Este documento fornece um resumo de 34 capítulos do livro "1000 Faces da Bíblia". Os capítulos abordam diversos aspectos do texto bíblico, como a cronologia, autoria, contradições, profecias, arqueologia e questões científicas. O livro também discute temas polêmicos como a Trindade, sexualidade e a possível existência de gigantes e aliens nas narrativas bíblicas.
4. 4
Capítulo 3
Face Autoral do Antigo Testamento................................................55
Pontos Questionáveis
Capítulo 4
Face Curiosa da Bíblia....................................................................60
Dados Bíblicos Importantes
Dados Bíblicos Curiosos
Raridades Bíblicas
Bíblias das Igrejas Ortodoxas Orientais
Passagens Bíblicas Repetidas
A Muralha de Jericó caiu por ação divina?
Mar Vermelho ou Mar dos Juncos?
Os Nomes de Deus
Adão e Eva tinham umbigo?
Animais Pré-Históricos na Bíblia?
As Sete Frases de Jesus na Cruz
Alma (nephesh) – Fôlego de Vida (neshamah) - Espírito (ruach)
Capítulo 5
Face Controversa do Livro do Gênesis...........................................79
Eram os dias do livro da criação de 24 horas?
Qual a Idade da Terra baseando-se pelo Gênesis?
Serpente No Gênesis é Uma Cobra?
Duas narrações da criação do homem
O que foi criado primeiro?
5. 5
Jardim do Éden
Criar e Transformar...
O Gênesis Reinterpretado
Épico da Criação Babilônica
Noé Sumério
Noé Babilônico
Heróis Diluvianos da Mesopotâmia
Capítulo 6
Face Curiosa de Moisés ................................................................ 98
Moisés não conheceu o Deus dos seus antepassados
Moisés falou com Deus nas trevas...
Moisés falou com Deus que estava numa nuvem espessa...
Moisés e a coluna de nuvem
Moisés e a glória de Deus
Moisés e o véu sobre o rosto
Moisés esteve 40 dias com Deus
Capítulo 7
Face Inconsistente do Antigo Testamento....................................101
A lei mosaica é uma revelação de Deus?
Visão machista
Injustiça contra as mulheres
Dores de parto como punição
O golpe de Jacó
Condenação à morte por não querer engravidar a cunhada
Escravo tratado como mercadoria
A mulher é mais impura
Josué orou e o Sol parou?
6. 6
Sansão coloca fogo nas plantações dos filisteus
Voto a Deus ou ao Diabo?
Moisés repreendeu a Deus
O triste fim de Acam
Genocídio por maldição de um profeta
Deus falava através de oráculos ao seu povo?
Autor do Eclesiastes era agnóstico?
Moisés extraiu água da Rocha?
Ur dos Caldeus ou Ur dos Sumérios?
Lúcifer é o Diabo?
Circuncisão – sinal de uma aliança eterna?
Milagre do Maná e das Codornas
Jonas engolido por um peixe?
42 mil pessoas perderam a vida por não pronunciar uma palavra...
Muro caiu e matou 27 mil homens...
Ló era pai e avô dos seus netos...
Práticas sexuais ilícitas...
Profeta toma prostituta por esposa...
Capítulo 8
Face Contraditória do Antigo Testamento.....................................121
Guerra e Derramamento de Sangue
A frieza do sábio Salomão
Enoque e Elias Foram Vivos Para o Mundo Espiritual?
Espíritos desencarnados podem voltar à Terra em missão?
Serpente : símbolo positivo ou negativo?
Anos de fome em Israel: sete ou três?
7. 7
Elias subiu ao céu atmosférico ou ao céu espiritual?
Saul matou-se ou foi assassinado?
Deus inspirou o rei Davi a fazer o censo em Israel?
Responder ou não responder o tolo?
Os chefes dos oficiais de Salomão eram quantos?
Filhos pagam pelos pecados dos pais?
Deus matou a filha de Davi?
O que era permitido comer no Antigo Testamento?
Moisés falava ou não falava bem?
Davi matou Golias?
O uso de cabelos compridos já foi sinal de santidade?
Devemos guardar ou não o sábado?
Abraão partiu sem saber aonde iria?
Qual o nome do sogro de Moisés?
É Proibido fazer imagens de escultura, mas...
É bom ou ruim possuir sabedoria?
Capítulo 9
Face Furiosa de Deus...................................................................156
Deus matou?
Deus castigou?
Deus aprovou assassinatos?
Deus mandou matar quem estivesse pela frente?
Deus ordenou que os israelitas matassem Ogue?
Deus ordenou que Moisés enforcasse...
Deus ordenou que não tivessem piedade das nações vizinhas...
Satanás tem livre acesso a presença de Deus?
Deus causou doença mortal...
8. 8
Deus enviou pragas aos egípcios...
Deus ensinou a Davi guerrear...
Capítulo 10
Face Violenta dos Servos de Deus..............................................140
Filhos de Jacó, Levi e Simeão mataram...
Moisés matou e mandou matar...
Josué matou...
Israelitas mataram seus irmãos Benjamitas...
Samuel matou...
Davi e Salomão mataram...
Capítulo 11
Face das Contraditória do Antigo Testamento II...........................149
Deus não pode ser visto
Deus pode ser visto
Deus é bom para todos?
Deus não dá preferência a pessoas nem a presentes?
Deus prefere a oferta de Abel e recusa a de Caim
Deus exige o despojo dos medianitas
Deus não muda de opinião
Deus muda de opinião
Deus fez planos para castigar seu povo
Deus faz o bem e o mal
Deus interfere no livre arbítrio das pessoas
Deus não pode mentir
Deus os fez cair no erro
Deus usa um espírito para praticar ação mentirosa
Deus aprova sacrifícios de animais
9. 9
Deus desaprova ofertas queimadas e sacrifícios de animais...
Deus descansa
Deus nunca descansa
Deus está em todo lugar, vê e sabe todas as coisas?
Deus conhece o coração do homem
Deus é todo poderoso
Deus se arrependeu de ter criado o homem
Deus endureceu o coração de Faraó
Capítulo 12
Face das Promessas Não Cumpridas..........................................156
Promessa: Deus prometeu a Abraão que seus descendentes...
Promessa: Deus prometeu a Davi que sua linhagem real...
Promessa: a cidade de Damasco se tornará em ruínas...
Promessa: que a terra de Edom se tornaria piche ardente...
Promessa: Jerusalém e as cidades de Judá...
Promessa: que os judeus que entrassem no Egito morreriam...
Promessa: Jesus garantiu a Paulo que ninguém lhe faria mal...
Capítulo 13
Face Inconsistente do Novo Testamento....................................161
Jesus quando bebê foi levado às pressas ao Egito
Lucas nada menciona sobre isso
De qual lugar Jesus foi elevado aos céus?
Em que hora Jesus foi crucificado?
Acréscimo ao Livro de João
10. 10
Capítulo 14
Face Contraditória do Novo Testamento......................................164
Quem foi o pai de José?
Quem comprou o campo do oleiro: Judas ou os sacerdotes?
Onde o sermão das bem-aventuranças foi proferido?
Quantas vezes o galo cantou?
O quê as mulheres viram na sepultura?
As boas obras devem ser vistas pelos homens?
Jesus temeu a morte?
Jesus ficou três dias e três noites na sepultura?
Testemunhar ou não de si mesmo?
Jesus é igual ou menor que o pai?
Os dois ladrões insultaram Jesus?
Quem foi o avô de Jesus?
Jesus cometeu erros em suas afirmações?
Capítulo 15
Face Sacrificial..............................................................................173
Instituição das Ofertas de Sangue
Ordem Divina ou Fruto da Mente Ignorante dos Homens?
Sacrifícios Humanos
Perguntas Inquietantes
O Sacrifício de Abraão
Consagração de homem e animal a Deus
Crucificação de Sete Homens
Pai Oferece Filha em Holocausto
Os Profetas e a Questão Sacrificial
11. 11
O Veredito dos Profetas
Capítulo 16
Face do Pós-Morte........................................................................189
Hoje estarás comigo no paraíso...
Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão...
Multidões e multidões que dormem no pó da terra...
Como morre um, assim morre o outro...
Capítulo 17
Face Científica da Bíblia................................................................193
Fogo debaixo da terra...
A Terra está suspensa sobre o nada...
Possibilidade de implantes de microchips...
Correntes dos ventos...
Correntes oceânicas...
A Lua brilha por refletir a luz do Sol...
O ar tem peso...
Limite das águas do mar...
Cada estrela difere em intensidade de brilho...
Há água na atmosfera...
O código genético...
Partículas invisíveis (átomos, subpartículas atômicas)...
Toda a carne não é a mesma...
Visão acurada das águias...
Constelações: Plêiades e Orion...
O homem foi feito do barro...
A vida da carne está no sangue...
Leis de higiene...
Leis sanitárias...
12. 12
Aumento do conhecimento humano...
A luz do Sol e da Lua influencia a vida sobre a Terra...
No ano 700 a.C. Isaías sabia que a terra era redonda...
Capítulo 18
Face Arqueológica.........................................................................200
Estela de Tel Dã...
Papiro que menciona Jerusalém...
Palácio de Salomão em Gezer...
Fábrica de vasilhas perto de Caná...
Portão de santuário ilustra reformas de Ezequias...
Capítulo 19
Face do Inferno Bíblico.................................................................208
A característica do inferno...
Inferno de Fogo e Os Pais da Igreja...
Parábola do rico e Lázaro...
Capítulo 20
Face Absurda................................................................................212
Genocídio
Estupro e Incesto
Estupro em grupo
Preconceito
Vingança
Discriminação
Punição mortal para encontro proibido...
Prostituição
Crime hediondo
13. 13
O rei e salmista Davi mandou matar...
Davi amaldiçoa a casa de Joabe...
Deus se arrependeu de ter escolhido o rei Saul...
Quando um espírito mau é da parte de Deus...
Abimelec matou seus irmãos...
Por duzentos prepúcios Davi comprou a sua mulher...
Sacerdotes não podiam ter defeitos físicos...
Capítulo 21
Face Numerológica........................................................................218
Número 7
Há dezoito grupos de 7 no Apocalipse
Número 70
Número 3
Número 6
Números 12
Número 4
Número 10
Número 40
Capítulo 22
Face Sangrenta.............................................................................223
Sangue no Livro de Josué...
Sangue Livro dos Juízes...
Sangue Primeiro Livro do Profeta Samuel...
Sangue no Primeiro Livro dos Reis...
Sangue no Segundo Livro dos Reis...
Sangue no Primeiro Livro das Crônicas...
Sangue no Livro do Profeta Isaías...
14. 14
Sangue no Livro do Profeta Jeremias...
Sangue no Livro do Profeta Ezequiel...
Sangue no Livro do Profeta Oséias...
Capítulo 23
Face Polêmica da Trindade..........................................................239
Etimologia
O Dogma da Trindade
A Trindade Na Bíblia
Como Se Desenvolveu A Doutrina
A Origem da Doutrina
Jesus – Homem Ou Deus-Homem?
