Semana-de-consagracao).pdf

Ficha catalográfica
EDIÇÃO
Kauê Carlino Sichinel
CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Inayá Sichinel
REVISÃO FINAL
Tatiane Dumas
CAPA
João Victor Mesquita
AUTORIA
Rafael Bispo
Rafael Bispo
Apóstolo fundador da Igreja Cristã Casa do Leão
Edificando altares
Editora Ruja
Lisboa – 2021
1ª edição
Igreja Cristã Casa do Leão
Siga-nos no Instagram: casadoleao.oficial

Índice
Prefácio 01
1. Saindo da ordem 03
2. Altares de terra e altares de pedra 13
3. Santificação 25
4. Caminhando debaixo da palavra 35
5. Ouvindo e obedecendo 48
6. O que fazer de agora em diante? 61

EDIFICANDO ALTARES | Ap. Rafael Bispo
1
Prefácio
Em nossa caminhada cristã, é fundamental
que façamos algumas paradas para sairmos do
automático e avaliarmos o nosso cristianismo, a
nossa prática de fé cristã. Devemos verificar o
quanto temos recebido de Deus no nosso coração
e na nossa mente. Quando recebemos na mente,
estamos sendo informados e isso molda nosso
entendimento. Entretanto, o lugar de excelência
onde devemos ser ministrados é o coração. Não
há problema em recebermos informações – é algo
esperado, inclusive – mas o importante é o quanto
recebemos no coração, pois é nesse lugar que
somos transformados de dentro para fora. O
entendimento pode nos refinar, mas é sempre no
coração que a mudança acontece, é lá que a
palavra do Senhor deve ser retida (Provérbios
4:4).
Este e-Book foi desenvolvido a partir das lives
ministradas pelo apóstolo Rafael Bispo durante a

2
semana de consagração (14 a 18.06.21).
Esperamos que sua leitura contribua com o ajuste
que Deus começou na sua vida nesses dias.
Visite-nos no Spotify e tenha acesso aos
áudios de todas as ministrações.

3
1. Saindo da ordem
(14.06)
Repetir o que já temos feito certamente nos
levará aos mesmos lugares e aos mesmos
resultados que temos tido. Então, não faz sentido
esperarmos o extraordinário de Deus se
continuarmos vivendo o nosso ordinário. A
religiosidade nos limita a conjuntos de práticas e
formata nossa mentalidade, fazendo-nos crer que
já recebemos tudo o que Deus pode nos entregar e
que já sabemos tudo o que ele tem para nos relevar
– a religiosidade cria duas estátuas de sal: nós e
Deus.
Quanto antes você compreender que precisa
sair da ordem natural para viver o que Deus tem
comunicado, antes você se ajustará e fluirá. É
preciso que desviemos nossos olhares e caminhos
da ordem comum das coisas e entremos na ordem
de Deus!
Mateus 25:1-10

4
1Então, o reino dos céus será semelhante a
dez virgens que, tomando as suas lâmpadas,
saíram a encontrar-se com o noivo.
2Cinco dentre elas eram néscias, e cinco,
prudentes.
3As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo;
4no entanto, as prudentes, além das
lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas.
5E, tardando o noivo, foram todas tomadas de
sono e adormeceram.
6Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o
noivo! Saí ao seu encontro!
7Então, se levantaram todas aquelas virgens
e prepararam as suas lâmpadas.
8E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos
do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão
se apagando.

5
9Mas as prudentes responderam: Não, para
que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes,
aos que o vendem e comprai-o.
10E, saindo elas para comprar, chegou o
noivo, e as que estavam apercebidas entraram
com ele para as bodas; e fechou-se a porta.
De toda a Bíblia, essa é a passagem que mais
ministra o meu coração, e sabe o que mais me
chama a atenção nela? De todas as revelações que
já tive a partir dela, entender que as virgens se
precipitaram é a mais forte para mim. Todas elas,
as cinco néscias e as cinco prudentes,
precipitaram-se, pois saíram antes de terem
ouvido a voz do noivo – sua voz somente aparece
no verso 6, mas tais virgens saíram ao seu
encontro já no verso 1 – então ficaram sonolentas
e dormiram. As prudentes assim foram chamadas
por levarem azeite em suas lâmpadas (ou
lamparinas, em outras versões bíblicas), enquanto
as néscias levaram consigo somente as

6
lamparinas, mas mesmo havendo algumas
prudentes, todas foram precipitadas.
Hoje a realidade das coisas nos condiciona a
sermos ansiosos, e um comportamento frequente
dos ansiosos é se precipitar em suas atitudes e
decisões. Sabe que percebo que essa é uma das
características negativas da igreja dos nossos dias,
pois ela se ampara na sua própria capacidade de
fazer e não na voz de Deus. Uma coisa que sempre
digo é que temos todo o conhecimento e
estratégias disponíveis para resolvermos todos os
problemas da igreja e avançarmos no reino, é
fácil. Podemos ver o que as demais denominações
realizam, superar as falhas e copiar os acertos,
mas será que é isso que Deus tem para nós? Será
que nos moveremos por nossas capacidades ou
pela direção da palavra do Senhor? Será que
desenvolvemos uma essência ou estamos apenas
reproduzindo mecanicamente, por meio da
influência, modelos já aplicados? Devemos ser
cautelosos, pois todo aquele que se precipita,

7
movendo-se antes da palavra, tem de voltar à
etapa anterior.
Quero lhe convidar para analisar com mais
atenção essa passagem e tentar entender a origem
do comportamento das virgens. Por que as néscias
não voltaram ao se depararem com a falta de
azeite ou por que não levaram azeite consigo?
Porque esses não eram hábitos seus! O hábito
daquelas virgens era cultivar o azeite para
consumo e abastecimento das lâmpadas. Podemos
até supor que elas fossem muito competentes no
fazer azeite: colher a azeitona e prensá-las até
extrair o azeite, mas se acomodaram com a porção
que carregavam em suas lâmpadas, crendo que o
que tinham era suficiente para esperarem o noivo
(segundo a tradição judaica da época, o noivo
buscava a noiva para o casamento sem avisá-la,
logo, esta deveria estar sempre pronta para o
receber).
Deus tem esperado de nós, a igreja que é a
noiva de Cristo, que sejamos prudentes em todo

8
tempo e ser prudente é estar cheio! O importante
não é termos azeite na lâmpada, mas termos na
botija. Se o seu azeite, aquilo que alimenta o fogo,
estiver acabando, não se acomode, busque direto
na fonte e busque logo. O cristão não pode mais
viver acomodado em experimentar o fogo da
presença de Deus num culto dominical, mas se
sentir “apagado” já na segunda-feira. Pior ainda,
não deve se acomodar a buscar em vídeos
aleatórios de pregações no YouTube algo que lhe
ministre ou suprir o espaço de seu comodismo
com cursos teológicos on-line, não! Irmão,
entenda que não há problema nenhum em ser
ministrado por pastores de outras denominações
ou se aprofundar no conhecimento da palavra, mas
isso não pode substituir seu acesso à fonte, ao
lugar de extração do azeite. Volte à prensa! Não
se distraia com outros produtos ou outras vozes
justamente no momento que você deveria estar
enchendo sua botija com o azeite que extraiu na
prensa.

