1) O documento descreve as especificações e requisitos técnicos para correntes de amarração utilizadas para içamento de cargas.
2) As correntes devem ser feitas de aço com qualidade mínima grau 8 e seguir a norma técnica EN 12.195-3.
3) O documento fornece informações sobre classificação, capacidade de carga, inspeção, marcação e aplicações de correntes de amarração.
2. CORRENTE GR- 8
As correntes de amarração são feitas de aço e possuem
norma técnica mais atualizada e utilizada como base é a EN
12.195-3 e os dispositivos devem ser fornecidos com
certificado de garantia.
A produção de correntes para amarração necessita de aço
com pelo menos qualidade 8 (Grau 80).
A cor das correntes difere-se entre si e podem ser escolhidas
livremente pelos fabricantes.
A capacidade de carga de uma corrente de amarração é
identificada em plaqueta de aço com a sigla LC – Capacidade
de Carga.
Ela é indicada em daN (decaNewton – 1 daN = 1 kgf) e este
valor é definido para tração direta. Se a amarração é
utilizada ao redor da carga, formando um loop, este valor é
duplicado.
3. • Como especificar uma linga de corrente?
• 1. Identifique o peso da carga a ser movimentada.
2. Verifique se a carga possui pontos de içamento adequados.
3. Leve em consideração a altura do pé direito de suas instalações.
4. Verifique o dimensional do gancho da ponte rolante, guindaste
ou dispositivo no qual a linga será acoplada, para garantir a
compatibilidade com o elo de sustentação.
5. Escolha a linga com os componentes que mais se adequam à sua
operação.
6. Se a carga for assimétrica, possuir cantos vivos, ou for
movimentada em ambientes com temperaturas mais elevadas
considere o fator de redução de carga.
7. Defina o número de ramais e o comprimento total de acordo
com o detalhamento abaixo
5. • 1 RAMAL
Recomenda-se comprimento mínimo de 1000mm.
2 RAMAIS
É preciso levar em consideração a maior distância entre os
pontos de içamento, conforme a figura abaixo.
A = abertura máxima entre os pontos de içamento
6. Pode-se aplicar uma fórmula simplificada, multiplicando a distância entre os
pontos de içamento por 0,85. O resultado é o comprimento mín. da linga
com ângulo ß até 45°.
Exemplo
L = 1000 x 0,85 = 850mm
(850mm é igual ao comprimento mínimo da linga ß<= 45°)
4 RAMAIS
É preciso levar em consideração a maior distância entre os
pontos de içamento, conforme a figura abaixo.
7. A = abertura máxima entre os pontos de içamento
Pode-se aplicar uma fórmula simplificada, multiplicando a distância entre os pontos de
içamento por 0,95. O resultado é o comprimento mín. da linga com ângulo ß até 45°.
Exemplo
L = 1000 x 0,95 = 950mm
(950mm é igual ao comprimento mínimo da
linga ß<= 45°)
Por fim, recomendamos o mínimo de 30% acima do
comprimento indicado pelo cálculo, de modo a aumentar a
versatilidade da linga.
8. Sistema de Classificação em Grau
• A classificação do grau da corrente é conferida de acordo com a
tensão de ruptura, ou seja, a capacidade da corrente.
A corrente grau 8 é aquela que suporta de 800N/mm2 ou mais.
A corrente grau 10 é a corrente que suporta 1000N/mm2 ou
mais.
A corrente grau 12 é a corrente que suporta 1200N/mm2 ou
mais.
10. • Redução da Capacidade de Carga Temperatura:
• Entre -40°C e 200°C: Não há alteração na
capacidade de carga.
Entre 200°C e 300°C: Redução de 10%.
Entre 300°C e 400°C: Redução de 25%
•
Cantos vivos: Redução da capacidade de carga
em 20%. Considera-se canto vivo, quando o
raio é menor que o diâmetro nominal da
corrente.
11. O que chamamos de canto vivo:
Raio no canto da peça menor do que o diâmetro nominal da linga
12. • Cargas assimétricas: Redução da capacidade de carga em 50%
quando o içamento ocorrer com lingas de 2 ou mais ramais.
O que chamamos de cargas assimétricas:
assimétrico simétrico
14. Içamento com linga de um
ramal, sem inclinação, força
aplicada ao ramal
corresponde ao peso da
carga.
Içamento com linga de dois ramais,
ângulo de 45°, força aplicada em
cada ramal aproximada de 70% do
peso da carga
Içamento com linga de dois ramais, ângulo de 60°, força
aplicada em cada ramal correspondente ao peso da carga.
