PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
Ficha biosfera
1. Um alerta sobre o impacto do Homem na biosfera
Rachel Carsan, bióloga, ecologista e escritora (1907-1964), alarmada com a utilização
crescente de pesticidas sintéticos, como o DDT, após a 2.a
Guerra Mundial, escreveu o
livro Primavera Silenciosa (1962), do qual se transcreve o seguinte texto:
“Era uma vez uma cidade no coração da América, onde toda a vida parecia palpitar
em harmonia com o seu ambiente.
Ao longo dos caminhos, os loureiros, os amieiros, grandes fetos e flores silvestres
encantavam os viajantes durante grande parte do ano. Mesmo no Inverno, as bermas
das estradas eram lugares de beleza, onde incontáveis aves vinham comer as bagas e
a extremidade das ervas secas que emergiam da neve. A região era de facto famosa
pela abundância e variedade dos pássaros e, quando os grandes bandos migratórios a
atravessavam, na Primavera e no Outono, havia gente que vinha desde muito longe
para os admirar. Outros vinham para pescar nos rios que desciam das colinas, frios e
límpidos, e que tinham grandes remansos de sombra onde nadavam as trutas. Assim
tinha sempre sido desde muitos anos antes, desde quando os primeiros colonos haviam
erguido as suas casas, perfurado os seus poços, construindo os seus celeiros.
Mas, depois, uma estranha praga alastrou por toda a região e tudo começou a mudar.
Um mau feitiço tinha caído sobre a comunidade:
Doenças misteriosas varriam as ninhadas de pintos; as reses e as ovelhas adoeciam
e morriam. Por toda a parte se estendia uma sombra de morte. Os lavradores falavam
de muitos males que afligiam as suas famílias. Na cidade, os médicos andavam cada
vez mais intrigados com as novas doenças que apareciam entre os seus pacientes.
Tinham-se verificado várias mortes inexplicáveis e súbitas, não apenas de adultos,
mas também de crianças que eram abruptamente atacadas enquanto brincavam e mor-
riam poucas horas depois.
Havia um estranho silêncio. Os pássaros, por exemplo, para onde tinham ido? Muita
gente falava neles com um espanto perturbado. Os lugares onde costumavam ir comer, nos
quintais, estavam agora desertos. As poucas aves que se viam ainda encontravam-se
moribundas: tremiam violentamente e não podiam voar. Era uma Primavera sem vozes.
As bermas dos caminhos, dantes tão atraentes, estavam agora orladas de vegetação
acastanhada e seca, como que varrida pelo fogo.
E também eram agora silenciosas, abandonadas por todas as criaturas vivas. As pró-
prias correntes de água mostravam-se sem vida. Nenhum pescador as visitava, porque
todos os peixes tinham desaparecido, mortos.
Nas goteiras e entre as vigas dos telhados, havia ainda manchas de um pó branco e
granular; algumas semanas antes, esse pó tinha caído como neve sobre as casas e os
prados, os campos e as águas.
Nenhum feitiço, nenhuma acção de inimigo, calara o renovo da vida naquele mundo
ferido.
Eram as próprias pessoas que tinham feito aquilo.
Esta cidade não existe na realidade. Não conheço nenhuma comunidade que tenha
sofrido os infortúnios que descrevo.”
Rachel Carsan, A Primavera Silenciosa
2. 1. Transcreve uma frase que mostre um caso de:
1.1. poluição do ar;
1.2. poluição da água.
2. Em que medida a autora procura alertar para o perigo de acções humanas sobre a
biosfera?
3. Apesar de alguns cientistas terem considerado Rachel Carson como alarmista, ela
é considerada a mãe do ambientalismo moderno.
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