Conclusão
Notas Explicativas
Capítulo 24
Face Profética...............................................................................252
Os Profetas
Posição dos Profetas No Velho Testamento
Classificação dos Profetas
A Escola dos Profetas
O destino da cidade de tiro antecipado na profecia
Tabela Profética Messiânica
Tabela Cronológica dos Profetas
15. 15
Capítulo 25
Face da Sexualidade.....................................................................259
Definindo Imoralidade Sexual
Homossexualismo no Antigo Testamento
A Proibição da Lei
A Pena da Lei
Sodoma e Gomorra
Guerra Para Vingar Pecado Sexual
Estupro No Antigo Testamento
Homossexualismo no Novo Testamento
Capítulo 26
Face Escatológica.........................................................................268
Amilenismo
Pré-Milenismo
Pós-Milenismo
Dispensacionalismo
Capítulo 27
Face Salvífica................................................................................272
Sobre a necessidade da salvação
Passos para a Salvação
Aspectos da Salvação
Justificação
Regeneração
Santificação
16. 16
Capítulo 28
Face do Amor Divino.....................................................................277
Amor sem interesses (João 3:16)
Amor sem hipocrisia (Romanos 12:9)
Amor com fidelidade (II Timóteo 2:13)
Amor compromissado (Números 23:9)
Amor com intensidade (Jeremias 31:3)
Amor sacrificial (João 10:11)
A declaração do amor de Deus em Isaías 43
Capítulo 29
Face Fantástica – Anjos ou Aliens? ..............................................281
Elohim: Deus ou Deus?
Nuvens, Carruagens ou Discos Voadores?
No Livro do Apocalipse
As Carruagens de Deus
Rolo Voador
O Filho do Homem Virá Numa Nuvem
Capítulo 30
Face Fantástica – Gigantes Bíblicos.............................................287
Os Filhos de Deus e As Filhas dos Homens
Quem eram Os Nephilins?
Tribos Gigantes de Canaã (Palestina)
Visão Geral do Tema na Bíblia
17. 17
Gigantes Mortos
Capítulo 31
Face Apócrifa da Bíblia..................................................................295
Verdades Inconvenientes
Outros Livros Citados Na Bíblia
Capítulo 32
Face do Mal...................................................................................301
Há uma guerra entre Deus e o Diabo?
O que diz a Bíblia sobre o bem e o mal?
Qual a Origem do Mal?
Capítulo 33
A Falsa Pena dos Escribas........................................................305
Jesus e Os Escribas
Capítulo 34
Septuaginta - A Bíblia dos Primeiros Cristãos............................307
O Testemunho dos Pais da Igreja
Manuscritos Mais Conhecidos da Septuaginta
Quem Foi Jesus?
Bibliografia..........................................................................311
Gráficos e Imagens Bíblicas........................................314
19. 19
Dedicatória
Ao meu pai Salim do Carmo, pelo esforço imensurável para educar
seus filhos no caminho do bem.
A minha mãe Alcidina Chagas do Carmo, por me ensinar o quão
profundo pode ser o amor de uma mãe.
A todos os buscadores da verdade que se lançam de corpo e alma
em busca das respostas para os maiores enigmas da vida sempre
com a mente aberta e norteados pela humildade. Ser humilde para
buscar a sabedoria e achando-a tornar-se mais humilde ainda. Vale
lembrar que nessa caminhada precisamos ser fiéis escravos da
paciência, sem a qual não se chegará a lugar algum.
Estar ciente que a verdade só é alcançada pela experiência de
cada um. O caminho só será feito caminhando. Duvidar de tudo e
fazer as perguntar certas, achando as respostas, digerir com calma
para preencher a inquietude do espirito.
Para mergulhar no oceano infinito do conhecimento é
necessário que o buscador seja sempre cuidadoso para que não se
afogue em àguas profundas sem os acessórios intelectuais
adequados. No deserto o beduíno sabe que para beber àgua limpa
terá que cavar um poço bem fundo.
20. 20
Apresentação
Por que baseadas numa mesma Bíblia há 43 mil denominações
cristãs no mundo? Não há como não se surpreender com a
quantidade assustadora de ramificações cristãs protestantes que
se reproduziram desde o ano 1800, quando só havia 500
instituições espalhadas pelo mundo. De acordo com os dados
divulgados por uma das mais importantes instituições de ensino
teológico dos EUA, o Seminário Gordon-Conwell, são 43 mil
denominações cristãs no mundo hoje, eram 39 mil em 2008. A
expectativa é de 55 mil por volta 2025.
Mas se tudo está tão claro na Bíblia por que tantas divisões?
Ou toda essa desagregação na cristandade é causada pela
quantidade de textos obscuros nas páginas bíblicas? Cada
denominação adota uma interpretação e assim fundamenta a sua
teologia. Adotam muitas vezes uma posição dogmática baseada na
visão do líder da denominação. O que é muito comum no meio das
igrejas evangélicas. Compilamos nesse livro as possíveis razões
de tantas fraturas na igreja cristã mundial. Há contradições e
inconsistências na Bíblia capazes de causar tantas confusões e
originar tantas denominações ou é a ganância dos homens que
transformaram igrejas em negócio lucrativo?
Por que mais um livro abordando temas relacionados à Bíblia?
Porque em pleno século 21 os cristãos ainda não a conhecem com
profundidade. Vamos prosseguir com as perguntas: é a Bíblia a
palavra de Deus ou apenas contém passagens inspiradas? Mas
estamos falando da Bíblia Católica Romana, das bíblias adotadas
pelas igrejas católicas ortodoxas ou da protestante?
21. 21
A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46
do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no
Antigo Testamento do que a Bíblia das igrejas cristãs. Veja as
demais Bíblias: Igreja Ortodoxa da Síria (Bíblia Peshitta Siríaca),75
livros. Igrejas de tradição ortodoxa grega, copta, eslava e bizantina -
78 livros. Igreja Ortodoxa Etíope - 81 livros. Igreja Ortodoxa da
Armênia - 78 livros. Lembrando que a Bíblia dos evangélicos tem 66
livros.
Qual Bíblia traz a lista de livros canônicos mais correta? É mais
correto falarmos que a Bíblia contém mensagens inspiradas por
Deus do que dizer que ela é 100% a infalível palavra de Deus? Sim.
No entanto, isso não altera nada a nossa visão sobre a existência
de Deus, nem modificará a nossa convicção que a vida não é obra
do acaso, mas fruto de um plano além do nosso entendimento.
Muitos adeptos das igrejas protestantes falam dos livros a mais da
Igreja Católica Romana, mas esquecem que há passagens de livros
apócrifos na Bíblia. O livro de Hebreus, por exemplo, até o
momento não teve sua autoria definida. Observe que a Epístola de
Judas traz uma profecia que está registrada no livro apócrifo de
Enoque:
“Vejam! Jeová veio com as suas santas miríades para executar
julgamento contra todos, e para condenar todos os ímpios por todas
as ações ímpias que fizeram de modo ímpio e por todas as coisas
chocantes que os pecadores ímpios falaram contra ele.” (Judas
1:14, 15)
22. 22
"E eis! Ele vem com dez mil santos; para julgar sobre eles e destruir
os ímpios, e lutar contra toda carne em relação a tudo o que os
pecadores e os ímpios fizeram e forçaram contra Ele." Enoque 2:1
Ainda na mesma epístola:
“Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e
disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir
juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te
repreenda!”. (Judas 1:9)
Judas tirou essa passagem de um livro chamado “Assunção
de Moisés,” um livro considerado apócrifo, livro que não faz parte
do Canon de livros divinamente inspirados. Como você já percebeu
estudar a Bíblia não é tão simples. É como comer um peixe,
precisamos tirar as espinhas senão acabaremos engasgados.
Quando mergulhamos nesse oceano de mistérios precisamos ter a
mente aberta. Não é só uma questão de fé, mas de racionalidade
também. Dessa colcha de retalhos que são as Escrituras hebraicas
e gregas, muitas doutrinas duvidosas foram extraídas e hoje
milhões são enganados por falta do devido entendimento.
Contradições, inconsistências, citações erradas...você está
disposto a ser desafiado a provar que a Bíblia não tem nada disso?
Se sim, prossiga. Tenha uma boa viagem!
23. 23
Introdução
Neste livro dezenas de tópicos foram organizados para tornar
muito mais fácil a sua compreensão de alguns temas pouco
explorados nas igrejas cristãs até pela complexidade em se tratar
de assuntos tão delicados. Aqui passagens bíblicas foram
agrupadas numa sequência que lhe permitirá escolher qual quebra-
cabeça montar primeiro.
Voltamos a um passado distante para lembrar ao leitor que há
versões bíblicas muito antigas, a Septuaginta é a versão da Bíblia
hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III
a.C. e o século II a.C., em Alexandria, é a primeira versão grega da
Torá (Antigo Testamento) foi feita a pedido de Ptolomeu II Filadelfo
(367-282 a.C.). É a mais antiga tradução da Bíblia Hebraica para o
grego, língua do Mediterrâneo oriental no tempo de Alexandre, o
Grande.
Outra versão menos antiga, mas de importância impar é a
Vulgata Latina, que é a tradução para o latim dos manuscritos em
hebraico e grego por São Jerônimo. Ele viveu entre os anos de 342
e 420 d.C., era um grande sábio e padre de Belém e Cesaréia,
conhecedor profundo do latim, grego e hebraico. Jerônimo nasceu
em Stridone (Itália) em 347, de uma família cristã, que lhe
assegurou uma formação apurada, enviando-o a Roma para
aperfeiçoar seus estudos. Em 382 transferiu-se a Roma: aqui, o
Papa Damaso, conhecendo sua fama e sua competência de
estudioso, nomeou-o secretário e conselheiro; encorajou-o a
empreender uma nova tradução latina dos textos bíblicos.
24. 24
A preparação literária e a vasta erudição permitiram a Jerônimo
a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um belíssimo
trabalho para a Igreja e para a cultura ocidental. Com base nos
textos originais em grego e em hebraico, e graças ao confronto com
versões precedentes, ele fez a revisão dos quatro Evangelhos em
língua latina, e de grande parte do Antigo Testamento. Levando em
conta o original hebraico e grego, dos Setenta (Septuaginta), a
clássica versão grega do Antigo Testamento que remonta a tempos
antes do Cristianismo, e das precedentes versões latinas, Jerônimo,
ajudado por outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução
melhor: essa constitui a assim chamada Vulgata, o texto oficial da
Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento e
que, depois da recente revisão, permanece sendo o texto oficial da
Igreja de língua latina. Veja o que ele escreveu em carta em
(376/377 d.C.) para o papa Dâmaso:
"Obrigas-me a fazer obra nova duma antiga, assim que depois já
espalhadas cópias da escritura pelo mundo. Me vejo na
contingência de tomar assento, feito um árbitro, e dados que as
cópias variam entre si, decidir quais se encontram em consonância
com a verdade do texto grego. Trabalho que me é imposto pela
piedade filial para contigo, mas não deixa de ser uma perigosa
presunção: a que ajuize dos outros justamente aquele que deveria
por todos ser julgado, a de mudar as palavras bíblicas as que já se
acostumou a língua do ancião, é forçar o mundo já entrado em
anos a entrar os rudimentos próprios da infância."