9
Você sabe como é a forma tradicional de
extração do azeite? Há três tipos de azeite e cada
um é uma etapa na extração. Na primeira extração,
a moenda esmaga as azeitonas e se obtém um tipo
de azeite mais “grosso”, sendo este utilizado no
templo como azeite da unção e da adoração; na
segunda extração, acrescenta-se uma pedra à
moenda e se obtém um azeite pouco mais refinado
que serve para alimentação; na terceira extração,
quando acrescenta-se ainda mais uma pedra,
obtém-se o azeite mais puro, utilizado nas
lâmpadas do templo.
O azeite da passagem bíblicas acima é o
terceiro, que simboliza o lugar de manifestação da
glória de Deus – esse é o azeite que as virgens
deveriam ter queimando nas lâmpadas e guardado
nas vasilhas para aguardarem a chegada do noivo.
Esse era o terceiro azeite, assim como o Santo dos
Santos é o terceiro espaço do templo – é o limite
de intimidade com Deus, pois recebe a sua

10
presença. Esse é o azeite que te faz queimar e ser
cheio do Espírito Santo.
Você precisa sair do seu lugar de conforto e
ir extrair o azeite, e quando falo isso quero dizer
que você precisa se encontrar com Deus em
oração! Extraia palavras do Senhor, extraia
segredos, extraia revelações, extraia intimidade,
mas saiba que isso não acontecerá logo de início.
Não é na primeira extração, no primeiro momento,
que o Espírito Santo nos toca. Você precisa
perseverar até chegar ao azeite puro. O problema
é, durante um período de oração, a maioria das
pessoas para no primeiro momento, mas é preciso
que continue um pouco mais e você notará Deus
te direcionando a adorar e interceder por suas
causas. Se você perseverar um pouco mais, será
cheio de Deus e, nesse momento, ele te
transformará e você não será indiferente ao que o
Senhor tem feito no nosso meio, sobretudo na
nossa congregação.

11
Provérbios 26:20 diz que “sem lenha, o fogo
se apaga”. Tenha esse entendimento. Não permita
que falte lenha no altar do seu coração! Quando o
desânimo vir, lembre-se que Jesus nos recomenda
a orar sempre para nunca esmorecermos (Lucas
18:1).
A particularidade da nossa fé é extremamente
importante para a coletividade do que Deus está
fazendo. Você estando posicionado, saudável e
forte é fundamental para que o plano de Deus, nos
nossos dias, possa avançar. Uma só fagulha pode
causar um incêndio? Pode, mas uma só fagulha
não é um incêndio, somente será quando consumir
outros materiais e se espalhar. Somente quando o
fogo se alastrar pela nossa congregação, por todos
os que fazem parte ou nos visitam, veremos
realmente o mover de Deus. Somente quando o
fogo se alastrar pela sociedade, invadir as
empresas, as escolas, as praças, os bairros...
somente quando a sociedade começar a mudar,
veremos o avivamento sendo estabelecido.

12
Esteja atento, pois nesses dias o Espírito
Santo provocará indignação e revolta na sua vida,
até que você seja ajustado.

13
2. Altares de terra e
altares de pedra
(15.06)
Literalmente, “altar” significa “lugar de
sacrifício”, é um lugar na terra consagrado ao céu
– não faz sentido para a ordem natural que o
mundo vive, mas se submete à vontade de Deus e
atrai a sua presença.
Fomos chamados a restaurar o altar de
adoração a Deus, e o maior altar que podemos
edificar não está nos templos religiosos, é a nossa
vida – por isso o apóstolo Paulo adverte que
“apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus” (Romanos 12:1).
Desde antes da fundação do mundo, Deus já
existia e nós fomos gerados nele. Desde o ventre
da nossa mãe, passamos a existir, mas já havíamos
sido gerados em Deus antes que existíssemos –
somos uma fagulha dele.

14
Por virmos do Senhor, nascemos com um
propósito, algo a ser estabelecido. Esse propósito
é tão particular e individual quanto a nossa
identidade. Ou seja, ninguém carrega o que você
carrega! Podemos ver o plano de Deus como um
quebra-cabeça, onde cada parte guarda suas
características e se completa com a outra: o que
sobra em mim é o que falta no meu irmão e o que
sobra nele é o que falta em mim. Por isso que,
apesar de ser particular, o propósito da minha vida
somente estará completo quando se encaixar no
propósito da vida do outro.
O entendimento da nossa particularidade é
muito importante, pois se você não olhar para a
sua particularidade não reconhecerá o propósito
de Deus, justamente por isso o mundo te
influencia e direciona a se focar na vida do outro
e tentar copiá-la, pois anulando a sua
particularidade, o mundo te estagnará e impedirá
que você faça parte do plano do Senhor.
Influências grandes demais roubam a

15
particularidade de cada cristão, interferem na sua
identidade e afetam o corpo. A sua
particularidade é fundamental para o
desenvolvimento da obra de Deus na terra.
Êxodo 20:24-26
24Um altar de terra me farás e sobre ele
sacrificarás os teus holocaustos, as tuas ofertas
pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois; em todo
lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu
nome, virei a ti e te abençoarei.
25Se me levantares um altar de pedras, não o
farás de pedras lavradas; pois, se sobre ele
manejares a tua ferramenta, profaná-lo-ás.
26Nem subirás por degrau ao meu altar, para
que a tua nudez não seja ali exposta.
Deus pede a Moisés dois altares, um de terra
e um de pedra, sendo que nesse último, não
deveria usar ferramentas. O altar de terra seria
mais fácil de modelar, de ajuntar o material. Já o

