3. Prefeito
Eduardo Paes
Secretário Municipal de Saúde
Hans Fernando Rocha Dohmann
Subsecretária de Gestão Estratégica e Integração da Rede de Saúde
Betina Durovni
Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde
Daniel Soranz
Superintendente de Integração de Áreas de Planejamento
Ana Maria Ramalho Ortigão Farias
Superintendente de Atenção Primária em Saúde
José Carlos Prado Junior
Coordenadora de Saúde da Família
Ana Caroline Canedo Teixeira
Coordenadora de Linha de Cuidado e Programas Especiais
Maria de Fátima Gonçalves Enes
Coordenação Técnica
André Luis Andrade Justino
Inaiara Bragante
Michael Duncan
Colaboração
Carlos Eduardo Reis
Caroline Medina
Fabiana França
Lourdes Luzón
Flávio Gameiro
Samantha Pereira França
Fotos
Deval T. de Souza
Marlon Nascimento
Radilson Carlos Gomes
Rede OTICS
Diagramação e Capa
Victor Pereira
7. “Os sistemas de saúde organizados a partir da atenção primária são mais
resolutivos, mais custo-efetivos e mais bem aceitos pela comunidade”
Bárbara Starfield
8. 7
APRESENTAÇÃO
José Carlos Prado Jr
Superintendente de Atenção Primária em Saúde – SMS/RJ
O Município do Rio de Janeiro teve em 2009 o início da reforma da Atenção Primária
onde mais de 2,7 milhões de cariocas foram beneficiados, passando de 3,5% para mais de
42% da população a cobertura de saúde da família em 2012. O plano estratégico da prefeitura
da Cidade do Rio de Janeiro prevê uma expansão de mais 600 equipes de saúde da família,
ultrapassando 1.400 equipes em 2016.
Para fazer frente a esse quantitativo de equipes na APS, fez-se necessária a ampliação
das vagas existentes de residência em Medicina de Família e Comunidade, por se tratar do
padrão-ouro na formação de profissionais com perfil adequado na prática assistencial e
coordenação do cuidado.
Em 2011 criamos o Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade da
Secretaria Municipal de Saúde com 60 vagas de R1. A proposta da residência era um programa
com enfoque clínico muito forte, em que os residentes fossem treinados para realizar uma
carteira de saúde abrangente, com acesso e resolutividade no manejo das questões mais
prevalentes na atenção primária. Foram mais de 150 inscritos no processo seletivo. Passados
2 anos da residência estamos formando essa primeira turma do programa, com 43 médicos
residentes e um excelente nível profissional. A segunda turma apresenta atualmente uma
taxa de ocupação de 96% das 60 vagas oferecidas. Para 2014 foram oferecidas novas 40 vagas
credenciadas pelo MEC, totalizando 100 vagas de R1.
Hoje mais de 10% das equipes de saúde da família são compostas por médicos dos
programas de residência de MFC constituindo o maior programa de residência do país e o
projeto mais relevante na estruturação da reforma de atenção primária do município. Foram
selecionados os melhores campos de estágio em maternidade e emergência clínica e pediátrica
do município para o estágio na atenção secundária. O programa conta ainda com profissionais
contratados para matriciar algumas habilidades específicas como realização de pequenos
procedimentos, psiquiatria e oftalmologia. Para tanto foram adquiridos equipamentos e
material didático para apoiar esse treinamento.
É, portanto, uma grande honra para nós termos a possibilidade de implantar um projeto
tão importante e grandioso que só foi possível com o apoio e incentivo de nosso subsecretário
Daniel Soranz e pelo carinho e dedicação de todas as pessoas que passaram pela coordenação
da residência como o Armando Norman, Nulvio Lermen, André Justino, Samantha França,
Lourdes Luzon, André Lopes, Michael Duncan e cada um dos preceptores que apostaram
nesse projeto e se dedicaram para formar esses novos médicos de família. Não posso deixar
de mencionar também os coordenadores de CAP e toda sua equipe, além dos gerentes das
unidades que apoiaram muito e tornaram possível a implantação desse programa. A todo
9. 8
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
vocês nosso reconhecimento e agradecimento. Para o Município fica o legado de um programa
de Residência Médica com 100 vagas e a formação da primeira turma de 43 excelentes médicos
de família. A todos os egressos da primeira turma, a certeza de que farão a diferença onde
trabalharem e de que fizeram a escolha certa para suas vidas profissionais. Sucesso a todos.
