudo Lanvin na Fátima
Mendes. Brincos A Outra
Face da Lua. Cap Nike.
Óculos Balenciaga.
Animais gigantes
em faiança,
Bordallo Pinheiro.
ANA TRANCOSO, vestido
Red Valentino, na Loja
das Meias. RICARDO
LAMEGO, casaco Tom
Ford, camisa DSquared2
e calças Gucci,
tudo na Fashion Clinic.
PATRICIA BARNABÉ, vestido
Balmain, na Fashion Clinic.
Brincos, A Outra Face da Lua.
MARIA PAPOULA, Quimono e
brincos, A Outra Face da Lua.
LÍGIA REIS, camisola
Dries Van Noten.
Máscara na Mascarilha.
TIAGO MANAIA,
bomber Gucci, na
Fashion Clinic
Cenário: Ana Trancoso, assistida
por Inês Vidal e Rita Morgado.
Maquilhagem: Cristina Gomes,
assistida por Rita Fialho, Miguel
Stapleton, Carina Quintiliano, Inês
Aguiar, Anabela Gonçalves
Cabelos: Helena Vaz Pereira e
Rui Rocha assistidos por Rita
Vasconcelos, com produtos
L'Oréal Professionnel.
Assistentes de realização: José
Sotero, Tânia Filipe, Pedro Lança.
Assistente de fotografia:
Teresa Martelo.
Agradecimentos:
Armando Ribeiro,
www.plataform-a.com
Penha Longa e Palácio de
Xabregas, www.penhalonga.com
Vinhos Dalva e Quinta de
Ventozelo, www.cdasilva.pt e
www.quintadeventozelo.pt
Champanhe Perrier-Jouët,
www.perrier-jouet.com
Vista Alegre Atlantis,
www.vistaalegre.com
Bordallo Pinheiro,
http://pt.bordallopinheiro.com
CARLOTA
MORAIS PIRES,
vestido Roland
Mouret, na Stivali.
SUSANA CHAVES,
casaco Alves/
Gonçalves.
Óculos Gucci.
ANA CARVAS,
vestido Dolce 
Gabbana, na Stivali.
Champanhe e
flûtes pintados à
mão, Perrier-Jouët.
PATRÍCIA LIMA,
smoking Saint
Laurent, na Stivali.
SANDRA MARTINS,
vestido Elie Saab, na
Stivali. Toucado Luís
Stoffel. CATARINA
SANTOS, vestido
Alves/Gonçalves.
Toucado Luís Stoffel.
PAULA MATEUS,
vestido Dolce
 Gabbana, na
Fátima Mendes.
Gola Olga Noronha.
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  • 21. Janeiro 2017 28 EDITORIAL 34 FICHA TÉCNICA 35 VOGUE.PT 36 COLABORADORES IN VOGUE 39 PREVIEW. As inspirações da próxima estação. 46 MISSÃO IMPOSSÍVEL. Entrevista a Luísa Delgado, a mulher por trás da Sáfilo. 48 NOVAS MARCAS 50 PRIVADO. Raquel Prates recebe-nos em sua casa, e no seu armário. 5 2 ESTILO, DISSE ELA. A Moda segundo Anna Harvey, agora em livro. 5 4 GOD BLESS, HENRY! Falámos com o criador Henry Holland sobre a indústria, hoje. COMPRAS 5 7 CRUISE CONTROL. A antecipação do verão chegou aos acessórios. 6 0 ERA GLACIAR. O azul não tem limites. 6 2 EARRING ME. Este inverno, os brincos não vão passar despercebidos. 6 4 CURVA E CONTRACURVA. Os folhos dão vida e volume aos looks de inverno. MIL- -FOLHAS A ganga e as sobreposições como protagonistas da estação. Fotografia de Frederico Martins.
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  • 24. CAPAFotografia: An Le. Realização: Paulo Macedo. Maquilhagem: Maya Alleaume/Callisté. Cabelos: Nabil Harlow/ Balmain Hair Couture. Modelo: Amanda Wellsh/ IMG Models. Casting e produção: Victoria Pavon/Pavon NY 52 BELEZA 67 NOVA ERA A fusão do natural com o tecnológico na cosmética abre as portas a um futuro intrigante. 68 TOP A Editora de Beleza escolhe os cinco produtos mais incríveis do mês. 70 AS NOVAS REGRAS Há uma mudança em curso no mundo das fragrâncias. Este é o livro de regras para um comportamento irrepreensível. 72 DEBAIXO DE OLHO Os mais bonitos frascos do momento 74 BANDA IMAGINÁRIA Batuques, uma canção dos Queen e 10 segundos em squat. Esta é a mais recente novidade de fitness. 75 HOT SPRING Personalizar o rosto é a grande tendência de Beleza para 2017. 76 BEAUTY BUZZ Todas as novidades que ainda nos fazem sonhar. 78 ELETRICIDADE ESTÉTICA A eficácia dos gadgets cosméticos não se mede aos palmos. CULTURA 80 ROTEIRO Fotografia, exposições, dança e teatro para seguir este mês. 82 TRANSATLÂNTICA Adriana Varejão em entrevista. 84 MÚSICA Nomes a descobrir e a adicionar à playlist. Por Luís Maio. 86 CINEMA Entrevista a Golshifteh Farahani, a luz oriental da sétima arte. Por Rui Pedro Tendinha. PONTO DE VISTA 88 UNDERGROUND Peças revestidas a lantejoulas e pailletes num cenário underground nova-iorquino. Fotografia de An Le. 98 O BANQUETE O que aconteceu em Xabregas não ficou em Xabregas. A reportagem da festa dos 14 anos da Vogue. Fotografia de Rui Palma. Realização de Filipe Carriço. Cenário de Ana Trancoso. 1 1 0 HERÓI DISCRETO A Vogue foi a Madrid falar em exclusivo com a figura máxima da Loewe, Jonathan Anderson. 12 4 À PROCURA DO DECOTE O decote generoso saiu de moda? Por Kathleen Baird Murray. 12 8 JAPONISMO Uma viagem visual ao epicentro da modernidade do Japão. Fotografia de Tim Walker. Realização de Kate Phelan. VIVER 13 9 VIDA SELVAGEM A Namíbia continua a ser o mistério que África não revelava. Até hoje. 14 2 LIFESTYLE Tudo o que tem mesmo de fazer em janeiro. 14 4 TRADIÇÃO CONTEMPORÂNEA A dupla responsável pelos projectos mais elegantes de decoração dos últimos tempos. Por Isabel Lindim. 14 6 PALAIS ROYAL Para quê minimalismo quando se pode ter um palácio? 14 7 HORÓSCOPO 14 8 NOTÍCIAS 15 3 MORADAS 15 4 ÚLTIMO OLHAR
  • 25.
  • 26. EDITOrIAL28 No passado dia 15 de novembro, o mês em que come- morámos o nosso 14.º aniversário, reunimos a equipa da Vogue e os seus colaboradores mais diretos: fotógra- fos, jornalistas, stylists, cabeleireiros, maquilhadores, modelos e personagens que já foram capa das nossas edições. Juntámo-nos numa festa que quisemos que fosse muito especial, num lugar especial, o Palácio de Xabregas, com um ambiente, também ele, especial – e diferente. Com muita pena nossa, nem todos os que quisemos convidar, e que sabemos que fazem parte da família Vogue durante todos estes anos, puderam estar presentes, mas o ambiente que se gerou tornou a energia desta noite memorável. E é de destacar o trabalho ex- traordinário dos colaboradores, e das respetivas equipas, que se dedicaram intensamente para que tudo estivesse perfeito: Ana Trancoso, que cuidou do cenário, Cristina Gomes, da maquilhagem, Helena Vaz Pereira, dos cabelos, Filipe Carriço, do styling, e Rui Palma, que fotografou o resultado. E toda a equipa da Vogue vibrou, dando o seu melhor, sob a direção criativa de Paulo Macedo. Esta noite está registada nas páginas desta edição e queremos partilhá-la com os nossos leitores, com todos os seus momentos únicos. Na continuação deste espírito de comemoração, a Vogue Portugal acaba de receber o prémio de Melhor Revista Feminina 2015, atribuído pelo Meios e Publicidade. Mais um motivo de orgulho e reconhecimento pelo empenho, carinho e dedicação de todos os que colaboram na realização desta revista, da equipa única, aos anunciantes e, claro, ao nosso público – um enorme agradecimento a todos. E chegamos ao novo ano com esta edição, e com as principais tendências que veremos ao longo dos próximos meses, a começar pelas coleções de primavera-verão que, sem darmos por isso, já estão nas lojas. Um novo ciclo que agora se inicia, cheio de ideias, ambições e metas a atingir. Desejamos que, como registamos na capa, este seja um ano de paz, com muitos projetos e criatividade. E que brilhe. l Juntámo-nos numa festa que quisemos que fosse muito especial, num lugar especial FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA.
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  • 32. PAULA MATEUS Diretora Diretor Criativo PAULO MACEDO Diretora de Moda ANA CAMPOS Diretor de Arte JOÃO OLIVEIRA Chefe de Redação PATRÍCIA BARNABÉ Editora de Beleza SUSANA CHAVES Moda ANA CARACOL (Editora Shopping) MÓNICA BOZINOSKI; ANDREIA TRINDADE e BASAK SAVCI (Estagiárias Beleza e Moda) Redação ANA MURCHO; IRINA CHITAS e TIAGO NETO (Estagiário) MANUELA GONZAGA (Revisão de texto) Arte ANA CABRAL; MARIA PAPOULA e SARA MARQUES (Estagiária) MARTA BRITO (Pesquisa de imagem) Secretária de Redação FÁTIMA FERREIRA (fatimaferreira@vogue.cofina.pt) • Tel. 210 494 878 Online ROSÁRIO MELLO E CASTRO (Editora) rosariocastro@vogue.cofina.pt CARLOTA MORAIS PIRES carlotapires@vogue.cofina.pt e ANA CARVAS acarvas@vogue.cofina.pt INÊS OLIVEIRA (Estagiária) Colaboradores ANA TRANCOSO; CRISTINA GOMES; FILIPE CARRIÇO; FREDERICO MARTINS; HELENA VAZ PEREIRA; ISABEL LINDIM; LUÍS MAIO; PEDRO FERREIRA; RUI PEDRO TENDINHA; RUI PALMA SOFIA PINTO e VERONICA MORALES ANGULO. Produção AVELINO SOARES (Diretor adjunto), CARLOS DIAS (Coordenador), JOSÉ CARLOS FREITAS, PAULO BERNARDINO E FÁTIMA MESQUITA (Assistente) Circulação MADALENA CARREIRA (Coordenadora) e JORGE GONÇALVES Marketing HELENA MORGADO hmorgado@revistas.cofina.pt • Tel. 210 494 407 Publicidade LÍGIA REIS (Diretora comercial) ligiareis@cofina.pt ELSA MADEIRA (Diretora de publicidade) elsamadeira@cofina.pt, VANDA TAVEIRA (Contacto) vandataveira@cofina.pt, FÁTIMA MALACA (Assistente coordenadora) fatimamalaca@cofina.pt, SUSANA FERNANDES (Assistente) susanafernandes@cofina.pt Assinaturas MARGARIDA MATOS (Coordenadora) SANDRA SOUSA, ANA PEREIRA e SÓNIA GRAÇA (Serviço de Atendimento) Tel. 210 494 999 • Fax. 210 493 140 • Email: assine@cofina.pt Rua Luciana Stegagno Picchio, nº 3, 2º, 1549-023 Lisboa Venda de edições anteriores CONTACTE TEL. 219 253 248 OU REVISTASANTERIORES@REVISTAS.COFINA.PT Distribuição de assinaturas J. M.TOSCANO, LDA., Tel. 214 142 909 • Fax. 214 142 951 • Email: jmtoscano.com@netcabo.pt Pré-press GRAPHEXPERTS, LDA. Av. Infante Santo, nº 42 A/B, 1350-179 Lisboa • Email: revistas@graphexperts.pt Impressão LISGRÁFICA – IMPRESSÃO E ARTES GRÁFICAS, S.A. Estrada Consigliéri Pedroso, 90 – Casal de Santa Leopoldina 2745-553 Queluz de Baixo • Tel. 214 345 400 Distribuição VASP – SOC. DE TRANSPORTES E DISTRIBUIÇÃO, LDA., MLP: MEDIA LOGISTICS PARK – Quinta do Grajal Venda Seca - 2739-511 Agualva-Cacém • Email: geral@vasp.pt Conselho de Administração PAULO FERNANDES (PRESIDENTE), JOÃO BORGES DE OLIVEIRA; LUÍS SANTANA; ALDA DELGADO e ANTÓNIO SIMÕES SILVA Diretora Administrativa e Financeira ALDA DELGADO Diretora-geral Marketing e Desenvolvimento Digital ISABEL RODRIGUES Diretor de Produção ANTÓNIO SIMÕES SILVA Diretor-geral Comercial HERNÂNI GOMES Diretor Comercial On-line JOSÉ MANUEL GOMES Diretor de Informática RUI TAVEIRA Diretor de Recursos Humanos NUNO JERÓNIMO Diretor de Circulação e Assinaturas JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA Diretora de Research ONDINA LOURENÇO Sede: Administração, Redação, Publicidade R. Luciana Stegagno Picchio, nº 3, 1549-023 Lisboa Tel. 210 494 878 • Fax. 213 309 411 A Vogue Portugal é publicada com o license agreement da Condé Nast International, Ltd. por: Propriedade/Editora Cofina Media, S.A. Capital Social € 22.523.420,40 • C.R.C. Lx n.