15. Içamento com linga de dois ramais, ângulo de 80°, força aplicada em
cada ramal superior ao peso da carga.
16. Recomendações e Restrições de Uso
• Lingas de corrente e acessórios não devem:
• Ser submetidas a meios ácidos ou alcalinos.
• Ser zincadas, galvanizadas, receber tratamento de superfície
que envolva ácidos, bases e alta temperatura. Tais processos,
quando necessários, devem ser feitos exclusivamente pelo
fabricante.
• Ser submetidas, pelo usuário, a nenhuma espécie de
tratamento térmico, termoquímico e soldas.
• Ser submetidas a temperaturas superiores a 400°C. Tal situação
compromete permanentemente a capacidade de carga.
• O fabricante deverá ser consultado quando as correntes forem
submetidas a produtos químicos de alta concentração.
17. Antes de qualquer uso, verifique:
• Capacidade de carga indicada na plaqueta de
identificação.
• Danos visíveis ou sinais de desgaste que
possam comprometer a capacidade de carga.
• Se a corrente está livre de torções ou nós.
• A presença de pontos de içamento adequados
na carga.
18. • Normas Brasileiras Aplicáveis
• Normas brasileiras foram desenvolvidas pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) com base nas normas internacionais,
sendo estas as aplicáveis:
• NBR ISO 1834: Corrente de elos curtos para elevação de cargas -
condições gerais de aceitação.
• NBR ISO 3076: Corrente de elos curtos para elevação de cargas - Grau T
(8), não calibrada, para lingas de correntes, etc.
• NBR ISO 15516-1: Corrente de elos curtos para elevação de cargas -
Lingas de correntes parte 1: Requisitos e métodos de ensaio.
• NBR ISO 15516-2: Corrente de elos curtos para elevação de cargas -
Lingas de correntes parte 2: Uso, manutenção e inspeção.
• NR-11 – Norma regulamentadora de segurança e medicina do trabalho.
Trabalho com içamento de cargas .
•
19. Inspeções de Correntes
• As correntes utilizadas em movimentação de cargas devem ser
inspecionadas pelo menos uma vez por ano e, dependendo do tipo de
trabalho, semestralmente.
Substituições de correntes devem ser feitas quando seu diâmetro médio
(dm) em qualquer ponto tenha sofrido redução igual ou superior a 10%
do diâmetro nominal.
Para esta conclusão, deve-se adotar a seguinte fórmula
20. Operação com encurtadores de corrente
• Os encurtadores fazem com que as lingas de corrente sejam
extremamente versáteis através da variação de comprimento
de seus ramais. Imprescindível para a movimentação segura
de cargas assimétricas e com dimensional irregular.
Gancho
Encurtador
VH
Gancho
Encurtador
VHO
Gancho
Encurtador
VVH
Garra
Encurtadora
VMVK
24. Critérios básicos para inspeções de rotina
1. Colocar a cinta em uma superfície plana;
2. Examinar com atenção ambos os lados;
3. Examinar cuidadosamente os olhais;
4. Examinar cuidadosamente as proteções e os acessórios se houver;
5. Todo o pessoal envolvido com o uso e as inspeções deve ser treinado.
25. Cabos de aço - Amarração de cargas
• A correta especificação de cabos de aço é de vital importância, pois,
seu bom desempenho na amarração de cargas será definido a partir
da especificação.
• Atualmente no Brasil, a norma técnica com os requisitos mínimos
para a fabricação é a ISO 2408. Para amarração de cargas,
indicamos à norma EN 12.195-4 como referência com as
devidas adequações de resistência e fatores de segurança.
• Destacamos que os cabos podem ser utilizados tanto para
amarração direta quanto para a amarração diagonal. Segundo a
norma EN 12.195-4, o fator de segurança dos cabos de aço é de
3:1 sendo a classe dos cabos de aço a serem utilizados 6x19 ou
6x36 com alma de fibra ou alma de aço.
• Abaixo seguem os itens que deverão ser considerados durante a
especificação do cabo de aço:
26. • Diâmetro nominal;
• Classe (6x19 ou 6x36);
• Tipo de alma (aço ou fibra);
• Torção regular;
• Acabamento (polido ou galvanizado)
• Para utilização onde o produto fica sujeito à intempéries,
recomenda-se a utilização dos cabos galvanizados, uma vez
que a corrosão interna é um alto fator de risco para a
amarração de cargas.
• Na tabela de capacidades apresentada abaixo, é considerada
eficiência de 90% na carga de ruptura em função do tipo de
acabamento da extremidade (trançado flamengo com presilha
de aço).