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Agentes nutricionais – ajudas ergogénicas
1
Atletas de Resistência vs. Força
2
Resistência Força
Maratona
Natação
Ciclismo
Basquetebol
Futebol
Salto em
comprimento
Alterofilismo
Proteínas
Esta combinação promove um aumento da taxa de
armazenamento de glicogénio muscular pela ativação da
síntese de glicogénio.
Williams MB, Raven PB, Fogt DL, Ivy JL. Effects of recovery beverages on glycogen restoration and endurance exercise performance. J
Strength Cond Res 2003;17:12–19.
Zawadzki KM, Yaspelkis BB 3rd, Ivy JL. Carbohydrate-protein complex increases the rate of muscle glycogen storage after exercise. J Appl
Physiol 1992;72:1854–1859.
Estudos recentes demonstram que as refeições/bebidas pós-
exercício devem conter a combinação de HC e proteínas.
Proteínas
A suplementação proteica contínua após exercício com intervalos de 2 horas pode
manter uma recuperação ativa do glicogénio até 8h após o final do exercício.
A ingestão combinada de hidratos de carbono e proteínas imediatamente após o
exercício é ideal para estimular a síntese proteica e promover a recuperação do
tecido muscular. Isto pode conduzir a um impacto positivo na performance física.
Williams MB, Raven PB, Fogt DL, Ivy JL. Effects of recovery beverages on glycogen restoration and endurance exercise performance. J
Strength Cond Res 2003;17:12–19.
As recomendações gerais para o consumo de HC e proteínas no
momento de pós-exercício são as seguintes:
Proteínas
1) durante as primeiras 3h, ingerir 2 ou 3 refeições fornecendo 400 a 600 kcal
(cada);
2) para atletas de exercícios de força, é recomendado um racio de HC e proteínas
de 2:1;
3) para atletas de jogos de equipa, recomenda-se um ratio de 3:1;
4) para atletas de resistência, recomenda-se um ratio de 4:1;
5) é importante assegurar que a 1ª refeição pós-exercício inclua HC de alto Índice
Glicémico (dextrose, maltodextrina) e proteínas de rápida digestão (concentrados
de proteína de soro, hidrolisados);
6) ter em atenção que para elevados volumes de treino as quantidades têm de ser
ajustadas.
As recomendações gerais para o consumo de HC e proteínas no
momento de pós-exercício são as seguintes:
Nutritional Supplements in Sports and Exercise. Mike Greenwood, Douglas S. Kalman, Jose Antonio Ed. Human Press. 522 p.
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
Contributo para aumento da secreção de hormonas
anabólicas;
Prevenção de efeitos adversos do treino intenso;
Prevenção de fadiga mental pós-treino (exercício).
Uso enquanto ajudas ergogénicas
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
O triptofano, é um precursor da serotonina.
O aumento da produção de serotonina aumenta a
tolerância à dor durante o exercício intenso.
Mas a literatura apresenta resultados contraditórios!
Melvin Williams . Dietary Supplements and Sports Performance: Amino Acids. Journal of the International Society of Sports Nutrition.
2(2): 63-67, 2005.
Triptofano
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
Reduzem os valores de RPE (perceção subjetiva de
esforço) e a fadiga mental durante exercícios prolongados
e aumentam a performance cognitiva.
Podem aumentar a performance física durante exercícios
sob calor intenso ou em competição.
Mas a literatura apresenta resultados contraditórios!
Blomstrand, E. Amino acids and central fatigue. Amino Acids 20: 25-34, 2001.
Aminoácidos conjugados
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
A literatura científica indica pouco suporte de estudos
controlados que recomendem a glutamina para melhorar
a função imunológica dos atletas.
Hargreaves, M., and Snow, R. Amino acids and endurance exercise. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism
11:133-45, 2001.
Nieman, D. Exercise immunology: Nutrition countermeasures. Canadian Journal of Applied Physiology 26:S45-55, 2001.
Glutamina
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
Aspartato de potássio e magnésio são sais de ácido aspártico.
Aumentam o metabolismo dos ácidos gordos e diminuem a utilização do
glicogénio muscular ou diminuem a acumulação de amónia durante o exercício.
Cerca de 50 % dos estudos disponíveis indicam melhoria de performance física
nos testes efetuados em exercícios de resistência aeróbica.