"Homens mesquinhos me caluniam duramente porque, indo contra
a autoridade dos antigos e a opinião de todos, pus-me a corrigir e
melhorar algumas frases dos Evangelhos. Parece que pensam que
25. 25
a ignorância seja a única santidade possível para quem, como eles,
se diz discípulo dos pescadores, como se fossem justos pelo
simples fato de serem ignorantes. Eu quis somente reconduzir ao
original grego, de onde foram traduzidos – coisa que não poderão
negar – os códices latinos e corrigir os defeitos de tradução que
eram evidentes, vista as diferenças existentes entre eles. Se a água
pura da fonte não lhes agrada, que bebam de rios de lama."
Por aí podemos ter uma ideia da dificuldade que ele teve para
fazer de manuscritos diversos uma versão da Bíblia que espelhasse
a essência dos textos originais. Escolha um capítulo e comece a
sua aventura para desvendar as 1000 Faces da Bíblia.
26. 26
Capítulo 1
Face Panorâmica dos Livros da Bíblia
Os 39 livros do V. T. da Bíblia protestante estão classificados da
seguinte forma:
5 livros da lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números,
Deuteronômio.
12 livros históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2
Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester.
5 livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico
dos Cânticos.
5 livros dos profetas maiores ou anteriores: Isaias, Jeremias,
Lamentações, Ezequiel, Daniel.
12 livros dos profetas menores ou posteriores: Oséias, Joel,
Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Os 27 livros do N. T. da Bíblia protestante e católica estão classificados
da seguinte forma:
4 livros dos Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, e João.
1 livro histórico: Atos dos Apóstolos.
13 cartas do apostolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Corintios,
Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2
Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon.
8 cartas gerais: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e
Judas.
27. 27
1 livro profético: Apocalipse ou livro da revelação.
Nota: a Bíblia católica contém mais 7 livros que são: Tobias, Judite,
1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico,
Baruc.
Antigo Testamento
O Pentateuco - é o nome dado aos cinco primeiros livros da
Bíblia (Gn, Ex, Lev, Nm, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá.
O livro do Gênesis - narra as origens do homem e do mundo
criados por Deus, e apresenta-nos a história dos Patriarcas:
Abraão, Isaque e Jacó. Entre outras coisas o livro afirma os
seguintes pontos:
1. Deus é o Criador do mundo e do homem.
2. Deus é distinto do universo; tudo que vemos é "emanação de
Deus".
3. Tudo que Deus criou é bom.
4. O mundo criado manifesta a glória e o poder de Deus.
5. O homem foi criado da terra, mas foi animado pelo sopro
divino, espírito imortal, criado e dado por Deus.
6. O homem foi criado para usufruir da amizade de Deus.
7. A harmonia do mundo foi destruída pelo pecado da
desobediência a Deus. O homem foi excluído do Paraíso.
8. Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através
da semente da mulher.
28. 28
9. O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza:
Caim, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc...
10. Deus faz uma primeira aliança com o homem através de
Noé.
11. Deus continua a aliança com Abraão, Isaque e Jacó.
O livro do Êxodo - narra a ida do povo de Israel para o Egito e
a escravidão alí sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o
povo do Egito milagrosamente; em seguida estabelece uma Aliança
com Moisés e dá ao povo os seus mandamentos, leis, preceitos,
ritos e cultos.
O livro do Levítico - narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as
prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a
Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de
expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis
relativas ao culto e à santificação do povo.
O livro dos Números - fala do recenseamento do povo feito por
Moisés no deserto e apresenta as listas de nomes e números.
Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa da caminhada
até as margens do rio Jordão.
O livro do Deuteronômio, que quer dizer "segunda lei", consta
de cinco sermões de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da
vida de Moisés.
Os livros Históricos - Há 16 Livros históricos na Bíblia católica
(Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas,
Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus) que
29. 29
narram a história do povo hebreu desde a entrada na Terra
Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca
de 150 anos.
O livro de Josué - narra a árdua missão de Josué, indicado por
Deus a Moisés para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra
prometida, fazendo o povo viver as leis que Deus deu a Moisés,
distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando contra os
cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao
povo. É uma continuação lógica do Pentateuco.
O livro dos Juízes - narra as suas histórias desde a morte de
Josué até Samuel. Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze
tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra prometida, mas
não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião
monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que
tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com
esses povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria.
Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram heróis,
muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para
libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos
extrangeiros. Não tinham sucessores nem dinastia, não
promulgavam leis e nem impunham impostos. São o testemunho
vivo de que Yahweh jamais abandonou o seu povo. Entre os
grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que
tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido
chefes de exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes.
30. 30
Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim),
Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os
menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã
(Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulos dos Juízes
cobrem um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da
morte de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul.
O livro de Rute - é posterior ao exílio na Babilônia (587 - 537
a.C.). Conta a bela história de Rute, a moabita que desposou Boaz,
israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do
rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma história edificante
sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre os seus
antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do
povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da
salvação preparada por Deus para todos os homens (Rt 2:12). O
mesmo se dá com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de
Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que Ele não é filho
apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de todos
os homens.
Os livros de Samuel - foram escritos após o ano 622 a.C., e
narra as histórias de Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do
rei Davi. Continuam as narrações contidas nos livros dos Juízes e
cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 a.C.
Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o
primeiro rei de Israel, Saul.
Os livros dos Reis - narram a história dos reis de Israel, Saul,
Davi, Salomão, etc., e vai até o exílio do ano 587 a.C. quando
aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a construção do Templo
31. 31
por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois reinos
rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de
ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, a história de Elias,
Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos
babilônios. O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel
(970-570 a.C). Começa com os últimos dias de Davi e vai até a
libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561 a.C.).
O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais.
Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e
os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias
diferentes, perdendo, então, a descendência de Davi.
Os dois livros das Crônicas 1 e 2 (ou Paralipômenos = as
coisas omitidas ou complementos ao livro dos Reis) - formam com
os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de
"obra do Cronista". Narram as histórias de Israel, repetindo ou
completando o que já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade,
reapresenta a história narrada em Samuel e Reis, mas com uma
perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela genealógica
desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis
de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos
narrados.
O livro de Esdras (sacerdote) e Neemias (governador) - são do
mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses
personagens importantes que restabeleceram a restauração
religiosa e moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma
época que vai de 538 a 430 a.C. Narram a construção e a
dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de
32. 32
Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi
o renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta
do exílio; e daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o
"pai do Judaísmo".
Os livros de Tobias, Judite e Ester - são livros escritos no
gênero literário chamado de midrash, que é a narração de um fato
histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que age em
defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes
dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias
edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que
não se referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família
(Tobias) ou cidade (Judite). São belos livros, de leitura muito
edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma pessoa,
de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante
notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra
de salvar o seu povo.
Os livros dos Macabeus - contam a história do povo Judeu no
tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei Antíoco IV
Epífanes (175 -163), que queria obrigar o povo a praticar as leis
pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou-se Matatias, sacerdote,
como chefe de guerrilha e guerreia contra os sírios, com os seus
filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos
Macabeus surgiu por esta causa e vai aproximadamente de 175 a
163 a.C., já no limiar da chegada de Jesus. Do tempo de Esdras
(400) até os Macabeus (175), temos um período de cerca de 225
anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece terem sido tempos de
33. 33
paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre Magno, e
depois os sírios.
Os livros sapienciais - Há 7 livros na Bíblia que são chamados
de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos
examiná-los.
O livro de Jó - foi escrito entre os séculos VII e X antes de
Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que
sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve
humilhar-se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem
até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que
mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em
Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do
livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento,
mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não
ficaremos frustrados.
O livro dos Salmos - contém 150 salmos de Davi, Salomão e
outros. Eram orações "cantadas com o acompanhamento de
instrumentos de cordas". Era por excelência o livro de oração dos
judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as
lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as
súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração,
louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus,
confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos
messiânicos, cânticos de Sião, etc...
34. 34
O livro dos Provérbios - traz a riquíssima sabedoria que o povo
judeu armazenou durante sua vida sofrida, especialmente no exílio.
É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam
do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do
séc. IV/III a.C. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto
religioso, com as suas raízes no "temor do Senhor", e procura
agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios
atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do
hebraico "Meschalim", que quer dizer "Máximas". O livro consta de
nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.
Livro do Eclesiastes - é parecido com o livro de Jó; uma vez
que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes
quer dizer "orador" ou "pregador", aquele que fala na assembléia.
Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade
e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira
vista ficar confuso com afirmações que recomendam o usufruto dos
bens materiais; e outras de cunho um tanto racionalista ou
materialista. Por fim o autor termina dizendo: "teme a Deus e
guarda os seus mandamentos". O autor do livro não é Salomão,
mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C.
Livro do Cântico dos Cânticos - o tema do livro é o amor de um
homem chamado Salomão por uma jovem chamada de "a
sulamita", guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte:
sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a
imagem da esposa, a filha de Sião, o povo de Israel, que Deus
escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração
de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa). As fortes cenas de amor são
35. 35
uma maneira oriental de se expressar e não devem nos
impressionar ou levar-nos a conclusões erradas; são fortes para
mostrar o quanto Deus ama a humanidade.
O livro da sabedoria - foi escrito por um judeu de Alexandria no
norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que
viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos
desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por
Alexandre Magno († 324 a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica,
cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega,
que domina Alexandria.
O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) - A tradução grega é
"Sabedoria de Jesus filho de Sirac". Os cristãos de língua latina o
chamavam de "Ecclesiasticus", já que era usado para ensinar os
bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o
Batismo. Era o livro da "Ecclesia" (Igreja). É um pouco parecido
com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do
pensamento dos judeus. O livro deve ter sido escrito
aproximadamente no ano 190 a.C. em Jerusalém, em hebraico, e
depois foi traduzido para o grego em 132 a.C.
Os livros proféticos - são 18. A partir de Samuel (séc. XI a.C)
até Malaquias (séc. V a.C), a série dos profetas foi ininterrupta e
eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram
conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda
idolatria, etc.
36. 36
Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes
do exílio (587-538 a.C) e mostravam aos reis e ao povo as suas
faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros.
Os profetas Ezequiel e Isaías (Is 40-55) agiram durante o exílio
procurando erguer o ânimo do povo. O livro de Isaías - o profeta
viveu de 740 a 690 a.C. Ele não foi o único autor de todo o livro.
Este está dividido em três partes: Isaías I (capítulos 1-39) é do
tempo do profeta; Isaías II (40-55) é da época do exílio da Babilônia
(587-638 a.C.) e Isaías III (56-66) foi escrito após o exílio na época
da restauração do povo na sua terra. O profeta Isaías era filho de
nobre família de Jerusalém, poeta, foi conselheiro dos reis Jaotã,
Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por
parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da "escola
de Isaías"; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do
profeta por um longo tempo.
O livro de Jeremias - O profeta viveu de 650 a 567 a.C., nasceu
perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais
ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da
Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos
sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém
os quarenta anos de pregação do profeta.
O livro das Lamentações - é uma coleção de cinco cânticos que
choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587 a.C.
Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por
causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.
37. 37
O livro de Baruc - Baruc foi conselheiro e secretário
(amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao Egito após a queda
de Jerusalém em 587 a.C., o autor trata do povo no exílio da
Babilônia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios,
viva a lei de Moisés e não desanime.