º 502 801 034 Contribuinte 502 801 034 • Principal Accionista Cofina SGPS, S.A. (100%) Depósito Legal 185560/02 • E.R.C. nº 124106 • Tiragem Média 50.000 exemplares ISSN 1647-2349 • Estatuto editorial disponível www.vogue.pt Nos Estados Unidos da América: Condé Nast Chairman Emeritus: S. I. NEWHOUSE, JR. Chairman: CHARLES H. TOWNSEND President Chief Executive Officer: ROBERT A. SAUERBERG, JR. Artistic Director: ANNA WINTOUR Outros países: Condé Nast International Chairman and Chief Executive: JONATHAN NEWHOUSE President: NICHOLAS COLERIDGE Vice Presidents: GIAMPAOLO GRANDI, JAMES WOOLHOUSE, MORITZ VON LAFFERT e ELIZABETH SCHIMEL Chief Digital Officer: WOLFGANG BLAU President, Asia-Pacific: JAMES WOOLHOUSE President, New Markets and Editorial Director, Brand Development: KARINA DOBROTVORSKAYA Director of Planning: JASON MILES Director of Acquisitions and Investments: MORITZ VON LAFFERT Global President, Condé Nast E-commerce: FRANCK ZAYAN Executive Director, Condé Nast Global Development: JAMIE BILL O GRUPO EDIÇÕES CONDÉ NAST COMPREENDE E.U.A. Vogue, Vanity Fair, Glamour, Brides, Self, GQ, GQ Style, The New Yorker, Condé Nast Traveler, Allure, Architectural Digest, Bon Appétit, Epicurious, Wired, W, Style.com, Golf Digest, Teen Vogue, Ars Technica, Condé Nast Entertainment, The Scene, Pitchfork Reino Unido Vogue, House Garden, Brides, Tatler, The World of Interiors, GQ, Vanity Fair, Condé Nast Traveller, Glamour, Condé Nast Johansens, GQ Style, Love, Wired, Condé Nast College of Fashion Design, Ars Technica França Vogue, Vogue Hommes International, AD, Glamour, Vogue Collections, GQ, AD Collector, Vanity Fair, Vogue Travel in France, GQ Le Manuel du Style, Glamour Style Itália Vogue, L’Uomo Vogue, Vogue Bambini, Glamour, Vogue Sposa, AD, Condé Nast Traveller, GQ, Vanity Fair, Wired, Vogue Accessory, La Cucina Italiana, CNLive Alemanha Vogue, GQ, AD, Glamour, GQ Style, Myself, Wired Espanha Vogue, GQ, Vogue Novias, Vogue Niños, Condé Nast Traveler, Vogue Colecciones, Vogue Belleza, Glamour, AD, Vanity Fair Japão Vogue, GQ, Vogue Girl, Wired, Vogue Wedding Taiwan Vogue, GQ México e América Latina Vogue Mexico and Latin America, Glamour Mexico and Latin America, AD Mexico, GQ Mexico and Latin America, Vanity Fair Mexico Índia Vogue, GQ, Condé Nast Traveller, AD PUBLICADO POR SOCIEDADE CONJUNTA Brasil Vogue, Casa Vogue, GQ, Glamour, GQ Style Rússia Vogue, GQ, AD, Glamour, GQ Style, Tatler, Condé Nast Traveller, Allure PUBLICADO SOB LICENÇA África do Sul House Garden, GQ, Glamour, House Garden Gourmet, GQ Style Austrália Vogue, Vogue Living, GQ Bulgária Glamour China Vogue, Vogue Collections, Self, AD, CN Traveler; GQ, GQ Style, Brides, Condé Nast Center of Fashion Design Coreia Vogue, GQ, Allure, W, GQ Style, Hungria Glamour Holanda Glamour, Vogue Islândia Glamour Médio Oriente Condé Nast Traveller, AD, Vogue Café at The Dubai Mall, GQ Bar Dubai Polónia Glamour Portugal Vogue, GQ República Checa e Eslováquia La Cucina Italiana Roménia Glamour Russia Vogue Café Moscow, Tatler Club Moscow Tailândia Vogue, GQ, Vogue Lounge Bangkok Turquia Vogue, GQ, Condé Nast Traveller, La Cucina Italiana, GQ Style, Glamour Ucrânia Vogue, Vogue Café Kiev
  • 33. VOgUE.PT Faça download da revista por apenas € 2,99 na App Store TABLET Entrevista: Maria Clara Depois do hype das semanas de Moda, sentámo-nos com a modelo portuguesa que conquistou as passerelles da Gucci e da Dolce Gabbana e descobrimos como tudo aconteceu. Em Moda/Pessoas Street Style: Lisboa A fotógrafa da Vogue andou pelas ruas alfacinhas à procura dos melhores looks da cidade. Em Paparazzi/StreetStyle REUNIMOS OS MELHORES HAIRSTYLES DA NOVA ESTAÇÃO E MOSTRAMOS OS TRATAMENTOS ACABADOS DE CHEGAR AOS SALÕES DE BELEZA NACIONAIS. Em Beleza/Tendências Corte e costura ANIMAIS NOTURNOS Quem são as personalidades que habitam a noite? De porteiros e barmans, a escritores e artistas que preferem as madrugadas, fotografámos as estórias que se cruzam numa cidade fora de horas. Em Radar/Pessoas Nua e crua Gisela João está Nua no seu novo álbum, acabado de apresentar ao público. A Vogue quis saber como é que a fadista se despe para o mundo através da música numa entrevista para ver em Radar/Pessoas. KENZO FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES;RUIPALMA;ESTELLEVALNTE;VERONICAMORALESANGULO;D.R. ESPECIAL FESTAS + de 200 vestidos e acessórios para usar na quadra festiva e guardar para sempre. Em Moda/Shopping Todas as peças de decoração para deixar o Natal entrar em casa. Em LifestyleCultura/Tendências As melhores inspirações de maquilhagem e cabelos para usar sem medos nesta época. Em Beleza/Tendências + de 200 presentes à medida de todas as personalidades para oferecer cultura, Moda, design e Beleza. Em Moda/Shopping Slip dress em lantejoulas, € 3.034,50 Ashish, Farfetch.com Slip dress em lantejoulas € 3.034,50 Ashish, Farfetch.com
  • 34. FOTOGRAFIA:D.R. COLABOrADOrES36 HELENA VAZ PEREIRA “Eu vejo e sinto que cada vez mais o futuro é hoje. Mas penso que, acima de tudo, o importante é conseguir acompanhar a evolução, sem deixar que o tempo interfira na nossa entrega, disponibilidade e dedicação cada momento.” Tornou-se profissional em 1985, formou-se em Portugal e frequentou as melhores Academias Internacionais. Fundou o Griffehairstyle em 1993, espaço onde assume o comando artístico da equipa criativa e, no mesmo ano, contribuiu decisivamente para a indústria ao oficializar a colaboração em eventos como ModaLisboa e Portugal Fashion. Para a edição deste mês, Helena assina a história de cada penteado n' O Banquete (pág. 98). “Foi diferente, divertido e o cenário foi inspirador... As pessoas que normalmente trabalham em backstage passaram a ser os protagonistas da nossa história. No fundo, foi estarmos entre amigos.”   FILIPE CARRIÇO “Com alguma preocupação, especialmente depois da eleição de Trump, tudo pode acontecer, ainda que, como diz o velho ditado: 'Cão que ladra não morde.' Tento não pensar muito nisso, embora esteja alerta!” Começou a trabalhar em Moda aos 21, polarizado pela vertente cinematográfica e poética da área, dividindo o tempo entre as lojas de luxo e a Escola Superior de Teatro e Cinema. Hoje, aos 39, Filipe Carriço é, entre todas as coisas, um esteta nostálgico, embebido num passado não imediato que, segundo diz: “A tecnologia nos obriga a ser.” Stylist oficial do jantar de aniversário da Vogue, Carriço descreve a experiência como “um grande desafio […] foi para mim o realizar de um filme, com tudo o que de bom e de difícil tem esta arte nobre. Agradeço a todos a oportunidade. RUI PALMA “A minha geração não tem opção a não ser pensar num futuro próximo, vejo uma necessidade de desacelerar e de valorizar o silêncio.” Produto da geração de 90, para ele fotografia, dança, teatro e Moda desaguam numa comunhão de paixões. Frequentou a Ar.Co e a Escola Profissional de Teatro de Cascais onde terminou o curso de Interpretação. Co-editor do projeto Retina, distinguido na Mostra Nacional Jovens Criadores 2014 e na VII Bienal Jovens Criadores da CPLP 2015, em Moçambique, Rui Palma viu publicações como a DIF e a Umbigo integrarem fotografias suas. Nesta edição, imortaliza a produção fotográfica d' O Banquete de aniversário da Vogue. “Foi divertido e insólito, como acordar e ser um pónei, e percorrer os salões de um palácio do séc. XVI ao som de música eletrónica.” CRISTINA GOMES “Confesso que vejo o futuro próximo com alguma apreensão. O Brexit, a eleição de Donald Trump, a próxima eleição para a presidência de França, com a possível vitória de Marine Le Pen, e o próximo referendo em Itália são sinais de um retrocesso em termos de direitos humanos, paridade de género, tolerância e respeito por minorias.” O nome faz-se acompanhar de uma reputação inalienável. Cristina Gomes, maquilhadora há mais de três décadas, garantiu trabalhos em publicações nacionais e internacionais como Vanity Fair, Tattler, L’Officiel ou Vogue Italia. Neste número foi uma das responsáveis pela transformação visual da equipa Vogue e dos convidados n' O Banquete do Palácio de Xabregas. Da experiência, diz: “Foi inesquecível! Diferente de todas as outras, porque a grande maioria eram pessoas como eu, que trabalham sempre por trás da câmara, e na retaguarda do trabalho que é apresentado aos leitores.” Num mundo em acentuada mudança, como é que vê o futuro próximo?
  • 35. C M Y CM MY CY CMY K Página Revista VOGUE-CL SUPERBALANCE SILK set 2016 - SP - 220mm por 285mm.aicurvas.pdf 1 06-10-2016 11:45:43
  • 37. IN VOGUEPor Paulo Macedo e Ana Campos Em 2017, o presente só faz sentido com um regresso ao passado e uma viagem ao futuro. A Moda não comanda a vida, mas espelha-a bem. Muito antes d’O Sexo e a Cidade, a TV deu-nos Dinastia (1981-1989), um festim para os olhos e para os sentidos, muito pelo estilo imaculado das arquirrivais Alexis Carrington e Dominique Deveraux. Nos 80s, quando mais nunca era demais, as mulheres brincavam às assimetrias com ombros despidos ou totalmente tapados, contornavam o corpo com drapeados, vestiam rendas e lurex com a mesma sensualidade e usavam decotes XXL, a combinar com o brilho dos tecidos. O mundo podia estar à beira do apocalipse, mas o glamour seria o último a cair. DInAstIA SAINTLAURENT LOUISVUITTON BALENCIAGA Diahann Carroll, Dynasty, 1982. Joan Collins, Dynasty, 1991 FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;GETTYIMAGES;D.R. SAINTLAURENT
  • 38. FOTOGRAFIA:D.R. prevIeW40 Num universo paralelo, nunca chegámos a descer da Discovery One, a nave espacial que Stanley Kubrick criou para contemplarmos a Terra com outros olhos em 2001: Odisseia no Espaço. Prova disso é que, em 2017, a orgia sci-fi (em busca de um mundo melhor) começa com Underworld: Blood Wars, e segue com Ghost In The Shell, Blade Runner 2049, e a adaptação do futurismo fascista de Ray Bradbury com Fahrenheit 451. O guarda-roupa dos novos heróis, por quem tanto ansiamos, é um misto de perneiras de metal, capas em PVC, cabelos-Mad Max, perfectos em pele e carteiras-robot. We need heroes ALEXANDERMCQUEEN CHANEL Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, de Luc Besson, 2017. Ghost in the Shell, de Rupert Sanders, 2017. BALENCIAGA
  • 39. CHANEL MARCJACOBS MARCJACOBS RODARTE Blade Runner, de Ridley Scott, 1982. Ilustração de Neil Nakahodo e Charles Bloom para o 25.º aniversário de Blade Runner.
  • 40.
  • 41.
  • 42. FOTOGRAFIA:D.R. prevIeW44 DELPOZO CÉLINE Hall of the Ambassadors, de Joaquín Sorolla e Bastida. KENZO Ilustração de Antonio Lopez para Charles James, 1970. Frescos do Palácio de Cnossos em Creta, Grécia.
  • 43. ARte FInALNo princípio, é o traço. Qualquer peça, antes de ser roupa, começa como risco, gatafunho, mistura ou ausência de cores, processo de tentativa- erro. Porque toda a arte se ergue da combustão do nada, em 2017 a Moda retorna às raízes e aceita as regras nominais da criação: o vestido é, antes de tudo, matéria pura, ilustração antes de ser estampado, esquisso antes de ser conceito. E num jogo infinito que desafia as leis da gravidade, os plissados e os drapeados criam camadas tridimensionais que protegem o corpo de forma sensual. MARYKATRANTZOU JILSANDER HAIDERACKERMANN MARYKATRANTZOU Colunas jónicas. Frescos do Palácio de Cnossos em Creta, Grécia.
