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Prof. Dr. Abrahão Afiune Neto
aafiune@arh.com.br
DISLIPIDEMIA E PREVENÇÃO
CARDIOVASCULAR
Lesão tipo I (lactente
de 1 mês - infecção):
Coronária com íntima
espessada com células
espumosas (setas)
ocupando região rica
en proteoglicanos
(pgc).
Aterosclerose inicia muito precoce na vida!
Prevalência Estrias e Placas
Autópsia - 15 aos 34 anos
Homens
15-19 anos n=372
20-24 anos n=476
25-29 anos n=503
30-34 anos n=383
Mulheres
15-19 anos n=123
20-24 anos n=137
25-29 anos n=165
30-34 anos n=131
estrias gordurosas* lesões estabelecidas**
0-10
10-20
20-30
30-40
40-50
+ 50
*
0-2
2-4
4-6
6-8
8-10
+ 10
**
JAMA 1999;281:727-35
ATEROSCLEROSE
“É uma doença das artérias de grande calibre e de calibre
intermediário,caracterizada pelo desenvolvimento de placas
ateromatosas,na superficíe interna das paredes arteriais.”
Gyuton e Hall,
Tratado de Fisiologia Médica - 11ª edição
Aspectos Gerais
 Manifesta-se clinicamente em 10% da população acima
de 50 anos.
 Desenvolvimento é lento e progressivo
 Para que surjam os primeiros sintomas isquêmicos é
necessário haver uma obstrução significativa de 75% do
calibre de uma arteria
Locais afetados:
 Artérias do cérebro;
 Artérias do coração;
 Artérias dos rins;
 Artérias de outros órgãos vitais,assim como as dos
membros superiores e inferiores
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Artéria Coronária Normal
Desenvolvimento de
células esponjosas
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Desenvolvimento de
células esponjosas
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Desenvolvimento de uma capa fibrosa
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Formação de um ateroma
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Placa Instável (alto risco)
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Ruptura inicial da placa
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Formação inicial do trombo
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Incorporação do trombo
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Progressão do trombo
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
Oclusão coronariana
Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
ATEROTROMBOSE
Mecanismo de transição da
aterosclerose
 crônica para aguda :
 rotura física da placa aterosclerótica:
 trombose aguda.
Braunwald 7ª Edição
ATEROTROMBOSE
Da placa para trombose, evento chave: ruptura da placa
Fase de Instabilização:
 Rica em conteúdos lipídico
 Indícios de processo infeccioso
 Processo inflamatório exuberante
 Capa fibrosa fina
ATEROTROMBOSE
Definição de fator de risco do ponto de
vista epidemiológico
• É uma característica ou achado em um
indivíduo ou em uma população de indivíduos
que, quando está presente previamente, está
associado com um aumento no risco de
desenvolver uma doença no futuro.
• É preciso haver uma coerência biológica entre
o fator de risco e a doença.
Classificação dos Fatores de Risco
• Adquiridos (tabagismo);
• Hereditários (dislipidemia familiar, gênero);
• Medida de laboratório (colesterol, PCR);
• Modificáveis ou não.
Fatores de risco clássicos
1. Idade;
2. Gênero;
3. Tabagismo;
4. Hipertensão arterial sistêmica;
5. Dislipidemia;
6. Diabetes, S. Metabólica e Resistência a insulina;
7. Obesidade;
8. Sedentarismo;
9. Dieta aterogênica;
10. Estresse;
11. Menopausa;
12. História familiar.
Fatores de risco emergentes
• Lipídicos:
Triglicerídeos;
Lp (a);
ApoB/A1;
Apo B;
Apo A1;
Partículas do HDL;
Subpartículas de LDL;
Relação CT/HDL;
• Não-lipídicos:
Fibrinogênio;
PCR;
Homocisteína;
Marcadores inflamatórios;
D-Dímero;
Glicemia de jejum
• Detecção de doença
aterosclerótica subclínica:
Eco de carótidas;
Escore de cálcio;
Teste isquêmico;
Índice tornozelo/braço < 0,9
Dislipidemia – aspectos históricos
• Após décadas de pesquisa sobre os lipídeos, estabeleceu-se a
relação entre os níveis de CT e morte por doença coronariana;
• Estudos de populações japonês-descendentes confirmou a
influência da dieta rica em colesterol e o risco de DAC;
• Vários estudos populacionais prospectivos confirmaram a
responsabilidade do CT no aparecimento da DAC (Framingham,
MRFI, PROCAM, ARIC etc.);
• Embora o papel do CT na DAC tenha sido estabelecido, o efeito do
tratamento da hipercolesterolemia na mortalidade somente surgiu
recentemente com as novas drogas;
• Tratamento com estrogênio e clofibrato aumentaram a
mortalidade;
• O Lipid Research Clinic usou resina quelante que reduziu a
mortalidade por DAC, porém não a mortalidade total.
Libby et al., 2000
Dislipidemia
• As estatinas (inibidores de HMG-CoA
redutase) reduz em 20-60% os níveis de LDL e
30% os eventos coronarianos em 5 anos
Nissen et al., 2004
Cannon et al., 2004
Dislipidemia
• Os valores médios considerados normais
podem variar de população para população;
• O risco da elevação do colesterol começa na
infância e pode predizer o surgimento de DAC;
• No Brasil 38% dos homens e 42% das
mulheres tem CT > 200mg/dl
Stamler et al., 2000
HDL e Triglicerídeos
• HDL aumenta o transporte reverso do
colesterol;
• HDL carrega enzimas antioxidantes que atuam
sobre os fosfolipídeos oxidados;
• Os triglicerídeos elevados permanece como
assunto controverso na aterogênese;
• Na presença de HDL baixo, LDL alto, DM
descontrolado e hipotireoidismo, o TG deve
ser abordado.
