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Filme
 Etnográfico
e Antropologia
 da Imagem
      Unidade Curricular:
      Antropologia da
      Imagem
      Docente: João Maia
      e Carmo
      Discente: Pedro
      Baptista
Jean Rouch: Biografia
  Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de
  Fevereiro de 2004), foi realizador e etnólogo francês, um dos
  representantes e teóricos do cinema directo. Como cineasta e
  etnólogo, explorou o documentário puro criando um
  subgénero: a etnoficção1.

  Foi fonte de inspiração e constante referência para os realizadores.
  Presidente da Cinemateca Francesa durante cinco anos (1986 a 1991), é
  laureado com o Prémio Internacional da Paz . Rouch usou o cinema como
  um registo científico precioso sem nunca abandonar as possibilidades
  poéticas da linguagem cinematográfica. Ao mesmo tempo o cinema foi para
  ele um instrumento de investigação e registo. Foi esse recurso que tornou a
  sua obra tão universal e abrangente no tempo.



(1)   É uma mistura de documentário e de ficção na área da antropologia visual
O filme etnográfico

Um filme etnográfico é um género de
documentário praticado por cineastas e
etnólogos que o aplicam na investigação, no
domínio da antropologia visual, filmando
assim determinados grupos sociais, de
determinadas sociedades.

Um filme etnográfico abrange uma grande
variedade de utilização da imagem animada
aplicada ao estudo do Homem na sua
dimensão social e cultural.

Este género partilha com a Antropologia um interesse comum: o conhecimento
de outras culturas e civilizações e a sua compreensão e divulgação.
Relação câmara/homens


Para Jean Rouch, no filme etnográfico é
necessário que a câmara saia da imobilidade, isto
é, ele sugere que a câmara abandone o tripé e
ande na mão do operador, conduzindo-a para
onde é mais eficaz, tornando-a tão viva quanto os
homens que filma «este improviso dinâmico é a
harmonia de um travelling andando em perfeita
adequação com os movimentos dos homens
filmados».
A montagem

A montagem é o princípio que regula a organização de elementos
fílmicos visuais e sonoros, ou o conjunto de tais elementos encadeando-
se ou regulando a duração, envolvendo, a colagem, movimentos da
câmara e presença de vários motivos no mesmo plano.

Deve servir a narrativa e a representação realista do mundo, assegurar a
transparência do discurso fílmico, não excluindo a ambiguidade imanente
à realidade.
Resumo do filme: Chronique d’un Été
Rouch, acompanhado pelo sociólogo Edgar Morin, levam a
câmara às ruas para obter as respostas dos cidadãos à
pergunta: "você é feliz?". Transforma-se num ambicioso retrato
de um grupo composto por jovens estudantes, operários e
imigrantes, que expõem as suas concepções sobre a vida e a
política, as suas dúvidas e angústias, os seus quotidianos.



Reúnem-se os entrevistados para registar as
suas reacções à projecção do material
filmado, momento em que as fronteiras entre
verdade e ficção são postas em crise. Unindo o
método de Robert Flaherty às teorias de Dziga
Vertov, Rouch e Morin compõem neste filme-
ensaio o manifesto que inaugura o cinema
etnográfico.
Do filme etnográfico à antropologia visual

A Antropologia Visual, enquanto
disciplina desenvolveu-se na medida
em que as imagens colhidas no
campo ilustravam a realidade que as
monografias escritas retratavam.



Dá a ideia de um surgimento de ambiguidade entre filme etnográfico e
antropologia visual, dependendo esta das práticas diversificadas de
utilização das imagens. A procura de perspectivas metodológicas para a
antropologia visual coloca inúmeros problemas decorrentes, por um
lado, da introdução de uma nova instrumentação científica numa disciplina
que deu provas utilizando outros meios, e por outro lado, porque esta se
fez acompanhar de grandes polémicas em que se defrontavam os
partidários do escrito e das metodologias e métodos tradicionais.
Bibliografia
 Ribeiro, José (2004). Antropologia Visual: da minúcia do olhar ao
 olhar distanciado. Edições afrontamento


     Webgrafia

http://1.bp.blogspot.com/_JcMLzvnpY4k/SxQD_VEF0gI/AAAAAAAAAYg/YH_nac135l
A/s1600/Image18.jpg
http://www.eternoretorno.com/wp-content/uploads/2010/03/cronica-de-um-verao.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_S7M7POf9Ovc/S6ZELEYRtGI/AAAAAAAACaM/IIw_-
NdhrZc/s320/jeanrouchg.jpg
http://web.cip.com.br/flu/balafon/mostrajeanrouch/petitapetit3.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Rouch
http://www.mnemocine.com.br/aruanda/rouch.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_etnogr%C3%A1fico