12. 11
A VISÃO DO GESTOR
Daniel Soranz
Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde
A partir do ano de 2009, o município do Rio de Janeiro passou a investir fortemente em
Atenção Primária em Saúde (APS), tendo a Estratégia Saúde da Família papel prioritário para a
consolidação do Sistema Único de Saúde. As evidências mostram que os países que possuem
um sistema de saúde universal têm a atenção primária como modelo forte.
Essa expansão só foi possível graças à determinação política do prefeito Eduardo
Paes, que conheceu os sistemas de saúde de cidades que já realizaram olimpíadas e teve a
determinação e a vontade política de construir para o Rio de Janeiro o melhor sistema de saúde
do país. A vontade política e a determinação foram determinantes para que conseguíssemos
essa expansão em tão curto prazo.
Para construirmos um sistema de saúde onde a Estratégia Saúde da Família seja a única
porta de entrada, esbarramos na necessidade de recrutar médicos capacitados para trabalhar
nesse modelo. Vislumbramos a oportunidade de criar um programa de residência nosso que
atenderia a essa necessidade. Hoje temos 100 vagas anuais e o maior número de residentes
de medicina de família e comunidade do país. Isso está diretamente relacionado ao modelo
de atenção escolhido, pois é impossível pensar numa boa equipe de saúde da família onde os
médicos de família não sejam especialistas. Na mesma linha, enquanto não tivermos a maior
parte de nossas vagas de residência sendo de medicina de família e comunidade, não teremos
um sistema de saúde equilibrado. Então essa é a nossa missão: garantir que mais de 50% de
todas as vagas de residência oferecidas aos médicos do Rio de Janeiro sejam de medicina de
família e comunidade. E o Rio está caminhando para isso.
Entre os grandes desafios está contratar bons preceptores em número e qualidade
adequados, e gradativamente, quando vamos formando as primeiras turmas, vamos
melhorando a qualidade dos nossos.
Para atrair e manter os residentes, oferecemos um programa de qualidade, com a
contratação de diversos excelentes preceptores e com a garantia de uma boa estrutura física
para as unidades de APS, que vem sendo reconhecida em todo o país. Assim oferecemos as
condições para que as equipes possam resolver os problemas das pessoas, cumprir os itens da
carteira de serviços e prestar um atendimento na qualidade que a população deseja e precisa.
Oferecemos também intercâmbio com diversas instituições nacionais e internacionais, bem
como atividades com palestrantes do Brasil e exterior.
Queremos continuar com um programa que gere para os residentes a sensação de que
ele está aprendendo, evoluindo e crescendo nas suas habilidades e competências. Assim, a
principal estratégia para atrair candidatos é garantir a qualidade da estrutura física das unidades
e do programa de residência, bem como as boas parcerias nacionais e internacionais. A
estratégia para fixação dos residentes é eles se sentirem felizes de trabalhar na cidade do Rio
13. 12
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
R
de Janeiro e que mesmo os residentes que não sejam oriundos da cidade sintam que podem
viver bem e ter uma vida profissional feliz aqui nas nossas unidades.
Acredito que o Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade seja um
dos maiores legados que as Olimpíadas poderão deixar para nós.