Diabetes, resistência a insulina e
Síndrome metabólica
• DM aumenta em 2-8 vezes o risco de eventos
CV;
• 75% das mortes em diabéticos é por DAC;
• Nos indivíduos que irão ter DM o risco de
eventos CV triplica (resistência à insulina);
• No Brasil a prevalência de 5-10% conforme a
Capital
Hu et al., 2002;
Gillum et al., 2000;
Garber et al., 2002
Diretrizes brasileiras, 2007
Escore de risco de Framingham
• Idade;
• Gênero;
• CT ou LDL;
• HDL;
• Pressão arterial;
• DM;
• Tabagismo.
• A presença de fatores agravantes eleva em um
grau o risco absoluto.
Diretrizes brasileiras, 2007
Fatores agravantes
Diretrizes brasileiras, 2007
Prevenção primária – efeito da
intervenção
• Tabagismo (2-3 x risco) – 60% de redução de risco em 3 anos (maior parte do
benefício nos 3 meses iniciais)
• Hipertensão (7mmHg – 27% DCV) – 5-6mmHg de redução diminui 42% AVE e 16%
DCV
• Colesterol (10% - 20-30% risco) – 10% de redução reduz 10% mortalidade e 18%
eventos
• Diabetes (2-7x risco) – controle da glicose reduz morte e eventos cv.
• Obesidade e atividade física - manutenção do peso ideal reduz 50% IAM
• Álcool - reduz 30-50% IAM
• Aspirina – 33% redução de IAM em homens
• Menopausa – TRH não é recomendada para prevenir DCV
• Dieta – rica em frutas, legumes e fibras é recomendada
• Suplementos dietéticos – não recomendado
• Fatores psico-sociais – estudos em andamento (ENRICHD; SADHART)
• Marcadores bioquímicos – necessidade de estudos
• Marcadores genéticos – estudos em andamento
Metas e reavaliação do risco
• Orientação dietética e estilo de vida com
reavaliação em 6 meses para baixo risco e 3
meses para intermediário;
• Medidas terapêuticas para os que não
atingirem a meta.
Metas para os lipídeos
Diretrizes brasileiras, 2007
Caso clínico 6
JSB, 52 anos
Sem queixas CV
Procurou o cardiologista para liberação para práticas
esportivas
Refere tabagismo e nega alcoolismo
Dieta - abusa em alimentos ricos em gordura saturada
Pai apresentou IAM aos 49 anos de idade
Exame Físico
Normal
FC = 76 bpm
PA = 120x70 mmHg
Altura = 1,76 m
Peso = 74 Kg
CA = 91 cm
Exames Laboratoriais
Glicose = 95 mg/dL
CT = 206 mg/dL
TG = 102 mg/dL
HDL-c = 35 mg/dL
LDL-c = 151 mg/dL
Provas hepáticas e de tireóide normais
Exames Complementares
ELETROCARDIOGRAMA: normal
TESTE ERGOMÉTRICO: atingiu FC máxima, comportamento
normal da PA, sem arritmias, sem sintomas ou sinais
eletrocardiográficos de isquemia miocárdica
ECODOPPLERCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO: normal
DUPLEX DE CARÓTIDAS: espessamento carotídeo bilateral – EIMC
= 1,5 mm
Qual o risco
cardiovascular
deste paciente?
Caso
Clínico 6
NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002
Escore de Framingham
NCEP – ATP III
Idade (anos) Pontos
20-34 -9
35-39 -4
40-44 0
45-49 3
50-54 6
55-59 8
60-64 10
65-69 11
70-74 12
75-79 13
HDL-colesterol
(mg/dL)
Pontos
≥ 60 -1
50-59 0
40-49 1
< 40 2
PA sistólica
(mmHg)
não
tratada
tratada
< 120 0 0
120-129 0 1
130-139 1 2
140-159 1 2
≥ 160 2 3
Colesterol
total (mg/dL)
20-39 40-49 50-59 60-69 70-79
< 160 0 0 0 0 0
160-199 4 3 2 1 0
200-239 7 5 3 1 0
240-279 9 6 4 2 1
≥ 280 11 8 5 3 1
Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79
Não 0 0 0 0 0
Sim 8 5 3 1 1
14 Pontos
Escore de Framingham: NCEP – ATP III
Total de pontos Homens Risco absoluto 10 anos (%)
<0 <1
0 1
1 1
2 1
3 1
4 1
5 2
6 2
7 3
8 4
9 5
10 6
11 8
12 10
13 12
14 16
15 20
16 25
≥17 ≥30
Risco absoluto de
morte ou IAM nos
próximos
10 anos
= 16%
Caso clínico 6
ESCORE DE
FRAMINGHAM = 14 pontos
16 %
Quais são os fatores agravantes ?