  • 44. 46 a sede lisboeta da Safilo, o branco clínico é tão potente que quase nos obriga – muito apro- priadamente – a puxar dos óculos de sol. Luísa Delgado recebe-nos de mão esticada e quer saber tudo sobre nós antes de sabermos tudo sobre ela. Percebemos porquê, mais à frente, quando a conversa se dirige para a delicadeza de pulso firme: “Os números são uma conse- quência. Eles aparecem se tudo o que vier antes for bem pensado e bem executado. A diferença é a forma como as pessoas são orientadas e incentivadas e se excedem a si próprias para chegar ao resultado.” Luísa Delgado é a mulher por trás dos óculos, perdão, dos objetos de desejo Sáfilo, que não conseguimos deixar de querer, estação após estação. Mais do que isso, é a mulher que se ri da impossibilidade. Por Irina Chitas. Missão uem a ouve, num tom de voz entre o açúcar e a solidez, pode pensar que foi moldada desde o berço para estar à frente de um império de mais de sete mil pessoas, mas não. Nasceu na Suíça, muito perto de St. Moritz, e o turismo do esqui confrontou-a com a multiculturalida- de – percebeu, desde sempre, que se tinha uma missão era viajar. O corpo diplomático suíço tornou-se o objetivo máximo, e por ele foi estudar para Genebra e depois para Londres. “A certa altura, comecei a gostar muito de tudo o que era comércio, consu- midor, produto, marketing. Isto atraiu-me intelectualmente.” Os 21 anos na Procter Gamble levaram-na à Bélgica, Suíça, Suécia, Reino Unido e Portugal (onde, du- rante as férias, conheceu o futuro marido e assentou, durante sete anos, por isso fala um português ponderado e impecável). Em 2013, foi apontada para CEO do império de produção de óculos, que re- presenta licenças Gucci, Dior, Marc Jaco- bs, Céline, Fendi, Givenchy e Rag Bone. “Quando cheguei à Safilo, uma empresa com uma história extraordinária, com fábricas cheias de mulheres talentosas, com uma experiência, sensibilidade e manualidade excecional, reparei que no topo da empresa estavam, essencialmente, homens italianos. Mesmo a melhor espécie do mundo, quando é sozinha, enfraque- ce.” Foi importante que, para cada papel, tivéssemos candidatos de várias nacionali- dades e de ambos os sexos, para escolher o melhor. Não se trata de dar preferência às mulheres, mas de dar oportunidades iguais a todos os talentos. Hoje em dia, no top 125, somos 30% de mulheres e 25 nacionalidades.” O único parâmetro pelo qual a liderança de Luísa se rege é a unicidade. “You don’t need to fit in, caso contrário, perde-se a diferença e a oportunidade de fazer impacto através da diferença. Acho que, para tudo isto, é preciso uma certa coragem.” De maçãs do rosto perfeitamente esculpidas, olhos verdes e elegância em cada gesto, Luísa Delgado puxa os cordéis das fábricas megalómanas onde cada par de óculos ainda é verificado no singular. E, no meio da multiplicidade de tarefas, o que é que ainda a apaixona? “Ai, eu gosto do que faço. Ganho energia com o que faço. O que mais me apaixona naturalmente é vencer, é fazer o impossível, ter conseguido o que toda a gente dizia que não ia resultar. A partir de uma certa idade só se deviam fazer coisas destas, porque então vale a pena lutar. Coisas fáceis? A vida é demasiado curta para perder tempo com isso.” l FENDIGUCCI ImpossÍveL ENTrEVISTA FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;D.R.
  • 45.
  • 46. Ano novo, marcas novas e estes são os nomes com código de barras nacional a conhecer. E a seguir. E a ter. M13 Sofia Martins assolapou-nos com A Mulher Construtivista da “Pessoa Militar”, inspirada na obra de Boris Orlov (e apresentada no último Portugal Fashion). Volumes exponenciados em linhas puras e uma decadência de materiais e grafismos sagazes que conseguem tornar bela a austeridade. Disponível em Scar-id.com. Gonçalo Peixoto Porque a Internet é quem mais ordena, acrescente estes nomes à sua lista de indispensáveis: a Here Now, thisisherenow.com, tem uma seleção de jeans Current/ Elliott, camisas Equipment e T-shirts Zoe Karssen. A Tuedder, tuedder.com, é um marketplace inovador que junta 31 marcas, entre as quais Dino Alves, Lidija Kolovrat e Carla Pontes. E na Les Filles, lesfill.es, ideia de Maria João Fialho e Joana Bernardo, encontra peças com personalidade – andam por lá Marques’Almeida, Pedro Neto e Alexandra Moura. NovAs MArcAs48 Joana SantosNão é betão nem industrial, é ardósia e prata. Joana Santos também já não é arquiteta, é uma fazedora de joias, do Porto, que nos traz a forma concreta, o ângulo rígido e o objeto de adoração. Disponível em Scar-id.com. Missão 560 Darkside Linhas depuradas, formas intemporais, design clássico – e um twist inconformista. Darkside são óculos de sol made in Portugal feitos à mão, por artesãos especializados, porque é cool escondermo-nos atrás de uma lente escura, mas se ela for única melhor ainda. darksideeyewear.com FOTOGRAFIA:PORTUGALFASHION;CARLOSTEIXEIRA;D.R. compras.pt Ainda não terminou a formação em Design de Moda mas já sabe como conquistar uma mulher pelo guarda- -roupa. A ponta do lápis de Peixoto traz-nos linhas fluidas cheias de certeza, cores fortes cheias de candura e uma confiança que só se atinge quando se vê um bom corte. info@goncalopeixoto.com
  • 47. PROMOVOGUEPUB Coffee time Um bom dia não começa sem um bom café. Na cozinha, no escritório ou na sala de reuniões, a Qlip Delta Q é uma máquina ultra-compacta que se integra em cada lugar de forma natural e espontânea, proporcionando-lhe o sabor e o prazer de um café Delta em qualquer momento do dia. Em mydeltaq.com encontra mais informações desta fantástica máquina. Só precisa escolher a cor: amarela, azul ou verde. Neste mês de Dezembro aproveite e compre duas máquinas pelo preço de uma. MÁQUINA EXPRESSO QLIP, € 89, Delta
  • 48. FOTOGRAFIA:D.R. PrIVADO50 rimeira memória de Moda. A minha mãe foi a minha referência de sempre. Foi das primeiras mulheres portuguesas a usar, por exemplo, Ana Salazar. Foi aí que rapidamente percebi que a minha mãe – que é uma pessoa profundamente tímida – utilizava a roupa como meio de co- municação, e de uma forma muito poderosa. Olho para a roupa exatamente como forma de comunicar. Não é por acaso que uso uma peça num momento ou no outro. Coleção. Há peças que se tornaram pontos altos na carreira de criadores que eu admiro e, a partir daí, passaram a coleção em vez as de usar diariamente [como os sapatos da última estação de Tom Ford para a Gucci]. Já tenho bastantes peças, a idade trouxe-me isso e, felizmente, também herdei muitas peças dos anos 60 e 70. Pequenos tesouros. Aparelhagem de válvulas; Bíblia de 1835 (comprada em leilão); anel de noivado da Bulgari; aguardente que fiz com o vinho do meu avô; escultura de Cruzeiro Seixas; obras do meu marido, João Murillo. Produtos de Beleza. Não sou nada fiel porque a tecnologia traz-nos produtos e abordagens totalmente diferentes. Lembro-me que, quando comecei a fazer televisão, usavam-se bases de teatro. Hoje em dia, há bases com hidratação, antipoluição, proteção solar, as propriedades são imensas. Ao nível dos produtos tradicionais, o medronho é cada vez mais usado como anti-aging e está a ser bastante Raquel PRATESRecebe-nos de vestido, saltos maiores e maquilhagem impecável. Eram só 10h da manhã. A apresentadora, galerista, fundadora da 39A Concept Store e um poderio de mulher que nunca consegue ser oito – é sempre 80. Por Irina Chitas. Fotografia de Marta Brito.
  • 49. É isso que me diverte na Moda: é o esticar a corda. explorado. Mas sim, há um produto de eleição que eu amo de paixão: a Clarisonic é milagrosa. Fragrância. Estou sempre a mudar de perfume e são sempre masculinos. Detesto florais, gosto de perfumes que sejam api- mentados, amadeirados, especiarias, cedro. Mimos. O tempo de manhã; tomo o pequeno-almoço sentada à mesa e acordo muito mais cedo para poder fazer isso, não abdico. Acessório de sempre. A minha aliança. Sapatos para dançar. Ao contrário da maioria das pessoas, saltos altos. Agora aderi às botas de cowboy que são profundamente confortáveis e dão com quase tudo. Música que está sempre na playlist. Running Up That Hill de Kate Bush na versão dos Chromatics. Magia de vestir. Adoro o meu casaco da Concepto, uma marca de designers emergentes da Roménia que conheci através do Instagram e que já estão na minha loja, com o Mickey nas costas. E gosto porque tem a ver com o nosso lado emocional, o nosso lado de criança, com a magia que não devemos perder. Acho graça aos unicórnios, acho graça a brilhantes – a Swarovski para mim, se fosse criança, era daqueles tesouros que guardava numa caixinha e, de vez em quando, ia lá ver (na verdade, ainda faço isso). Arriscar. Às vezes questiono-me: “Será que me estou a esticar muito para fora de pé?” Uma vez tentaram dizer mal de mim num blogue – que acabou por ser das melhores coisas que já me disseram: “A Raquel Prates conseguiu com que um vestido de velhinha virasse tendência”, e eu fiquei mesmo feliz! Quando eu própria tinha medo de o usar, era muito fora, um vestido Nina Ricci que usei nuns Globos de Ouro, e todo ele era hiperfolhos e laços, e depois era de um rosa­‑bebé que não era nude, nem era choque, nem era velho, era um rosa totalmente descabido e desleixado e deslavado e tudo aquilo não tinha forma. E é isso que me diverte na Moda: é esticar a corda. Elegância. Acima de tudo, é uma forma de ser. Tem a ver com um certo timing, com a forma como tratamos as pessoas à nossa volta, a generosidade com que acordamos no dia a dia, o sorriso que lançamos a alguém que percebemos que não está bem. É esse timing que acho que as pessoas perderam, as pessoas correm demasiado. Perdeu-se uma essência humana. Tudo está a mudar muito rápido e acho que nós não estamos preparados para esta velocidade. Ser elegante não tem a ver com o que se veste, com o ser gordo ou ser magro, tem a ver com o que se é – o Ser. “Ela está bonita ou não está bonita”, who fucking cares? Elegância está além disso. l
  • 50. FOTOGRAFIA:OLIVERHARVEY;D.R. ESTILO, disse elaPoucas pessoas sabem tanto de Moda como Anna Harvey. Agora resolveu contar tudo num livro, sorte a nossa. meu estilo é bastante clássico. Adoro al- faiataria [...] mas também gosto de de- signers como Vivienne Westwood para ocasiões especiais. De vez em quando corro riscos de estilo e divirto-me com a reação das minhas colegas!” Lição número um: a Moda é uma coisa séria, mas não deve ser levada demasiado a sério. Palavra de Anna Harvey, ex-dire- tora editorial da Condé Nast e uma das vozes mais importantes da indústria. Depois de anos a trabalhar entre os corredores da Vogue (entre outros, o nosso) ou o Palácio de Buckingham (“Ser escolhida para ajudar a princesa de Gales com o seu guarda-roupa quando ficou noiva” foi um dos pontos altos da sua carreira), Harvey decidiu passar para o papel os segredos básicos para ser eternamente cool. Com um humor inteligente e desenhos assinados pela própria (“A editora ia convidar um ilustrador, mas depois perguntou-me se sabia desenhar. Respondi que passei grande parte da minha vida a desenhar, nos desfiles, antes de os telefones serem inventados! Ela pediu-me para fazer alguns, o diretor de arte adorou-os e toda a gente achou que trariam personalidade ao livro”), Timeless Style: Dressing Well for the Rest of Your Life é um guia básico para descomplicar verbos que nós, mulheres, gostamos de efabular: comprar, vestir, escolher… “Quando vão às compras, as mulheres conseguem ser bastante indisciplinadas e acabam por comprar muitas coisas porque não se conseguem decidir. Felizmente, hoje em dia tudo pode ser devolvido, mas estamos a desperdiçar tempo precioso.” Tão simples como um vestido Alaïa. Não se pense, porém, que Anna Harvey está isenta de faux-pas fashionistas. “O maior foi chegar a um evento muito glamouroso com uma camisola navy extralarga e uma amiga dizer-me que por baixo das luzes artificiais se podia ver a minha roupa interior!” Azares à parte, que designers lhe tiram o ar? “Adoro o Albert Elbaz, tenho muitas saudades dele. Também gosto muito de Valentino, Chloé e Chanel. Da high-street, acho que a Mango e a Zara são brilhantes, bem como a Cos, a Uniqlo e a HM.” Ao fim de tantos anos a ouvir, ler e dar conselhos de estilo, qual é o que melhor resume tudo o que aprendeu? “Se tiver dúvidas quando se olhar ao espelho, tire alguma coisa. Menos é mais.” l Ana Murcho ENTrEVISTA52 Os leggings são o seu ódio de estimação. Também condenados ao inferno da Moda: “Sapatos de plataforma, minissaias e hot pants em mulheres mais velhas.”