16. 15
A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS DE
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA
E COMUNIDADE NO BRASIL
Maria Inez Padula Anderson e Ricardo Donato Rodrigues
A história da Residência em Medicina de Família e Comunidade no Brasil - que de 1981
a até 2001, denominava-se Medicina Geral Comunitária - tem mais de 35 anos. Em 1976 foram
criados simultaneamente 03 programas pioneiros de Residência nesta área com o propósito
de formar especialistas em Atenção Primária à Saúde (APS) e contrabalançar a formação
dominante que à altura apontava na direção oposta.
No Rio de Janeiro, o programa instituído na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) recebeu a denominação de Medicina Integral, mesma denominação de um programa
docente-assistencial constituído na década anterior. Simultaneamente, em Vitória de Santo
Antão, região metropolitana de Recife, por iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPe) e em Porto Alegre, no cenário do Programa Comunitário Murialdo, foram criados dois
Programas de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC), denominação que se tornou
obrigatória após a regulamentação desses programas pela Comissão Nacional de Residência
Médica (CNRM) em 1981.
Nãofoiumfácilcomeço.TodososdemaisProgramasdeResidênciaMédica,centralizados
em hospitais de ensino, visavam formar especialistas para suprir as necessidades de um
modelo assistencial hospitalocêntrico que se tornara hegemônico no Brasil. Portanto, aqueles
programas pioneiros de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC) confrontavam-
se com políticas de saúde e educação que àquela época privilegiavam os níveis secundário e
terciário de atenção à saúde.
O progresso científico a partir dos anos 50, com a crescente incorporação das
tecnologias industrialmente produzidas no âmbito da prática médico-hospitalar, reforçavam
o papel e o prestígio de especialistas focais e de um modelo assistencial tecnicista. No Brasil,
este modelo foi organizado pelo então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Os
avanços neste campo biotecnológico têm permitido à medicina alcançar reconhecidos êxitos
no diagnóstico, controle e correção de lesões e transtornos fisiopatológicos ameaçadores.
Para tanto, tornou-se necessário formar especialistas cujo domínio de competências seletivas,
desenvolvidas com o propósito de otimizar o emprego de tecnologias e procedimentos focais,
acabavam por comprometer a capacidade de intervenção profissional em áreas estranhas a seu
campo especializado de treinamento.
Este processo trouxe graves impactos aos sistemas de saúde. Um deles, se refere a uma
situação comum no contexto de sistemas de saúde hospitalocêntricos, centrados no paradigma
biotecnológico, que é expor estes especialistas focais a condições que transcendem seu campo
de formação e treinamento. Um cenário comum para isto tem sido a APS, (situação frequente
no contexto de sistemas de saúde hospitalocêntricos, centrados no paradigma biotecnológico).
Os resultados desta exposição são, por suposto, desalentadores. Soma-se a isto, a inflação de
17. 16
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
custoseaiatrogeniaclinica,levandoaousoindiscriminadodaquelastecnologiasindustrialmente
produzidas para investigar, confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica, ou, apenas, para
constataroestadodenormalidadedealgumsubsistemaorgânico.Estasinadequadasutilizações
acabam por minar, inclusive, o próprio potencial da chamada medicina científica instituída na
transição dos séculos XVIII e XIX.
Ao lado desta espiral inflacionária de custos e gastos decorrentes do uso desnecessário
e iatrogênico de medicinas, o gasto crescente em assistência médico-hospitalar não provocava
impacto positivo nos indicadores de saúde. Além disso, passou a comprometer severamente
a equidade, tornando tantas vezes penoso o acesso aos benefícios potenciais do progresso
da ciência e tecnologia, sobretudo, para os segmentos mais pobres da população mundial.
Neste cenário, muitos países passaram a ensaiar mudanças em seus sistemas de saúde, no
sentido da organização de uma Atenção Primária qualificada. No Brasil, a inclusão de novas
categorias profissionais como beneficiários do INPS, a compra de serviços no setor privado para
fazer frente ao respectivo aumento da demanda por serviços assistenciais e os problemas pré-
existentes do modelo assistencial da medicina previdenciária, sugeriam que o país caminhasse
na mesma direção.