Williams, MH Nutrition for Health, Fitness & Sports. Boston: McGraw-Hill, 2005.
Aspartato
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
A arginina é um substrato para a síntese de óxido nítrico;
Potente vasodilatador endógeno que pode beneficiar o fluxo sanguíneo e a
capacidade de resistência do atleta.
Diversos estudos envolvendo pacientes com doença arterial periférica ou
sintomas clínicos de angina de peito demonstraram melhoria na sua capacidade
física após suplementação com arginina.
Bednarz, B., et al. L-arginine supplementation prolongs exercise capacity in congestive heart failure. Kardiologia Polska 60:348-
53, 2004.
Cheng, J., et al. L-arginine in the management of cardiovascular disease. Annals Pharmacotherapy 35: 755-64, 2001.
Arginina
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
Têm sido usados para tentar aumentar a produção de hormona de crescimento
humano (somatropina) de forma a aumentar a massa magra muscular e a força.
Estudos controlados, com alterofilistas, não evidenciaram aumentos da
hormona nem de força muscular estatisticamente significativos.
Fogelholm, G. M., et al. Low-dose amino acid supplementation: No effects on serum growth hormone and insulin in male
weightlifters. International Journal of Sport Nutrition 3: 290-97, 1993.
Lambert, M., et al. Failure of commercial oral amino acid supplements to increase serum growth hormone concentrations in male
body builders. International Journal of Sport Nutrition 3: 298-305, 1993.
Suminski, R., et al. Acute effect of amino acid ingestion and resistance exercise on plasma growth hormone concentration in young
men. International Journal of Sport Nutrition 7: 48-60, 1997.
Ornitina, lisina e arginina
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
A tirosina é um precursor das hormonas neurotransmissoras catecolaminas,
epinefrina, norepinefrina e dopamina. A produção inadequada destas hormonas
pode comprometer a performance física.
Num estudo balanceado bem desenhado Sutton et al., (2005) verificou que a
suplementação com 150 mg de tirosina/kg de peso corporal, consumidos 30
minutos antes de uma série de testes de performance física, aumentou os
níveis plasmáticos de tirosina mas não houve efeito na resistência aeróbia ou
força muscular.
Sutton, E., et al. Ingestion of tyrosine: Effects on endurance, muscle strength, and anaerobic performance. International Journal of
Sport Nutrition and Exercise Metabolism 15:173-85, 2005.
Tirosina
Agentes Nutricionais: Aminoácidos
A taurina é um aminoácido não essencial que contém enxofre mas que não
contém um codão genético que lhe permita ser inserida em proteínas ou
enzimas. Tem um papel em várias funções fisiológicas como a contração
cardíaca e atividade antioxidante.
Os autores Zhang et al. (2004) demonstraram que a suplementação durante 7
dias com taurina induziu um aumento significativo no VO2 máx. até à exaustão;
o efeito ergogénico foi atribuído à atividade antioxidante e propriedades de
proteção celular da taurina.
Zhang, M., et al. Role of taurine supplementation to prevent exercise-induced oxidative stress in healthy young men. Amino Acids
26:203-207, 2004.
Taurina
AJUDAS ERGOGÉNICAS E
RENDIMENTO
Agentes Nutricionais:
CARNITINA
Agentes Nutricionais: Carnitina
Papel importante no metabolismo dos ácidos gordos
Amina quaternária que intervém no transporte de
ácidos gordos livres do citosol para a o interior da
mitocôndria facilitando a sua oxidação e a
produção de ATP
Agentes Nutricionais: Carnitina
Ingestão de alimentos (carne - especialmente a
mais vermelha, peixe e leite)
Síntese no organismo a partir de dois aminoácidos
essenciais (Lisina e Metionina)
Suplementação
Organismo obtém carnitina através de:
Agentes Nutricionais: Carnitina
Propriedade ergogénica
Ao depender mais das gorduras como fonte de
energia, é possível economizar glicogénio e
aumentar a capacidade de resistência aeróbica.
Agentes Nutricionais: Carnitina
Estudos realizados – Teoria formulada
“Ao aumentar a disponibilidade de carnitina
podemos facilitar a oxidação dos lípidos.”