  • 52. ENTrEVISTA54 FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES;D.R. God bless, HENRY! á 10 anos, quando o MySpace parecia o futuro mais-que-perfeito para uma juventude seden- ta por novas tecnologias, um miúdo com pinta de reguila pôs à venda T-shirts com slogans como “Get Your Freak On, Giles Deacon!” ou “Do Me Daily, Christopher Bailey”. O que a princípio era apenas uma forma de expressar a sua admiração pelo mundo da Moda, aca- bou por se tornar o ADN de uma marca que, uma década depois, é sinónimo de glamour urbano semipsicadélico – mas em bom. “O modo como comecei a usar as redes sociais nunca foi como um business tool, foi mais como uma forma de comunicação”, explica Henry Holland, encostado a um muro do Parque das Nações, em plena Web Summit, onde veio falar sobre o impacto da tecnologia no mundo da Moda. Está sol, muito mais sol do que é habitual para o seu outono, e Henry prefere conversar de forma informal, o Tejo como pano de fundo, do que ficar no escuro das salas VIP. “As marcas de Moda são, cada vez mais, criadoras de conteúdos. São entertainers. Têm de manter um diálogo constante com os seus clientes, de contar uma história que os mantenha interessados – especialmente para uma marca da minha dimensão, que não pode lançar coleções a cada duas semanas. É tudo uma questão de storytelling.” Outra questão que se impõe, mais do que nos tempos do velhinho MySpace, são as lojas: físicas ou virtuais? “As pessoas não querem só comprar online, nem querem só comprar em lojas. Querem dois canais, para que possam tocar nas peças, experimentá-las, e depois passar três meses a pensar nelas e a comprá-las online, nos saldos.” Conseguirá esse problema ser solucionado pela introdução do formato see-now buy-now? “Na cole- ção de homem apenas fazemos see-now buy-now, e parte do motivo que nos levou a fazer isso é que os homens fazem compras de forma diferente das mulheres: se querem uma coisa, não vão esperar quatro meses para a comprar. Pura e simplesmente, compram-na. Acho que é o futuro. Julgo que sempre foi uma ideia meio estranha mostrar coleções com tanta antecedência, e a razão pela qual tudo está a mudar é que os desfiles costumavam ser uma coisa fechada para a indústria e agora é para o público. É um circo. No minuto em que o primeiro look está na passerelle, está também no Instagram, portanto o desafio em termos de produção e marketing é muito maior.” ão é segredo que toda a gente gosta de Henry Holland. Isso notou-se no passado mês de setembro, quando Londres se rendeu às celebrações do 10.º aniversário da marca. “É importante ser simpático. As pessoas já não percebem a importância de ser simpático. Mas também acho que tanto o ethos como o ADN da nossa marca são muito inclusivos.” Filho da geração de 80, Henry é fanático confesso de cultura pop, de cinema e de revistas. Até de revistas cor-de-rosa (”Conheces a Heat magazine? Tenho do número 1 ao 100 em casa dos meus pais! Sou obcecado pela cultura pop. Acho que é uma parte superimportante da nossa história.”). Tudo isso o influencia na altura de contar histórias. “Adoro Moda porque adoro a possibilidade que oferece para contar histó- rias. […] Podes ter a noção da personalidade de uma pessoa apenas pela roupa que usam.” E dá um exemplo: “Adoro a forma como se pode ver um filme sem som e ainda assim perceber a personagem. Podemos ver O Sexo e a Cidade sem som e ainda assim teríamos todas as referências: saberíamos quem é a Miranda, quem é a Samantha, muito pela roupa delas, you know what I mean? E isso é extraordinário!” A House of Holland pode ser a sua janela para o mundo, mas foi no jornalismo que Henry começou a espalhar magia. “Adoro revistas, adoro o toque do papel. Cada edição da Vogue pode dizer-te muito acerca do mundo e da história: a arte que aparece, a música que aparece, de uma maneira ou de outra, reflete a sociedade dessa altura.” l Esqueça tudo o que pensa saber sobre um criador de Moda. O designer mais divertido e original da última década vem de Londres, chama-se Henry Holland e é viciado em cultura pop. Por Ana Murcho.
  • 54. 5-6 APRIL 2017, MUSCAT, OMAN SHANGRI-LA BARR AL JISSAH RESORT SPA Curated and hosted by Suzy Menkes, International Vogue Editor, the Condé Nast International Luxury Conference brings together the industry’s top creative and business figures from over 30 countries. THE PREMIER EVENT FOR THE FASHION AND LUXURY INDUSTRY Navigating the New Silk Routes SPEAKERS INCLUDE: Alber Elbaz Guram Gvasalia CEO, Vetements Giambattista Valli Solange Azagury Partridge David Crickmore CEO, Amouage Lapo Elkann Chairman and Founder, Italia Independent Group and Garage Italia Customs Paul Andrew Design Director, Women’s Footwear, Salvatore Ferragamo Elie Saab Yasmin Sewell Fashion Director, Style.com Danielle Ryan Founder and CEO, ROADS Group TOPICS TO BE DISCUSSED INCLUDE: Defining luxury for the “post-luxury” consumer The power of fragrances and accessories Navigating the evolving luxury business landscape New pockets of growth and demand Opportunities in childrenswear SEE THE FULL SPEAKER LIST AND FIND OUT MORE AT WWW.CNILUXURY.COM +44 20 7152 3472 / @CNILUXURY CO-LEAD PARTNERS:
  • 55. REALIZAÇÃO:ANACARACOL.FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA. Chegaram as coleções-cruise em padrões geométricos, flores românticas e motivos tropicais. Fazem a diferença e são de querer (tudo) e chorar por mais. COMPRASPor Ana Caracol Padrões geométricos e misturas de cores vivas evocam o calor e a luz dos trópicos para looks que se querem quentes e sensuais. Carteira em tela e pele monogramada, € 1.550, Louis Vuitton.
  • 56. ACESSÓrIOS58 Os saltos vertiginosos e as flores delicadas são sinónimo de feminilidade, sensualidade e elegância: ninguém lhes vai resistir. Carteira em pele, € 2.200, Fendi. Sandálias em pele metalizada e pele, Prada.
  • 57. COR60 REALIZAÇÃO:ANACARACOL.FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES;D.R. 1. Pulseira em ródio com cristais Swarovski, € 2.990, Swarovski. 2. Agenda em pele e metal, Prada. 3. Alfinete em seda com metal e cristais, € 895, Dolce Gabbana. 4. Óculos em metal, € 300, Karen Walker Eyewear. 5. Top em chiffon de seda, € 1.600, Delposo. 6. Carteira em pele bordada com cristais e pérolas, € 2.195, Alexander McQueen. 7. Mules em pele e fita em cetim de seda, € 585, Marco de Vincenzo. 8. Casaco em lã bordada, € 1.255, Mira Mikati, em Net-a-porter.com. ERA glaciarEsta estação, o céu não será o limite em peças e detalhes, sejam estolas de pelo, casacos bordados, carteiras ou sapatos. 1 3 4 5 6 7 8 2
  • 58. Os cocktails de Domenico Dolce e Stefano Gabbana são coloridos, divertidos e muito sofisticados. Sandálias em pele e crepe de seda estampada com salto em acetato e metal; carteira em pele estampada com tachas metálicas e cristais, tudo Dolce Gabbana.
  • 60. ACESSÓrIOS62 Earring MEEste inverno, os brincos não irão passar despercebidos: compridos, volumosos e coloridos. O difícil será escolher. 1. Em metal com cristais, Uterqüe. 2. Em ouro com cristais e chiffon de seda, € 470, Lanvin. 3. Em metal lacado com cristais, € 745, Dolce Gabbana, em Net-a-porter.com 4. Em metal com cristais, € 590, Marni. 5. Em acetato e missangas, € 455, Oscar de Renta. 6. Em metal lacado com cristais, € 9,99, Mango. 7. Em acetato, € 97,62, Yazbukey, em Farfetch.com 8. Em metal lacado, € 85, Bimba Lola. 9. Em resina, € 200,76, Serpui, em Farfetch.com REALIZAÇÃO:ANACARACOL.FOTOGRAFIA:RICARDOSANTOS. 1 4 7 2 5 8 3 6 9
  • 61.
  • 62. TENDÊNCIA64 REALIZAÇÃO:ANACARACOL.FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA;D.R. CURVAe contracurvaOs folhos dão vida e volume ao looks de inverno, saiba como usar (e até abusar) deste pormenor que ousa não ser discreto. Vestido em seda com cristais e pelo, € 4.980, Gucci. Mules em camurça, veludo e seda, € 790, Fendi.
  • 63. Manhã Tarde Noite 1. Casaco em lã, € 975, MSGM. 2. Camisola em malha de lã, € 1.790, Valentino. 3. Saia em vinil, € 524,49, MSGM. 4. Botins em pele, € 698,77, J. W. Anderson. 5. Carteira em pele e metal, € 1.850, Miu Miu. 6. Lip Lacquer, Casanovella, € 80, Christian Louboutin Beauty, em Net-a-porter.com. 7. Vestido em malha de seda e chiffon de seda, € 2.300, Gucci. 8. Botins em pele e metal, € 1.100, Prada. 9. Óculos em acetato e metal, Fendi, na André Ópticas. 10. Vestido em seda, € 5.163,67, Chloé, em Farfetch.com. 11. Brincos em acetato com pérolas, € 142,40, Yazbukey, em Farfetch.com. 12. Carteira em pele de piton, € 4.500, Fendi. 13. Sandálias em pele metalizada com tachas, € 539, Sophia Webster, em Matchesfashion.com. 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
  • 64.
  • 65. FOTOGRAFIA:ANLE. B E L E Z APor Susana Chaves novA A fusão do natural com o tecnológico no domínio da cosmética abre as portas a um futuro intrigante mas promissor.