No início dos anos 80, impulsionados pela Assembleia da Organização Mundial de Saúde que
exortava os países a instituírem a APS nos seus sistemas de saúde, na conhecida Conferência de Alma
Ata, foram criados novos programas de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC), com boa
parte de bolsas pagas pelo INPS. Além disso, houve sucessivos aumentos de vagas que, a exemplo dos
programas pioneiros, carregavam a esperança de contribuir para deslocar o foco do ensino médico e da
práticamédicaparaforadoshospitais.Mas,naconcepçãobrasileira,nãodeixavamdecarregartambém
osmesmospreconceitosequestionamentosqueeramdirigidosaosprogramasquenãoseencontravam
sintonizadoscomaspráticashegemônicaslevadasaefeitonocampoacadêmicoouassistencial.
Um dos mais sérios obstáculos à implantação e continuidade dos PRMGC no Brasil,
continuava sendo a suposição que no âmbito da APS seriam atendidas condições de saúde
menos complexas, problemas a tal ponto simples que seria desnecessário instituir programas de
residêncianestaárea.Estaconcepçãoreducionista,comosesabe,nãofazjustiçaàcomplexidade
das questões de saúde que se apresentam neste nível do sistema, cujos atributos se estendem
do acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado até orientação familiar e
comunitária, além de competência cultural.
Na proximidade do espetacular êxito do Movimento Sanitário Brasileiro e a instituição
do Sistema Único de Saúde – SUS - período que assistiu forte defesa de teses que ressaltavam
a importância de ações no campo da promoção e proteção da saúde, e deixavam transparecer
descrédito quanto às atividades clínicas de assistência e recuperação da saúde, as bolsas dos
programas de RMFC - que haviam sido instituídas pelo INPS - foram então retiradas. Em
plena expansão da Medicina de Família e Comunidade no mundo desenvolvido, assistíamos,
incrédulos, no Brasil, a um grande retrocesso - paradoxalmente importo pelo próprio setor que
à época respondia pelas políticas de saúde no país.
18. 17
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
A Medicina Geral Comunitária sentiu o golpe, mas não feneceu. Os egressos dos
programas remanescentes continuaram, mesmo, sem encontrar oportunidades apropriadas
no mercado de trabalho. Inclusive no SUS.
A criação do Programa Saúde da Família (PSF) no final de 1993, no contexto do
recrudescimento da crise de financiamento do SUS - provocada pelas políticas neoliberais
adotadas desde o início da década, ao lado da continuidade do perdulário modelo assistencial
que herdara – era, no entanto, uma promessa de mudança.
Entretanto, não foi o que ocorreu no primeiro momento. O PSF, posteriormente
transformado em Estratégia Saúde da Família (ESF), inicialmente ressuscitava a noção pobre
de APS simples. Nesta condição prescindia de profissionais com formação específica. Não foi
por acaso, portanto, que a RMFC se via novamente em xeque no desenrolar do seminário
nacional “A Especialidade Médica no Campo da Saúde Coletiva” promovido pela CNRM, em
1999, no contexto de discussões prévias levadas a efeito durante o “I Seminário Nacional de
Especialidades Médicas”, realizado 3 anos antes. A Comissão Mista instituída neste seminário
realiado em 1996, formada por representantes dessas entidades médicas (CFM, FENAM e AMB)
e da própria CNRM, havia recomendado, e o fórum ratificara, que a RMGC era um programa
em extinção admitindo, apenas, o recredenciamento provisório dos programas existentes
enquanto a graduação não fosse capaz de cumprir seu suposto papel.
A participação combativa, e fundamentada, de representantes de nove PRMGC que
estiveram naquele Seminário de 1999, realizado na cidade de Campinas, foi capaz de garantir,
uma vez mais, a sobrevivência destes programas.