Agentes Nutricionais: Carnitina
Estudos realizados - Resultados
Vários mostram provas indiretas do aumento da
oxidação das gorduras com a suplementação de
carnitina.
MAS…
Agentes Nutricionais: Carnitina
Suplementação:
- não melhora armazenamento de carnitina nos
músculos;
- não melhora oxidação dos ácidos gordos;
- não poupa glicogénio;
- não retarda aparição da fadiga durante o exercício;
- não demonstrado de forma inequívoca melhoria do
rendimento dos desportistas.
Maioria não mostra efeito algum, direto ou indireto
AJUDAS ERGOGÉNICAS E
RENDIMENTO
Agentes nutricionais:
CREATINA
Agentes Nutricionais: Creatina
Aminoácido produzido no corpo pelos rins e fígado,
proveniente da alimentação (carne e produtos animais).
Usada pelo tecido muscular para a produção de
fosfocreatina (importante na formação de ATP),
fonte de energia para a contração muscular e
outras funções no nosso corpo.
Agentes Nutricionais: Creatina
Modo de atuação no corpo
Creatina é alterada para “Fosfocreatina” que atua como
reservatório de armazenamento para a energia rápida.
Importante em tecidos como os músculos voluntários e para o
sistema nervoso, os quais requerem grandes quantidades de
energia.
Agentes Nutricionais: Creatina
Os núcleos das células musculares possuem ramificações com
células especializadas à volta do músculo (células satélite).
O aumento no nº destas células pode significar um aumento do nº
de núcleos nas fibras musculares.
Um estudo mostrou que a creatina aumenta o nº destas células,
de forma saudável, mesmo que o indivíduo não treine, sendo
este efeito potenciado pelo treino.
Agentes Nutricionais: Creatina
Consumo em atletas
Estudos demonstraram que pode melhorar a
performance dos atletas em atividades que requerem
explosões rápidas de energia (ex: Sprints).
Pode ainda ajudar os atletas a recuperar mais
rapidamente dessas mesmas explosões.
Agentes Nutricionais: Creatina
Consumo em atletas
Mais adequada para os culturistas, pois ajuda ao
aumento da massa muscular em vez da resistência
muscular
Menos apropriada para atletas que participem em
atividades de resistência.
Agentes Nutricionais: Creatina
o Reportados alguns casos de danos renais;
o Não foi registada toxicidade com suplementação de
creatina;
o Desidratação;
o Diarreia como efeito secundário mais frequentes,
seguido pelas cãibras musculares.
Segurança vs efeitos secundários (estudos):
Agentes Nutricionais: Creatina
Em 18 estudos ficou demonstrado que os rins, fígado ou mesmo as
funções da corrente sanguínea não eram afetados:
• pela toma de grandes quantidades de creatina por curtos períodos
de tempo;
• pequenas quantidades por períodos longos, em jovens adultos
saudáveis.
Num estudo menos extenso com indivíduos a tomarem doses de 5-
30 g/dia, não foram detetadas alterações na função renal após 5
anos de toma do suplemento.
Segurança vs efeitos secundários (estudos):
Agentes Nutricionais: Creatina
Físicos e Psicológicos:
Aumento da capacidade de raciocínio e concentração, da
capacidade aeróbica e da capacidade anaeróbica. Retarda a fadiga
muscular e acelera a recuperação.
Ósseos:
Um estudo efetuado com ratos jovens, demonstrou que a creatina
tem também um efeito fortalecedor do esqueleto.
Efeitos
Agentes Nutricionais: Creatina
Creatina vs cafeína
Um estudo revelou que os praticantes de desportos explosivos
(futebol, atletismo…) beneficiam se combinarem o consumo de
creatina por um par de dias com a ingestão de cafeína
Resultado: Aumento ligeiro do batimento cardíaco e o sangue
continha um pouco mais de ácido láctico e glicose.
Agentes Nutricionais: Creatina
Artigo recente resume a evidência para os benefícios de saúde da
supl. de creatina em idosos.
Benéfica mesmo aqueles que se encontram inativos. Com
envelhecimento surge a perda de força e a diminuição da massa
magra, bem como o declínio cognitivo.