Antropologia da Imagem – 2º semestre                     Ecm – 2011/2012

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  • 1. Filme Etnográfico e Antropologia da Imagem Unidade Curricular: Antropologia da Imagem Docente: João Maia e Carmo Discente: Pedro Baptista
  • 2. Jean Rouch: Biografia Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de Fevereiro de 2004), foi realizador e etnólogo francês, um dos representantes e teóricos do cinema directo. Como cineasta e etnólogo, explorou o documentário puro criando um subgénero: a etnoficção1. Foi fonte de inspiração e constante referência para os realizadores. Presidente da Cinemateca Francesa durante cinco anos (1986 a 1991), é laureado com o Prémio Internacional da Paz . Rouch usou o cinema como um registo científico precioso sem nunca abandonar as possibilidades poéticas da linguagem cinematográfica. Ao mesmo tempo o cinema foi para ele um instrumento de investigação e registo. Foi esse recurso que tornou a sua obra tão universal e abrangente no tempo. (1) É uma mistura de documentário e de ficção na área da antropologia visual
  • 3. O filme etnográfico Um filme etnográfico é um género de documentário praticado por cineastas e etnólogos que o aplicam na investigação, no domínio da antropologia visual, filmando assim determinados grupos sociais, de determinadas sociedades. Um filme etnográfico abrange uma grande variedade de utilização da imagem animada aplicada ao estudo do Homem na sua dimensão social e cultural. Este género partilha com a Antropologia um interesse comum: o conhecimento de outras culturas e civilizações e a sua compreensão e divulgação.
  • 4. Relação câmara/homens Para Jean Rouch, no filme etnográfico é necessário que a câmara saia da imobilidade, isto é, ele sugere que a câmara abandone o tripé e ande na mão do operador, conduzindo-a para onde é mais eficaz, tornando-a tão viva quanto os homens que filma «este improviso dinâmico é a harmonia de um travelling andando em perfeita adequação com os movimentos dos homens filmados».
  • 5. A montagem A montagem é o princípio que regula a organização de elementos fílmicos visuais e sonoros, ou o conjunto de tais elementos encadeando- se ou regulando a duração, envolvendo, a colagem, movimentos da câmara e presença de vários motivos no mesmo plano. Deve servir a narrativa e a representação realista do mundo, assegurar a transparência do discurso fílmico, não excluindo a ambiguidade imanente à realidade.
  • 6. Resumo do filme: Chronique d’un Été Rouch, acompanhado pelo sociólogo Edgar Morin, levam a câmara às ruas para obter as respostas dos cidadãos à pergunta: "você é feliz?". Transforma-se num ambicioso retrato de um grupo composto por jovens estudantes, operários e imigrantes, que expõem as suas concepções sobre a vida e a política, as suas dúvidas e angústias, os seus quotidianos. Reúnem-se os entrevistados para registar as suas reacções à projecção do material filmado, momento em que as fronteiras entre verdade e ficção são postas em crise. Unindo o método de Robert Flaherty às teorias de Dziga Vertov, Rouch e Morin compõem neste filme- ensaio o manifesto que inaugura o cinema etnográfico.
  • 7. Do filme etnográfico à antropologia visual A Antropologia Visual, enquanto disciplina desenvolveu-se na medida em que as imagens colhidas no campo ilustravam a realidade que as monografias escritas retratavam. Dá a ideia de um surgimento de ambiguidade entre filme etnográfico e antropologia visual, dependendo esta das práticas diversificadas de utilização das imagens. A procura de perspectivas metodológicas para a antropologia visual coloca inúmeros problemas decorrentes, por um lado, da introdução de uma nova instrumentação científica numa disciplina que deu provas utilizando outros meios, e por outro lado, porque esta se fez acompanhar de grandes polémicas em que se defrontavam os partidários do escrito e das metodologias e métodos tradicionais.
  • 8.
  • 9. Bibliografia Ribeiro, José (2004). Antropologia Visual: da minúcia do olhar ao olhar distanciado. Edições afrontamento Webgrafia http://1.bp.blogspot.com/_JcMLzvnpY4k/SxQD_VEF0gI/AAAAAAAAAYg/YH_nac135l A/s1600/Image18.jpg http://www.eternoretorno.com/wp-content/uploads/2010/03/cronica-de-um-verao.jpg http://2.bp.blogspot.com/_S7M7POf9Ovc/S6ZELEYRtGI/AAAAAAAACaM/IIw_- NdhrZc/s320/jeanrouchg.jpg http://web.cip.com.br/flu/balafon/mostrajeanrouch/petitapetit3.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Rouch http://www.mnemocine.com.br/aruanda/rouch.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_etnogr%C3%A1fico Antropologia da Imagem – 2º semestre Ecm – 2011/2012