As mudanças no campo político iniciadas em 2002 e a necessidade de reorientar o
modelo assistencial, ao lado das contribuições da Associação Brasileira de Educação Médica e
da Sociedade Brasileira de Medicina Geral Comunitária (SBMGC), reafirmaram a importância da
formação especializada para qualificação da APS. Naquela conjuntura, visando valorizar tanto a
Estratégia Saúde da Família, como modelo de Atenção Primária à Saúde no Brasil, bem como a
especialidade médica voltada para este modelo, a SBMGC, em votação eletrônica após ampla
consulta a seu corpo de associados, optou por mudar o nome da especialidade e da própria
Sociedade Científica, que passaram a ser denominadas Medicina de Família e Comunidade
e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, respectivamente. Com isto o
nome do Programa de Residência Médica também foi modificado passando a utilizar a mesma
nomenclatura (PRMFC).
Neste novo cenário, o MS passou a apoiar a expansão dos PRMFC. A instituição do Pró-
Residência e as estratégias para complementação da bolsa oficial dos programas de residência
médica definida pela CNRM têm contribuído para ampliar o número e melhorar sensivelmente
o preenchimento das vagas oferecidas. Hoje, em 2013, temos praticamente 1.000 vagas de R1
e 150 PRMFC (contrastando com os cerca de 13 que restaram após o corte promovido pelo
INAMPS).
19. 18
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
E a ESF, modelo para organizar a APS com qualidade no Brasil - que em 2010 já
proporcionava cuidados de saúde a mais de 100 milhões de brasileiros - não só tem impactado
positivamente os indicadores de saúde do país e obtido excelente avaliação pela população
sob cuidado das respectivas Equipes de Saúde da Família, como tem merecido – justo -
reconhecimento internacional, por parte de instituições do porte da OMS e países como
Inglaterra, Canadá, Espanha.
Neste cenário, os gestores de saúde e educação no Brasil estão convidados a envidar
esforços para acelerar o pagamento de uma enorme dívida contraída pela saúde ao longo dessa
história: multiplicar ações e estratégias estruturantes para fortalecer e qualificar ainda mais a
APS e garantir que cada família brasileira tenha e conheça seu médico de família e comunidade,
bem como sua Equipe de Saúde da Família.
Convém reafirmar, por fim, que investir no fortalecimento da APS não significa
desinvestir nos demais níveis do sistema, ainda que mais de 85% dos problemas de saúde
de um povo devam ser adequadamente resolvidos na APS; afinal, ainda que não seja fácil, a
Atenção Primária compreende muitas funções, como promover a saúde de pessoas, famílias
e comunidades, prevenir a ocorrência de doenças evitáveis, retardar a instalação de agravos
crônicos, assim como a ocorrência de complicações precoces de doenças instaladas e seus
conhecidos desfechos. E a Medicina de Família e Comunidade é uma fonte que vitaliza esse
complexo painel global da saúde, tecido por bilhões de humanos.
21. “Os residentes fazem parte da rede de atenção primária do município,
utilizando e desenvolvendo as habilidades pautadas na carteira de
serviços, tendo os mesmos protocolos e as mesmas metas e indicadores
que as demais equipes de ESF.”
22. 21
AS CREDENCIAIS
Nulvio Lermen Junior,
Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)
A formação médica no Brasil historicamente adotou como modelo o sistema americano
do início do século passado em que o foco era a atuação em hospitais com a busca constante
pela superespecialização. Este modelo apesar de ter sido importante para a época está há
muito ultrapassado, pois não prepara os profissionais para o adequado enfrentamento das
necessidades de saúde da população, já que a grande maioria das doenças pode e deve ser
tratada fora dos hospitais, deixando esses espaços para os casos mais graves e raros.
A formação focada na superespecialização gera como efeitos colaterais um maior
nível de intervencionismo, com exposição frequente dos pacientes a exames desnecessários,
seguido muitas vezes por excessos nas prescrições. Esse tipo de formação também não valoriza
o estabelecimento de uma relação médico-paciente ao longo do tempo, tendo em vista que
cada profissional cuida de um diferente orgão do corpo ou de uma certa faixa etária.