O estudo mostra que a supl. em idosos pode aumentar a massa
magra, força, resistência à fadiga, o desempenho em atividades
diárias e pode até diminuir o declínio cognitivo, aumentando os
níveis de creatina cerebral.
Agentes Nutricionais: Creatina
Suplementos Musculares
Vantagens:
Contêm apenas o de que melhor têm os alimentos, evitando o consumo
de gordura existente, por exemplo, num bife  logo melhora o
desempenho físico e desenvolvimento muscular.
Supl. musculares e alimentares poderão também ser uma solução para
vários problemas de saúde, como a obesidade, insónia, lesões
traumáticas, raquitismo, alzheimer, impotência sexual e muitas outras.
Agentes Nutricionais: Creatina
Bacalhau – 3,0g/kg
Salmão – 4,5g/kg
Atum – 4,0g/kg
Alimentos ricos em creatina:
Carne bovina – 4,5g/kg
Agentes Nutricionais: Creatina
Em 2007 a Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva fez
um comunicado sobre o benefício do consumo de creatina:
É a mais eficaz para aumentar o desempenho físico e a massa
magra durante os treinos;
Pode prevenir lesões ou tratar outras condições médicas;
Nenhuma evidência médica permite concluir que o consumo
prejudica a saúde, seja a curto seja a longo prazo;
Atletas jovens devem preferir a suplementação com creatina ao
consumo de esteróides anabólicos.
AJUDAS ERGOGÉNICAS E
RENDIMENTO
Agentes Nutricionais:
Crómio
Agentes Nutricionais: Crómio
Atua em conjugação com a insulina potenciando a
sua atividade
Tem um papel importante no metabolismo dos
atletas
Agentes Nutricionais: Crómio
A deficiência de crómio nos atletas, devido à perda
excessiva do mesmo na urina, pode originar
diminuição nas reservas de glicogénio hepático e
muscular.
A absorção intestinal do crómio é diminuída pelas
fibras e determinada pelo ferro e zinco da dieta.
Características
Agentes Nutricionais: Crómio
Ingestão de alimentos (brócolos, ostras, cogumelos,
fermento, trigo, gérmen de trigo, melaço, fígado,
frango, carne bovina, queijos )
Suplementação
Organismo obtém crómio através de:
Agentes Nutricionais: Crómio
Propriedade ergogénica
O papel do crómio é incerto.
Atua no complexo orgânico que influencia a ação
da insulina
Tem um papel ativo no metabolismo das
lipoproteínas e hidratos de carbono
Atua na estabilização da estrutura dos ácidos
nucleicos e na expressão genética.
Agentes Nutricionais: Crómio
Estudos realizados – Raros
a deficiência de crómio resulta na resistência
à insulina;
a resistência à insulina que resulta da
insuficiência de crómio melhora com a
suplementação.
Agentes Nutricionais: Crómio
Estudos realizados - Resultados
A deficiência de crómio leva ao aumento da
concentração de colesterol, triglicerídeos
séricos elevados, aumento da incidência das
plaquetas aórticas, lesões córneas.
Bibliografia
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000500008,
consultado no dia 9 de Maio de 2013
http://ods.od.nih.gov/factsheets/Carnitine-HealthProfessional/, consultado no dia 9
de Maio de 2013
Eastwood, Martin (2003). Princípios de Nutrição Humana ,, Editoria Instituto Piaget,
ISBN – 978-972-771-879-5
Horta, Luís, (1996). Nutrição no Desporto,, Editorial Caminho, ISBN 972-21-1065-9
Mahan, L.K.; Escott-Stump, S. (2010). Krause - Alimentos Nutrição e Dietoterapia, 10ª
edição; Mc Graw Hill
http://www.creatinas.com/, consultado no dia 06/05/2013
http://www.creatinas.com/efeitos-da-creatina/ consultado no dia 06/05/2013
http://www.creatinas.com/2011/08/efeito-da-creatina-no-esporte/, consultado no dia
06/05/2013
http://www.creatinas.com/2011/08/mitos-e-verdades-sobre-a-creatina/, consultado no dia
06/05/2013
http://www.creatinas.com/2011/12/a-creatina-faz-bem-a-jovens-e-a-idosos/, consultado no
dia 06/05/2013
http://www.creatinas.com/2011/11/suplementos-musculares/, consultado no dia 06/05/2013
http://www.creatinas.com/como-funciona-a-creatina/, consultado no dia 06/05/2013
http://www.anutricionista.com/a-volta-da-creatina.html, consultado no dia 12/05/2013
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Agentes nutricionais e rendimento atlético

  • 1. Agentes nutricionais – ajudas ergogénicas 1
  • 2. Atletas de Resistência vs. Força 2 Resistência Força Maratona Natação Ciclismo Basquetebol Futebol Salto em comprimento Alterofilismo
  • 3. Proteínas Esta combinação promove um aumento da taxa de armazenamento de glicogénio muscular pela ativação da síntese de glicogénio. Williams MB, Raven PB, Fogt DL, Ivy JL. Effects of recovery beverages on glycogen restoration and endurance exercise performance. J Strength Cond Res 2003;17:12–19. Zawadzki KM, Yaspelkis BB 3rd, Ivy JL. Carbohydrate-protein complex increases the rate of muscle glycogen storage after exercise. J Appl Physiol 1992;72:1854–1859. Estudos recentes demonstram que as refeições/bebidas pós- exercício devem conter a combinação de HC e proteínas.