  • 66. TOP68 FOTOGRAFIA:D.R.REALIZAÇÃO:SUSANACHAVES,ASSISTIDAPORMÓNICABOZINOSKI. Pequenas ou grandes, as extrAvAGÂncIAs de BeLeZA servem todos os propósitos: inspiração, técnica e utilidade. 1. Elegante em qualquer cenário, o modelo Lottie é o baú de eleição para os nossos melhores e mais especiais tesouros. Nécessaire, Black Lottie em pele, € 1.397, Charlotte Aluna, em charlottealuna.com. 2. Símbolo de mistério, a fragrância Mitsouko lança 500 exemplares de um novo frasco em porcelana de edição limitada, uma colaboração entre a Guerlain e Arita Porcelain Lab. Mitsouko by Arita Porcelain Lab, eau de toilette, € 350, exclusivo Maison Guerlain. 3. Os kits da Tweezerman conjugam os essenciais de sempre com as cores-chave da estação. Procurl Eyelash Curler, parte do Set Rose Gold Love, que inclui bolsa e pinça Slant, € 54,50, Tweezerman, no El Corte Inglés. 4. A nova e limitada edição do patinho vibrador Sephora, vestido a rigor com o seu dandy bowtie para a época festiva. The Dandy Duck, € 20, Sephora, em sephora.fr. 5. A Beleza está mais livre que nunca. Genderless, uma das três propostas da coleção Essential Looks Flex Collection da Schwarzkopf, mais desconstruído ou polido é um tributo à tendência andrógena. 5 1
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  • 68. PERFUMES70 As novas REGRASHá uma mudança em curso no mundo das fragrâncias modernas: agora, tudo é aceitável. Conheça o livro de regras para um comportamento irrepreensível. Por Remy Rippon
  • 69. FOTOGRAFIA:GETTYIMAGES. Regra n.º 1: O sexo vende O cheiro e a sensualidade sempre andaram de mãos dadas. Desde as provocadoras campanhas publicitárias de Calvin Klein da década de 90, as marcas de perfume têm enfrascado insinuações sexuais sob a forma de combinações aliciantes e ingredientes afrodisíacos. A maquilhadora pioneira Charlotte Tilbury descreve a sua primeira incursão no mundo dos perfumes, Scent of a Dream, como “florótica”: uma nova família de aromas que combina florais que melhoram o humor com a profundidade da família do chipre. O perfume chega ao ponto de afirmar ser capaz de “atrair amor, luz, força, otimismo e sexo a quem o usar”. Entretanto, a marca de nicho Escentric Molecules incorpora quantidades sem prece- dentes de Iso E Super, uma molécula de aroma inodora conhecida pelo seu efeito semelhante ao das feromonas, nas suas fragrâncias, que já conquistaram estatuto de culto. Regra n.º 2: As coisas francesas também Os franceses ensinaram-nos algumas dicas de beleza essenciais ao longo dos anos. Siga mais uma dos nossos vizinhos europeus e borrife o seu perfume preferido no cabelo acabado de lavar: o movimento das suas madeixas vai libertar um rasto de aroma ao longo do dia. Em alterna- tiva, use um perfume específico para o cabelo. “As pessoas são mais experimentais hoje em dia e aplicam fragrâncias de várias maneiras”, diz Ben Gorham, fundador da marca de culto Byredo. Regra n.º 3: Género oculto Esqueça o unissexo: os perfumistas mais avançados deram um passo adiante, com aromas genderless ou “sem género” que põem de parte preconceitos olfativos. Calvin Klein cunhou o termo com o lançamento do seu neutro CK2, no ano passado, enquanto marcas comerciais e de nicho, como a Jo Malone, Byredo, Comme des Garçons e Le Labo pro- põem fórmulas de género indefinido. Regra n.º 4: Perfumes de designer bem concebidos Os anos 90 são sinónimo de muitas coisas, incluindo fragrâncias de designer por vezes pouco imaginativas que eram pouco mais do que acessórios “a condizer” com as propostas de pronto-a-vestir. Em contraste com esses tempos, os perfumes de designer atuais são tão valorizados como as suas criações para as passerelles. Veja, por exemplo, McQueen Parfum, a primeira fragrância desenvolvida sob a direção criativa de Sarah Burton, uma combinação inteligente de jasmim-árabe, nardo e ylang-ylang. Seguindo o seu exemplo, a Gucci Bamboo Eau de Parfum, Yves Saint Laurent Mon Paris Eau de Parfum e Alaïa Blanche Eau de Parfum vão um passo além das estreias das suas marcas, com aromas ousados, mas visivelmente requintados. Regra n.º 5: Conheça o seu nicho As fragrâncias de nicho estavam em tempos reservadas a um de dois grupos: os verdadeiros entusiastas dos perfumes e o antiestablishment que só os usa ocasionalmente, felizes por saberem que mais ninguém cheira ao mesmo que eles. Embora nada tenha mudado ao nível es- sencial – ingredientes premium, quantidades limitadas e combinações aventureiras –, a abundância de marcas artesanais facilitou o acesso ao nicho de cada um. Adoramos a Maison Francis Kurkdjian, o Atelier Cologne e o recém-lançado Odejo. Regra n.º 6: Mude de opinião sobre as rosas A rosa está para as fragrâncias como o olho criativo de Karl Lagerfeld está para a Moda: omnipresente e fundamental, mas sempre em mu- dança. “Sempre adorei o cheiro das rosas e a primeira fragrância que usei foi água de rosas”, diz Grace Coddington, peso-pesado da Moda e diretora criativa da Vogue norte-americana, sobre o seu primeiro per- fume, Grace by Grace Coddington, uma interpretação moderna da rosa com notas de flores de pessegueiro e almíscar branco. A eternamente icónica fragrância de rosas da Lancôme, Trésor, também reimaginou o seu ingrediente principal num perfume mais leve, com La Nuit Trésor Eau de Parfum Caresse, que continua a usar a rosa como peça central, mas com uma nova leveza. Regra n.º 7: Pode ser viciante Absorventes, inebriantes, hipnóticas. Não é coincidência que as fra- grâncias satisfaçam os nossos desejos há décadas. Vejamos o caso do enigmático Opium de Yves Saint Laurent que, com as suas conotações narcóticas, deixou um rasto de polémica no encalço quando foi lançado, em finais da década de 70. Dior Addict, lançado em 2002, juntou-se a um grupo de aromas hedonistas. Para a sua próxima dose, experimente a Cologne Indélébile, das Editions de Parfums Frédéric Malle. Regra n.º 8: Identifique o calor O calor pode alterar a composição das fragrâncias na pele, devido ao suor e à humidade. Aplicar perfume nos pontos de pulsação – onde a pele é naturalmente mais quente – pode afetar a longevidade da fragrância (ver regra n.º 2), particularmente no pico da estação quente. Prefira aromas mais leves, da família dos citrinos, renove frequentemente a aplicação e experimente usar a sua fragrância juntamente com um óleo ou creme para o corpo durante o verão, pois isso duplica a durabilidade do perfume. Lembre-se ainda de guardar sempre os frascos num local quente e seco, fora do alcance da luz solar. Regra n.º 9: Não exagere Como tudo na vida, vamo-nos tornando cada vez menos sensíveis ao nosso próprio cheiro. Isto não significa que o perfume tenha perdido intensidade ao longo do dia. Significa apenas que nos habituámos às suas notas. A regra? Não se encharque em perfume ao longo do dia. Se estiver preocupada com o perfume ter perdido intensidade, introduza uma fragrância noturna ao seu repertório para manter alerta os seus recetores olfativos. Regra n.º 10: Aprenda com um não-perfumista Não há como negar que o perfume é uma forma de arte. Se falar com qualquer perfumista de sucesso, descobrirá que o seu trabalho vai muito além de uma ocupação – é uma obsessão a tempo inteiro, que envolve tudo o resto com os seus encantos. Ultimamente, têm aparecido mais perfumistas atípicos – sem formação técnica –, atraídos pelo mundo dos aromas e dedicando-se completamente a ele. O exemplo mais recente é Altaia, uma marca de nicho fundada por um casal de marido e mulher, inspirado pela pitoresca vila italiana de Positano. O casal (ele é jornalista e ela realizadora de documentários) criou aromas únicos, com origem na história e nas viagens da sua família. Num acontecimento semelhante, foi um encontro acidental com o perfumista Pierre Wulff que originou o gosto de Ben Gorham, fundador da Byredo, pelos perfumes e, por sua vez, criou uma alternativa à perfumaria comercial, com a estética singular e minimalista de Gorham. l
  • 70. FOTOGRAFIA:D.R. SHOPPINg72 Porque os olhos também comem, elegemos os mais bonitos frascos do momento, com aromas igualmente atraentes e para todos os gostos. Por Susana Chaves. 1. CK One Gold, eau de toilette, a partir de € 38, Calvin Klein. 2. Modern Muse Nuit, eau de parfum, a partir de € 58, Estée Lauder. 3. J’Adore, eau de parfum, a partir de € 59,50, Dior. 4. Sí Intense, eau de parfum, edição limitada, € 91, Giorgio Armani. 5. Dahlia Divin, nectar de parfum, a partir de € 38,50, Givenchy. 6. Orange Bitters Cologne, cologne, € 111, Jo Malone. 7. My Burberry Festive, eau de parfum, edição limitada, a partir de € 80, Burberry. Debaixo de OLHO 7 6 5 4 3 2 1
  • 71. PROMOVOGUEPUB Como Preparar o Look de Natal e Fim de Ano As ruas iluminam-se, o frio começa a sentir-se e há uma certa magia no ar! O Natal e o Fim de Ano estão a chegar e é importante pensar no look que vamos usar. S ensual ou ousado, casual ou chique, as opções são quase inesgotáveis, tal como a personalidade do cabelo, mas o mais importante é mantermo-nos fiéis ao nosso estilo e aproveitar cada momento, da forma mais confortável possível. O fim do ano é, por excelência, uma época para festejar e onde nos é permitido ousar e arriscar no nosso visual! É a noite ideal para exibir um penteado mais sofisticado ou mais atrevido, que combine na perfeição com o vestido que elegemos para nos despedirmos do ano que chega agora ao fim. Na elaboração do penteado há necessidade de proteger o cabelo, do secador bem como das placas e ferros modeladores, contra a quebra, o encrespamento e a falta de brilho. Com o Spray Protetor de Calor Diamante Força Extrema pode desfrutar de um cabelo suave, hidratado e com uma força fantástica. A nossa melhor dica para este momento é apostar no equilíbrio. Se optar por um vestido e acessórios exuberantes, deverá escolher um penteado discreto sem esquecer o glamour do momento. Por outro lado, se optar por um look mais ‘casual’ deverá escolher um penteado feminino, mais ousado e estruturado. Dependendo do look encontrará várias opções de texturização e finalização para o seu penteado. A Laca Criação MAX THE VOLUME, vai ajudar a alcançar um penteado mais estruturado, aplicada desde a raiz até às pontas, o cabelo ganha corpo e um volume duradouro. A Laca Criação MAKE WAVES, vai facilitar o penteado, definindo um ondulado desconstruído com a vivacidade e o movimento das ondas, por várias horas. A Laca Criação GET SLEEK será imprescindível, quando o efeito pretendido for liso e estruturado, um look mais sério e formal. Com resistência anti-frizz e textura suave, o penteado permanece com um liso perfeito. E, para nos despedirmos de 2016 em grande, resta dizer que solto ou preso, mais simples ou mais ousado, o importante é manter um cabelo bem cuidado e bonito todo o ano. Não deixe de mimar e iluminar o seu cabelo com o elixir Óleo Radiance. NOVEMBRO2016 João Borges Nuno Loureiro
  • 72. FiTNESS74 FOTOGRAFIA:PEDROCLÁUDIO. omo é que 10 anos de dança não me prepararam para isto?”, foi o meu pensamento ingénuo. Um ano depois, quem diria que recomeçar fosse tão difícil? Um convite para ir experimentar a mais recente aula de Stikibeat’s no MSBStudio do Jazzy Dance Studios, em Santos, veio confirmar as minhas sus‑ peitas: o meu corpo e a minha mente já não se contentavam com os 15 minutos a pé de casa até ao trabalho, e as alternativas que o mundo do fitness tem para oferecer são tudo menos enfadonhas. A sala foi­‑se compondo com tapetes azuis e garrafas de água e Mafalda Sá da Bandeira, fundadora e professora de dança com mais de 20 anos de experiência, inicia a apresentação do Stikibeat’s. A aula foi pensada para mulheres, tem a duração de uma hora e é um workout completo que conjuga força, postura e tonificação, com treino cardio, localizada e dança. Até aqui parece uma aula como qualquer outra, certo? Errado. Todos os exercícios são feitos com stikis, uma espécie de batuques de madeira que nos desafiam a testar a nossa musicalidade, coordenação e skills de bateristas imaginárias. Batidos um no outro e no chão, os stikis criam beats que acompanham a banda sonora da aula, que vai dos clássicos dos anos 80 a músicas e ritmos africanos. Enquanto Mafalda nos corrige a postura, que deve ser o mais direita possível e sempre com atenção à posição dos stikis, e nos diz que são “só mais oito” contagens em aga‑ chamento, Joana Roque e Paula Cordeiro, que a assistem durante aquela hora, garantem que a energia não se esgota. Se os resultados ao nível físico só se começam a notar passadas algumas semanas, outros sentem-se de imediato. s benefícios do Stikibeat’s estendem-se além do corpo tonificado e da postura melhorada e mais elegante – graças aos stikis, que ajudam a soltarmo-nos e a perder a noção de tempo e das preocupações. Canalizar as energias boas e deixar de lado as más torna-se um exercício natural e inesperadamente fácil. Além disso, há um sentimento de empowering, um we can do it coletivo e contagiante, seja pelo ritmo da música ou pelo facto de sermos só mulheres, de todas as idades, a encher aquela sala. Durante e depois de uma hora fisicamente desafiante, fui surpreendida com uma energia diferente, mais relaxada e descontraída. Nos dias que se seguiram, o meu corpo chorava cada vez que subia os 10 degraus da estação de metro ou quando tinha de se levantar da cama. O resto de mim, no entanto, mal podia esperar por uma próxima oportunidade de se sentar bateria. l Mónica Bozinoski. O que têm em comum dois batuques, Radio Gaga dos Queen e 10 segundos em squat? Parece o concerto mais estranho do mundo, mas é apenas a mais recente novidade de fitness. MSBStudio, no Jazzy Dance Studios, Santos, Lisboa. € 59 por mês, ou € 10 por aula avulso. Segunda-feira às 8h e sexta-feira às 9h30. Mais informações: www.mafaldasadabandeira.com. BANDA imaginária
  • 73. PrEVIEW FOTOGRAFIA:VERONICAMORALESANGULO;CONDÉNASTARCHIVE;D.R. HOT Spring Personalizar o rosto é a grande tendência de Beleza para 2017. Acessórios extravagantes, feitos ou aplicados à medida, vão passar da ficção à realidade. Por Susana Chaves. Do outro mundoDe Ghost in the Shell, com Scarlett Johansson, a Valerian com Cara Delevingne, os filmes sci-fi que estreiam no próximo ano, vão invadir as nécessaires de Beleza: da maquilhagem aos cabelos, apostamos num 2017 do outro mundo. Toda ouvidosOs piercings de orelha estão em regresso total, desta feita em obrigatória versão nobre, de preferência em ouro e diamantes. Bastou Kim Kardashian publicar uma foto sua com um grillz em diamantes (what else?) para a Internet – e as wannabe fashionistas – saltar das cadeiras. Para a celebridade, a história acabou menos bem, mas Dolly Cohen, a designer, não chega para as encomendas. Ghost in the Shell de Rupert Sanders. Eyeliner líquido Superslick, no tom Nocturnal, € 23,50, MAC xStar Trek. Brinco em ouro amarelo Javanese Spike Clicker Ring, € 810, Maria Tash, em venusby- mariatash.com. Grillz em ouro e diamantes, por encomenda, Dolly Cohen. Instagram de @Maria_Tash Instagram de @dollycohen Instagram de @dollycohen VERONIQUEBRANQUINHO KENZO Lábios de glitterA culpada da criação desta tendência, Pat McGrath, continua em liberdade e ainda bem porque se sucedem os mais extraordinários visuais de lábios glitter: do desfile Fendi aos editoriais de Beleza, como o que publicámos na nossa edição de dezembro, fotografado por Jamie Nelson. Dentes de aço Metalmorphosis 005 Kit, no tom Silver, € 56,58, Pat McGrath Labs, em patmcgrath.com. ATELIERVERSACE FENDI