Atentos a isso, nos últimos 50 anos muitos países iniciaram um movimento de
mudanças em seus modelos de formação médica, estabelecendo que boa parte das atividades
na graduação passasse a ocorrer fora dos hospitais, especialmente em centros de saúde de
atenção primária. Além disso, estabeleceram como etapa obrigatória para livre exercício da
medicina a realização de uma residência médica após a graduação com a definição que ao
menos 40% das vagas seriam destinadas a especialidade moldada para uma atuação generalista,
que é a Medicina de Família e Comunidade.
Por mais contraditório que possa parecer a atuação generalista demanda um
treinamento específico, pois o profissional tem de estar preparado para o enfrentamento de
uma variedade maior de problemas do que outros médicos que tem sua atuação focada em um
orgão específico ou uma certa faixa etária. Além disso, ele deve receber também treinamento
adequado para abordar as questões comunitárias e familiares de forma resolutiva.
Em países com sistemas de saúde bem estruturados, como por exemplo, Reino
Unido, Holanda, Canadá, Espanha, entre outros, a medicina de família e comunidade é a
principal especialidade médica. Mesmo os Estados Unidos, que deu origem ao modelo de
superespecialização, há muito vem investindo cada vez mais na formação de médicos de
família, sendo que hoje esta é a segunda maior especialidade médica naquele país contando
com mais de 210.000 especialistas atuantes na área.
O que todos esses países já descobriram há décadas é que é necessário investir na
formação de generalistas, pois sistemas de saúde com forte base na atenção primária e com
inserção do médico de família e comunidade em sua estruturação são mais eficientes, gerando
menores custos, além de promoverem melhores resultados para a saúde dos pacientes.
23. 22
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Nesse sentido a experiência de formação em larga escala que o município do Rio de
Janeiro vem desenvolvendo serve como modelo para todo o país, demonstrando que quando
há decisão política e competência técnica é possível formar profissionais para a atuação na
APS com qualidade e em quantidade, mesmo em um sistema de saúde ainda em processo de
construção.
26. 25
Armando Henrique Norman,
Médico de família e comunidade e primeiro coordenador da residência
O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) da
secretaria municipal de saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ) é o resultado de uma combinação de
inúmeros fatores, porém, penso que sem a ousadia do Dr. José Carlos Prado Junior, de conceber
a ideia de um projeto de formação de médicos de família e comunidade (MFC) em larga escala,
assim como, sem o suporte institucional do Dr. Daniel Soranz, nada seria possível. Por isso, é
um prazer escrever um pouco sobre como foi minha experiência no início da implantação do
PRMFC no Rio de Janeiro.
Dr. José Carlos Prado vislumbrou, dada sua experiência prévia, que no Rio de Janeiro
havia um contexto favorável para um projeto de residência em larga escala, não somente pela
qualidade das novas clínicas da família (CF) como espaços de treinamento em serviço, como
pela infraestrutura adequada para a realização dos módulos teóricos necessários à formação de
médicos residentes, por meio da Rede Otics. Esta parceria proporcionou a estrutura ideal para
a formação em larga escala de médicos de família e comunidade no município. Mesmo com a
estrutura adequada, muitos eram os desafios para a implantação do programa de residência em
MFC da SMS-RJ: a) A dimensão do programa, com abertura inicial de 60 vagas; b) A dimensão da
cidade, com áreas geográficas distantes; c) A falta de tradição na SMS em residência na Atenção
Primária à Saúde (APS); e d) Questões conceituais, sobre o que constituía a modalidade de
residência, tanto para os gestores das áreas programáticas (AP) e das clínicas da família, como
para os profissionais de saúde das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF).
Apesar de haver um projeto político pedagógico (PPP) e um desenho inicial de como
seria a distribuição nos serviços, com potenciais locais para o seu funcionamento, bem como, a
proporção preceptores-residentes, o PPP pouco informava a prática organizativa dos serviços,
que por sua vez não possuíam noção de como ocorreria o processo de implementação da
residência nas CF.
