CSA testa projeto para eliminar emissão de gases com micro-ondas
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06/09/2016 - 05:00
CSA testa projeto para eliminar emissão de
gases
Por Rodrigo Polito
A Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), em parceria com a Unicamp e a
Innovatus, vai investir R$ 10 milhões no desenvolvimento de um projeto que pode eliminar quase
integralmente as emissões de gases de efeito estufa de sua usina termelétrica, no Rio de Janeiro. Desse
total, a empresa entrará com R$ 1,6 milhão, com recursos do programa de pesquisa e desenvolvimento
(P&D) firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e o restante será desembolsado pelo
BNDES, por meio do Fundo Tecnológico (Funtec). O projeto terá duração de três anos.
O projeto consiste em testes de laboratório e no desenvolvimento de um protótipo pré-industrial de uma
tecnologia inovadora que utiliza micro-ondas e cerâmica para quebrar moléculas de dióxido de carbono,
transformando o em oxigênio. Simples e ao mesmo tempo com potencial revolucionário, a tecnologia foi
desenvolvida e patenteada pela Innovatus, uma startup brasileira sediada na incubadora de empresas da
Prefeitura de Campinas (Ciatec).
A pesquisa sobre o assunto, denominada "pirólise de gases por cerâmica condutora e micro-ondas"
rendeu ao inventor, o bioquímico e pesquisador Marcos Aurélio Machado, o prêmio Finep de Inovação e
o prêmio da World Intellectual Property Organization (Wipo). Na prática, o dispositivo pode substituir
com vantagens os filtros atualmente utilizados para a pirólise, que fazem a combustão em chamas e a
emissão de gases do efeito estufa.
"Se conseguirmos realmente resolver o problema das emissões, teremos um negócio desenvolvido no
Brasil com abrangência global", diz José Lavaquial, sócio-proprietário da Hubz, companhia de
investimentos em pequenas empresas de inovação do país e que adquiriu participação na Innovatus.
Desde 2010, a Hubz já captou R$ 140 milhões para projetos de P&D e inovação no país. A estratégia da
empresa é unir startups a um centro de pesquisa e uma grande companhia, para validar o projeto em
desenvolvimento. Segundo Lavaquial, se o projeto na TKCSA for bem sucedido, será feito um estudo de
viabilidade técnica e econômica para avaliar o custo e a competitividade da tecnologia.
Se o projeto tiver êxito, a tecnologia poderá ser adotada em outras unidades do grupo ThyssenKrupp.
"Se aprovada, a tecnologia servirá não só ao setor siderúrgico, mas para qualquer indústria", disse
Werner Riederer, gerente de eficiência energética da TKCSA.