História familiar de DAC prematura
(parente de primeiro grau, homem <55 a ou mulher <65 a)
Síndrome metabólica
Microalbuminúria ou macroalbuminúria
HVE
IRC
PCR-as >3 mg/L
Evidência de doença aterosclerótica assintomática
– espessamento de carótida (IMT) >1mm
– escore de cálcio coronário >100 ou >percentil 75
– índice tornozelo-braquial (ITB) <0,9
História Familiar de DAC prematura
– (parente de primeiro grau, homem <55 a ou mulher < 65 a)
Síndrome metabólica
Microalbuminúria ou macroalbuminúria
HVE
IRC
PCR-as >3 mg/dL
Evidência de doença aterosclerótica assintomática
– Estenose ou espessamento de carótida (IMT) > 1mm
– Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75
– Índice tornozelo braquial- ITB < 0,9
Quais são os fatores agravantes ?
Na impossibilidade de atingir as metas recomenda-se a maior redução possível do LDL-C dos níveis basais.
Não HDL-C = colesterol total - HDL-C. Deve ser utilizado sempre que os triglicérides forem superiores a 150 mg/dL.
* Estimado pela equação de Friedewald
Estratificação do risco de evento coronário e
respectivas metas terapêuticas
Estrato
Risco estimado
de evento em 10
anos
META TERAPÊUTICA (mg/dL)
LDL-c* HDL-c TG Não HDL-c
Baixo risco < 10% < 160
♂ > 40
♀ > 50
< 150 < 190
Médio risco 10 a 20% < 130
♂ > 40
♀ > 50
< 150 < 160
Alto risco
> 20% ou
diabetes
< 100 opcional
< 70
♂ > 40
♂ DM > 50
♀ > 50
< 150
< 130
opcional < 100
Aterosclerose
significativa
< 70
♂ > 40
♀ > 50
< 150 < 100
Medidas terapêuticas e período de
reavaliação
Estrato Medida terapêutica inicial Reavaliação das metas
Baixo risco MEV 6 meses
Risco médio MEV 3 meses
Alto risco
MEV + tratamento
farmacológico
3 meses
Aterosclerose manifesta MEV + tratamento
farmacológico
individual
Caso clínico 6
Risco moderado com fatores agravantes = ALTO RISCO
Meta
LDL-c 151 mg/dL <100 mg/dL
HDL-c 35 mg/dL >40 mg/dL
TG 102 mg/dL <150 mg/dL
Prescrita rosuvastatina 10 mg/dia
Liberado para práticas esportivas
Retorno após 60 dias
Exames laboratoriais:
Glicose = 92 mg/dL
CT = 156 mg/dL
TG = 92 mg/dL
HDL-c = 39 mg/dL
LDL-c = 99 mg/dL
TGO, TGP e CPK = normais
Exames Laboratoriais
Caso clínico 7
SMS, 45 anos
Assintomático
Refere ganho de peso excessivo há 1 ano; sedentário
Descoberto ter hipercolesterolemia mas não faz
nenhum tratamento
Pai teve morte súbita aos 43 anos; irmão teve AVCI com
40 anos
fuma 30 cig/dia; nega ingestão de álcool
Exame Físico
Normal
PA = 150/90 mmHg FC = 88 bpm
Altura = 1,72 m peso = 106 Kg
CA = 112 cm
Exames Laboratorias
Glicose = 108 mg/dL CT = 240 mg/dL TG = 194 mg/dL
HDL-c = 36 mg/dL LDL-c = 165 mg/dL HbA1c = 6,1%
Provas de tireóide normais
TGO = 78 U/L (VN < 40 U/L)
TGP = 101 U/L (VN < 40 U/L)
Eletrocardiograma - normal
Síndrome Metabólica
Homens
Brancos de origem européia e
negros
≥ 94 cm
Sul-asiáticos, ameríndios e
chineses
≥ 90 cm
Japoneses ≥ 85 cm
Mulheres
Brancas de origem
europídea, negras, sul-
asiáticas, ameríndias e
chinesas
≥ 80 cm
Japonesas ≥90 cm
TG ≥ 150mg/dL
HDL-colesterol
Homens <40mg/dL
Mulheres<50mg/dL
Glicemia ≥ 100mg/dL
PA ≥130 x 85 mm Hg
+ 2 critérios
Obesidade Visceral
NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002
Escore de Framingham
NCEP – ATP III
Idade Pontos
20-34 -9
35-39 -4
40-44 0
45-49 3
50-54 6
55-59 8
60-64 10
65-69 11
70-74 12
75-79 13
HDL-colesterol
(mg/dL)
Pontos
≥ 60 -1
50-59 0
40-49 1
< 40 2
PA (sistólica, mm
Hg)
não
tratada
tratada
< 120 0 0
120-129 0 1
130-139 1 2
140-159 1 2
≥ 160 2 3
Colesterol
Total, mg/dL
20-39 40-49 50-59 60-69 70-79
< 160 0 0 0 0 0
160-199 4 3 2 1 0
200-239 7 5 3 1 0
240-279 9 6 4 2 1
≥ 280 11 8 5 3 1
Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79
Não 0 0 0 0 0
Sim 8 5 3 1 1
17 Pontos
Escore de Framingham: NCEP – ATP III
Total de pontos Homens Risco absoluto 10 anos (%)
<0 <1
0 1
1 1
2 1
3 1
4 1
5 2
6 2
7 3
8 4
9 5
10 6
11 8
12 10
13 12
14 16
15 20
16 25
≥17 ≥30
Risco absoluto de
morte ou IAM nos
próximos
10 anos
≥ 30%
Risco absoluto de eventos coronários
(IAM ou morte por DAC)
nos próximos 10 anos
NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002
Escore de Framingham NCEP – ATP III
Estratificação do Risco
Baixo risco < 10%
Médio risco entre 10 e 20%
Alto risco >20%
Exames Laboratorias
Teste de tolerância à glicose de 2 horas
G jejum = 109 mg/dL
G 2 horas = 185 mg/dL
62
Caso clínico 7
ESCORE DE
FRAMINGHAM = 17 PONTOS
> 20%
a) Dieta
b) Atividade física
c) Perda de peso
d) Largar o vício de fumar
e) Adequado controle pressórico
f) Adequar perfil lipídico TODOS DEVEM SER
INICIADOS SIMULTANEAMENTE
Caso clínico 7
Qual o tratamento inicial mais
indicado para prevenção da
doença cardiovascular?
