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Negócios| 23 de outubro de 2012 | 6h 20
Lubrificante feito de casca de laranja e outras inovações ajudam pequenas
empresas
Pequenas empresas investem em opções sustentáveis para atrair a atenção e o bolso das grandes corporações
RENATO JAKITAS, ESTADÃO PME
Werther Santana/AE
Montesso e os paletes de plástico da PackLess
Com boa dose de criatividade e investimento em alternativas sustentáveis para produtos de uso em larga escala, um grupo de pequenos e médios
empresários brasileiros tem conseguido se firmar como fornecedor de grandes corporações.
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A sustentabilidade na cadeia produtiva ganhou tanta importância que virou alvo de análise do Centro de Estudos em Sustentabilidade da
Fundação Getúlio Vargas (GVces). Na semana passada, a instituição organizou o Fórum de Inovação e Sustentabilidade na Cadeia de Valor,
evento que apresentou as práticas de pequenas e médias empresas que integram a cadeia de valor de grandes empresas.
“As grandes empresas avançaram no gerenciamento de riscos, mas ainda podem ampliar o foco para saber quais são os parceiros q ue, de fato,
trazem soluções para os desafios na área de sustentabilidade”, diz Paulo Branco, coordenador do projeto Inovação e Sustentabilidade na Cadeia
de Valor.
Entre os exemplos enquadra-se o de Marcelo Ebert, sócio da Terpenoil, que há cinco anos produz uma linha de higienização e lubrificantes
industriais extraída do terpeno, substância encontrada na casca da laranja. Trata-se de uma opção ecologicamente correta aos derivados de
petróleo na produção de detergentes, desengraxantes e solventes – insumos tóxicos e que oneram as empresas no processo de descarte.
Focado nas vendas para o mercado corporativo, o portfólio de produtos da Terpenoil chamou a atenção de companhias como a Braskem,
multinacional fabricante de resinas termoplásticas e matérias-primas para a área química.
“A nossa história começou quando um dos nosso sócios observou uma carência de produtos sustentáveis nessa área. Mas só obtivemos um
retorno tão positivo, em pouco tempo, porque o produto, além de ecológico, também é cerca de 10% mais barato”, diz Ebert, que investiu cerca de
R$ 6,5 milhões entre o desenvolvimento da nova tecnologia e a estruturação da fabrica em 2007. Com um galpão de 800 metros quadrados em
Jundiaí (SP), a Terpenoil emprega 20 funcionários e tem previsão de faturar R$ 6 milhões neste ano.
Palete ‘verde’. O movimento protagonizado pelo empresário de Jundiaí é semelhante ao de Wander Montesso, que, com o sócio José Roberto
Durço, criou e patenteou um palete feito de polipropileno para carregamento de mercadorias.
O produto substitui os estrados de madeira sobre o qual se empilham fardos para serem transportados em bloco. Além de 100% reciclável, a
opção é sete vezes mais leve do que sua correspondente em madeira. “Um palete de madeira tem 15 centímetros de altura. O noss o, apenas três
centímetros. Isso representa uma economia de espaço dentro de contêineres de navios”, diz Montesso.
Com clientes do porte de Votorantim Metais e Cabot, a PackLess, a empresa de Montesso e Durço, firmou contratos de licenciamento para
produção fora do Brasil. A operação está estruturada para atender os principais mercados do mundo. “Com isso, tivemos de desembolsar um bom
dinheiro com as patentes, que são o nosso principal ativo. Dos cerca de R$ 2,5 milhão que investimos, R$ 1 milhão é só de pat ente.”
COLABOROU LUIZ GUILHERME GERBELLI
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