16
altar de pedra, por sua vez, seria mais difícil de
edificar, visto que pedras lavradas (lapidadas) não
deveriam ser utilizadas.
“Um altar de terra me farás e sobre ele
sacrificará os teus holocaustos” (Êxodo 20:24).
De qual matéria somos feitos? De terra. Fomos
formados a partir do pó da terra, de uma matéria-
prima simples que é encontrada em qualquer
lugar. Por que o altar deveria de ser pedra? Para
representar a nossa vida, pois é ela que coopera
para o cumprimento da vontade de Deus. Terra
fala da nossa particularidade, do que somos
essencialmente. Altar é o que temos que ter na
vida: um lugar de oferta e de renúncia para que a
nossa vida seja um altar para a manifestação de
Deus.
Por que o Senhor não pediu a Moisés que
fizesse um altar de um material qualquer, por que
especificou a matéria-prima? Para que
entendamos que não basta promovermos um altar
para Deus, temos que saber a matéria que ele

17
deseja. Se não for um altar do jeito dele, não
podemos dizer que é para ele! Esse é o problema
da nossa geração. Levantamos altares em lugares
onde Deus não nos pediu, usamos matérias que ele
não se interessa e oferecemos sacrifício que não
nos custam nada.
Você precisa desenvolver um estilo de vida de
oferta e renúncia. No estilo de vida que temos que
desenvolver não cabe o que desejamos fazer. Não
fazemos por vontade, mas porque é preciso.
Precisamos ter um altar como nosso estilo de
vida.
Tivemos uma experiência incrível na
construção do novo espaço. A primeira coisa que
edificamos foi o altar e festejamos! Até que o
Espírito Santo nos alterou que o altar estava torto.
Pensei que tivéssemos que refazer o altar, até
entendermos que não precisávamos mudar sua
estrutura, mas apenas o realinhar. Depois de muito
tempo, encontramos a maneira e o ângulo para
ajustar. Naquele momento eu entendi que não

18
basta construir um altar, mas é preciso fazer
cálculos para se preparar – é preciso alinhar a sua
vida para que após possa edificar um altar.
Questione Deus: “Senhor, o que preciso alinhar na
minha vida, o que preciso renunciar e acrescentar
para que possa te servir”?
1 Pedro 2:5
5também vós mesmos, como pedras que vivem,
sois edificados casa espiritual para serdes
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de
Jesus Cristo.
Falar que somos pedras vivas e sacerdotes
santos é lindo, mas nos oferecermos em sacrifícios
espirituais é difícil! O lugar da manifestação de
Deus não é o altar que eu tenho, mas o que nós
edificamos. O altar que eu tenho precisa resultar
no altar que estamos construindo – somos pedras
para edificar uma casa espiritual onde

19
oferecemos o sacrifício e a manifestação da
presença de Deus vem.
Eu posso ouvir a voz do Espírito, ter um altar
em mim, mas a manifestação da presença para
testemunho para o ímpio somente acontece na
coletividade do corpo, não na individualidade do
membro. Caso você não discirna o corpo, saindo
da individualidade para a coletividade, não
entenderá jamais o cristianismo! É necessário que
você saia do modelo de vida pautado pelo
Instagram, onde você tem centenas de seguidores,
mas nenhum amigo, e esteja com pessoas, sendo
um livro aberto. Convide pessoas para se
assentarem à mesa – alianças não são feitas no
púlpito, mas à mesa.
Falando sobre corpo e coletividade, sabe o
que é defraudação? Imagine o nosso próprio
corpo. Quando a mão, que é sempre levada a todos
os lugares pelo pé, rejeita-o. Apesar de se
movimentar apenas pela ação do pé, a mão o
desqualifica, crendo ser superior. O corpo de

20
Cristo não é lugar para ter somente amigos, mas
para ter relacionamentos. Não é o lugar para viver
isoladamente no grupo das “mãos” ou no dos
“pés”, antes, é necessário que haja interação entre
os vários membros – porque dependência há!
Talvez você ainda não tenha percebido, mas
nenhuma pessoa e nenhum ministério são
independentes, pois precisam do outro (do
diferente e oposto) para fluírem. Posso te garantir
que não adianta buscar pregações no YouTube,
visitar novas igrejas, se você não priorizar os
relacionamentos. Sem se relacionar, você não
viverá a palavra e não desfrutará da totalidade do
corpo de Cristo.
Devemos deixar claro, entretanto, que há
diferença entre amizade e relacionamento. A
amizade é espontânea, mas o relacionamento é
intencional. Jamais devemos estar limitados a
esperar pela amizade acontecer, temos que
procurar ser encaixados e encaixar os demais. A
vida do corpo não está no púlpito, nas

21
conferências, no pregador ungido ou no ministro
que toca o céu, está no relacionamento de um
irmão com o outro, na proximidade, na
intimidade, no orar uns pelos outros, no servir o
desconhecido, pois éramos como ovelhas
desgarradas, porém formos alcançados pelo amor
da nossa vida (1Pedro 2:25).
Lembra de Lázaro? Como ele era conhecido?
Como o amigo de Jesus Cristo, mas já percebeu
como ele aparece tão poucas vezes nos evangelhos
mesmo que fosse em sua casa que Jesus
descansava? Há amigos que você precisa se
distanciar para que eles fluam, sem que isso
impeça seu relacionamento.
Retomando as passagens. O altar de terra é o
que temos na individualidade; altar de pedra é o
que temos na coletividade.
O que Deus fará nos próximos anos não será
na individualidade ou na singularidade de uma
denominação, irmão! Entenda que ele fará no
corpo. Não há mais espaço para o individualismo.

22
O mover de Deus será como uma avalanche, mas
no corpo. O corpo manifestará a glória de Deus,
mas o indivíduo não conseguirá! Por isso há tantas
pessoas frustradas com o corpo, por isso ele tem
sido atacado, mas o nosso encargo é cuidar dele.
Eu preciso te contar um segredo que aprendi
nos anos de ministério. Todo relacionamento que
temos na igreja é fadado ao fracasso! A perfeição
está na nossa mente, é nossa idealização, mas
somos pessoas carnais e inadvertidamente
erraremos. Cabe a cada de um de nós escolhermos
não sermos ofendidos e ignorar o que os outros
pensarão de nós. Precisamos amadurecer e
aprender a não nos sentirmos ofendidos.
Comece a ter relacionamentos! Ponha em
prática isso agora. Ligue para quem não é tão
próximo, envie um versículo para um
desconhecido, sente ao lado de um desconhecido
no culto e procure se relacionar. Deus não te
prosperará em nada se você projetar que a
prosperidade é para benefício exclusivo de sua

23
família e de seu círculo de “melhores amigos”. O
plano do Senhor é que até o desconhecido e o
traidor sejam abençoados.
Cultive relacionamentos saudáveis e sabe
qual o segredo para isso? Ser bem definido em sua
particularidade. Salmo 1:1 diz “bem-aventurado o
homem que não anda no conselho dos ímpios, não
se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores” – por que
Jesus se relacionava tantas vezes com homens
assim? Porque ele sabia quem era, era definido em
sua particularidade: Filho de Deus. Se você não
souber quem é, dificilmente vai conseguir se
encaixar no outro. O relacionamento não é para o
seu benefício próprio, mas para mudar a sua
estrutura e beneficiar o outro, esse outro que você
se relacionará. Saia da ordem! Busque tornar sua
mente coletiva, esforce-se! Pois Deus está à
procura de pessoas coletivas, que se encaixam sem
ferramentas – pessoas que formarão um altar de
pedras.