64
Há indicação para uso de estatina?
Caso clínico 7
As estatinas são a primeira escolha
para a redução do colesterol
Grau de recomendação Nível de evidência
Estatinas I A
Ezetimiba
(intolerância a estatina)
IIa C
Estatinas +
Ezetimiba
IIa ° B
IIa • C
IIa † D
Resina de troca IIa * A
° em casos de elevações persistentes do LDL-C apesar de doses adequadas de estatinas.
• em casos de HF † como primeira opção terapêutica * mulheres em período reprodutivo
Arq Bras Cardiol 2007;88:1-19
Prescrita
Rosuvastatina 10 mg/dia
Efeitos na Mortalidade por Causa
Específica para cada redução de 1·0
mmol/L de LDL-C
Eventos (% por ano)
RR (IC) para cada redução de 1 mmol/L no LDL-C
Causas vasculares de morte
DAC
Outras causas cardíacas
Todas Causas Cardíacas
AVC isquêmico
AVC hemorrágico
AVC desconhecido
AVC
Outros - Vasculares
1887 (0-5%)
1446 (0-4%)
3333 (0-9%)
153 (0-0%)
102 (0-0%)
228 (0-1%)
483 (0-1%)
404 (0-1%)
2281 (0-6%)
1603 (0-4%)
3884 (1-1%)
139 (0-0%)
89 (0-0%)
273 (0-1%)
501 (0-1%)
409 (0-1%)
Outras causas vasculares
Causas não-vasculares de morte
Câncer
Respiratória
Trauma
Outras causas não-vasculares
Qualquer causa não-vascular
Desconhecida
Qualquer morte
4220 (1-2%)
1781 (0-5%)
224 (0-1%)
127 (0-0%)
811 (0-2%)
2943 (0-8%)
4794 (1-3%)
1798 (0-5%)
237 (0-1%)
127 (0-0%)
832 (0-2%)
2994 (0-8%)
479 (0-1%)
7642 (2-1%)
539 (0-5%)
8327 (2-3%)
Estatinas / Mais Controle / Menos
Estatinas / Mais Controle / Menos
99%ou 95% Cl Lancet 2010; 376:1670-81
Efeitos na incidência de Câncer para cada
redução de 1·0 mmol/L no LDL-C
Eventos (% por ano)
RR (IC) para cada redução de 1 mmol/L no LDL-C
Estatinas / Mais Controle / Menos
Mais vs Menos Estatina
Gastroinstestinal
Gênito-urinário
Respiratório
Câncer mama
Hematológico
Melanoma
Outros ; desconhecido
Qualquer
288 (0-3%)
480 (0-5%)
231 (0-3%)
73 (0-4%)
95 (0-1%)
56 (0-1%)
243 (0-3%)
1466 (0-1%)
322 (0-4%)
496 (0-5%)
219 (0-2%)
54 (0-3%)
82 (0-1%)
42 (0-0%)
257 (0-3%)
1472 (1-6%)
Estatina versus controle
Gastroinstestinal
Gênito-urinário
Respiratório
Câncer mama
Hematológico
Melanoma
Outros ; desconhecido
Qualquer
Estatinas / Mais Controle / Menos
878 (0-3%)
1116 (0-4%)
582 (0-2%)
194 (0-3%)
210 (0-1%)
103 (0-1%)
511 (0-3%)
3594 (1-4%)
872 (0-3%)
1149 (0-4%)
595 (0-2%)
187 (0-2%)
209 (0-1%)
100 (0-0%)
480 (0-2%)
3592 (1-4%)
Todas combinações
Gastroinstestinal
Gênito-urinário
Respiratório
Câncer mama
Hematológico
Melanoma
Outros ; desconhecido
Qualquer
1166 (0-3%)
1596 (0-4%)
813 (0-2%)
267 (0-3%)
305 (0-1%)
159 (0-1%)
754 (0-3%)
5060 (1-4%)
1194 (0-3%)
1645 (0-5%)
814 (0-2%)
241 (0-3%)
291 (0-1%)
142 (0-0%)
737 (0-2%)
5064 (1-4%)
Lancet 2010; 376:1670-81
Estatinas - risco de diabetes
Risco DM = 255 pacientes/4 anos - 1 paciente diabético
Prevenção de IAM, AVC e RM = 9/1
Sattar N et al. Lancet 2010; 375:735-42
Exames Laboratoriais
Glicose = 109 mg/dL CT = 180 mg/dL TG = 145 mg/dL
HDL-c = 39 mg/dL LDL-c = 112 mg/dL HbA1c = 6,1%
CPK -115 U/L
TGO = 48 U/L TGP = 49 U/L
Exames Laboratorias
ROSUVA 20 mg/dia Após 60 dias
Glicose = 108 mg/dL CT = 162 mg/dL TG = 140 mg/dL
HDL-c = 40 mg/dL LDL-c = 94 mg/dL HbA1c = 6,0%
Provas de tireóide normais
TGO = 43 U/L TGP = 47 U/L CPK = 139 U/L

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DISLIPIDEMIA E PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

  • 1. Prof. Dr. Abrahão Afiune Neto aafiune@arh.com.br DISLIPIDEMIA E PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR
  • 2. Lesão tipo I (lactente de 1 mês - infecção): Coronária com íntima espessada com células espumosas (setas) ocupando região rica en proteoglicanos (pgc). Aterosclerose inicia muito precoce na vida!