  • 4. Proteínas A suplementação proteica contínua após exercício com intervalos de 2 horas pode manter uma recuperação ativa do glicogénio até 8h após o final do exercício. A ingestão combinada de hidratos de carbono e proteínas imediatamente após o exercício é ideal para estimular a síntese proteica e promover a recuperação do tecido muscular. Isto pode conduzir a um impacto positivo na performance física. Williams MB, Raven PB, Fogt DL, Ivy JL. Effects of recovery beverages on glycogen restoration and endurance exercise performance. J Strength Cond Res 2003;17:12–19. As recomendações gerais para o consumo de HC e proteínas no momento de pós-exercício são as seguintes:
  • 5. Proteínas 1) durante as primeiras 3h, ingerir 2 ou 3 refeições fornecendo 400 a 600 kcal (cada); 2) para atletas de exercícios de força, é recomendado um racio de HC e proteínas de 2:1; 3) para atletas de jogos de equipa, recomenda-se um ratio de 3:1; 4) para atletas de resistência, recomenda-se um ratio de 4:1; 5) é importante assegurar que a 1ª refeição pós-exercício inclua HC de alto Índice Glicémico (dextrose, maltodextrina) e proteínas de rápida digestão (concentrados de proteína de soro, hidrolisados); 6) ter em atenção que para elevados volumes de treino as quantidades têm de ser ajustadas. As recomendações gerais para o consumo de HC e proteínas no momento de pós-exercício são as seguintes: Nutritional Supplements in Sports and Exercise. Mike Greenwood, Douglas S. Kalman, Jose Antonio Ed. Human Press. 522 p.
  • 6. Agentes Nutricionais: Aminoácidos Contributo para aumento da secreção de hormonas anabólicas; Prevenção de efeitos adversos do treino intenso; Prevenção de fadiga mental pós-treino (exercício). Uso enquanto ajudas ergogénicas
  • 7. Agentes Nutricionais: Aminoácidos O triptofano, é um precursor da serotonina. O aumento da produção de serotonina aumenta a tolerância à dor durante o exercício intenso. Mas a literatura apresenta resultados contraditórios! Melvin Williams . Dietary Supplements and Sports Performance: Amino Acids. Journal of the International Society of Sports Nutrition. 2(2): 63-67, 2005. Triptofano
  • 8. Agentes Nutricionais: Aminoácidos Reduzem os valores de RPE (perceção subjetiva de esforço) e a fadiga mental durante exercícios prolongados e aumentam a performance cognitiva. Podem aumentar a performance física durante exercícios sob calor intenso ou em competição. Mas a literatura apresenta resultados contraditórios! Blomstrand, E. Amino acids and central fatigue. Amino Acids 20: 25-34, 2001. Aminoácidos conjugados
  • 9. Agentes Nutricionais: Aminoácidos A literatura científica indica pouco suporte de estudos controlados que recomendem a glutamina para melhorar a função imunológica dos atletas. Hargreaves, M., and Snow, R. Amino acids and endurance exercise. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism 11:133-45, 2001. Nieman, D. Exercise immunology: Nutrition countermeasures. Canadian Journal of Applied Physiology 26:S45-55, 2001. Glutamina
  • 10. Agentes Nutricionais: Aminoácidos Aspartato de potássio e magnésio são sais de ácido aspártico. Aumentam o metabolismo dos ácidos gordos e diminuem a utilização do glicogénio muscular ou diminuem a acumulação de amónia durante o exercício. Cerca de 50 % dos estudos disponíveis indicam melhoria de performance física nos testes efetuados em exercícios de resistência aeróbica. Williams, MH Nutrition for Health, Fitness & Sports. Boston: McGraw-Hill, 2005. Aspartato