24
Finalizo dizendo que você não deve pensar
nos outros, deve pensar em todos. Não deve
pensar nos “outros” que compõem a sua família
ou seu grupo de amizade, mas deve pensar em
“todos”, ou seja, sem distinção de proximidade,
pois o próprio Cristo não fez distinção sequer em
cear com quem veio a traí-lo. Pensar nos outros,
segundo esse entendimento, pode ser um
pensamento condicionado, porque você escolherá
com quem se relacionará, provavelmente, por
afinidade. Mas ao pensar em todos, sem conhecer
ou discriminar, você estará agindo como a igreja
de Atos, onde ninguém tinha falta de nada (Atos
4:34).

25
3. Santificação
(16.06)
A obra da justificação é incrível porque Deus
amou o mundo de tal maneira que o desejou dentro
de si. A grandeza da obra da redenção não é
sabermos que fomos salvos de, mas que fomos
salvos para. Logo, ser um cristão em santificação
não é estar separado das obras do mundo, mas se
remeter a algo maior. Cristo não nos salvou para
vivermos a nossa vida, mas para vivermos a vida
dele!
A santificação nos remete a um processo que
não deve ser definido pelo que nos abstemos de
fazer, mas sim pela escolha que fazemos em nos
envolvermos com algo maior que a nossa própria
vida. Você não se santifica deixando de pecar,
mas buscando a presença. Por isso, quando você
entra na presença de Deus, gradativamente os
pecados vão sendo abandonados. Podemos
concluir que a santificação é a consequência de

26
primeiro nos enchermos de Deus para depois nos
esvaziarmos de nós mesmos.
Vamos a um exemplo: imagine uma linha
onde de um lado há o pecado e do outro há a
presença de Deus. Há pessoas que não conseguem
sair do lado do pecado para entrarem no lado da
presença, porque seu foco está totalmente voltado
a fugir do pecado, mas quando você se lança
totalmente para o lado da presença, percebe que
ele é muito maior e, gradativamente, deixa de
frequentar o lado do pecado!
Uma das primeiras consequências trazidas
pela escolha de estar do lado da presença é o
arrependimento. A palavra “arrependimento”
significa “conversão total de caminho”, ou seja,
se eu caminhava para a morte pelo pecado, devo
mudar meu caminho e caminhar para a vida
através de Deus. Arrepender-me é mudar a fonte
do meu prazer – deixar de encontrar o prazer
naquilo que é pecado e ter prazer na santidade. O
verdadeiro arrependimento aponta para onde

27
corremos – deixamos de correr pelo pecado para
correr pela vida.
A parábola do semeador (Marcos 4:1-9) deixa
claro que a semente por si só frutifica. Ninguém
precisa ajudar a semente (palavra) de Deus! Nossa
função é tirar as pedras e espinhos do coração
(limpar o terreno), pois ela frutificará
naturalmente.
1João 2:1-10
1Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo
para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar,
temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo;
2e ele é a propiciação pelos nossos pecados e
não somente pelos nossos próprios, mas ainda
pelos do mundo inteiro.
3Ora, sabemos que o temos conhecido por
isto: se guardamos os seus mandamentos.

28
4Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda
os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está
a verdade.
5Aquele, entretanto, que guarda a sua
palavra, nele, verdadeiramente, tem sido
aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que
estamos nele:
6aquele que diz que permanece nele, esse deve
também andar assim como ele andou.
7Amados, não vos escrevo mandamento
novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o
princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a
palavra que ouvistes.
8Todavia, vos escrevo novo mandamento,
aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as
trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já
brilha.
9Aquele que diz estar na luz e odeia a seu
irmão, até agora, está nas trevas.

29
10Aquele que ama a seu irmão permanece na
luz, e nele não há nenhum tropeço.
O arrependimento vem do reconhecimento
para si de uma verdade, a de que somos pecadores.
Mas a primeira carta de João diz que há aqueles
que são mentirosos, e que nestes não está a
verdade (1João 2:4). Esses serão dias que Deus
colocará uma amargura nos nossos corações para
que abandonemos a mentira.
O verso 6 é a balança do nosso cristianismo,
pois afirma que devemos “andar como ele andou”.
Irmão, como tem sido o seu testemunho? Você
sempre testemunhará algo, basta saber se será a
verdade ou a mentira.
Temos aprendido que muitos dos nossos
problemas têm origem nos relacionamentos. Se
você estiver em Jesus, andando com ele o caminho
dele, você amará pessoas e manifestará a verdade.
Uma coisa que tenho ensinado ao Pedro, meu
filho mais velho, é que a consequência negativa

30
da verdade existe, mas é passageira. Entretanto,
a consequência da mentira dura muito mais tempo
– a mentira estende sua consequência o mais longe
possível, até aparecer a verdade. Enquanto durar
a mentira, durará sua consequência. Ao se
manifestar a verdade, manifesta-se a
consequência e a oportunidade para reparação e
perdão. Entretanto, quanto maior for a duração da
mentira, mais custoso será para repará-la e haver
perdão.
Não caminhe na mentira, pois essa nos leva à
morte. Caminhe na verdade, pois esse é o caminho
de Cristo.
1Reis 18:30-38
30Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-
vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; Elias
restaurou o altar do SENHOR, que estava em
ruínas.