  • 3. Prevalência Estrias e Placas Autópsia - 15 aos 34 anos Homens 15-19 anos n=372 20-24 anos n=476 25-29 anos n=503 30-34 anos n=383 Mulheres 15-19 anos n=123 20-24 anos n=137 25-29 anos n=165 30-34 anos n=131 estrias gordurosas* lesões estabelecidas** 0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 + 50 * 0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 + 10 ** JAMA 1999;281:727-35
  • 4. ATEROSCLEROSE “É uma doença das artérias de grande calibre e de calibre intermediário,caracterizada pelo desenvolvimento de placas ateromatosas,na superficíe interna das paredes arteriais.” Gyuton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica - 11ª edição
  • 5. Aspectos Gerais  Manifesta-se clinicamente em 10% da população acima de 50 anos.  Desenvolvimento é lento e progressivo  Para que surjam os primeiros sintomas isquêmicos é necessário haver uma obstrução significativa de 75% do calibre de uma arteria
  • 6. Locais afetados:  Artérias do cérebro;  Artérias do coração;  Artérias dos rins;  Artérias de outros órgãos vitais,assim como as dos membros superiores e inferiores
  • 7. Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose Artéria Coronária Normal
  • 10. Desenvolvimento de uma capa fibrosa Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 11. Formação de um ateroma Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 12. Placa Instável (alto risco) Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 13. Ruptura inicial da placa Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 14. Formação inicial do trombo Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 15. Incorporação do trombo Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 16. Progressão do trombo Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 17. Oclusão coronariana Desenvolvimento e Progressão da Aterosclerose
  • 18. ATEROTROMBOSE Mecanismo de transição da aterosclerose  crônica para aguda :  rotura física da placa aterosclerótica:  trombose aguda. Braunwald 7ª Edição
  • 19. ATEROTROMBOSE Da placa para trombose, evento chave: ruptura da placa
  • 20.
  • 21.
  • 22. Fase de Instabilização:  Rica em conteúdos lipídico  Indícios de processo infeccioso  Processo inflamatório exuberante  Capa fibrosa fina ATEROTROMBOSE
  • 23. Definição de fator de risco do ponto de vista epidemiológico • É uma característica ou achado em um indivíduo ou em uma população de indivíduos que, quando está presente previamente, está associado com um aumento no risco de desenvolver uma doença no futuro. • É preciso haver uma coerência biológica entre o fator de risco e a doença.
  • 24. Classificação dos Fatores de Risco • Adquiridos (tabagismo); • Hereditários (dislipidemia familiar, gênero); • Medida de laboratório (colesterol, PCR); • Modificáveis ou não.
  • 25. Fatores de risco clássicos 1. Idade; 2. Gênero; 3. Tabagismo; 4. Hipertensão arterial sistêmica; 5. Dislipidemia; 6. Diabetes, S. Metabólica e Resistência a insulina; 7. Obesidade; 8. Sedentarismo; 9. Dieta aterogênica; 10. Estresse; 11. Menopausa; 12. História familiar.
  • 26. Fatores de risco emergentes • Lipídicos: Triglicerídeos; Lp (a); ApoB/A1; Apo B; Apo A1; Partículas do HDL; Subpartículas de LDL; Relação CT/HDL; • Não-lipídicos: Fibrinogênio; PCR; Homocisteína; Marcadores inflamatórios; D-Dímero; Glicemia de jejum • Detecção de doença aterosclerótica subclínica: Eco de carótidas; Escore de cálcio; Teste isquêmico; Índice tornozelo/braço < 0,9
  • 27. Dislipidemia – aspectos históricos • Após décadas de pesquisa sobre os lipídeos, estabeleceu-se a relação entre os níveis de CT e morte por doença coronariana; • Estudos de populações japonês-descendentes confirmou a influência da dieta rica em colesterol e o risco de DAC; • Vários estudos populacionais prospectivos confirmaram a responsabilidade do CT no aparecimento da DAC (Framingham, MRFI, PROCAM, ARIC etc.); • Embora o papel do CT na DAC tenha sido estabelecido, o efeito do tratamento da hipercolesterolemia na mortalidade somente surgiu recentemente com as novas drogas; • Tratamento com estrogênio e clofibrato aumentaram a mortalidade; • O Lipid Research Clinic usou resina quelante que reduziu a mortalidade por DAC, porém não a mortalidade total. Libby et al., 2000
  • 28. Dislipidemia • As estatinas (inibidores de HMG-CoA redutase) reduz em 20-60% os níveis de LDL e 30% os eventos coronarianos em 5 anos Nissen et al., 2004 Cannon et al., 2004
  • 29. Dislipidemia • Os valores médios considerados normais podem variar de população para população; • O risco da elevação do colesterol começa na infância e pode predizer o surgimento de DAC; • No Brasil 38% dos homens e 42% das mulheres tem CT > 200mg/dl Stamler et al., 2000
  • 30. HDL e Triglicerídeos • HDL aumenta o transporte reverso do colesterol; • HDL carrega enzimas antioxidantes que atuam sobre os fosfolipídeos oxidados; • Os triglicerídeos elevados permanece como assunto controverso na aterogênese; • Na presença de HDL baixo, LDL alto, DM descontrolado e hipotireoidismo, o TG deve ser abordado.