Profetas Maiores
Os chamados Profetas Maiores são o conjunto dos mais
extensos livros proféticos do Antigo Testamento. O livro de Ezequiel
- O profeta Ezequiel era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um
pouco antes da queda de Jerusalém em 587 a.C. Exerceu o seu
ministério até 571 a.C. e, segundo uma tradição judaica morreu
apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase
mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob
Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1- (cap. 4-
24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por
causa dos seus pecados; 2- (cap. 25-32), que contém oráculos
contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus; 3 - (cap.
33-39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém,
prometendo-lhe tempos melhores; 4 - (40-48), descreve a nova
cidade e o novo Templo após a volta do exílio.
O livro de Daniel - O profeta Daniel é o principal personagem
do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e
contam a história do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a
Babilônia em 606 a.C., fiel à lei de Deus, tendo-se tornado
importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma
forma apocalíptica com a finalidade de animar os irmãos. Aquele
momento histórico é apresentado como próximo da manisfestação
38. 38
messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7:13) e ao seu
reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é
um Midrash e um Apocalipse, escrito no século II a.C. não pelo
profeta, mas por alguém que contou a sua história.
Os Profetas Menores (posteriores)
Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do
exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de
Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social
da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias.
Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em
número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não
foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos,
que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só
volume (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em
que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII
ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel
e dos povos vizinhos.
Amós - era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e
cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da
Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 a.C.). Pregou contra o luxo, a
depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do
reino da Samaria em 721 a.C. nas mãos dos Assírios. Foi um
ministério curto, mas influente.
39. 39
Oséias - pregou também no reino do norte, da Samaria, sob
Jeroboão II (783-743 a.C.). O livro mostra as relações de Yahweh
com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se
casa com uma prostituta (Gomer), que o engana; mas que cai na
escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo
como esposa. O tema principal do livro é o amor de Yahweh pelo
seu povo.
Miquéias - profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá
(740-690 a.C.). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em
721 e a invasão de Judá em 701 por Senaqueribe. O profeta
Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26:18).
Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5:1-4).
Sofonias - Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias
(640-609 a.C.), que fez uma forte reforma religiosa em 622
(2Rs22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do
Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor
salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na
humildade e na piedade.
Naum - era natural de Elcós. Trata somente da queda de
Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos
e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 a.C.
Habacuque - O livro trata do tema "porque o ímpio prevalece
sobre o justo e o oprime?". É da época das ameaças dos Assírios
sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios
e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros,
40. 40
prepara a vitória do direito e dos justos. "O justo viverá pela fé."
(Hab 2:4; Rm 1:17; Gal 3:11; Hb 10:38)
Ageu - este profeta dá início ao último período dos profetas,
após o exílio. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa
gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e
nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta
este povo a reconstruir o templo, e isto como condição para a vinda
de Yahweh e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 a.C.
Zacarias - Exerceu o ministério também por volta do ano 520
a.C., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do
profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem-
se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil
entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e como um
apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos
tempos.
Malaquias - seu nome significa "meu mensageiro". Dois grandes
temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos
fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos
e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os
sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos.
Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo
final. O livro de aproximadamente 515 a.C., anterior à proibição dos
casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445
a.C.
41. 41
Abdias (Obadias) - é o menor dos livros proféticos, e de difícil
entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã
(848-841 a.C.). O livro exalta a justiça e o poder de Yahweh, que
age como defensor do direito.
Joel - o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400 a.C. É
um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o
Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo
sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O
ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos
que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte
tem a forma de um apocalipse que descreve a intervenção final de
Deus na história, com abalo cósmico.
Jonas - é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a
história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para
que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela
providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande
cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os
povos. É uma narração didática, parabólica, não histórica, para
mostrar aos judeus do século V a.C., muito nacionalistas, que a
salvação é universal.
42. 42
Novo Testamento
Mateus – escrito para convencer os judeus que Jesus é o Messias
que eles estavam esperando.
Muitos “Pais da Igreja” registram que Mateus foi originalmente
escrito em Hebraico, como veremos logo abaixo:
Papias (150-170 d.C.) - Mateus escreveu no dialeto hebraico, e as
traduziu conforme a sua habilidade.
Ireneu (170 d.C.) - Mateus também lançou um Evangelho escrito,
entre os Hebreus, e em seu próprio dialeto.
Orígenes (210 d.C.) - o primeiro (Evangelho) foi escrito segundo
Mateus, o mesmo que era um coletor de impostos, mas depois se
tornou um Emissário de Yeshua (Jesus) o Messias, quem tendo
publicado (o seu Evangelho) para os crentes Judeus, o escreveu
em Hebraico.
Eusébio (315 d.C.) - Mateus proclamou o Evangelho em Hebraico.
Marcos – escrito para os romanos mostrando dinamismo da
atividade de Jesus no dia-dia.
Lucas – escrito para apresentar Jesus aos não religiosos.
João – escrito para enfatizar o lado divino de Jesus.
Atos dos apóstolos – uma descrição dos primeiros dias da igreja
primitiva e como ela se espalhou pelo império romano
Romanos – uma carta escrita para explicar, sistemática e logicamente,
o plano de Deus para salvar seu povo.
I Coríntios – carta para aconselhar uma igreja com problemas.
43. 43
II Coríntios – defesa de Paulo do seu ministério em resposta ás
acusações de membros da igreja.
Gálatas – uma carta para lembrar que só a graça de Deus pode nos
libertar do pecado.
Efésios – uma carta descrevendo os laços que unem os cristãos
como uma família.
Filipenses – uma carta escrita para explicar que a vida em Cristo é
uma vida de alegria verdadeira.
Colossenses – uma carta escrita para desafiar os ensinos falsos e
chamar os cristãos para a fé em Cristo.
I Tessalonicenses – encorajamento para novos cristãos.
II Tessalonicenses – mais encorajamento para novos cristãos.
I Timóteo – uma carta de conselho e encorajamento para aqueles
que ocupam cargos de liderança na igreja.
II Timóteo – um desafio para líderes cristãos continuarem com seu
trabalho.
Tito – instruções para uma vida cristã irrepreensível.
Filemon – uma carta encorajando cristãos se perdoarem e
restaurarem a unidade entre eles.
Hebreus - é usado como um argumento final em defesa do
Cristianismo. Referindo-se frequentemente ao testemunho, o
escritor define que Jesus Cristo é o Filho de Deus e digno da nossa
fé.
Tiago – uma carta escrita para encorajar cristãos perseguidos e
para corrigir falsas ideias.
I Pedro – uma carta de encorajamento, descrevendo a esperança
dos cristãos no retorno de Cristo.
II Pedro – uma carta avisando os cristãos sobre falsos conceitos.
44. 44
I João – uma carta enfatizar a manifestação de Deus, o amor
fraternal e sobre a manifestação de falsos cristos.
II João – um aviso sobre os falsos doutores.
III João – uma carta para manifestar alegria pelos irmãos que
andam na verdade e queixa contra Diotrefes.
Judas – um aviso contra falsos mestres.
Apocalipse (Revelação) – mensagem de advertência as
comunidades cristãs da Ásia Menor (Turquia) e uma visão dos
bastidores da história do mundo no seu aspecto espiritual com a
consequente vitória de Jesus Cristo contra as forças do mal.
Cronologia Bíblica
Segundo o arcebispo irlandês James Ussher (1581–1656)
Da criação até o dilúvio – 1656 anos (Adão à Noé: 10 gerações)
Do dilúvio até Abraão – 292 anos (Noé à Abrão: 20 gerações)
Do nascimento de Abraão até o êxodo do Egito – 503 anos (Abraão
é pai de Isaque, que é pai de Jacó, que é pai de José: 3 gerações).
Do êxodo até a construção do templo de Jerusalém – 481 anos.
Do templo até ao cativeiro na Babilônia– 414 anos
Do cativeiro até ao nascimento de Cristo – 614 anos (De Davi até
Jesus há 14 gerações). Até aqui a soma deu 3960 anos.
De Jesus até hoje: 2020 anos (lembrando que há um erro quanto a
data exata do nascimento de 5 a 8 anos).
Totalizando 5980 anos.
45. 45
Capitulo 2
Face Canônica e Linguística
Quando nos aprofundamos neste tema somos obrigados a
usar certos termos que parecem estranhos aos leigos, mas é
necessário usá-los já que precisamos de exatidão para
abordarmos um tema que apresenta tantas controvérsias ao longo
dos anos. A palavra semítica qaneh, “cana”, é a origem do termo
cânon, que era uma vara para medição e passou a ter o sentido no
grego de “fio condutor, norma, regra”. Somente no século IV o
conceito foi aplicado àquela lista de livros considerados como
autênticos e sagrados pelo Concílio de Laodicéia (360). Foi a
igreja romana que fez a identificação entre o cânon e a Bíblia.
Antes deste termo ter sido adotado, nos escritos de Fílon de
Alexandria e Flávio Josefo, aplicava-se a expressão “Sagradas
Escrituras” para os livros do Antigo Testamento. O cânon do A.T.
que se impôs de modo geral se compõe de três partes segundo a
tradição judaica: A Lei (Torah) - Profetas (Nebiim) - Livros
Poéticos e Didáticos (Ketubim).
Desde o século VIII d.C., a segunda parte foi subdividida em
primeiros profetas e profetas posteriores. Outros livros religiosos
que ficaram de fora do cânon judaico são chamados pelos cristãos
protestantes de apócrifos (secretos, ocultos), mas os católicos se
referem a um grupo de 7 livros, como deuterocanônicos, algo
como uma segunda lista de livros sagrados. Observe o quadro
abaixo:
46. 46
Terminologia Protestante Título do Livro Terminologia Católica
Apócrifos
(ocultos, secretos)
Livros que não estão na
Bíblia dos grupos oriundos
da reforma protestante.
Tobias
Judite
1 Macabeus
2 Macabeus
Sabedoria de Salomão
Eclesiástico
Baruc
Deuterocanônicos
(Fazem parte da Bíblia
católica)
Apócrifos
Salmos de Salomão
Enoque (versão etíope e
eslava)
Livros dos Jubileus
Ascensão de Moisés
Os Doze Patriarcas
3 Esdras
4 Esdras
O Martírio de Isaías
Apócrifos
Pseudo-epígrafos
(De falsa autoria)
Estes livros não são aceitos
como canônicos pelos dois
grupos.
Nota: os sete livros que fazem parte da lista dos deuterocanônicos para
os católicos, foram efetivados a partir do Concílio de Trento (1546).
47. 47
Origem do Cânon
O conceito tradicional a respeito da origem dos livros sagrados
surge pela primeira vez em Flávio Josefo (Contra Apionem – 97
d.C.), onde ele diz que os judeus possuem vinte e dois livros
fidedignos, em seu estado primitivo, os quais apresentam as
seguintes características:
a) Provêm de homens inspirados que viveram no período que se
estende de Moisés até Artaxerxes I (465-424 a.C.);
b) Distinguem-se da literatura profana pelo caráter sagrado de
seu conteúdo;
c) São numericamente limitados;
d) Não se pode tocar no seu conteúdo.