A experiência de ter trabalhado na Rocinha, por cerca de dois meses e meio, foi
fundamental para me aculturar e entender a lógica dos serviços de APS no Rio de Janeiro. Os
diálogos com alguns médicos de família, que atuavam nas unidades, possibilitaram estratégias
de amadurecimento do programa de residência. Minha experiência nos serviços de residência
era com modelo mais tradicional, com cada um desses profissionais utilizando consultórios
independentes, otimizando o atendimento da equipe pela disponibilidade dos dois profissionais
simultaneamente oferecerem acesso aos seus pacientes. Assim, a realidade do modelo da
APS carioca, com estrutura e processo distintos (i.e. horário ampliado de jornada de trabalho
e consequente “day-off”) nos obrigou a rever o PPP. O “piloto” desenhado na CF Maria do
DESAFIOS INICIAIS E
IMPLEMENTAÇÃO
27. 26
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Socorro passaria, então, a ser o padrão pelo qual balizaríamos as escolhas das outras clínicas,
quando em visita. Apesar de um consultório por equipe, no modelo da APS carioca haviam
outros espaços alternativos que puderam ser utilizados para abrigar a residência tais como:
consultórios do HIPERDIA, consultório materno-infantil, consultórios para eletrocardiograma,
entre outros. Observamos também que as unidades antigas que foram reformadas abrigavam
mais espaços de treinamento, como o caso da CF Felippe Cardoso, na AP 3.1, Vila da Penha.
Outra estratégia ousada foi a de garantir o espaço da residência por meio da exposição inicial
do médico residente e seu preceptor a um contingente maior de pessoas sob seus cuidados. Em
vez de uma expansão gradual, em que se teriam dois residentes de primeiro ano (R1) por equipe
para que no ano seguinte um desses R1s migrasse para outra equipe, abrindo novo espaço
de inclusão, optou-se por manter no primeiro ano de implantação do programa de residência
a relação um R1 por equipe apoiada pelo preceptor. Isso acarretou maior carga de trabalho
inicial, mas garantiu desde o início qual seria o espaço de treinamento dos residentes e os
ajustes necessários dentro desse quadro. Assim, no primeiro ano da residência, um preceptor
seria responsável por duas equipes de ESF com um R1 em cada equipe, porém no segundo
ano o tutor passaria a ter dois residentes por equipe (R1 e R2) em cada equipe. Isso constituiu
uma enorme mobilização de profissionais médicos, que na prática significou o remanejamento
de vários médicos para outras CFs, para que os residentes pudessem entrar nos serviços, uma
matemática bastante ousada, dado o quantitativo de residentes que entraram na primeira
turma. Portanto, foi por meio de muito diálogo e pactos construídos em cada uma das AP, que o
remanejamento necessário de profissionais médicos ocorreu de modo a ser menos traumático
para todos os envolvidos.
Na AP 2.1, optou-se por abrir residência na CF Santa Marta, que inicialmente não estava
incluída no plano do PRMFC, por restrição de espaço e pela ideia de que todas as equipes da CF
Rinaldo Delamare fossem convertidas em espaços de formação. Outro exemplo importante foi
na AP 3.1 em que alguns preceptores estavam dispostos a migrar da zona sul para a zona norte
(região da Penha) desde que pudessem compor um time de preceptores em um espaço único.
Assim, dada a flexibilidade das partes, tanto da gestão como dos preceptores que assumiram
a responsabilidade pela manutenção da qualidade dos serviços, foi que tornou-se possível a
inserção do programa nas CF Felippe Cardoso e Aloysio Augusto Novis. Foram muitas visitas,
muitas reuniões em cada AP, dentro de um cenário pouco familiar para mim e cujos micro-
poderes pouco conhecia.