  • 31. Diabetes, resistência a insulina e Síndrome metabólica • DM aumenta em 2-8 vezes o risco de eventos CV; • 75% das mortes em diabéticos é por DAC; • Nos indivíduos que irão ter DM o risco de eventos CV triplica (resistência à insulina); • No Brasil a prevalência de 5-10% conforme a Capital Hu et al., 2002; Gillum et al., 2000; Garber et al., 2002
  • 33. Escore de risco de Framingham • Idade; • Gênero; • CT ou LDL; • HDL; • Pressão arterial; • DM; • Tabagismo. • A presença de fatores agravantes eleva em um grau o risco absoluto.
  • 35.
  • 37. Prevenção primária – efeito da intervenção • Tabagismo (2-3 x risco) – 60% de redução de risco em 3 anos (maior parte do benefício nos 3 meses iniciais) • Hipertensão (7mmHg – 27% DCV) – 5-6mmHg de redução diminui 42% AVE e 16% DCV • Colesterol (10% - 20-30% risco) – 10% de redução reduz 10% mortalidade e 18% eventos • Diabetes (2-7x risco) – controle da glicose reduz morte e eventos cv. • Obesidade e atividade física - manutenção do peso ideal reduz 50% IAM • Álcool - reduz 30-50% IAM • Aspirina – 33% redução de IAM em homens • Menopausa – TRH não é recomendada para prevenir DCV • Dieta – rica em frutas, legumes e fibras é recomendada • Suplementos dietéticos – não recomendado • Fatores psico-sociais – estudos em andamento (ENRICHD; SADHART) • Marcadores bioquímicos – necessidade de estudos • Marcadores genéticos – estudos em andamento
  • 38. Metas e reavaliação do risco • Orientação dietética e estilo de vida com reavaliação em 6 meses para baixo risco e 3 meses para intermediário; • Medidas terapêuticas para os que não atingirem a meta.
  • 39. Metas para os lipídeos Diretrizes brasileiras, 2007
  • 40. Caso clínico 6 JSB, 52 anos Sem queixas CV Procurou o cardiologista para liberação para práticas esportivas Refere tabagismo e nega alcoolismo Dieta - abusa em alimentos ricos em gordura saturada Pai apresentou IAM aos 49 anos de idade
  • 41. Exame Físico Normal FC = 76 bpm PA = 120x70 mmHg Altura = 1,76 m Peso = 74 Kg CA = 91 cm
  • 42. Exames Laboratoriais Glicose = 95 mg/dL CT = 206 mg/dL TG = 102 mg/dL HDL-c = 35 mg/dL LDL-c = 151 mg/dL Provas hepáticas e de tireóide normais
  • 43. Exames Complementares ELETROCARDIOGRAMA: normal TESTE ERGOMÉTRICO: atingiu FC máxima, comportamento normal da PA, sem arritmias, sem sintomas ou sinais eletrocardiográficos de isquemia miocárdica ECODOPPLERCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO: normal DUPLEX DE CARÓTIDAS: espessamento carotídeo bilateral – EIMC = 1,5 mm
  • 44. Qual o risco cardiovascular deste paciente? Caso Clínico 6
  • 45. NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 Escore de Framingham NCEP – ATP III Idade (anos) Pontos 20-34 -9 35-39 -4 40-44 0 45-49 3 50-54 6 55-59 8 60-64 10 65-69 11 70-74 12 75-79 13 HDL-colesterol (mg/dL) Pontos ≥ 60 -1 50-59 0 40-49 1 < 40 2 PA sistólica (mmHg) não tratada tratada < 120 0 0 120-129 0 1 130-139 1 2 140-159 1 2 ≥ 160 2 3 Colesterol total (mg/dL) 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 < 160 0 0 0 0 0 160-199 4 3 2 1 0 200-239 7 5 3 1 0 240-279 9 6 4 2 1 ≥ 280 11 8 5 3 1 Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 Não 0 0 0 0 0 Sim 8 5 3 1 1 14 Pontos
  • 46. Escore de Framingham: NCEP – ATP III Total de pontos Homens Risco absoluto 10 anos (%) <0 <1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 2 6 2 7 3 8 4 9 5 10 6 11 8 12 10 13 12 14 16 15 20 16 25 ≥17 ≥30 Risco absoluto de morte ou IAM nos próximos 10 anos = 16%
  • 47. Caso clínico 6 ESCORE DE FRAMINGHAM = 14 pontos 16 %
  • 48. Quais são os fatores agravantes ? História familiar de DAC prematura (parente de primeiro grau, homem <55 a ou mulher <65 a) Síndrome metabólica Microalbuminúria ou macroalbuminúria HVE IRC PCR-as >3 mg/L Evidência de doença aterosclerótica assintomática – espessamento de carótida (IMT) >1mm – escore de cálcio coronário >100 ou >percentil 75 – índice tornozelo-braquial (ITB) <0,9
  • 49. História Familiar de DAC prematura – (parente de primeiro grau, homem <55 a ou mulher < 65 a) Síndrome metabólica Microalbuminúria ou macroalbuminúria HVE IRC PCR-as >3 mg/dL Evidência de doença aterosclerótica assintomática – Estenose ou espessamento de carótida (IMT) > 1mm – Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75 – Índice tornozelo braquial- ITB < 0,9 Quais são os fatores agravantes ?