  • 11. Agentes Nutricionais: Aminoácidos A arginina é um substrato para a síntese de óxido nítrico; Potente vasodilatador endógeno que pode beneficiar o fluxo sanguíneo e a capacidade de resistência do atleta. Diversos estudos envolvendo pacientes com doença arterial periférica ou sintomas clínicos de angina de peito demonstraram melhoria na sua capacidade física após suplementação com arginina. Bednarz, B., et al. L-arginine supplementation prolongs exercise capacity in congestive heart failure. Kardiologia Polska 60:348- 53, 2004. Cheng, J., et al. L-arginine in the management of cardiovascular disease. Annals Pharmacotherapy 35: 755-64, 2001. Arginina
  • 12. Agentes Nutricionais: Aminoácidos Têm sido usados para tentar aumentar a produção de hormona de crescimento humano (somatropina) de forma a aumentar a massa magra muscular e a força. Estudos controlados, com alterofilistas, não evidenciaram aumentos da hormona nem de força muscular estatisticamente significativos. Fogelholm, G. M., et al. Low-dose amino acid supplementation: No effects on serum growth hormone and insulin in male weightlifters. International Journal of Sport Nutrition 3: 290-97, 1993. Lambert, M., et al. Failure of commercial oral amino acid supplements to increase serum growth hormone concentrations in male body builders. International Journal of Sport Nutrition 3: 298-305, 1993. Suminski, R., et al. Acute effect of amino acid ingestion and resistance exercise on plasma growth hormone concentration in young men. International Journal of Sport Nutrition 7: 48-60, 1997. Ornitina, lisina e arginina
  • 13. Agentes Nutricionais: Aminoácidos A tirosina é um precursor das hormonas neurotransmissoras catecolaminas, epinefrina, norepinefrina e dopamina. A produção inadequada destas hormonas pode comprometer a performance física. Num estudo balanceado bem desenhado Sutton et al., (2005) verificou que a suplementação com 150 mg de tirosina/kg de peso corporal, consumidos 30 minutos antes de uma série de testes de performance física, aumentou os níveis plasmáticos de tirosina mas não houve efeito na resistência aeróbia ou força muscular. Sutton, E., et al. Ingestion of tyrosine: Effects on endurance, muscle strength, and anaerobic performance. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism 15:173-85, 2005. Tirosina
  • 14. Agentes Nutricionais: Aminoácidos A taurina é um aminoácido não essencial que contém enxofre mas que não contém um codão genético que lhe permita ser inserida em proteínas ou enzimas. Tem um papel em várias funções fisiológicas como a contração cardíaca e atividade antioxidante. Os autores Zhang et al. (2004) demonstraram que a suplementação durante 7 dias com taurina induziu um aumento significativo no VO2 máx. até à exaustão; o efeito ergogénico foi atribuído à atividade antioxidante e propriedades de proteção celular da taurina. Zhang, M., et al. Role of taurine supplementation to prevent exercise-induced oxidative stress in healthy young men. Amino Acids 26:203-207, 2004. Taurina
  • 15. AJUDAS ERGOGÉNICAS E RENDIMENTO Agentes Nutricionais: CARNITINA
  • 16. Agentes Nutricionais: Carnitina Papel importante no metabolismo dos ácidos gordos Amina quaternária que intervém no transporte de ácidos gordos livres do citosol para a o interior da mitocôndria facilitando a sua oxidação e a produção de ATP
  • 17. Agentes Nutricionais: Carnitina Ingestão de alimentos (carne - especialmente a mais vermelha, peixe e leite) Síntese no organismo a partir de dois aminoácidos essenciais (Lisina e Metionina) Suplementação Organismo obtém carnitina através de:
  • 18. Agentes Nutricionais: Carnitina Propriedade ergogénica Ao depender mais das gorduras como fonte de energia, é possível economizar glicogénio e aumentar a capacidade de resistência aeróbica.