31
31Tomou doze pedras, segundo o número das
tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra
do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome.
32Com aquelas pedras edificou o altar em
nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do
altar tão grande como para semear duas medidas
de sementes.
33Então, armou a lenha, dividiu o novilho em
pedaços, pô-lo sobre a lenha
34e disse: Enchei de água quatro cântaros e
derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.
Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram.
Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram
terceira vez.
35De maneira que a água corria ao redor do
altar; ele encheu também de água o rego.
36No devido tempo, para se apresentar a
oferta de manjares, aproximou-se o profeta Elias
e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e
de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em

32
Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua
palavra, fiz todas estas coisas.
37Responde-me, SENHOR, responde-me, para
que este povo saiba que tu, SENHOR, és Deus e que
a ti fizeste retroceder o coração deles.
38Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o
holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e
ainda lambeu a água que estava no rego.
Essa passagem do primeiro livro dos Reis
relata que Deus mandou fogo do céu porque Elias
lhe ofereceu sacrifícios, mas no princípio, antes
de oferecer o holocausto, o profeta restaurou o
altar (v. 30) – o princípio de todas as coisas é a
restauração!
Na última mensagem vimos que o altar de
terra representa a nossa individualidade, pois
pode ser moldado. Já o altar de pedra representa a
nossa coletividade. Os profetas de Baal vão para
o altar sozinhos, mas Elias convocou o povo e seu

33
altar era de pedra (v. 30) – a coletividade do povo
de Israel.
O verso 36, a oração de Elias, é para afirmar
que ele agiu segundo a palavra de Deus. Agora
faça o questionamento. Será que o que você tem
vivido é segundo a palavra de Deus ou segundo
aquilo que os outros estão vivendo? Onde seu agir
se apoia?
Enfoque a sua atenção e releia o v.38 – o fogo
consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a terra
e lambeu a água. Assim entendemos que a glória
de Deus vem na coletividade. Não há outro
caminho, ela vem na coletividade e consome a
nossa particularidade. É um pensamento lógico.
Se estou contribuindo para que a glória se
manifeste no corpo, serei também afetado quando
ela vier.
Conclusão: quando a glória de Deus vier
sobre nós, viveremos na prosperidade abundante
da satisfação na presença dele. Agora, entretanto,
Deus está nos conduzindo pelo caminho da

34
santificação, fazendo com que nos arremetamos a
ele e deixemos o pecado.
Irmão, não busque entrar na presença para
receber algo, mas para se tornar algo, porque o
que precisar ser acrescentado, Deus o fará!
Receber de Deus é consequência de quem somos
e de onde estamos. Orar não é suficiente, o que
importa é o posicionamento em oração – a maneira
como você se coloca diante de Deus. Elias se
posicionou enquanto profeta e enquanto
representante de Deus povo, seu coração era
coletivo com Israel e submisso a Deus, para quem
orou segundo a sua palavra. Consequência: a
glória veio.

35
4. Caminhando debaixo
da palavra
(17.06)
Deus não quer nos ensinar nada, na verdade,
ele nem sequer ensina. Deus apenas constrói, sua
mente é construtiva! Tudo que ele transmite ao
nosso interior não deve ser recebido como um
mero ensinamento que ministra nossa mente e
acalenta nossa alma, mas como fundamento para
aquilo que ele tem construído em nós, porque
seremos justamente nós, posicionados no
propósito, que cumpriremos o plano dele para os
nossos dias – e esse plano passa pela definição da
nossa individualidade e nosso ajuste na
coletividade. A mente do Senhor não é reativa, ou
seja, não responde a ação do homem, antes a
precede.
O Senhor sabe que nossa mente é fadada ao
esquecimento. Logo, se seu objetivo é nos ensinar
algo, será falho quando esquecermos, mas se ele

36
construir no nosso interior, independentemente de
não nos lembrarmos, ainda viveremos e faremos,
pois há algo sólido no nosso interior.
Em 2Reis 4:1-6 uma mulher sunamita, viúva
de um dos discípulos dos profetas, encontra Eliseu
e apresenta sua causa: com a morte de seu marido,
seus dois filhos seriam levados como escravos por
dívida pelo credor. O único bem que a viúva
possuía em casa era um jarro de azeite e Eliseu
pede para que ela ajunte o maior número possível
de vasilhas, inclusive pedindo-as aos vizinhos.
Seus filhos traziam as vasilhas e elas as enchia, e
quando acabaram as vasilhas, “o azeite parou” (v.
6). Podemos entender as vasilhas emprestadas
como os relacionamentos que cultivamos e o
azeite como a unção de Deus nas nossas vidas –
nessa passagem, quando acabaram os
relacionamentos, acabou a unção. Deus libera sua
unção nas nossas vidas para que os outros
desfrutem, Deus nos enche e nos capacita para que
os outros desfrutem, tudo o que Deus faz em nós

37
é para benefício do outro, por isso busque se
relacionar! Deus não dará nada para quem é
represa, pois ele próprio é a fonte de água viva
(João 4:13,14) – a unção de Deus flui através de
nós para um destino: o outro.
Então, meu irmão, quer cooperar com a
coletividade? Então seja a sua vida particular
frutífera! Esteja ajustado e seja definido, pois há
muitos entre nós que pedem para que Deus
prospere seus caminhos, sobretudo
financeiramente, mas nem sequer são convictos de
suas identidades. Entenda que a prosperidade não
é um mistério, é apenas a consequência de
cumprirmos o que Deus nos chamou para fazer –
é inevitável que um cristão bem ajustado no
corpo, definido em sua individualidade e
posicionado debaixo de uma palavra do Senhor
prospere, mas atenção! Como o propósito é dele,
o critério de prosperidade também é o dele! É um
erro de nossa geração relacionar prosperidade
espiritual com prosperidade financeira, pois

38
apenas os homens dão valor ao dinheiro, não
Deus, e tenha certeza que ele está muito mais
preocupado com a sua salvação e o cumprimento
de seu propósito na sua vida que com sua conta
bancária.
Seja intencional, procure estar com pessoas.
1Reis 17:1-9
1Então, Elias, o tesbita, dos moradores de
Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive
o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou,
nem orvalho nem chuva haverá nestes anos,
segundo a minha palavra.
2Veio-lhe a palavra do SENHOR, dizendo:
3Retira-te daqui, vai para o lado oriental e
esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira
ao Jordão.
4Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que
ali mesmo te sustentem.

39
5Foi, pois, e fez segundo a palavra do SENHOR;
retirou-se e habitou junto à torrente de Querite,
fronteira ao Jordão.
6Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne,
como também pão e carne ao anoitecer; e bebia
da torrente.
7Mas, passados dias, a torrente secou, porque
não chovia sobre a terra.
8Então, lhe veio a palavra do SENHOR, dizendo:
9Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a
Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma
mulher viúva que te dê comida.
Deus enviou o profeta Elias para uma
torrente, ou seja, para um ribeiro – lugar de águas
tranquilas. Esse seria um esconderijo para o
profeta, que teria à sua disposição farta quantia de
água e corvos para lhe suprirem a fome. Atente-se
às passagens a partir do verso 3: Deus envia Elias
a um lugar de refúgio onde tudo o que precisava

40
estava à sua disposição. Agora continue no texto.
No verso 7, o ribeiro seca.
Deus havia movido Elias para aquele lugar,
mas seu conforto durou até o dia que o ribeiro
secou, “porque não chovia sobre a terra” (v. 7).
Podemos questionar Deus sobre sua decisão de
enviar o profeta para o ribeiro que em poucos dias
se tornou seco, mas por que Elias foi para aquele
lugar? O verso 1 relata que o próprio profeta havia
aparecido para o rei Acabe e profetizado que,
segundo a sua palavra (a palavra de Elias), não
choveria mais naqueles anos. Diante de Acabe,
Elias liberou uma palavra de ordem para que não
chovesse mais e desde aquele dia não choveu.
Como consequência da falta da chuva, o ribeiro,
que abrigou ele próprio, secou. Percebeu como
Deus, sutilmente, colocou Elias exatamente no
lugar onde ele próprio profetizou? Elias
profetizou seca e ele mesmo teve que se deparar
com ela! A profecia estava provando o profeta.