  • 74. 76 buzz FOTOGRAFIA:NADYAWALSYKO;D.R. buzz76 Graças à textura rica e ao exclusivo Floralixir Dew, o creme de rosto da nova linha Re-Nutriv Ultimate Lift Regenerating Youth de Estée Lauder devolve firmeza e juventude à pele. A sua fórmula regenera ao mesmo tempo que restrutura e fortalece, prevenindo os sinais de envelhecimento. Creme de rosto Re- Nutriv Ultimate Lift Regenerating Youth, € 298, Estée Lauder. 1. Armani Privé Pivoine Suzhou, eau de parfum, 100 ml, € 200, Giorgio Armani, edição limitada, em exclusivo no El Corte Inglés. 2. Juvélia Nutri-Restore Fluid, para nutrir e restaurar a pele do rosto, € 84, Juvena. 3. Body Milk Les Délices Velvet Body Cotton Candy, € 7,95, Douglas. 4. Verniz de longa duração Gel Couture, no tom Fairy Tailor, € 13,99, Essie, em exclusivo nos salões Essie e no El Corte Inglés. 5. Suplemento alimentar à base de ingredientes naturais: Algo para caber no vestido do réveillon, 10 cápsulas, € 13,90, Biocol Labs, em biocollabs.com. 6. Ténis em pele polida e camurça, Gazelle, € 99,95, Adidas. O espírito de Tóquio é o pano de fundo para a edição limitada Cosmic Blossom, que junta o artista Takashi Murakami à Shu Uemura, e adorna os essenciais com a pureza e a cor das flores. Óleo de limpeza Gentle Radiance Cleanser, champô, € 40,14, Shu Uemura. Flower power PINK parade Re-generar 6 5 4321
  • 75. á muito tempo que trabalho no negócio da família. De certa forma, já trabalhava quando nasci. Quan- do era mais novo queria ser parfumeur, bombeiro, corredor de Fórmula 1… Essas coisas que que- remos ser quando somos crianças.” Erwin Creed é a sexta geração da família Creed, que desde o século XVIII imagina fragrâncias incomuns – a primeira, Royal English Leather, foi um pedido do Rei Jorge III de Inglaterra. Aos 36 anos, Erwin tem uma longa experiência na criação de perfumes (contribuiu para o desenvolvimento de Love In White, Original Vetiver, entre outros) e na “resolução de problemas”, como gosta de dizer: “Daqui a dois anos conto parar com as viagens e vol- tar a dedicar-me a ser um nez nos laboratórios, no silêncio. Para ser honesto, nos últimos anos tenho viajado demasiado e não tenho uma vida normal.” É o preço a pagar para manter uma marca centenária no topo. “Nós somos uma espécie de chefs, conseguimos cozinhar o melhor com a menor quantidade de ingredientes, para não abafar a sua essência – para não abafar o seu sabor. O importante é não fazer algo demasiado complicado.” É nesta simplicidade que Erwin rejeita a procura do aroma perfeito, ao contrário da personagem principal do livro O Perfume, de Patrick Süskind. “Não acho que seja possível encontrar o aroma perfeito para toda a gente. Pode ser o Aventus porque é um bom match com uma série de peles, toda a gente o quer usar. Em termos de cheiro, para nós, é esse o melhor, mas estamos sempre à procura de algo mais.” A versão de Aventus For Her, que saiu este ano, “destina-se a mulheres como Anna Wintour, Julia Roitfeld, mulheres fortes. Alguém como Audrey Hepburn e outras mulheres depois dela”. Demorou três anos a ser feito, porque o tempo pode ser um bom conselheiro na hora de criar obras que roçam a perfeição. “Demorámos muito tempo a fazê-lo porque queríamos um perfume de que gostássemos realmente. Não gastamos dinheiro para sermos o número um, queremos criar algo que seja bom, eterno. Por vezes dizem-nos coisas como ‘Deviam ser mais assim’, mas não é elegante. Nós apenas dizemos às pessoas Enjoy if you like.” l 1. Mat Eye Color, no tom Plum Party, € 19,50; 2. Mate Lip Stylo, no tom Rosa Mauve, € 14,50; 3. Rosy Shine Blusher, € 19,50, tudo Make Up Factory by Maria João Bastos, exclusivo na Perfumes Companhia. A partir de dia 19 de novembro, em Lisboa, Learning around the CUCO, um projeto SOTD Club de Pedro Simões Dias convida ao contacto com a arte e a história da alta perfumaria. Inspirado na exclusividade dos ovos de Fabergé, o W, móvel da autoria da Artica by Cristina Santos Silva, terá cerca de 60 perfumes de luxo expostos. Learning Around the CUCO vai estar disponível nas Lojas das Meias da Avenida da Liberdade e de Cascais e na Oficina Mustra, em Lisboa. Viagem olfativa 1 A House of Creed não procura o aroma perfeito, antes o impacto perfeito de um determinado aroma sobre a pele, explica-nos o mais novo membro desta família de perfumistas. MAtérIA prIMA 2 3 Perfume Love in White, 75 ml, € 175 e Aventus for Her, 75 ml, € 215, Creed, em exclusivo na Boutique dos Relógios. Baseada no seu gosto pessoal e nas suas escolhas, Maria João Bastos assina uma nova linha de maquilhagem em exclusivo para a Make Up Factory. Inspirada nos produtos e nas cores que mais usa e também nos seus indispensáveis, a atriz criou uma gama completa de cores versáteis que permitem criar looks distintos. No nécessaire de Maria João Bastos Erwin Creed, a sexta geração da dinastia Creed.
  • 76. tecnoLOGIA78 FOTOGRAFIA:PEDROFERREIRA.ASSISTENTEDEREALIZAÇÃO:MÓNICABOZINOSKI. Eletricidade ESTÉTICAA eficácia destes gadgets cosméticos não se mede aos palmos. Do rosto ao corpo e ao cabelo, eles prometem tornar-se os seus melhores aliados. Por Susana Chaves. 1. Alisador de cabelo PROluxe com tecnologia OPTIHeat inteligente, € 89,99, Remington, na Perfumes Companhia. 2. Depiladora de arranque, Satinelle Advanced Wet Dry, € 109,99, Philips. 3. Massajador e iluminador de contorno de olhos IRIS com tecnologia T-Sonic Alternante, € 139, Foreo. 4. Sistema de limpeza sónico para rosto, com dois programas Mia FIT, € 219,55, Clarisonic, na Sephora. 5. Tratamento anti-idade com sistema térmico quente/frio, € 287,50, Zeitgard. 6. Terapia de luz anti-idade para contorno de olhos Time Control, € 99, Talika, na Douglas. 7. Personal trainer pélvico, com app associada, para exercícios e monotorização dos resultados, € 199, Elvie, em elvie.com. 8. Terapia de luz anti- -idade Light Duo+ com três programas e tecnologia touch-free, € 295, Talika, na Douglas. 9. Secador de cabelo com controlo inteligente de temperatura Supersonic, € 399,95, Dyson, na Sephora. 8 9 7 6 5 4 3 2 1
  • 77.
  • 78. FOTOGRAFIA:RUIPALMA;MICHAELZAGARIS/REELARTPRESS;D.R. C U LT U R APor Patrícia Barnabé I’M WITH THE BANDMichael Zagaris escrevia discursos para Robert Kennedy, mas assistiu ao seu assassinato e abandonou o Direito e a Política e agarrou numa máquina fotográfica. Começou a retratar a rock scene de S. Francisco nos anos 70 – onde andaram The Clash, Grateful Dead, Blondie, The Sex Pistols, Bob Dylan, Eric Clapton, Lou Reed and the Velvet Underground, Patti Smith e Led Zeppelin – e criou um corpo de trabalho magnífico. Considerado o último arquivo intocado do rock, porque foi pouco revelado, e cuja força vem também do facto de ter sido feito por amor à causa, e não por encomenda. A mesma atitude que o levou a fotografar personagens contracultura como Billy Bowers, Divine, Peter Berlin, The Cockettes e Jim Carroll e ser, até hoje, fotógrafo oficial dos San Francisco 49ers ou dos A’s de Oakland. Total Excess de Michael Zagaris, Reel Art Press.
  • 79. Sensorialidade em ParisSão únicas as paisagens sonoras baseadas na música do bio-acústico Bernie Krause, patentes na Foundation Cartier. Agora que o som está na moda das artes, esta é uma viagem por peças de Ryuichi Sakamoto a Hiroshi Sugimoto, de Agnès Varda a Adriana Varejão, artistas multifacetados reunidos numa meditação estética sobre o mundo animal – e como ele está em constante ameaça no mundo moderno. Imperdível também é a retrospetiva maior do artista americano Cy Twobly, que recolhe obras de coleções públicas e privadas de todo o mundo e atravessa toda a sua carreira, dos anos 50 até às suas últimas peças. São 150 pinturas, desenhos, fotografias e esculturas que mostram como um visionário repensa a arte, e a evidência do seu amor ao romantismo da Cidade Luz. The Great Animal Orquestra na Foundation Cartier até 8 de janeiro e Cy Twombly no Centre Pompidou até 24 de abril. Luke Hayes no Design Museum. Vista da Rua Nova dos Mercadores I, de autor flamengo desconhecido, 1570-1619. Jay, Nagano (Japão), Manabu Miyazaki, 2015. Numa esperançada viagem ao passado, a exposição Cidade Global é absolutamente incontornável para os apaixonados por Lisboa. São 250 peças provenientes de 80 coleções públicas e privadas portuguesas e estrangeiras (algumas provenientes do Museu Britânico ou do Museu do Prado), entre pinturas e objetos do quotidiano que evocam a modernidade e o exotismo da capital de um império riquíssimo, no século XVI. África, Ásia e América um pouco por todo o lado, o pulsar de trocas comerciais, encontro de raças (escravos negros e índios) e animais invulgares, uma intensidade cosmopolita que se perdeu, em parte, depois do terramoto de 1755. Não pode, ainda, deixar de se submergir nos filmes de Apichatpong Weerasethakul e Joaquim Sapinho, na Sala das Caldeiras do antigo Museu da Electricidade, agora Maat. O espaço deu o mote para pequenas projeções que vamos encontrando e descobrindo, entre a escuridão do espaço, os recantos das máquinas e a luz que vem do rio através das janelas. “Tal como a água ou o fogo, a luz dilui as fronteiras da superfície dos corpos permitindo todas as suas metamorfoses: o ciclo eterno da renovação. É das coisas mais bela que a Vogue viu por cá nos últimos tempos. Lisboa continua a ser futuro. Cidade Global – Lisboa do Renascimento, no Museu Nacional de Arte Antiga, inaugura em janeiro, e Liquid Skin, Apichatpong Weerasethakul e Joaquim Sapinho, no Maat até 24 de abril. Ativismo em LondresO novo Design Museum é um dos grandes acontecimentos artísticos do ano na capital britânica. Está três vezes maior, mudou-se para Kensington e abriu em festa com workshops, instalações, talks e perfomances para todos – e duas exposições imperdíveis. Fear and Love reúne 11 instalações de alguns dos mais inovadores e provocadores designers e arquitectos do momento sobre temas de agora como a sexualidade “em rede”, a robótica, a slow fashion e os nómadas modernos. Beazley Designs vai na sua nona edição a promover a mudança e o acesso em prol de um design visionário e que faz a diferença. Aproveite estar em Londres para ir ao clássico V A onde se celebra a revolução de finais dos anos 60, através da música e da performance, da Moda, do cinema, do design e do ativismo político. E como tudo isto mudou a maneira como vivemos hoje e pensamos o futuro. Fear and Love: Reactions to a Complex World, até 23 de abril, e Beazley Designs of the Year, até 19 de fevereiro no Design Museum. You Say You Want a Revolution? Records and Rebels 1966-70, no VA até 26 de fevereiro. Liberdade em Lisboa 7 discos na playlist Devendra Banhart, Ape in Pink Marble, Nonesuch/Popstock Osso Vaidoso, Miopia, Fundação GDA The Gotobeds, Blood Sugar Secs Traffic, Sub Pop/Popstock Alicia Keys, Here, RCA/Sony Music The Avalanches, Wildflower, Modular/XL/Popstock Drugdealer, The End of Comedy, Domino Records/ Popstock Pantha du Prince, The Triad, Rough Trade/Popstock Tânia Carvalho, um dos nomes da nova dança portuguesa, regressa ao palco do Maria Matos depois do sucesso de A Tecedura do Caos, de 2015. Agora desenha uma coreografia para três bailarinos cuja base são variações sobre duas sequências de movimento distintas que traçam harmonias ora contidas ora disparatadas (são palavras dela). Glimpse – 5 Room Puzzle Tânia Carvalho, no Teatro Maria Matos, dias 26 a 28 de janeiro. Palco da cidade
  • 80. FOTOGRAFIA:D.R. 82 ARTES cho que a arte traz a possibilidade de um campo de experimentação enorme. Há coisas que você não pode fazer na realidade e que pode fazer no campo da arte e da ficção. Penso que é essa liberdade que a arte tem que me faz criar.” Não estava nos planos de Adria- na Varejão (Rio de Janeiro, 1964) ser artista e fazer coisas numa realidade (quase) paralela. A profissão veio-­lhe por acaso, quando estudava Engenharia. “Vi um filme do Vincente Minnelli chamado The Sandpiper, em que a Elizabeth Taylor fazia de artista, e fiquei fascinada. No dia seguinte resolvi fazer um curso de arte. […] A minha perceção da vida mudou de forma radical.” Filha de um piloto de aeronáutica e de uma nutricionista, Adriana gosta de contar novas versões da História, num compromisso com o passado pouco comum a uma geração habituada a desafiar o futuro. “Julgo que entendemos o passado como uma coisa fechada, que acabou e pronto. Estamos sempre a pensar no presente e no futuro, mas através do passado também se constroem identidades, não é? [...] Eu procuro, através do passado, produzir novas versões da História, porque geralmente temos sempre a versão dos vencedores.” Não está zangada com o passado, sublinha: “Porque ele ainda está a ser fabricado. Eu só fico zangada com a adoção de uma única versão dele.” Eis uma artista que é a personificação do ideal de work in progress. O seu trabalho com azulejos (“Um emblema da miscigenação”) é tão apreciado como as suas ilustrações ou as suas pinturas. “O meu filtro e denominador é a pintura. Acho que todas as outras coisas são produções paralelas. Mas o principal é a pintura. O carro-chefe do meu trabalho é a pintura”, explica. Adriana realizou a sua primeira exposição individual em 1988, altura em que participou numa mostra coletiva do Stedelijk Museum, em Amsterdão, e hoje em dia a sua obra faz parte das coleções permanentes de instituições como a Tate Modern ou o Guggenheim Museum. Até 14 de janeiro expõe na Gagosian Gallery, em Roma, e neste novo ano prepara um encontro com um dos nomes maiores da pintura portuguesa. “A minha próxima exposição é um dueto meu e da Paula Rego. Fui visitá-la a Londres e estou perdidamente apaixonada por ela e pela obra dela.” Portugal é presença regular na sua obra, amor antigo. “Além do azulejo, do barroco, das navegações, sou completa- mente apaixonada pelo Bordalo e pela cerâmica das Caldas da Rainha, sou apaixonada por aquele universo. Também adoro fado, do último CD do António Zambujo (Até Pensei Que Fosse Minha), muito amigo meu, fui eu que fiz a capa. E gosto da Carminho, é muito amiga minha, e por aí vai… E adoro Aires Mateus, Manuel, é o arquiteto que está a fazer o meu apartamento em Lisboa. Eu amo Lisboa.” Adriana, a canibalista cultural. Adriana, a visceral, a barroca. Como é que uma pessoa é barroca? “Identifico-me muito com o barroco porque ele traz uma teatralidade para a arte. O barroco é um jogo dentro de um teatro, dentro da representação, e também fala muito sobre o corpo, o emblema do barroco é o sagrado coração sangrante, e esse teatro barroco interessa-me, porque eu vejo a arte como um teatro.” O coração san- grante do barroco é o mesmo que se separa da obra feita. “Existe uma certa harmonia quando a obra termina. Quando chego ao ateliê tento não reparar nos quadros, e quando finalmente olho, vejo se há algum ponto que me incomoda. É muito subjetivo. […] Há momentos em que destruo a obra. Sou vencida pela obra. Os quadros têm personalidade. Há quadros que me vencem, não posso mais com eles. Então destruo-os.” l Trans ATLÂNTICA Prepara uma exposição com Paula Rego para 2017, assina a capa do último álbum de António Zambujo, e espera a conclusão de uma casa em Lisboa. Conversa com Adriana Varejão, a carioca que um dia acordou e “virou artista”. Por Ana Murcho. Azulejão (Hand and Curves), 2016, para ver na Gagosian Gallery, em Roma, até 14 de janeiro.