  • 19. Agentes Nutricionais: Carnitina Estudos realizados – Teoria formulada “Ao aumentar a disponibilidade de carnitina podemos facilitar a oxidação dos lípidos.”
  • 20. Agentes Nutricionais: Carnitina Estudos realizados - Resultados Vários mostram provas indiretas do aumento da oxidação das gorduras com a suplementação de carnitina. MAS…
  • 21. Agentes Nutricionais: Carnitina Suplementação: - não melhora armazenamento de carnitina nos músculos; - não melhora oxidação dos ácidos gordos; - não poupa glicogénio; - não retarda aparição da fadiga durante o exercício; - não demonstrado de forma inequívoca melhoria do rendimento dos desportistas. Maioria não mostra efeito algum, direto ou indireto
  • 23. Agentes Nutricionais: Creatina Aminoácido produzido no corpo pelos rins e fígado, proveniente da alimentação (carne e produtos animais). Usada pelo tecido muscular para a produção de fosfocreatina (importante na formação de ATP), fonte de energia para a contração muscular e outras funções no nosso corpo.
  • 24. Agentes Nutricionais: Creatina Modo de atuação no corpo Creatina é alterada para “Fosfocreatina” que atua como reservatório de armazenamento para a energia rápida. Importante em tecidos como os músculos voluntários e para o sistema nervoso, os quais requerem grandes quantidades de energia.
  • 25. Agentes Nutricionais: Creatina Os núcleos das células musculares possuem ramificações com células especializadas à volta do músculo (células satélite). O aumento no nº destas células pode significar um aumento do nº de núcleos nas fibras musculares. Um estudo mostrou que a creatina aumenta o nº destas células, de forma saudável, mesmo que o indivíduo não treine, sendo este efeito potenciado pelo treino.
  • 26. Agentes Nutricionais: Creatina Consumo em atletas Estudos demonstraram que pode melhorar a performance dos atletas em atividades que requerem explosões rápidas de energia (ex: Sprints). Pode ainda ajudar os atletas a recuperar mais rapidamente dessas mesmas explosões.
  • 27. Agentes Nutricionais: Creatina Consumo em atletas Mais adequada para os culturistas, pois ajuda ao aumento da massa muscular em vez da resistência muscular Menos apropriada para atletas que participem em atividades de resistência.
  • 28. Agentes Nutricionais: Creatina o Reportados alguns casos de danos renais; o Não foi registada toxicidade com suplementação de creatina; o Desidratação; o Diarreia como efeito secundário mais frequentes, seguido pelas cãibras musculares. Segurança vs efeitos secundários (estudos):
  • 29. Agentes Nutricionais: Creatina Em 18 estudos ficou demonstrado que os rins, fígado ou mesmo as funções da corrente sanguínea não eram afetados: • pela toma de grandes quantidades de creatina por curtos períodos de tempo; • pequenas quantidades por períodos longos, em jovens adultos saudáveis. Num estudo menos extenso com indivíduos a tomarem doses de 5- 30 g/dia, não foram detetadas alterações na função renal após 5 anos de toma do suplemento. Segurança vs efeitos secundários (estudos):
  • 30. Agentes Nutricionais: Creatina Físicos e Psicológicos: Aumento da capacidade de raciocínio e concentração, da capacidade aeróbica e da capacidade anaeróbica. Retarda a fadiga muscular e acelera a recuperação. Ósseos: Um estudo efetuado com ratos jovens, demonstrou que a creatina tem também um efeito fortalecedor do esqueleto. Efeitos
  • 31. Agentes Nutricionais: Creatina Creatina vs cafeína Um estudo revelou que os praticantes de desportos explosivos (futebol, atletismo…) beneficiam se combinarem o consumo de creatina por um par de dias com a ingestão de cafeína Resultado: Aumento ligeiro do batimento cardíaco e o sangue continha um pouco mais de ácido láctico e glicose.