  • 50. Na impossibilidade de atingir as metas recomenda-se a maior redução possível do LDL-C dos níveis basais. Não HDL-C = colesterol total - HDL-C. Deve ser utilizado sempre que os triglicérides forem superiores a 150 mg/dL. * Estimado pela equação de Friedewald Estratificação do risco de evento coronário e respectivas metas terapêuticas Estrato Risco estimado de evento em 10 anos META TERAPÊUTICA (mg/dL) LDL-c* HDL-c TG Não HDL-c Baixo risco < 10% < 160 ♂ > 40 ♀ > 50 < 150 < 190 Médio risco 10 a 20% < 130 ♂ > 40 ♀ > 50 < 150 < 160 Alto risco > 20% ou diabetes < 100 opcional < 70 ♂ > 40 ♂ DM > 50 ♀ > 50 < 150 < 130 opcional < 100 Aterosclerose significativa < 70 ♂ > 40 ♀ > 50 < 150 < 100
  • 51. Medidas terapêuticas e período de reavaliação Estrato Medida terapêutica inicial Reavaliação das metas Baixo risco MEV 6 meses Risco médio MEV 3 meses Alto risco MEV + tratamento farmacológico 3 meses Aterosclerose manifesta MEV + tratamento farmacológico individual
  • 52. Caso clínico 6 Risco moderado com fatores agravantes = ALTO RISCO Meta LDL-c 151 mg/dL <100 mg/dL HDL-c 35 mg/dL >40 mg/dL TG 102 mg/dL <150 mg/dL Prescrita rosuvastatina 10 mg/dia Liberado para práticas esportivas
  • 53. Retorno após 60 dias Exames laboratoriais: Glicose = 92 mg/dL CT = 156 mg/dL TG = 92 mg/dL HDL-c = 39 mg/dL LDL-c = 99 mg/dL TGO, TGP e CPK = normais Exames Laboratoriais
  • 54. Caso clínico 7 SMS, 45 anos Assintomático Refere ganho de peso excessivo há 1 ano; sedentário Descoberto ter hipercolesterolemia mas não faz nenhum tratamento Pai teve morte súbita aos 43 anos; irmão teve AVCI com 40 anos fuma 30 cig/dia; nega ingestão de álcool
  • 55. Exame Físico Normal PA = 150/90 mmHg FC = 88 bpm Altura = 1,72 m peso = 106 Kg CA = 112 cm
  • 56. Exames Laboratorias Glicose = 108 mg/dL CT = 240 mg/dL TG = 194 mg/dL HDL-c = 36 mg/dL LDL-c = 165 mg/dL HbA1c = 6,1% Provas de tireóide normais TGO = 78 U/L (VN < 40 U/L) TGP = 101 U/L (VN < 40 U/L) Eletrocardiograma - normal
  • 57. Síndrome Metabólica Homens Brancos de origem européia e negros ≥ 94 cm Sul-asiáticos, ameríndios e chineses ≥ 90 cm Japoneses ≥ 85 cm Mulheres Brancas de origem europídea, negras, sul- asiáticas, ameríndias e chinesas ≥ 80 cm Japonesas ≥90 cm TG ≥ 150mg/dL HDL-colesterol Homens <40mg/dL Mulheres<50mg/dL Glicemia ≥ 100mg/dL PA ≥130 x 85 mm Hg + 2 critérios Obesidade Visceral
  • 58. NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 Escore de Framingham NCEP – ATP III Idade Pontos 20-34 -9 35-39 -4 40-44 0 45-49 3 50-54 6 55-59 8 60-64 10 65-69 11 70-74 12 75-79 13 HDL-colesterol (mg/dL) Pontos ≥ 60 -1 50-59 0 40-49 1 < 40 2 PA (sistólica, mm Hg) não tratada tratada < 120 0 0 120-129 0 1 130-139 1 2 140-159 1 2 ≥ 160 2 3 Colesterol Total, mg/dL 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 < 160 0 0 0 0 0 160-199 4 3 2 1 0 200-239 7 5 3 1 0 240-279 9 6 4 2 1 ≥ 280 11 8 5 3 1 Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 Não 0 0 0 0 0 Sim 8 5 3 1 1 17 Pontos
  • 59. Escore de Framingham: NCEP – ATP III Total de pontos Homens Risco absoluto 10 anos (%) <0 <1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 2 6 2 7 3 8 4 9 5 10 6 11 8 12 10 13 12 14 16 15 20 16 25 ≥17 ≥30 Risco absoluto de morte ou IAM nos próximos 10 anos ≥ 30%
  • 60. Risco absoluto de eventos coronários (IAM ou morte por DAC) nos próximos 10 anos NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 Escore de Framingham NCEP – ATP III Estratificação do Risco Baixo risco < 10% Médio risco entre 10 e 20% Alto risco >20%
  • 61. Exames Laboratorias Teste de tolerância à glicose de 2 horas G jejum = 109 mg/dL G 2 horas = 185 mg/dL
  • 62. 62 Caso clínico 7 ESCORE DE FRAMINGHAM = 17 PONTOS > 20%
  • 63. a) Dieta b) Atividade física c) Perda de peso d) Largar o vício de fumar e) Adequado controle pressórico f) Adequar perfil lipídico TODOS DEVEM SER INICIADOS SIMULTANEAMENTE Caso clínico 7 Qual o tratamento inicial mais indicado para prevenção da doença cardiovascular?