  • 81.
  • 82. FOTOGRAFIA:D.R. mÚSICA84 Direito ao SEGREDOAgnes Obel lança um disco caleidoscópio cheio de camadas e mistério. Por Luís Maio. eve ser a estrela pop mais inverosímil desta década. Nasceu na Dinamarca, em 1980, mas há 10 anos ela e o namorado acharam que Copenhaga era uma cidade demasiado cara para uma cantora e um fotógrafo, ambos à procura do primeiro emprego. Mudaram-se para Berlim, onde ela gravou dois discos austeros e intimis- tas, só voz e piano, ou quase. Chegaram à platina sem grande publicidade nem alarido, convertendo-a num fenómeno dos tops europeus. Agora chega o momento de Agnes Obel reescrever o seu próprio receituário. É a inflexão logo evidente na capa de Citizen Of Glass: onde antes o namorado fotografou o seu rosto de uma beleza sóbria e despojada, agora esse mesmo rosto é manipulado, distorcido e sobreposto, como num caleidoscópio. A mudança de Agnes faz-se nesse sentido da complexidade, num disco que toma por tema de fundo a síndrome que os alemães chamam Gläserner Bürger – o cidadão trans- parente, privado de face B, que o mundo digital tende a impor como um novo ideal. É, no fundo, uma reflexão sobre a transparência como perda de identidade e uma defesa inequívoca do direito à privacidade e ao segredo, num ciclo de canções onde a voz e o piano são ainda a matriz, mas os intrincados arranjos de cordas e a pilha de camadas de registos sobrepostos emprestam outra profundidade. Citizen Of Glass soa ainda doce e sensível, mas faz-nos entrar num mundo cada vez mais feérico e plurívoco. Temos a sensação de habitar dentro de Agnes Obel e essa sensação tem tanto de cativante como de inquietante. UNTIL THE HUNTER HOPE SANDOVAL THE HARM Terceiro álbum apenas em 17 anos de cumplicidade de Hope Sandoval (voz dos Mazzy Star) e Colm O Cíosóig (baterista dos My Bloody Valentine), que além de serem um duo também vivem juntos. Agora Sandoval toca vibrafone, novidade que casa na perfeição com a sua voz inefável, mas além disso não há grandes novidades e tanto melhor. Porque tudo o que interessa é reunir de novo os condimentos únicos, capazes de produzir a centelha mágica de uma música que vale pelas canções, mas sobretudo pela ambiência sensual e crepuscular, combinações certeiras de baladas de garagem e folk psicadélico que nos projetam numa bolha encantada e fantasmagórica. SIRENS NICOLAS JAAR Em 2011 o álbum de estreia Space Is Only Noise fez de Jaar uma inesperada estrela alternativa, graças ao seu original jogo de contrastes entre o abstrato e o cantarolável. Depois de uma pilha de singles, faixas dançantes e o projeto paralelo Darkness, surge o segundo em nome próprio que estica ainda mais a corda dos atrevimentos e golpes de teatro. A cada tema multiplicam-se as combinações insólitas, numa constante dinâmica de choque e fragmentação sónica. É uma fartura de ideias visionárias, óvnis musicais, nalguns casos mais crípticos, noutros mais sedutores, mas sempre intrigantes e provocadores. FLOTUS LAMBCHOP Programa usado para distorcer vozes e outras brincadeiras – popular entre cantoras pimba e maus rappers, o auto-tune tem sido adotado por músicos ambiciosos. Mas ninguém foi tão longe quanto Flotus, o novo e surpreendente golpe de rins dos Lambchop, coletivo soul country liderado por Kurt Wagner há 30 anos. Wagner reinventa todo um leque de sonoridades clássicas, em temas experimentais que abusam da manipulação digital e desfazem o formato clássico da canção sem deixarem de soar espirituais e inspiradores. Para não perder ao vivo, no palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, a 17 de janeiro..
  • 83. Kate Tempest faz poesia da alienação urbana. onita mas descuidada – o ostensivo desprezo pelo visual é o que primeiro impressiona em Kate Tempest. “Uso o que apetece em palco e fora dele. Não preciso de explicar esse desinteresse, talvez outras artistas devam fazê-lo porque investem tanto no visual. Tento ao máximo dizer a minha verdade, porque quero comunicar com a verdade dos outros. Também não acho importante falar das minhas preferências sexuais. É um campo de experiências, uma parte muito intrincada da vida de todos nós, que obviamente inspira o meu trabalho. Mas não é a minha principal motivação.” Se não é o look nem o charme, então o que faz correr Kate Tempest, uma das caras novas mais mediáticas da atualidade? Nascida (1984) e criada nas mean streets do Sul de Londres, o seu maior talento é a capacidade para retratar o mundo desqualificado ao seu redor, num misto de autenticidade, poesia e indignação. “Queremos encontrar palavras para aquilo que acontece além das palavras: um sentimento de nostalgia, de perda, essa coisa de irmos na rua e sermos tocados por um cheiro ou por um gesto, alguma coisa que aconteceu com um amigo quando estávamos num parque – tudo o que acontece além da linguagem é o que atrai o poeta para a linguagem. Trata-se de acertarmos, de nos apropriarmos e mesmo de nos tornarmos o próprio momento. As minhas canções são narrativas que começaram todas em alguma coisa que experimentei ou que me marcou.” Poeta de vocação, Kate é também dramaturga, romancista e artista com discos gravados. O segundo, Let Them Eat Chaos, é poesia meio declamada meio rappada na linha dos Streets, mas com batidas de dança pós-Grime. “Não me considero cantora. Comecei a minha carreira como rapper – o hip-hop foi a minha primeira grande paixão, ainda hoje é para mim a forma de arte suprema, mas há elementos na minha música que descolaram noutro sentido. Declamo poemas, perco a rítmica, nem sei. Não é importante classificar a minha voz dentro de um género. O que faço é focar-me numa ideia e depois perguntar à ideia qual é o melhor veículo para a exprimir. Deixo que sejam as ideias a conduzirem-me.” Para lá do visual Tom Krell (Colorado, 1984) estudou Filosofia em Nova Iorque e em Berlim antes de aterrar numa universidade de Chicago para preparar uma dissertação sobre o Niilismo e o Idealismo alemão. Em sincronia Tom começou a atuar como How To Dress Well e a produzir um RB oblíquo e tortuoso, tão capaz de chocar as estrelas do género como de encantar a intelligentsia alternativa. Algures no caminho percebeu que não queria dar aulas: “Tinha realmente o propósito de seguir uma carreira académica. Mas depois descobri que me interessa muito mais o conhecimento do que as instituições. A vida académica era demasiado aborrecida. De qualquer modo, pretendo estudar arte, literatura, cinema, política e filosofia até morrer.” Os três álbuns que Tom lançou desde 2010 como How To Dress Well desconstruíram os clichés do mais estereotipado dos géneros musicais, ao mesmo tempo que lhe conferiram uma visceralidade rara ou mesmo inédita. Será Tom mais cérebro ou mais coração? “Estudar e cantar são coisas muito diferentes, baseadas em relações completamente diferentes com o corpo e a vida. Tenho uma relação muito ingénua/ imediata com a música e ao mesmo tempo muito concetual. Tento que um desses impulsos não domine o outro.” Em qualquer caso, já descolou do RB e este seu novo álbum é pop imediatista e dançante, sem preconceitos. “Só quero fazer música bonita. Nunca tive qualquer interesse em jogar abstratamente com os estilos. Fartei- -me, isso sim, do RB, porque toda a gente que hoje faz música à face da Terra está a fazer RB. Comecei a ouvir música pop a sério sintonizando a estação KIIS e dando especial atenção àquela pop que se editou nos últimos 10 anos.” Escandalizem-se os puristas, mas do que ele está a falar é de Justin Bieber, Lady Gaga e Taylor Swift, tendo inclusive recorrido aos serviços de Jack Antonoff, produtor desta última. Mas o que antes fez com o RB, Tom faz agora com a pop colheita KIIS – quer dizer, transforma um lixo de cançonetas plásticas num luxo de canções bem construídas, arranjos alucinantes e histórias de constante inquietação, que lhe conferem uma insuspeita autenticidade. Care é papel de parede musical subitamente preenchido pelo desejo de transcendência:“É um desejo profundo de me sentir em casa antes de abandonar este mundo.” Alfaiate de canções How to Dress Well converte lixo pop em alta-costura sónica.
  • 84. FOTOGRAFIA:D.R. 86 CINEmA rosto dela abalou-nos em Shirin, de Abbas Kiarostami. Estávamos em 2008, no mesmo ano em que foi a companheira de Leonardo DiCaprio em O Corpo da Mentira. A atriz de nome impossível nunca mais saía da órbita do cinema e, desde aí, esta iraniana tornou-se um dos rostos mais internacionais do mundo da sétima arte. Pela beleza, pela liberdade. Até que chegou a Nova Jérsia para povoar o mundo maravilhoso de Jim Jarmuch, em Paterson, uma das primeiras grandes estreias de 2017. “Paterson é um filme mesmo especial. Tenho uma conta pessoal de Facebook e foi este o primeiro filme que me fez colocar um post. Considero-o mais uma poesia do que um filme. É também uma meditação, um retiro espiritual. Depois de o ver pela primeira vez, em Cannes, senti um momento de serenidade...”, conta Golshifeh Farahani no seu inglês perfeito E o espectador sente o mesmo com esta história de um motorista de um autocarro de uma pequena cidade de Nova Jérsia, e a sua relação com a namorada. Um dia a dia de pequenos gestos onde o jovem motorista ensaia a inclinação para a escrita de uma poesia despojada. Um conto sobre amores perfeitos e zen. E de uma certa normalidade. Mas simples não é o seu percurso. Depois de apostar numa carreira internacional nunca mais voltou ao seu Irão – nem pode. Essa é uma mágoa. Por isso, é abertamente uma cidadã do mundo. Tem um pequeno apartamento no Porto, vive em Paris, mas quer estar mais isolada. Antes deste encontro com a Vogue até confidencia que se apaixonou, nessa manhã, pela zona de Melides e da Comporta, e que era bem capaz de viver lá. Mas conta também que é dura esta vida de múltiplos papéis. A sua pele dourada já lhe permitiu ser árabe, hispânica, magrebe, indiana e ocidental. Mas jura a pés juntos que o seu objetivo de vida é assentar: “Depois de perder o Irão, o mais complicado para mim é encontrar um lugar a que possa chamar casa. Ainda estou à procura. Quero encontrar um lugar com espaço. Gosto imenso do Brasil, mas é longe... Hoje, em Melides, algo me falou ao coração”. A onda em seu redor aumentou com Galinha com Ameixas, de Marjane Satrapi, a artista punk iraniana. A partir daí, o cinema francês quis adotá-la mas as escolhas revelaram sempre uma enorme imprevisibilidade. Antes de fazer Eden, aceitou ser uma das estrelas de Rosewater e de Exodus: Deuses e Reis, mas o seu papel mais forte foi para o namorado da altura, Louis Garrel, que a elevou a estatuto de diva em Os Dois Amigos, em que contracenavam. Foi também a experiência mais dolorosa que teve: “Posso dizer a palavra horrível!? Emocionalmente foi mesmo muito complicado... Por acaso, na altura, nem nos estávamos a separar nem nada, mas foi muito doloroso, separámo-nos uns meses depois da rodagem. Claro que poderia ter sido algo maravilhoso, amor e criação juntos, mas não, foi uma experiência horrível.” l A DANÇARINA DE STÉPHANIE DI GIUSTO, COM SOKO E GASPARD ULLIEL A grande surpresa de Cannes. A história de Loie Fuller, a dançarina que, na passagem do século XIX, influenciou a dança moderna e descobriu Isadora Duncan. O filmeé de uma intensidade emocional incrível e esforça-se por não cair nos lugares – comuns dos biopics. A realizadora Stéfanie Di Giusto é preciosa na direção dos atores, em especial de Soko e Lily Rose-Depp, a filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis. Trunfo IRANIANOA belíssima Golshifeh Farahani é um rasgo de luz no fabuloso Paterson, uma das primeiras grandes estreias do ano assinadas por Jim Jarmusch. A atriz falou com a Vogue. Por Rui Pedro Tendinha.