41
Temos que viver o que profetizamos!
Intercessor é aquele que se posiciona em favor de
uma causa ou de alguém, é quem liga a realidade
do céu a terra. Na passagem acima, Elias
experimenta o “amargor” da intercessão e passa
pelas dificuldades que fortalecem o intercessor e
permitem o avançar da profecia. Entretanto, hoje
muitas pessoas não vivem nada no reino espiritual
simplesmente porque não intercedem por nada!
Entenda que se você não tiver uma causa para
interceder, não se envolverá e nem terá
participação com o mover de Deus; no máximo
você apenas desfrutará e viverá no ambiente que
outros geraram. Você deve profetizar e
experimentar o que profetiza.
Analisamos a adversidade que o secar do
ribeiro causou ao profeta, mas qual foi a
consequência? A seca do ribeiro pôde ter levado
Elias à sede, e Deus voltou a movê-lo. Foi
necessário que ele vivesse dentro da profecia para
que o ribeiro secasse e ele continuasse a se mover.

42
Se o ribeiro não secasse, Elias ficaria escondido
pelo resto da vida! Há momentos em que Deus
precisa tirar o nosso sustento, a fonte das nossas
águas para que nós nos movimentemos! Há
ribeiros em nossas vidas que precisam secar para
que avancemos! O que hoje é uma benção e
descanso para você, pode ser uma limitação
amanhã. Tem muita gente morrendo porque está
parado no ribeiro que secou ao invés de caminhar.
Então aceite os ribeiros que Deus tem secado na
sua vida, avance! Devo te advertir, entretanto, que
o avanço deve ser sempre segundo a palavra de
Deus e o caminhar, sempre dentro da profecia.
1Reis 17:10-16
10Então, ele se levantou e se foi a Sarepta;
chegando à porta da cidade, estava ali uma
mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e
lhe disse: Traze-me, peço-te, uma vasilha de água
para eu beber.

43
11Indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe
disse: Traze-me também um bocado de pão na tua
mão.
12Porém ela respondeu: Tão certo como vive
o SENHOR, teu Deus, nada tenho cozido; há
somente um punhado de farinha numa panela e um
pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei
dois cavacos e vou preparar esse resto de comida
para mim e para o meu filho; comê-lo-emos e
morreremos.
13Elias lhe disse: Não temas; vai e faze o que
disseste; mas primeiro faze dele para mim um
bolo pequeno e traze-me aqui fora; depois, farás
para ti mesma e para teu filho.
14Porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel:
A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite
da tua botija não faltará, até ao dia em que
o SENHOR fizer chover sobre a terra.
15Foi ela e fez segundo a palavra de Elias;
assim, comeram ele, ela e a sua casa muitos dias.

44
16Da panela a farinha não se acabou, e da
botija o azeite não faltou, segundo a palavra
do SENHOR, por intermédio de Elias.
Saindo do ribeiro seco, Deus enviou Elias
para ser sustentado por uma mulher. Entretanto,
quando se encontra com essa mulher, descobre
que ela não tinha nada ao ponto de estar prestes a
morrer de fome – Deus tirou Elias da sede e
enviou para fome.
Estamos entrando em dias nos quais Deus
movimentará pessoas para lugares improváveis e
estes precisarão estar sensíveis à sua palavra, pois
parecerão lugares de provisão, mas haverá
escassez. E sabe por que o Senhor nos leva para
esses lugares, por que nos tira dos ribeiros
tranquilos e nos leva a lugares de sede e fome?
Para nos mostrar que tudo que é necessário para o
cumprimento da profecia, ele se encarrega de
prover. Você não precisa ajudar Deus, apenas
precisa se posicionar e se movimentar na palavra

45
– as circunstâncias são controladas pelo Senhor e
ele proverá todo o necessário, pois a sua palavra
por si só frutifica.
O verso 12 relata a escassez que havia na casa
da mulher, mas no verso 16 não lhe faltava mais
farinha na panela e azeite na botija. Com isso eu
entendo que todos ao redor daquela mulher
passaram a ter comida, pois Deus prospera
pessoas para que os outros também sejam
sustentados.
Além do sentido prático de alimentação,
espiritualmente farinha e azeite representam a
revelação da palavra e a unção do Espírito. Deus
pode até nos permitir passar por escassezes
terrenas, mas jamais espiritualmente – os desertos
existem na terra e na nossa alma, mas jamais no
espírito! Em Cristo não há falta de revelação e de
unção, pois ele mesmo nos disse que veio para que
tenhamos vida e a tenhamos em abundância (João
10:10) – esse versículo não fala de vida natural
(bios), mas de vida espiritual (zoe), então por mais

46
que passemos por riachos secos e nos deparemos
com panelas e vasilhas vazias, nosso espírito
sempre terá à disposição água viva e pastos
verdejantes.
É importante que você entenda a profecia e o
propósito da sua própria vida. Se isso não ocorrer,
orar e ler a Bíblia não fará sentido e você se
sentirá estagnado. Entretanto, debaixo da palavra
de Deus a farinha e o azeite multiplicam. Irmão,
se você entender a profecia e andar na revelação,
certamente fluirá. Tudo o que Deus tem nos
transmitidos nesses dias é que devemos alinhar
nossa particularidade para nos ajustarmos na
coletividade. Deus tem um lugar para cada um de
nós no seu plano e se você não compreender, o
corpo será faltante até você se ajustar. Corpo fala
de movimento e só pode haver movimento quando
os membros estão bem ajustados. Busque agora se
ajustar, busque agora definir sua identidade e
encontrar o propósito da sua vida – você precisa

47
apenas disso, pois tudo o que for necessário, o
Senhor fará questão de prover.