O aparecimento do Cânon percorreu um longo processo no
qual se pode distinguir três estágios:
a) A tradição oral, resultante de uma suposta revelação divina.
b) O trabalho de compilação dos escritos sagrados dos tempos
remotos.
c) A formação desta lista canônica que se efetivou pela tradição.
O pressuposto para a formação desta lista de livros sagrados é
a crença que Deus se expressa na palavra humana e por isso
determinadas palavras humanas representam a palavra de Deus,
podendo reivindicar para si uma autoridade divina e valor normativo.
48. 48
Até por volta do ano 190 a.C., ainda não se havia chegado á
formação de um Cânon hebraico propriamente dito. Não há uma
acordo entre os estudiosos da origem do Cânon hebraico se de
fato houve uma transmissão oral de geração á geração. Com
relação ao Gênesis sabemos que seus mitos estão presentes nos
registros babilônicos e o acesso á eles os judeus tiveram por
ocasião do exílio, mas os persas, caldeus e indianos contavam com
mitos semelhantes. É bom lembrar que os hebreus dividiram um
mesmo período histórico com povos muito mais aculturados, não só
na mesopotâmia como depois na Palestina, onde os fenícios já
possuíam na época uma escrita estruturada e outros
conhecimentos técnicos avançados na navegação, astronomia,
fabricação de tinta etc.
49. 49
O Cânon Samaritano
Os samaritanos, depois da divisão da Samaria pelos assírios
em províncias, separaram-se do judaísmo de Jerusalém e
formaram uma comunidade própria com o seu centro de culto no
monte Gerizim, perto de Siquém. O cânon desta comunidade
contém além dos cinco livros da Torah (lei), uma versão da História
de Moisés.
Judaísmo Helenístico
O cânon do judaísmo helenístico, ou cânon alexandrino da versão
dos LXX (Septuaginta), teve formação semelhante ao dos samaritanos, e
no fundo corresponde também à concepção dos saduceus, encarnando
com certeza uma tradição judaica mais antiga. Neste cânon só a Torah
possui valor canônico e assume um lugar diferente que transcende a
tudo o mais. Os outros escritos não receberam nenhum valor canônico,
mas eram estimados e lidos como livros de edificação.
50. 50
As Línguas do Antigo Testamento
A maior parte do A. T. foi escrito na sua maior parte em
hebraico, somente partes do livro de Ester (4:7; 6:18) e Daniel (2:4-
7; 7:28) foram escritas em aramaico. Estas duas línguas pertencem
ao grupo linguístico semítico. Veja o quadro:
Grupo Linguístico Semitico
Norte da Mesopotâmia Sul da Mesopotâmia
Nordeste Noroeste Sudeste Sudoeste
Acádico Aramaico
Cananeu
Fenício - Hebraico
Árabe Etíope
Leia este verso bíblico: “Um arameu errante era o meu progenitor e
desceu ao Egito e ali se estabeleceu como estrangeiro, com um
pequeno grupo de pessoas; mas aí tornou-se uma grande nação,
poderosa e numerosa.” (Dt 26:5)
O arameu errante deste texto é Jacó que entrou no Egito com
toda a sua família: “Tomaram o seu gado e os seus bens que
tinham adquirido na terra de Canaã e vieram para o Egito, Jacó e
toda a sua descendência com ele.” (Gn 46:6) O dialeto arameu
daqueles primeiros israelitas se transformou ao longo dos séculos
em uma outra língua no Egito, assimilando termos e expressões
nativas. Após o êxodo, ao penetrarem na Palestina eles se
defrontaram com a forte influência fenícia em toda a região, na
51. 51
época um povo muito mais aculturado. Assim os israelitas veem a
sua língua sofrer novas modificações e daí surge a língua hebraica
antiga. Lembro que os alfabetos latino (a, b, c, d...), grego (Alpha,
Beta, Gama, Delta...) e hebraico (Aleph, Beth, Guimel, Daleth...)
são todos de origem fenícia, o que cristaliza a forte influência
desta cultura no mundo antigo.
A destruição do reino de Jerusalém em 586 a.C., não só
modificou o mapa do país como desferiu um duro golpe na língua
hebraica. Os judeus deixaram-na de usar como língua corrente e
adotaram em seu lugar o aramaico do império que os dominava, por
isso os textos em aramaico são posteriores ao exílio judeu na
Babilônia. Assim, Jesus também não falou hebraico, visto que já
pelo ano 300 a.C., muito poucos judeus conheciam a sua língua de
origem. Conclui-se então que não é correto pensarmos que o
hebraico é a língua mais antiga do povo de Israel, visto que como o
texto bíblico acima demonstra as tribos originariamente já falavam
um dialeto aramaico.
Os Escritos de Moisés
Os livros fundamentais em que se acham expostos parte de
seus escritos são os livros “Sepher Mosheh – Pentateuco”. O
grande libertador dos israelitas, que tinha penetrado no santuário do
Egito e foi iniciado nos mistérios, escreveu os seus livros em estilo
simbólico, servindo-se da língua egípcia. Esta língua, porém, que
havia chegado a um alto grau de perfeição, não pôde conservar a
52. 52
sua pureza nas mãos de um povo grosseiro que passava a vida
como nômade nos desertos da Iduméia.
Moisés sabia o que poderia acontecer ao seu livro e as falsas
interpretações que lhe dariam no decorrer dos tempos, por isso
confiou as chaves para interpretação da sua obra a homens
confiáveis, cuja fidelidade era comprovada, dando-lhes de viva voz
os esclarecimentos para a compreensão da lei (Torah). Os
discípulos de Moisés confiaram estes ensinos secretos a outros
homens que, transmitindo-os, por sua vez, de geração em geração,
fizeram com que chegassem a posteridade mais longínqua. Esta
doutrina secreta ou esotérica, que se conservou até hoje, para os
rabinos é a Cabala. Na época em que Moisés existia, o templo de
Tebas – capital do Egito – continha os arquivos sacerdotais da
extinta raça vermelha ou atlânte e os do templo de Ram, cuja sede
era a Índia.
Moisés foi iniciado em todas as ciências egípcias. Assim, a
tradição oral que o célebre legislador deixou aos setenta eleitos,
continha os pontos essenciais de todas as tradições que haviam
aparecido no globo terrestre. Admite-se entre os estudiosos dos
mistérios da humanidade, que os livros de Moisés foram escritos
em paleo-hebreu e que, mais tarde – no século VI antes de Cristo –
Esdras o substituiu pelos caracteres hebraicos quadrados. Moisés
entregou a Josué as chaves da tradição oral, mas não foi na tribo
sacerdotal de Levi que foram conservadas, mas sim nas
comunidades leigas de profetas e videntes, das quais a mais
notável foi a dos “essênios”. Para que os textos se conservassem
inalterados, os seus copiadores deveriam observar certas regras
fixas sobre a maneira de ler e escrever, as quais faziam parte de
53. 53
uma longa tradição que chamava-se de “Massorah”. Os livros de
Moisés eram lidos publicamente ao povo aos sábados, os
comentários que se faziam de forma oral, mais tarde foram escritos
e assim foi formada uma literatura escolástica, conhecida sob o
nome de “Talmud”, que consta de quatro partes:
1) Mishnah - Tradição primitiva de Moisés e dos grandes
profetas que tratava das festas, do matrimônio, das ofertas
sagradas e das purificações.
2) Ghemarah – Um verdadeiro compêndio de jurisprudência.
3) Midrashin e Targumim – Comentários e paráfrases.
4) Thosiphtah – Suplementos.
O que chamamos de Massorah é o corpo da tradição que se
perpetuou na cultura hebraica, tratando de tudo o que se refere a
forma escrita e interpretativa da Bíblia Hebraica. O Talmud
representa a vida, seu objetivo é a jurisprudência, os costumes, as
cerimônias, e as relações sociais. A Cabala ou a doutrina secreta, é
a alma e o espírito da tradição, é a sua parte religiosa e filosófica.
Vejam o que disse o Dr. F. V. Lorenz, um profundo conhecedor
da tradição judaica no seu livro “A Cabala”: “Moisés escreveu a sua
obra em estilo simbólico como era costume dos antigos iniciados.
Ele deixou para a compreensão do seu livro explicações orais que
foram esquecidas, com raras exceções, pelos exegetas
posteriores. Com o decorrer dos séculos, mudou-se o caráter da
língua do povo hebreu, misturando-se com elementos estrangeiros,
de maneira que, 300 anos antes da era cristã, os judeus não
compreendiam mais a língua de Moisés, usando um dialeto sírio-
54. 54
arameu. O conhecimento do verdadeiro sentido esotérico ou oculto
somente permaneceu entre os essênios. A tradução Septuaginta,
tida como a primeira tradução da Bíblia Hebraica para o grego, traz
somente o sentido exterior da Bíblia e assim aconteceu que a
cristandade recebeu este livro e o venera sem conhecer o real
sentido que Moisés quis atribuir ao texto”.
55. 55
Capitulo 3
Face Autoral do Antigo Testamento
No grego a palavra Pentateuco significa “cinco volumes”, são
os cinco primeiros livros da Bíblia, que são resultantes de um
processo que teve várias etapas. Escribas, profetas e sacerdotes
foram registrando em épocas diferentes, eventos religiosos, dados
históricos e mitos que lhes foram transmitidos oralmente, cujo teor
eram significativos para compor a história de seu povo.
Os primeiros capítulos do livro do Gênesis, bem como êxodo,
Levítico, Números podem ser atribuídos em parte á Moises. Ao
todo podemos afirmar que o Pentateuco é o resultado de 4
(quatro) tradições:
A tradição javista ou javística – é assim chamada porque
desde o começo dá a Deus o nome Yahweh. Ela se originou
provavelmente no tempo do rei Salomão, em torno do ano 950
a.C., em Jerusalém. É originária das tribos hebraicas
estabelecidas no sul da Palestina. Esta tradição traz vestígios
evidentes dos costumes primitivos adotados por estas tribos
enquanto ainda viviam no deserto.
A tradição eloista ou eloística – é assim chamada por se referir
a Deus pelo nome de Elohim. Ela nasceu provavelmente por volta
do ano 750 no reino do norte depois que o reino de Salomão foi
dividido. Muito marcada pela mensagem de profetas como Elias e
Oséias, ela dá muita importância aos profetas. Esta tradição se
fundiu com a javista pelos anos 700 a.C. Nesta região mais
agrícola do que pastoril, as tribos viram-se compelidas a
56. 56
abandonar o seu modo de vida adotado no deserto e com ele
muitas crenças e tabus.
A tradição deuteronômica – Está contida principalmente no livro
do Deuteronômio, mas influenciou outros livros também. Começou
no reino do norte e finalizada no reino do sul. É um código muito
mais adiantado, composto sob a influência dos grandes profetas e
adotado por volta do ano 622 a.C.
A tradição sacerdotal – Se originou durante o exílio judeu na
Babilônia de 587 á 538. No exílio os sacerdotes tiveram que
relembrar e reescrever a tradição do seu povo para manter sua fé
e esperança. Código aparentemente mais moderno, pois é um
reflexo da influência dos babilônios regidos pela casta sacerdotal e
em cujo país foram cativos por 70 anos, só lhes sendo permitido o
regresso á pátria em 536 a.C.