  • 64. 64 Há indicação para uso de estatina? Caso clínico 7
  • 65. As estatinas são a primeira escolha para a redução do colesterol Grau de recomendação Nível de evidência Estatinas I A Ezetimiba (intolerância a estatina) IIa C Estatinas + Ezetimiba IIa ° B IIa • C IIa † D Resina de troca IIa * A ° em casos de elevações persistentes do LDL-C apesar de doses adequadas de estatinas. • em casos de HF † como primeira opção terapêutica * mulheres em período reprodutivo Arq Bras Cardiol 2007;88:1-19
  • 67. Efeitos na Mortalidade por Causa Específica para cada redução de 1·0 mmol/L de LDL-C Eventos (% por ano) RR (IC) para cada redução de 1 mmol/L no LDL-C Causas vasculares de morte DAC Outras causas cardíacas Todas Causas Cardíacas AVC isquêmico AVC hemorrágico AVC desconhecido AVC Outros - Vasculares 1887 (0-5%) 1446 (0-4%) 3333 (0-9%) 153 (0-0%) 102 (0-0%) 228 (0-1%) 483 (0-1%) 404 (0-1%) 2281 (0-6%) 1603 (0-4%) 3884 (1-1%) 139 (0-0%) 89 (0-0%) 273 (0-1%) 501 (0-1%) 409 (0-1%) Outras causas vasculares Causas não-vasculares de morte Câncer Respiratória Trauma Outras causas não-vasculares Qualquer causa não-vascular Desconhecida Qualquer morte 4220 (1-2%) 1781 (0-5%) 224 (0-1%) 127 (0-0%) 811 (0-2%) 2943 (0-8%) 4794 (1-3%) 1798 (0-5%) 237 (0-1%) 127 (0-0%) 832 (0-2%) 2994 (0-8%) 479 (0-1%) 7642 (2-1%) 539 (0-5%) 8327 (2-3%) Estatinas / Mais Controle / Menos Estatinas / Mais Controle / Menos 99%ou 95% Cl Lancet 2010; 376:1670-81
  • 68. Efeitos na incidência de Câncer para cada redução de 1·0 mmol/L no LDL-C Eventos (% por ano) RR (IC) para cada redução de 1 mmol/L no LDL-C Estatinas / Mais Controle / Menos Mais vs Menos Estatina Gastroinstestinal Gênito-urinário Respiratório Câncer mama Hematológico Melanoma Outros ; desconhecido Qualquer 288 (0-3%) 480 (0-5%) 231 (0-3%) 73 (0-4%) 95 (0-1%) 56 (0-1%) 243 (0-3%) 1466 (0-1%) 322 (0-4%) 496 (0-5%) 219 (0-2%) 54 (0-3%) 82 (0-1%) 42 (0-0%) 257 (0-3%) 1472 (1-6%) Estatina versus controle Gastroinstestinal Gênito-urinário Respiratório Câncer mama Hematológico Melanoma Outros ; desconhecido Qualquer Estatinas / Mais Controle / Menos 878 (0-3%) 1116 (0-4%) 582 (0-2%) 194 (0-3%) 210 (0-1%) 103 (0-1%) 511 (0-3%) 3594 (1-4%) 872 (0-3%) 1149 (0-4%) 595 (0-2%) 187 (0-2%) 209 (0-1%) 100 (0-0%) 480 (0-2%) 3592 (1-4%) Todas combinações Gastroinstestinal Gênito-urinário Respiratório Câncer mama Hematológico Melanoma Outros ; desconhecido Qualquer 1166 (0-3%) 1596 (0-4%) 813 (0-2%) 267 (0-3%) 305 (0-1%) 159 (0-1%) 754 (0-3%) 5060 (1-4%) 1194 (0-3%) 1645 (0-5%) 814 (0-2%) 241 (0-3%) 291 (0-1%) 142 (0-0%) 737 (0-2%) 5064 (1-4%) Lancet 2010; 376:1670-81
  • 69. Estatinas - risco de diabetes Risco DM = 255 pacientes/4 anos - 1 paciente diabético Prevenção de IAM, AVC e RM = 9/1 Sattar N et al. Lancet 2010; 375:735-42
  • 70. Exames Laboratoriais Glicose = 109 mg/dL CT = 180 mg/dL TG = 145 mg/dL HDL-c = 39 mg/dL LDL-c = 112 mg/dL HbA1c = 6,1% CPK -115 U/L TGO = 48 U/L TGP = 49 U/L
  • 71. Exames Laboratorias ROSUVA 20 mg/dia Após 60 dias Glicose = 108 mg/dL CT = 162 mg/dL TG = 140 mg/dL HDL-c = 40 mg/dL LDL-c = 94 mg/dL HbA1c = 6,0% Provas de tireóide normais TGO = 43 U/L TGP = 47 U/L CPK = 139 U/L