48
5. Ouvindo e obedecendo
(18.06)
Chegamos à última ministração e estou certo
de que o Espírito Santo incendiará seu coração
com a conclusão dessa palavra que ele tem
construído em nós ao decorrer dessa semana de
consagração.
Hoje vamos começar diferente. Estamos
acostumados a já começarmos pelas minhas
ministrações, mas quero te convidar a primeiro
adorar a Deus, a entrar no ambiente da presença.
Por isso, reserve alguns minutos para entoar um
louvor ao Senhor, pense em Jesus nesse momento,
comece a liberar palavras de adoração... Minha
oração é que Deus desperte o adorar em cada um
de nós, que o Senhor acrescente tudo o que falte e
retire tudo o que sobra para que caminhemos
alinhados! Faça uma pausa para adorar e orar
agora!

49
Estes são tempos de restaurarmos a postura e
a reverência à santa palavra de Deus. Sou da
época, talvez você também seja, em que
deveríamos ficar em pé no momento da leitura da
Bíblia, mas por que esse costume não prevalece
mais? Porque apesar de fazer sentido e expressar
honras a Deus, refletia apenas nossa postura
exterior, não interior. Esse foi um ensinamento
que moldou nosso comportamento – fomos
ministrados no entendimento, mas o nosso interior
não se rendia a Deus, e enquanto estávamos em pé
na leitura, nossa mente estava distraída. Quero te
convidar não a formalidades exteriores vazias,
mas a restaurar a postura e a reverência do nosso
ser interior e sempre que estiver diante de Deus,
estar prostrado e submisso. Entenda que a
reverência não está ligada à posição dos nossos
corpos, mas à rendição do nosso coração.
A parábola do semeador, em Marcos 4:1-20,
fala sobre uma terra boa, propícia e necessária
para o recebimento da semente – sem esse

50
“ambiente”, não tem condições para prosperar. O
que entendemos? Que a palavra de Deus precisa
de um ambiente para ser ministrada, criar raízes e
frutificar em nossas vidas. Faça uma
autoavaliação: o que você tem ouvido tem
despertado uma ânsia em buscar ainda mais a
presença de Deus? Você consegue perceber a
construção da mudança ou não tem tido postura
para se levantar e buscar a face de Deus? Você
tem criado condições para que a palavra de Deus
ministre o seu coração?
Gostaria de relembrar o caminho que
percorremos até aqui. Primeiro dia: não dá mais
para procurarmos o azeite na pregação do “pastor
ungido”, no “ministro cheio da presença” ou
responsabilizarmos pastores de outras
denominações a nos alimentar em pregações no
YouTube. Você precisa assumir a
responsabilidade pela sua vida espiritual – a
salvação é individual! A responsabilidade de todo
líder espiritual, de todo pastor e de todo ministro

51
é nos conduzir, mas os passos que damos são de
nossa própria responsabilidade. Deus tem
ministrado sobre irmos extrair o azeite para
nossas vasilhas e lâmpadas – precisamos ser
maduros na busca e nos esforçarmos.
Segundo dia: Deus nos falou sobre
relacionamentos. Jesus nunca multiplicou os pães
e os peixes (João 6:10), na verdade, ele os partiu
(repartiu) e isto fez com que fossem
multiplicados. Com esse entendimento
percebemos claramente o porquê de muitas
pessoas não receberem nada da parte de Deus –
simplesmente não repartem nada. Deus não vai
entregar nada exclusivamente para uma pessoa, o
Senhor não entende o que é egoísmo e sua mente
é coletiva, assim como a nossa deve ser. O segredo
para o romper na sua vida é o relacionamento!
Não há como viver no cristianismo com a mente
individualista e egocêntrica. Tudo o que Jesus fez
foi no corpo: a unção é para o corpo, a palavra é
ministrada para o corpo, o mover é no corpo –

52
nada disso é para o nosso egoísmo. Se Cristo
pensasse de maneira individualista, não teria
deixado discípulos, sendo que escolheu doze.
Qual o principal entendimento que Deus nos deu
nesse segundo dia? Que não devemos pensar nos
outros, não devemos servir os outros, devemos
pensar e servir a todos. Irmão, você pode orar,
jejuar, pregar, devolver o dízimo, oferta e tudo o
que for possível para um cristão, mas se você não
se relacionar, se não tiver uma mente coletiva, se
não tiver o coração cheio de todos (ao invés de ter
apenas o perfume agradável de seus amigos), não
vai prosperar.
Terceiro dia: Deus nos confrontou a respeito
da santidade. Santidade não é se afastar do
pecado, mas se aproximar de algo maior que nós
mesmos: Deus. O objetivo da santidade não é
fazer com que eu pare de pecar, mas me levar a
buscar a Deus, pois à medida que o busco,
aproximo-me dele e me distancio naturalmente do

53
pecado. O segredo para se livrar do pecado é se
aproximar do libertador, nada mais.
Falando sobre pecado, sabe como Deus expõe
o pecador? Entenda que não é por meio da fofoca
– não é expondo o pecado do irmão a toda
congregação, mas é pelo fruto. Se a pessoa não der
fruto é porque, provavelmente, não estará
andando em santidade. Com um pouco de
sensibilidade, conseguimos perceber quem anda
em santidade, pois é como se esta pessoa deixasse
um rastro por onde passasse – ela passa pelo
deserto árido e o caminho floresce. Você não vai
dar fruto se não houver santidade na sua vida.
Assim Deus expõe o pecado, evidenciando a
ausência do fruto. Há somente dois casos onde
não há frutos: pecado e espera. O pecado,
inadvertidamente, não gera nada, assim como a
espera. Entretanto, o período de espera na vida do
cristão tem outro objetivo, não é para gerar frutos
ainda, é para criar raízes. A vida do pecador está
estagnada, mas a vida de quem está na espera está

54
crescendo para baixo, para ter estrutura. Nesse
tipo de pessoa, Deus vai intensificando a fé. Nós
podemos não ver por não haver frutos, mas é
tempo de criar raízes até que comece a frutificar.
Quarto dia: A importância de caminharmos
em santidade. Elias bebia água do ribeiro até que
este secou, como ele havia profetizado que faltaria
chuva. Cuidado com o que você profetiza, pois
Deus o incluirá na sua profecia – o Senhor sempre
levanta intercessores. Aquilo que você profetiza,
vai te chamar para a responsabilidade de
participar da profecia. Não há espaço para
romantismos na obra de Deus, o clamor que ele
pôs em seu coração não é para ser visto como algo
“lindo e admirável”, mas é para te colocar em pé
por uma causa! É nítido como Deus tem secado os
ribeiros do entretenimento e emocionalismo no
meio cristão! Não é possível mais caminharmos
no corpo espiritual de forma emocional. Deus está
nos trazendo um despertar para nos movermos,