Estas quatro tradições com outros acréscimos foram reunidas
em um só volume. Este trabalho acredita-se que foi realizado pelo
sacerdote Esdras, tendo sido finalizado por volta do ano 400 a.C. O
único monumento sério, diz o Dr. Jacolliot, da tradição semítica ou
assim considerada é a Bíblia, fonte onde bebem judeus e cristãos
toda sua teologia cosmológica. Os estudiosos sérios desta matéria
atestam que o Pentateuco foi escrito com o auxílio das velhas
tradições do Egito, da Índia e da Caldéia (Babilônia) e da Pérsia.
Moisés - com conhecimento que possuímos da cultura
Mesopotâmica (sumérios, babilônios, caldeus, assírios, elamitas,
persas), os dez primeiros capítulos do Gênesis é creditado a
Moisés, mas elaborado sob a influência da cultura mesopotâmica. O
Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, são atribuídos a Moisés,
57. 57
no entanto a narração da sua morte foi provavelmente registrado
por Josué.
Sabe-se que Josué não escreveu o livro que leva seu nome
porque trata de eventos que ocorreram muito tempo após sua
morte. Ninguém conhece o autor de Rute, nem o autor do primeiro e
segundo livro de Samuel; o que sabemos é que Samuel não
escreveu os livros que levam seu nome. Ninguém sabe quem foi o
autor do primeiro e segundo livro dos Reis ou o primeiro e segundo
livro das Crônicas; sabemos que os Salmos não foram escritos
todos por Davi.
Nos Salmos a escravidão é citada, e isto não aconteceu até
quinhentos anos após Davi ter morrido. Sabemos que Salomão
não foi o único autor dos livros de Provérbios ou o Cântico dos
cânticos; e que Isaías não foi o autor do livro que leva seu nome.
A passagem 38:10-20, do livro de Isaías foi escrita pelo rei
Ezequias. Os escribas dele também compilaram os capítulos 25-29
do livro de Provérbios. O capítulo 30 deste livro são as palavras de
um tal de Agur e o 31 de um desconhecido Lemuel. Ninguém sabe
quem foi o autor de Eclesiastes, Jó, Ester, ou qualquer outro livro
do Velho Testamento, com exceção de Esdras.
Muitos livros do Antigo Testamento foram registros feitos por
escribas anônimos, os quais eram os únicos que tinham
conhecimento profundo da língua nativa e por isso responsáveis
pela escrita, perpetuação e interpretação do texto sagrado. Estes
deveriam ter intima relação com os sacerdotes, pois ambos dividiam
o poder, um interpretava e o outro executava a aplicação da lei, e
esta é a razão pela qual estes nomes por várias vezes são
mencionados nos Evangelhos.
58. 58
Sabemos que os manuscritos foram copiados com
extraordinário cuidado, mas isto não impediu que as cópias dos
originais fossem carregadas de variantes. Imagine a dificuldade de
se copiar em hebraico, aramaico e grego. O original não tinha
capítulos, nem vírgula, nem sinais, nem mesmo separação entre as
palavras. No hebraico não havia nem mesmo vogais, as quais só
aparecem depois dos anos 700 d.C., por causa do trabalho de
judeus eruditos chamados de massoretas, que tiveram a fantástica
missão de aplicar ao texto original os sinais vocálicos a fim de fixar
um padrão fonético.
Pontos Questionáveis
O livro do Gênesis é independente dos quatro outros livros
que compõem o Pentateuco e que as lendas de que é
composto pertencem as tradições babilônicas e egípcias.
Todas as leis e prescrições que ele contém já existiam há
milhares de anos em outros códigos de leis, na Babilônia,
no Egito e na Índia.
Até o reinado de Josias, 580 a.C., os hebreus ofereciam
as suas adorações as divindades e espíritos da mitologia
grosseira dos povos vizinhos.
É provável que diferentes escribas, para dar mais peso á
sua obra, redigiram o Pentateuco e colocaram-no sob a
lendária autoridade de Moisés, cujo nome era venerado
como libertador do povo hebreu.
O monoteísmo não era uma exclusividade hebraica (no
Akhenaton, também chamado de Amenófis IV, implantou o
59. 59
monoteísmo no Egito), mas este só foi fielmente levado á
sério pelos judeus a partir da reforma religiosa
empreendida pelo rei Josias e o sacerdote Hilquias.
Se foi Deus que inspirou Moisés a escrever que Deus
pune a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração, por que Ezequiel ousou contrariá-lo em seu
livro?
Por tudo que já foi demonstrado é impossível nominarmos com
convicção todos aqueles que escreveram as Escrituras Hebraicas.
O Novo Testamento já não apresenta tanta dificuldade assim.
Alguns autores identificados da Bíblia:
Mateus, Marcos, Lucas e João – os Evangelhos.
Atos dos Apóstolos - Lucas
Pedro/João – estes apóstolos pescadores foram autores de alguns
livros do N.T., João escreveu um dos evangelhos, três epístolas,
bem como o Apocalipse. Pedro, autor de duas cartas.
Lucas - também escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos.
Paulo – foi o autor de pelo menos 12 cartas.
Epístola Aos Hebreus – não é possível afirmar que o autor seja
Paulo. Apontou-se Apolo (um judeu alexandrino) e Barnabé. Esse
ùltimo foi uma sugestão de Tertuliano em 225 d.C. Ele se baseou
nos relatos do livro de Atos dos Apóstolos sobre Barnabé,
sobretudo em suas credenciais em Atos 4:36,37. Outros candidatos
são: Lucas, Clemente de Roma, Silas, Filipe e Priscila.
60. 60
Capítulo 4
Face Curiosa da Bíblia
Dados Bíblicos Importantes
A Bíblia já foi traduzida para mais de 1500 línguas.
No ano de 1529 o cardeal Caro dividiu a Bíblia em capítulos,
os quais foram divididos em versículos no ano de 1550 por
Robert Stevens.
Calcula-se que decorreram 400 anos entre o último livro de
Malaquias e o Evangelho de Mateus.
A maioria das suas páginas foram originalmente escritas em
papiro e em peles de animais também, os pergaminhos.
Os escribas foram responsáveis pela escrita e compilação das
Escrituras.
O V. T. foi escrito em hebraico, com exceção de algumas
passagens de Esdras Jeremias e Daniel que foram escritas
em aramaico.
O N. T. foi escrito em grego koiné.
A Septuaginta é a mais importantes tradução das Escrituras
Hebraicas para o grego e tem este nome em função do
números de tradutores que participaram deste trabalho: 72
sábios judeus. Este trabalho foi realizado em Alexandria no
Egito no segundo e terceiro séculos antes de Cristo.
Os judeus na época de Cristo falavam em aramaico.
O Codex Vaticanus é provavelmente o mais antigo exemplar
da Bíblia em forma completa.
61. 61
Outro antigo manuscrito é o Codex Sinaiticus, descoberto em
1844 no mosteiro de Santa Catarina, perto do Monte Sinai.
Descoberto por um alemão de nome Tischendorf.
O Codex Alexandrinus, escrito no início do primeiro século
contém quase toda a Bíblia exceto algumas passagens.
A Vulgata é a versão latina da Bíblia, traduzida por São
Jerônimo a pedido do papa Dâmaso.
Martin Luther (Martinho Lutero) foi quem traduziu a Bíblia para
o alemão a primeira vez.
Esdras foi responsável pela compilação dos livros do V. T.
que haviam sido perdidos. Em 1631 um impressor Inglês teve
que pagar uma multa de 500 libras por ter omitido a palavra
“NÃO” nos dez mandamentos.
A primeira tradução da Bíblia completa para o Inglês foi feita
por Wycliff em 1380.
Dados Bíblicos Curiosos
O livro mais antigo da Bíblia pode não ser o do Gênesis
segundo alguns estudiosos, mas o livro de Jó.
O primeiro salmo se encontra no livro de II Samuel 1:19-27,
uma homenagem de Davi á Saul e seu filho Jônatas. A Bíblia
contém 1.189 capítulos e 31.102 versículos.
O salmo 14 e o 53 são iguais.
O capítulo mais longo é o salmo 119. O capítulo mais curto é
o salmo 117. Ester 8:9 é o maior versículo da Bíblia.
O versículo mais curto está em Êxodo 20 e Deuteronômio 5.
A conjunção “e” aparece 46.277 vezes na Bíblia.
62. 62
Os versículos que mais se repetem são Ap 18:12 e 13 num
total de 28 vezes.
O capítulo 37 de Isaías e 19 de 2 Reis são muito
semelhantes.
Obadias é o único livro do V. T. que contém apenas um
capitulo.
No livro de Ester não se encontra a palavra Deus.
O único capítulo que termina com dois pontos é Atos 21.
V. T. termina com uma maldição e o N. T. começa com uma
benção.
O último livro da Bíblia a ser escrito foi a III João.
Há 3.573 promessas na Bíblia e a última delas está no Ap
22:12.
O livro de Isaías assemelha-se à uma pequena Bíblia: contém
66 capítulos, os primeiros 39 falam da história passada e os
27 restantes apresentam promessas futura. Dos quatro
evangelistas só dois andaram com Jesus: Mateus e João,
Marcos e Lucas não.
João Batista era primo de Jesus e seis meses mais velhos
que Ele.
O versículo mais curto do N. T. é João 11:35.
Judas era o único dos doze que não era Galileu. João era o
discípulo mais jovem dos doze.
O salmo 108 é um mosaico dos outros dois: salmo 57: 8-12; e
salmo 60: 7-14. O salmo 18 aparece a primeira vez em II
Samuel 22.
A palavra Senhor aparece 1.855 vezes na Bíblia.
O segundo capítulo de Esdras e o sétimo de Neemias são
semelhantes.
63. 63
Os últimos dois capítulos do livro de II Cr e os dois primeiros
do livro de Esdras são quase iguais.
Raridades Bíblicas
Matusalém o homem mais velho da Bíblia morreu antes de
seu pai Enoque.
Paulo lançou uma serpente viva no fogo (Atos 28:3,5).
Elifaz, amigo de Jó , viu um fantasma que lhe fez arrepiar os
cabelos (Jó 4:15). “Sô ” era um rei do Egito (2 Reis 17:4).
Em Isaías 66:24 são mencionados uns vermes imortais.
Ló era pai de Moabe e Ben-ami e também avô deles por que
segundo Gn 19:36 -38 foi ele quem engravidou suas filhas.
Não se permitia que corcundas ministrassem no templo (Lv
21:20).
A Espanha aparece no V. T. com o nome de Tarsis para onde
foi Jonas.
Quarenta e duas mil pessoas perderam a vida por não
saberem pronunciar a palavra shiboleth (Jz 12:5,6).
Caim casou-se com a sua própria irmã (Gn 5:4).
A única idade de mulher que se menciona na Bíblia é a de
Sara (Gn 23:1).
São registrados na Bíblia alguns nomes com as terminações
verbais: Ar (Nm 21:15), cidade limítrofe com Moabe; Er
(Gn38:1-7), filho de Judá; Ir (I Cr 7:12), da tribo de Benjamin.