  • 32. Agentes Nutricionais: Creatina Artigo recente resume a evidência para os benefícios de saúde da supl. de creatina em idosos. Benéfica mesmo aqueles que se encontram inativos. Com envelhecimento surge a perda de força e a diminuição da massa magra, bem como o declínio cognitivo. O estudo mostra que a supl. em idosos pode aumentar a massa magra, força, resistência à fadiga, o desempenho em atividades diárias e pode até diminuir o declínio cognitivo, aumentando os níveis de creatina cerebral.
  • 33. Agentes Nutricionais: Creatina Suplementos Musculares Vantagens: Contêm apenas o de que melhor têm os alimentos, evitando o consumo de gordura existente, por exemplo, num bife  logo melhora o desempenho físico e desenvolvimento muscular. Supl. musculares e alimentares poderão também ser uma solução para vários problemas de saúde, como a obesidade, insónia, lesões traumáticas, raquitismo, alzheimer, impotência sexual e muitas outras.
  • 34. Agentes Nutricionais: Creatina Bacalhau – 3,0g/kg Salmão – 4,5g/kg Atum – 4,0g/kg Alimentos ricos em creatina: Carne bovina – 4,5g/kg
  • 35. Agentes Nutricionais: Creatina Em 2007 a Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva fez um comunicado sobre o benefício do consumo de creatina: É a mais eficaz para aumentar o desempenho físico e a massa magra durante os treinos; Pode prevenir lesões ou tratar outras condições médicas; Nenhuma evidência médica permite concluir que o consumo prejudica a saúde, seja a curto seja a longo prazo; Atletas jovens devem preferir a suplementação com creatina ao consumo de esteróides anabólicos.
  • 37. Agentes Nutricionais: Crómio Atua em conjugação com a insulina potenciando a sua atividade Tem um papel importante no metabolismo dos atletas
  • 38. Agentes Nutricionais: Crómio A deficiência de crómio nos atletas, devido à perda excessiva do mesmo na urina, pode originar diminuição nas reservas de glicogénio hepático e muscular. A absorção intestinal do crómio é diminuída pelas fibras e determinada pelo ferro e zinco da dieta. Características
  • 39. Agentes Nutricionais: Crómio Ingestão de alimentos (brócolos, ostras, cogumelos, fermento, trigo, gérmen de trigo, melaço, fígado, frango, carne bovina, queijos ) Suplementação Organismo obtém crómio através de:
  • 40. Agentes Nutricionais: Crómio Propriedade ergogénica O papel do crómio é incerto. Atua no complexo orgânico que influencia a ação da insulina Tem um papel ativo no metabolismo das lipoproteínas e hidratos de carbono Atua na estabilização da estrutura dos ácidos nucleicos e na expressão genética.
  • 41. Agentes Nutricionais: Crómio Estudos realizados – Raros a deficiência de crómio resulta na resistência à insulina; a resistência à insulina que resulta da insuficiência de crómio melhora com a suplementação.
  • 42. Agentes Nutricionais: Crómio Estudos realizados - Resultados A deficiência de crómio leva ao aumento da concentração de colesterol, triglicerídeos séricos elevados, aumento da incidência das plaquetas aórticas, lesões córneas.
  • 43. Bibliografia http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000500008, consultado no dia 9 de Maio de 2013 http://ods.od.nih.gov/factsheets/Carnitine-HealthProfessional/, consultado no dia 9 de Maio de 2013 Eastwood, Martin (2003). Princípios de Nutrição Humana ,, Editoria Instituto Piaget, ISBN – 978-972-771-879-5 Horta, Luís, (1996). Nutrição no Desporto,, Editorial Caminho, ISBN 972-21-1065-9 Mahan, L.K.; Escott-Stump, S. (2010). Krause - Alimentos Nutrição e Dietoterapia, 10ª edição; Mc Graw Hill
  • 44. http://www.creatinas.com/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/efeitos-da-creatina/ consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/2011/08/efeito-da-creatina-no-esporte/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/2011/08/mitos-e-verdades-sobre-a-creatina/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/2011/12/a-creatina-faz-bem-a-jovens-e-a-idosos/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/2011/11/suplementos-musculares/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.creatinas.com/como-funciona-a-creatina/, consultado no dia 06/05/2013 http://www.anutricionista.com/a-volta-da-creatina.html, consultado no dia 12/05/2013 Bibliografia