55
mudarmos a nossa individualidade e tudo o que
está ao nosso redor.
Elias saiu das águas do entretenimento e
começou a caminhar debaixo da provisão. Depois
de passar sede, foi levado ao encontro de uma
viúva que não mal tinha o que lhe oferecer para
comer. Preciso deixar claro esse entendimento:
Deus vai fazer você caminhar por lugares
improváveis; ele vai te enviar para lugares em que
viúvas necessitadas te sustentarão, mas o justo de
Deus viverá por fé! Tenha um posicionamento de
cristão maduro na fé e caminhe pelo improvável
ou ficará estagnado. Não dá mais para
caminharmos do nosso jeito. Não são dias de
Gideão em que se punha o algodão e espera Deus
molhá-lo como sinal, não! Nós temos a revelação
de Jesus Cristo e algo mais que os discípulos não
tinham: o evangelho. Nós temos a palavra de Deus
escrita num livro. Então entenda que Deus espera
que você se comporte como uma pessoa madura,
não há mais espaços para mendicância. Você

56
precisa andar sem ver e crer que o Senhor vai
guiar os seus passos pelo improvável.
Sabe qual é uma das principais práticas que
você deve assumir na sua vida que lhe permitirá
viver tudo o que tem sido ministrado nesses dias?
Ir orar! Por que todo avivamento começa por
alguém orando? Porque na oração, o Espírito
Santo vai dando estrutura para a pessoa até que
ela possa suportar o peso da glória de Deus. Deus
jamais te dará autoridade se você não puder a
suportar.
Há uma ânsia em meu coração que me
despertou a convocar a igreja para essa semana de
consagração, o desejo pelo avivamento.
Entretanto, um grupo de poucas pessoas
queimando por Deus não pode ser considerado um
avivamento, não! O avivamento acontece no
corpo, precisa de mais e mais pessoas – todas
devem desejar desesperadamente a glória de Deus.
Como apóstolo, entendo que hoje não são dias
como os de Moisés, em que o profeta subia

57
sozinho o monte para ouvir a voz de Deus, mas
todos devem subir e se encontrar com o Senhor!
Você é parte disso! Não apenas os pastores da
nossa igreja e eu, não! Você também é! Você deve
também subir o monte.
Deuteronômio 28:1
1Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu
Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu
Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.
“Se atentamente ouvir a voz do Senhor”, é o
início do capítulo, logo o primeiro versículo –
Deus está condicionando o ouvir ao exaltar do
final do verso. A frutificação ou a inércia da nossa
vida é responsabilidade nossa! O original
hebraico da palavra “ouvir” é shemá e significa
algo como “ouvir e obedecer”. Deus condiciona os
dois verbos, dando a entender que ele não espera
que ouçamos a sua voz, mas obedeçamos, nem que
obedeçamos ao que nem sequer ouvimos. Irmão,

58
não há sentido apenas em ouvir a palavra, pois o
ouvir está atrelado ao obedecer.
Mais uma vez faça uma autoanálise do seu
cristianismo. Como você tem ouvido e obedecido
seus líderes, aqueles que Deus colocou diante da
sua vida? Se “atentamente ouvires”... você
caminhará debaixo da palavra do Senhor para sua
igreja, experimentará o sobrenatural e será
incluído naquilo que Deus tem feito. Não tenha
medo, caminhe ouvindo e se submetendo à voz do
Senhor, pois é a palavra dele que te respalda para
viver o extraordinário. Mas agora você pode se
questionar, qual palavra?
O obedecer está atrelado à voz de Deus. Como
você poderá responder a Deus com obediência se
você não obedece nem seus líderes? Mas se
“atentamente ouvires”, você vai caminhar debaixo
da palavra, vai experimentar o sobrenatural, você
vai passar por tudo. Não tenha medo, caminhe
debaixo da palavra, pois a palavra te respalda para
viver o extraordinário. Mas qual palavra? A que

59
você precisa ouvir. E como ouvir? Se posicione
para ouvir! Mas você não ouve, porque não se
posiciona.
O nosso problema hoje é que o crente,
membro da congregação, não ouve nem ao menos
o próprio pastor! Como conseguirá ouvir a voz de
Deus, que é espírito, se não buscar ouvir o pastor
que o Senhor colocou sobre a sua vida? Se você
continuar ouvindo muitas vozes, buscando todos
os pastores que encontrar na internet, não vai
reconhecer nada. No fechamento de tudo, está a
responsabilidade de ouvir, obedecer e caminhar.
Shemá, “ouvir e obedecer”, não é um conselho
ou uma instrução, é um princípio com uma
promessa. Vamos caminhar debaixo de aliança e
paternidade. Vamos extrair azeite, cultivar
relacionamentos e caminhar!
Finalizo orando para que o Senhor traga o
impacto da sua palavra aos corações de todos que
estão sendo ministrados, que traga convicção,
alinhe os caminhos, are os terrenos pedregosos,

60
limpe os campos e promova vida! Eu declaro que
cada crente da nossa congregação será como uma
raposa incendiada, caminhando pelos campos
secos que precedem o avivamento – ninguém
ficará de fora do que o Senhor Jesus Cristo está
fazendo! Ninguém ficará seco, todos queimarão!

61
6. O que fazer de agora em
diante?
Sabe o que diferencia a salvação da
santificação? A salvação é a escolha arbitrária de
Deus daqueles que serão salvos, que estarão com
ele na glória – depende exclusivamente dele, mas
a santificação é um processo. Somos salvos, mas
devemos nos tornar um pouco mais santos a cada
dia – e grande parte desse processo é de nossa
responsabilidade. Deus fez a sua parte ao nos
salvar, chamar para estar com ele e se colocar à
nossa disposição todos os dias. Qual será a sua
resposta? Vou sugerir: todos os dias você vai
acordar mais cedo, antes do horário habitual,
procurar algum lugar confortável, levar consigo
sua Bíblia e orar a Deus! Você vai continuar
aprofundando sua santidade, vai continuar se
consagrando cada dia mais e buscando a face do
Messias. Aproveite que você aprendeu a oferecer
ao Senhor a primícia do seu dia, as primeiras

62
horas da manhã, e continue a buscá-lo nesse
horário.
Por favor, faça com entendimento e
intencionalidade. Nós não vamos enviar profetas
para subirem o monte e nos trazerem revelações
diretas de Deus, não! Todos nós vamos subir
juntos, enquanto corpo de Cristo, e nos
encontraremos com o amor da nossa vida!
Todos juntos vamos cultivar o azeite, pensar
de maneira coletiva, buscar a santidade, caminhar
debaixo da palavra e sermos obedientes à voz do
Senhor!

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