Ogue, rei de Basã, pela sua altura (4 m.), dormia numa cama
de ferro de 9 côvados de comprimento e 4 côvados de
largura.
64. 64
Em Josué 10:11 registra uma chuva de pedras tão forte sobre
os inimigos de Israel que o número maior de mortos por ela foi
maior do que pela espada.
Em Gade havia um homem de grande estatura que tinha seis
dedos em suas mãos e pés (2 Sm 21:20).
Elias comeu uma refeição preparada por um anjo (1 Reis
19:6).
Um muro caiu na cidade de Afeque sobre 27.000 homens e os
matou (1 Reis 20:30). Uma morte por insolação na Bíblia, a do
filho de Sulamita (2 Reis 4:18-23).
Pergunta curiosa: “Haverá sabor na clara do ovo?” Jó faz esta
pergunta no capítulo 6 verso 6.
Não era permitido aos sacerdotes levitas, filhos de Zadoque,
usar vestes de lã (Ez 44:17).
O menor e mais eloquente discurso de Jesus segundo alguns
esta em S. Lucas 17:32 – “Lembrai-vos da mulher de Ló! ”
A cidade mais antiga do mundo ainda habitada é Damasco,
na Síria.
Nenhum cidadão romano podia ser crucificado. Este castigo
estava reservado para estrangeiros. Esta prática foi
introduzida na Palestina por um dos generais do antigo
império de Alexandre, Antíoco Epifânio, no ano 165 a.C.
65. 65
Bíblias das Igrejas Ortodoxas Orientais
Igreja Ortodoxa da Síria (Bíblia Peshitta Siríaca) 75 livros
Igrejas de tradição ortodoxa grega, copta, eslava e bizantina - 78
livros
Igreja Ortodoxa Etíope - 81 livros
Igreja Ortodoxa da Armênia - 78 livros
(Faz parte das igrejas ortodoxas orientais, juntamente com as
igrejas Coptas, Etíopes e Siríacas. Chamadas de igrejas não
calcedônicas porque não seguem a decisão do concílio da
Calcedônia referente as duas naturezas de Jesus)
Passagens Bíblicas Repetidas
Jó 1:6-12; = 2:1-7
Esdras 2:1-70; = Ne 7:6-73
Esdras 2 e Neemias 7 são iguais.
Esdras 1:1-11; tem o mesmo tema de 2 Cr 36:13-23
2 Rs 18:13-37; = Is 36:1-22
II Rs 19: 1-37; = Is 37: 1-38
Salmo 14 = 53. Salmo 108 é um mosaico dos outros dois: Salmo
57: 8-12; e salmo 60: 7-14. Salmo 18 aparece a primeira vez em 2
Samuel 22.
Isaías 37 = 2 Reis 19.
66. 66
A Muralha de Jericó caiu por ação divina?
No Antigo Testamento, no capítulo 6 do livro de Josué, temos o
registro dos israelitas derrotando a cidade de Jericó quando eles
entravam na terra prometida depois de vagarem pelo deserto 40
anos. De acordo com o registro bíblico depois que os israelitas
marcharam em volta da cidade por seis dias, no sétimo dia eles
circundaram a cidade sete vezes. Na sétima vez que os sacerdotes
tocaram as trombetas, Josué pediu ao povo que gritasse e as
muralhas caíram. A primeira grande escavação nas ruínas de
Jericó, localizada no Sul do vale do Jordão em Israel, foi realizada
por arqueólogos alemães entre 1907 e 1909. Eles acharam pilhas
de tijolos na base do monte em que a cidade foi construída.
Mas foi só quando a arqueóloga britânica Kathleen Kenyon
reescavou o local com métodos mais apropriados nos anos 1950
que foi compreendido o que essas pilhas de tijolos significam. Ela
determinou que eles pertenciam a muralha da cidade que havia
colapsado quando a cidade foi destruída. Portanto, a muralha de
Jericó comprovadamente existiu, mas será que a sua queda foi
ação sobrenatural? A resposta não é simples, por mais que pareça.
Admitir que foi ato de Deus a destruição de Jericó, é admitir que
esse evento sangrento descrito abaixo também é:
E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da
espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao
velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento. (Josué 6:21)
67. 67
Mar Vermelho ou Mar dos Juncos?
A intenção do estudo não é questionar se aconteceu ou não o
evento da travessia como está escrito no texto bíblico. O cenário
deste episódio fantástico é chamado pela Bíblia hebraica
simplesmente de hayam, “o mar”, ou yam suf, em geral traduzido
como “Mar Vermelho”. Muitos questionam se está correta esta
tradução, e é isso que trataremos a seguir.
A pista mais relevante para sua localização é a sua
proximidade de um local conhecido como Pi-Hairote, em frente de
Baal-Zefom, diante de Migdol – que, por sua vez, também possui
uma localização desconhecida. Não sabemos com certeza qual a
localização geográfica do mar da travessia. Talvez estudando a
etimologia das palavras hebraicas, a narrativa bíblica, a história, a
geografia e a arqueologia da região, possamos aprender algo mais
sobre o famoso mar da travessia dos israelitas.
Yam Suf é escrito em hebraico da seguinte forma: yām sûph,
(םי )ףוס e possui muitas ocorrências na Bíblia hebraica: yām sûph,
referindo-se ao local da travessia, Ex 15:4, 22; Nm
21:14; Dt 11:4; Js 2:10, 4:23, 24:6; Ne 9:9; Sl 106:9, 22, 136:13, 15.
Como hayyām, também se referindo ao mar da travessia, Ex
14:2, 9, 16, 21, 22, 23, 26, 27, 28, 29, 30; 15:1, 4, 8, 10, 19, 21; Nm
33:8; Js 24:6-7; Ne 9:11; Sl 78:13, 53.
A palavra yam significa “mar, oceano, lago”. O termo Yam Suf é
comumente traduzido como “Mar Vermelho”. A palavra suf possui
diversos significados possíveis, segundo diferentes estudiosos:
“cana, junco).” O termo Yam Suph também é aplicado ao Golfo de
Suez a ao Golfo de ‘Aqaba, ao redor da Península do Sinai. Através
68. 68
das diferentes conclusões dos estudiosos sobre a localização do
mar da travessia, é possível verificar que há algo em comum entre
os estudos: há uma grande probabilidade de que a travessia tenha
ocorrido em algum ponto da linha norte-sul que liga o Mediterrâneo
ao Golfo de Suez, ou nas suas proximidades, entre os lagos que
existem ou que já existiram próximos ao Delta do Nilo. Qual
conclusão chegamos?
Ao examinarmos as mais antigas traduções da Bíblia
concluímos que: na Septuaginta (aproximadamente de 300 a.C.), a
mais antiga tradução conhecida da Bíblia – do hebraico para o
grego – a tradução de Yam Suf é Erythra Thálassa que significa
“Mar Vermelho.” Na Vulgata Latina (cerca de 400 d.C.), Yam Suf é
traduzido como Mare Rubrum, “Mar Vermelho”. Assim essa
tradução se manteve na tradição ocidental.
Os Nomes de Deus
1. YHWH (Yahweh), o tetragrama, significa: "Aquele que faz tudo
existir".
2. Yah - forma abreviada de YHWH.
3. El: era um deus dos cananeus que também foi cultuado pelas
tribos hebraicas que se assentaram no norte da Palestina.
4. Eloah: Deus. Está ligado ao aramaico Eláh, ao siríaco Allahá e
ao árabe Iláh.
5. Elohim: Plural de Eloah. É aplicado a Deus no plural
majestático, mas também aos deuses pagãos e anjos e até os
juízes, líderes do povo no A.T.
6. Shaddai: poderoso (El Shaddai - Deus poderoso).
7. Ahayah - Eu sou
69. 69
(Ahayah Asher Ahayah - Eu sou o que sou)
8. Elohai: meu Deus
9. Adonai - Adon (Senhor) + sufixo "ai" (meus minhas). Esta palavra
era utilizada pelos fenícios para o deus Tamuz e era o nome do
deus grego Adônis. Os judeus utilizam esta palavra em relação a
YHWH no lugar de pronunciar o tetragrama em orações e ocasiões
solenes.
Nota: a palavra mais comum usada para Deus pelos judeus no dia-
a-dia é HaShem, que significa: O Nome.
Nomes Compostos
Jeová-Jiré: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado
por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no
lugar de Isaque.
Jeová-Rafa: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor
que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da
preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de
iniquidades.
Jeová-Nissi: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por
bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha.
Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em
Êxodo 17.
Jeová-Makadesh: "O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico
20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a
lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.
70. 70
Jeová-Shalom: "O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado
por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe
assegurado de que não morreria como achava que morreria depois
de vê-lo.
Jeová-Eloim: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma
combinação do singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor",
significando que Ele é o Senhor dos senhores.
Jeová-Tsidikenu: "O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal
como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a
justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho,
Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele
fôssemos feitos justiça de Deus." (2 Coríntios 5:21)
Jeová-Rohi: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de
Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de
ovelhas, ele percebeu que era exatamente a mesma relação de
Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor.
Nada me faltará." (Salmo 23:1)
Jeová-Shammah: "O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome
atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora
partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel
44:1-4).
Jeová-Tzevaot: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7)
- Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens.
Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra,
dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos.
71. 71
O nome expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e
mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer.
El Eliom: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz
hebraica para "subir" ou "ascender", então a implicação refere-se a
algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um
direito absoluto ao senhorio.
El Roi: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus
por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido
expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo
do Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio Deus numa
teofania. Ela também percebeu que El Roi a viu em sua angústia e
testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.
El-Olam: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus não
tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus
contém dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De
eternidade a eternidade, tu és Deus."
El-Gibor: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve o
Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um
guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a
destruição dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro
(Apocalipse 19:15).
Nota: Jeová = Yahweh
72. 72
Adão e Eva tinham umbigo?
Se a resposta é sim, cabe a pergunta: a incubadora ou útero em
que foram gerados era de carne e ossos ou um útero espiritual? Se
a opção é a segunda, como seriam alimentados por matéria
orgânica por um duto espiritual? Se a resposta é não, também cabe
outra pergunta: eles não eram humanos como nós? Assim, os
umbigos de Adão e Eva nos levam para questões primordiais:
saber que tipo de seres humanos eles eram e se de fato ali no texto
trata-se de dois seres humanos ou apenas de símbolos do
masculino e feminino. Se o texto é literal, então temos elementos
bastante complexos a investigar: eram de pele branca, morena ou
negra? Quem os criou? Quem os ensinou a falar? Qual era o idioma
que o primeiro casal falava? Eles tiveram infância ou lá foram
colocados adultos?
A igreja cristã dos tempos medievais não sabia lidar com isso e
mandou cobrir o umbigo e o sexo em algumas pinturas da época.
Mandou colocar folhas de videira ou lençóis branquinhos nas
pinturas de forma a eliminar os problemas umbilicais. Adão pintado
como um homem branco, claro que na época não se sabia que os
vestígios mais antigos da origem do homem estão na África. Temos
aí um outro embate em que a Teologia se choca frontalmente com a
Ciência oficial. Criacionismo ou Evolucionismo? Eis outra grande
questão a ser respondida. Os adeptos da teologia tradicional se
abraçam a primeira opção. Os que se baseiam em dados
científicos, uma vez que a Bíblia não é um manual de ciências
naturais, se abraçam a segunda.