  • 85.
  • 86. O metro de Nova Iorque é o cenário undeRGROUND onde uma personagem misteriosa se movimenta com poder e sensualidade. Num fim de festa, superfícies revestidas a lantejoulas e pailletes são os cúmplices perfeitos para um look memorável com um toque de lascívia e glamour. Fotografia: An Le. Realização: Paulo Macedo. PONTO DE VISTA l Janeiro 2017
  • 87. Blusa em renda com punhos em pelo, CARLOS GIL. Saia em seda com lantejoulas, ALVES/ GONÇALVES. Chapéu, ADRIENNE LANDAU. Casaco em lã, MI JONG LEE. Pulseiras vintage em metal com pérolas, STAZIA LOREN.
  • 88. Casaco em pelo da Mongólia, ADRIENNE LANDAU. Vestido em chiffon de seda, CAROLINA HERRERA. Carteira em malha metálica, WHITHING DAVIS. Botas em pele, CHRISTIAN LOUBOUTIN. Brincos e pulseiras vintage em prata com cristais, STAZIA LOREN.
  • 89.
  • 90.
  • 91. Camisola em seda com lantejoulas, calças em caxemira, ambos MI JONG LEE. Camisola em seda e lantejoulas usada na cintura, MAX MARA. Brincos vintage em metal, STAZIA LOREN. Na página ao lado, blusa em renda, CARLOS GIL. Saia em caxemira com lantejoulas, JULIANNA BASS. Estola em pele, THOMAS WILDE. Brincos vintage em prata com canutilhos, OSCAR DE LA RENTA.
  • 92. Blusa em renda, casaco em lurex e calças em lurex, tudo CARLOS GIL. Sapatos em pele, CHRISTIAN LOUBOUTIN. Na página ao lado, camisola em seda revestida com lantejoulas, MAX MARA. Calças em mesh, AMERICAN APARELL, Brincos em prata com canutilhos, OSCAR DE LA RENTA.
  • 93.
  • 94.
  • 95. Vestido em seda revestido a paillettes, ALVES/ GONÇALVES. Estola em vison, THOMAS WILDE. Na página ao lado, macaco em renda revestido a canutilhos, ADRIENNE LANDAU. Casaco em vison, THOMAS WILDE. Sapatos em camurça com salto revestido a cristais, GIUSEPPE ZANOTTI. Maquilhagem: Mayia Alleaume / Callisté. Cabelos: Nabil Harlow / Balmain Hair Couture. Manicura: Rica Romain / LMC Worldwide. Modelo: Amanda Wellsh / IMG Models. Produção e casting: Victoria Pavon / Pavon NYC. Assistentes de realização: Cláudia Barros e Jorge Lobos. Assistente de fotografia: James Sakalian.
  • 96. JOÃO OLIVEIRA, fato e gravata, Dsquared2, na Fátima Mendes. TIAGO MANAIA, bomber Gucci, na Fashion Clinic. MIGUEL VIANA, Casaco Zara. NAYMA, vestido A Outra Face da Lua. Toucado Luís Stoffel. RAQUEL PRATES, vestido Valentino. Brincos A Outra Face da Lua ANA MURCHO, vestido Valentino. Toucado Luís Stoffel.
  • 97. Um palácio num dos mais badalados bairros de Lisboa. Uma equipa que todos os meses partilha o melhor da Moda. E os cúmplices de sempre. Os que ajudam a erguer cenários mais-que-perfeitos, os que escolhem as peças de roupa deslumbrantes, os que contam as estórias fascinantes e ajudam a sonhar mais alto. A Vogue celebra 14 anos de glamour, amizade e esperança numa sessão fotográfica que podia ter sido um festim imaginado por Fellini para a época festiva de 2016. Com pozinhos de tecnologia, porque o século XXI é o melhor tempo para estar vivo, e rock and roll porque a Moda começa com atitude. Na memória fica uma noite de festa e esse desejo básico e tão primordial, o de muitos anos de vida. Em bom e em grande. Fotografia de Rui Palma. Realização de Filipe Carriço. O BANQUETE SUSANA CHAVES, casaco Alves/Gonçalves. Brincos A Outra Face da Lua. Óculos Gucci. ANA CAMPOS, vestido n.21, bandolete Dolce Gabbana e tiara, tudo na Fátima Mendes. RICARDO LAMEGO, casaco Tom Ford, camisa DSquared2 e calças Gucci, tudo na Fashion Clinic. ANA CABRAL, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. ANA TRANCOSO, vestido Red Valentino, na Loja Das Meias. ANA CARACOL, vestido Erdem, na Fátima Mendes. Brincos A Outra Face da Lua. PAULA MATEUS, vestido Dolce Gabbana, na Fátima Mendes. Gola Olga Noronha. ROSARIO MELLO E CASTRO, vestido Gucci, na Fashion Clinic. Óculos Fendi.
  • 98. FILIPE CARRIÇO, casaco, camisa e laço, tudo Lanvin na Fátima Mendes. Brincos A Outra Face da Lua. Cap Nike. Óculos Balenciaga. BARBARA GUIMARÃES, vestido Elie Saab, na Stivali. Leque Olga Noronha. Toucado Luís Stoffel. RUI ROCHA, fato Miguel Vieira. Camisa Saint Laurent, na Fashion Clinic. NAYMA, vestido A Outra Face da Lua. Toucado Luís Stoffel.
  • 99. PEDRO FERREIRA, fato Ermenegildo Zegna. TIAGO MANAIA, bomber Gucci, na Fashion Clinic. MIGUEL VIANA, casaco e camisa, Zara. Calças Christopher Kane. Laço e faixa, Dior Homme. HELENA ASSÉDIO MALTEZ, casaco Elie Saab, na Stivali. ANA CAMPOS, vestido N.21, bandolete Dolce Gabbana e tiara, tudo na Fátima Mendes. CARLOTA MORAIS PIRES, vestido Roland Mouret, na Stivali. ANA CABRAL, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. ANA CARACOL, vestido Erdem, na Fátima Mendes. Brincos, A Outra Face da Lua. Animais gigantes em faiança, Bordallo Pinheiro, Porcelana, serviço Paço Real. Copos em cristal manufaturado, linha Toccata. Cutelaria, linha Vega, tudo Vista Alegre Atlantis.
  • 100. SANDRA MARTINS, toucado Luís Stoffel. FÁTIMA FERREIRA, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. RUI PALMA, casaco Alexandra Moura. ROSARIO MELLO E CASTRO, vestido Gucci, na Fashion Clinic. Óculos Fendi. ANA CAMPOS, vestido N.21, bandolete Dolce Gabbana e tiara, tudo na Fátima Mendes.
  • 101. SANDRA MARTINS, vestido Elie Saab, na Stivali. Toucado Luís Stoffel. JOÃO OLIVEIRA, fato e gravata, ambos Dsquared2, na Fátima Mendes. RAQUEL PRATES, vestido Valentino. Brincos A Outra Face da Lua. CATARINA SANTOS, vestido Alves/Gonçalves. Toucado Luís Stoffel. RUI PEDRO TENDINHA, camisa e casaco, Fashion Clinic private label. Gargantilha A Outra Face da Lua. RUI AGUIAR, camisa, casaco e calças, tudo Gucci na Fashion Clinic. ANA TRANCOSO, vestido Red Valentino, na Loja das Meias. CARLOTA MORAIS PIRES, vestido Roland Mouret, na Stivali. ROSARIO MELLO E CASTRO, vestido Gucci, na Fashion Clinic. Óculos Fendi.
  • 102. ANA CABRAL, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. IRINA CHITAS, vestido e brincos, A Outra Face da Lua. ANA MURCHO, vestido Valentino. Toucado Luís Stoffel. ANA CARVAS, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. CLÁUDIA BARROS, vestido Alexandra Moura. Brincos, A Outra Face da Lua. PAULO MACEDO, fato e camisa Gucci, na Fashion Clinic. MIGUEL VIANA e MARTA BRITO, vestido e brincos, A Outra Face da Lua. ANA CARACOL, vestido Erdem, na Fátima Mendes. Brincos, A Outra Face da Lua. Animais gigantes em faiança, Bordallo Pinheiro.
  • 103. FREDERICO MARTINS, fato Dries Van Noten. Camisa Kris Van Assche. NAYMA, vestido A Outra Face da Lua. Toucado Luís Stoffel. JOÃO OLIVEIRA, fato e gravata, Dsquared2, na Fátima Mendes. As DJ SINDYKATZ MARIANA DE CARVALHO, colares A Outra Face da Lua. LUMA AMORIM, casaco Dino Alves.
  • 104. MARIA PAPOULA, Quimono e brincos, A Outra Face da Lua. RUI AGUIAR, camisa, casaco e calças, tudo Gucci na Fashion Clinic. Óculos Gucci. ANA CABRAL, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. NANA BENJAMIM, vestido Alves/Gonçalves. ANA CAMPOS, vestido N.21, bandolete Dolce Gabbana e tiara, tudo na Fátima Mendes. RUI AGUIAR, camisa, casaco e calças, tudo Gucci na Fashion Clinic. Óculos Gucci. Porcelana, serviço Paço Real. Copos em cristal manufaturado, linha Toccata. Cutelaria, linha Vega, tudo Vista Alegre Atlantis.
  • 105. JOYCE DORET, vestido Dino Alves. FILIPE CARRIÇO, casaco, camisa e laço, tudo Lanvin na Fátima Mendes. Brincos A Outra Face da Lua. Cap Nike. Óculos Balenciaga. Animais gigantes em faiança, Bordallo Pinheiro. ANA TRANCOSO, vestido Red Valentino, na Loja das Meias. RICARDO LAMEGO, casaco Tom Ford, camisa DSquared2 e calças Gucci, tudo na Fashion Clinic.
  • 106. PATRICIA BARNABÉ, vestido Balmain, na Fashion Clinic. Brincos, A Outra Face da Lua. MARIA PAPOULA, Quimono e brincos, A Outra Face da Lua. LÍGIA REIS, camisola Dries Van Noten. Máscara na Mascarilha. TIAGO MANAIA, bomber Gucci, na Fashion Clinic Cenário: Ana Trancoso, assistida por Inês Vidal e Rita Morgado. Maquilhagem: Cristina Gomes, assistida por Rita Fialho, Miguel Stapleton, Carina Quintiliano, Inês Aguiar, Anabela Gonçalves Cabelos: Helena Vaz Pereira e Rui Rocha assistidos por Rita Vasconcelos, com produtos L'Oréal Professionnel. Assistentes de realização: José Sotero, Tânia Filipe, Pedro Lança. Assistente de fotografia: Teresa Martelo. Agradecimentos: Armando Ribeiro, www.plataform-a.com Penha Longa e Palácio de Xabregas, www.penhalonga.com Vinhos Dalva e Quinta de Ventozelo, www.cdasilva.pt e www.quintadeventozelo.pt Champanhe Perrier-Jouët, www.perrier-jouet.com Vista Alegre Atlantis, www.vistaalegre.com Bordallo Pinheiro, http://pt.bordallopinheiro.com CARLOTA MORAIS PIRES, vestido Roland Mouret, na Stivali.
  • 107. SUSANA CHAVES, casaco Alves/ Gonçalves. Óculos Gucci. ANA CARVAS, vestido Dolce Gabbana, na Stivali. Champanhe e flûtes pintados à mão, Perrier-Jouët. PATRÍCIA LIMA, smoking Saint Laurent, na Stivali. SANDRA MARTINS, vestido Elie Saab, na Stivali. Toucado Luís Stoffel. CATARINA SANTOS, vestido Alves/Gonçalves. Toucado Luís Stoffel. PAULA MATEUS, vestido Dolce Gabbana, na Fátima Mendes. Gola Olga Noronha.