73. 73
Animais Pré-Históricos na Bíblia?
Behemoth
Contemplas agora o behemoth, que eu fiz contigo, que come a erva
como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu
poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua
cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos.
Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como
barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o
fez o proveu da sua espada. Em verdade os montes lhe produzem
pastos, onde todos os animais do campo folgam. Deita-se debaixo
das árvores sombrias, no esconderijo das canas e da lama. As
árvores sombrias o cobrem, com sua sombra; os salgueiros do
ribeiro o cercam. Eis que um rio transborda, e ele não se apressa,
confiando ainda que o Jordão se levante até à sua boca. Podê-lo-
iam porventura caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o
nariz? (Jó 49: 15-24;)
Nota: os hebreus usavam a palavra para os hipopótamos, mas
certamente não é a esse animal que o texto se refere por essa
descrição: “move a sua cauda como cedro...”
Essa incrível menção a “Behemoth”, seria a um animal pré-
histórico? Esse animal é citado como obra prima da criação de
Deus (Jó 40:19). O nome é o plural do hebraico bəhēmāh, "animal",
com sentido enfático ("animal grande", "animal por excelência"). Na
tradição judaica ortodoxa, o “Behemoth” é o monstro da terra em
oposição ao Leviatã, o monstro do mar, citado muitas vezes na
Bíblia.
74. 74
Leviatã
Leviatã – no hebraico Livyatan, Liwyāṯān. Mencionado na Bíblia,
mas cujas origens remontariam à mitologia fenícia. É uma criatura
que, em alguns casos, pode ter interpretação mitológica, ou
simbólica, a depender do contexto em que a palavra é usada.
Geralmente é descrito como tendo grandes proporções. É bastante
comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Média e
nos tempos bíblicos. Não se deve perder de vista que nas diversas
descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes
formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a
de dragão marinho, serpente e polvo também são bastante comuns.
Existem várias referências a "Leviatã" no Antigo Testamento, mas o
seu significado é muitas vezes poético e obscuro. Em um exemplo,
a palavra hebraica para "leviatã" é usada como sinônimo de reis e
príncipes da terra, possivelmente Faraó (Isaías 27:1);
Naquele dia o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande
e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e
matará o dragão, que está no mar. Outro exemplo (Jó 3:8):
Amaldiçoem aquele dia os que amaldiçoam os dias e são capazes
de atiçar o Leviatã.
Os versículos que realmente se referem a leviatã como uma
criatura não fornecem informações suficientes para se tomar uma
decisão de uma forma ou de outra a respeito de que tipo de criatura
realmente era. Alguns comentaristas acreditam que leviatã era um
crocodilo por causa das referências a suas escamas, mas não há
como se afirmar concretamente o que ele é (Jó 41: 1,2-7; 15-21):
75. 75
Poderás tirar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com uma
corda? Podes pôr um anzol no seu nariz, ou com um gancho furar a
sua queixada. Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça
com arpões de pescadores? Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da
peleja, e nunca mais tal intentarás. Eis que é vã a esperança de
apanhá-lo; pois não será o homem derrubado só ao vê-lo? As suas
fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada como com
selo apertado. Uma à outra se chega tão perto, que nem o ar passa
por entre elas. Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que
não se podem separar. Cada um dos seus espirros faz
resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva.
Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. Das suas
narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma
grande caldeira. O seu hálito faz incender os carvões; e da sua
boca sai chama.
O Que Era O Leviatã?
Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por
mantimento aos habitantes do deserto. (Salmos 74:14)
Há muitos comentaristas, estudiosos e especuladores da
história bíblica que acreditam que ele seja um grande réptil marinho,
possivelmente até mesmo uma espécie de dinossauro. O fato de
que o leviatã era uma criatura é incontestável. O leviatã era uma
criatura real, ao contrário de algumas das representações
mitológicas de grandes criaturas marinhas que batalham com os
deuses da antiguidade. Não acreditamos que seja apenas um mito,
mas independente da diversidade de descrições que recebe na
Bíblia e no imaginário dos povos antigos, pode se tratar de algum
76. 76
animal pré-histórico extinto. Pode ser uma criatura marinha, uma
serpente gigantesca ou um peixe de proporções assustadoras.
Personificação do Mal
Nesta passagem já citada: Naquele dia o SENHOR castigará
com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e
o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar.
(Is 27:1) Para alguns estudiosos da Bíblia seria nesse caso uma
referência ao próprio Diabo. Enfim, são essas as considerações
mais relevantes que podem ser feitas sobre o tema, que cada um
tire suas próprias conclusões.
As Sete Frases de Jesus Na Cruz
1- Uma oração de perdão:
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. ” (Lc 23:34)
2- A declaração do seu desejo para todos os homems:
“Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso. ” (Lucas
23:43)
3- Uma declaração sobre sua preocupação humana:
“Mulher eis aí o teu filho”, e ao discípulo: “Eis aí a tua mãe.” (João
19:26,27)
4- Uma declaração de quem se sentiu só na sua humanidade:
“Eloí, Eloí, lamá sabactâni. ” Meu Deus, meu Deus, por que me
desamparaste? (Mt 27:46)
5- Uma declaração de quem era humano como nós:
“Tenho sede.” (João 19:28)
6- Uma declaração que a missão foi cumprida:
77. 77
“Está consumado.” (Jo 19:30)
7- Uma declaração de sujeição. O filho se rende e se curva ao Pai:
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23:46)
Alma (nephesh) – Fôlego de Vida (neshamah) - Espírito (ruach)
Então o SENHOR modelou o ser humano do pó da terra, feito
argila, e soprou em suas narinas o fôlego de vida (neshamah), e o
homem se tornou um ser vivente (nephesh).
Na narração da criação Deus sopra o fôlego de vida
(neshamah) no homem feito do pó da terra (Gn 2:7). Este elemento
que anima o corpo não pode ser desligado da vida do corpo. Este
homem ao receber o neshamah, tornou-se nephesh.
Então, declarou o SENHOR: “Por causa da malignidade do ser
humano mortal, o Espírito (ruach) que lhe dei não permanecerá nele
para sempre; portanto, ele não viverá além dos cento e vinte anos!”
(Gn 6:3) – versão King James atualizada
A palavra “nephesh” é frequentemente usada para significar
“pessoa” ou “ser vivo”. No entanto, os animais também podem
possuir essa força vital - um "nephesh behemah". O termo
“nephesh” é particularmente associado ao sangue, como em “a vida
[nephesh] da carne está no sangue.” (Levítico 17:11) Nephesh
reflete uma dimensão pessoal. Nephesh também está associada ao
desejo ou atração pessoal. Nephesh está conectada ao corpo e
seus desejos materiais. Em livros posteriores da Bíblia, a alma
(usando todos os três termos) é mencionada separadamente do
corpo e como mais do que apenas um espírito animador. Essa
evolução sutil de significado reflete o crescimento da ideia do que
78. 78
chamamos de alma - a parte única, eterna e intangível de uma
pessoa. No impressionante poema que é a peça central do último
capítulo do Eclesiastes, a morte de uma pessoa é descrita como
ocorrendo quando “...o pó retorna ao solo onde estava e o espirito
(ruah) retorna ao Deus que a deu” (12: 7).
Embora antes víssemos o alento vital deixando o corpo na
morte, aqui o vemos como uma entidade separada que retorna a
Deus, em vez de simplesmente desaparecer. Os judeus antigos
também sofreram influência de filósofos não judeus. Por exemplo,
o judeu grego Filo de Alexandria tentou usar as três palavras
associadas ao espírito - neshamah, nefesh, ruah - para apoiar a
afirmação de Platão de que a alma tem três partes. Mas essa ideia
não muito aceita por muitos sabios judeus. Embora os rabinos
também vissem os seres humanos como compostos de corpo e
alma, eles geralmente rejeitavam a crença dos gregos e gnósticos
de que o corpo terreno aprisiona a alma.
Guf – palavra hebraica para corpo ou cadáver.
Nephesh - alma no sentido primário, as faculdades vegetativas e
sensitivas no homem como qualquer animal. Muito mais um corpo
consciente do que um ser imortal. Ser vivente. No texto bíblico em
grego, a palavra “psique” é a sua tradução.
Ruach – espirito, tanto no sentido genérico como o espírito divino no
homem.
Neshamah - fôlego de vida.
Usaremos esta comparação: o computador ligado na rede elétrica
(é um símbolo do homem recebendo neshamah), o programa que o
gerencia (ruach), as suas funcionalidades comparamos às
habilidades da alma (nephesh).
79. 79
Capitulo 5
Face Controversa do Livro do Gênesis
“No princípio Elohim criou os céus e a terra” (Gn 1:1;). Neste
primeiro verso da Bíblia já notamos um problema na tradução, o
qual foi amplamente exposto por Voltaire em seu “Dictionnaire
Philosofique, ed. 1860, t. 13, p. 459:
“Aquele que possui um pouco de instrução na língua hebraica não
pode ignorar que o verdadeiro sentido deste texto é: “No princípio
os deuses criaram os céus e a terra”. A idéia de que os céus foram
criados para a terra sempre prevaleceu entre os povos ignorantes
do passado. É como se disséssemos que havendo Deus criado as
montanhas e um grão de areia, criou aquelas para este e não o
contrário”.
Você não precisa ser conhecedor da língua hebraica para
deduzir isto, veja, por exemplo, a seguinte passagem onde Deus
(Senhor) aparece como Elohim, mas na verdade a palavra se refere
a três homens, que são no sentido bíblico, anjos, para os quais
aplica-se na Bíblia hebraica os termos: Malachim e Elohim.
“Depois apareceu o Senhor (Elohim) a Abraão nos carvalhaes de
Manre, estando ele assentado á porta da tenda no maior calor do
dia. Levantou Abraão os olhos e olhou e viu três homens em pé na
sua frente. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e
prostrou-se em terra.” (Gn 18: 1-2)
80. 80
Eram os dias do livro da criação de 24 horas?
No livro do Gênesis houve primeiro, segundo e terceiro dia
(com tardes e manhãs), mesmo antes da separação do dia e da
noite. Portanto, antes da presença dos luminares (Sol e Lua).
◄ Gênesis 1:5 ►
Chamou Deus à luz “Dia”, e às trevas chamou “Noite”. Houve então,
a tarde e a manhã: o primeiro dia.
◄ Gênesis 1:8 ►
E Deus ao firmamento deu o nome de “Céu”. A tarde passou, e
raiou a manhã: esse foi o segundo dia.
◄ Gênesis 1:13 ►
Passaram-se a tarde e a manhã: esse foi o terceiro dia.
Mas a separação do dia e da noite só no verso 14:
◄ Gênesis 1:14 ►
Declarou Deus: “Haja luminares no firmamento do céu a fim de
separar o dia da noite; e sirvam eles de sinais para definir as
estações, dias e anos;
◄ Gênesis 1:15 ►
e que sejam também luzeiros nos céus, para iluminar toda a terra!”
E assim aconteceu.
◄ Gênesis 1:16 ►
Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia e o
menor para regular o andamento da noite. E formou também as
estrelas.