A intensidade desse processo pode ser medida pelo exíguo tempo de 30 a 40 dias
para que o programa estivesse funcionando em 5 de março de 2012. Foi um trabalho muito
intenso de bastidores, de telefonemas convidando colegas para serem preceptores, trazendo
alguns preceptores de outras partes do Brasil, ouvindo indicações de colegas, primando pela
qualidade dentro do quadro disponível de médicos titulados e/ou com residência de MFC.
Nesse período conseguimos organizar apenas um encontro com os preceptores, no dia primeiro
de março, e explicar como seria a semana-padrão dos residentes, esclarecer dúvidas e afinar
28. 27
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
o discurso entre o grupo. Nesse mesmo dia recepcionamos os residentes e apresentamos o
cronograma das duas primeiras semanas do PRMFC em que seria feito um minicurso para se
apresentar os pilares da MFC e APS, os serviços de APS da SMS-RIO, os prontuários eletrônicos
utilizados nas clínicas, e o treinamento ACLS. A ideia de se criar duas semanas introdutórias foi
uma estratégia para preparar as clínicas para receber os residentes e fazer os ajustes finais e
também, porque alguns preceptores estariam ausentes devido a participação no congresso da
WONCA em Havana, Cuba.
Tudo foi feito literalmente do ‘zero’, inclusive a identidade visual do PRMFC-SMS-RIO,
na qual foram integrados o genograma - ferramenta utilizada pelos médicos de família - com
o Pão de Açúcar, um dos principais símbolos do Rio de Janeiro. Quando me perguntavam:
“-Como vocês três (referindo-se a mim, Nulvio Lermen Junior e André Justino) pensam em dar
conta desse programa?” Eu respondia: “-Quem faz a residência acontecer são os preceptores
e residentes; nós devemos ser apenas facilitadores para que eles possam exercer bem seu
papel”. Penso que foi essa a nossa diferença, tivemos preceptores muito comprometidos com
a proposta desde o seu início, médicos que mudaram toda sua rotina para poderem participar
desse momento histórico do Rio de Janeiro
Éimportanteressaltarquehaviaumprocessodebastidoresintenso,feitopelasecretaria
do curso, que não existia previamente, e que precisou ser construído e organizado de modo
a transmitir aos residentes a seriedade da proposta e do programa. Enfim, posso afirmar que
foi um processo muito intenso e gratificante e que fico feliz de ter contribuído de algum modo
na implementação do PRMFC da SMS-RIO. Sigo em contato, mesmo à distancia, torcendo para
que continue aprimorando cada vez mais. Sem dúvida, o Rio de Janeiro optou por ser exemplo
de possibilidade de formação em MFC de acordo com os critérios estabelecidos pela Sociedade
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), algo extremamente relevante para o
Brasil e o SUS.
31. 10% das equipes de ESF do município são compostas por residentes e
preceptores.
32. 31
André Luis Andrade Justino,
Médico de família e comunidade, coordenador da COREME do
PRMFC – Rio de Janeiro
No dia 6 de dezembro de 2013 recebemos a visita da Comissão Nacional de Residência
Médica (CNRM), o município do Rio de Janeiro passava por mais um dia de calor intenso. Dias
típicos de aviso prévio do verão que está para chegar. Em nome da coordenação do Programa
de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) posso dizer que as últimas
semanas que antecederam esta visita foram tensas. Afinal, os mais de 2 anos de muito trabalho
seriam avaliados em menos de um dia, e como sabemos de cada desafio presente ao longo do
processo de formação do programa de residência, este era mais um desafio e, como sempre,
não queríamos errar.
O programa de residência que nasceu do sonho e ousadia de alguns agora era mais
do que real. Atualmente, contando com 58 residentes do 1° ano, 44 residentes do 2° ano e 31
preceptores. Conseguimos conquistar neste curto período a confiança de gestores municipais,
coordenadores de área, gerentes das Unidades e principalmente, dos trabalhadores da saúde
envolvidos nas equipes de saúde da família, bem como, da população cuidada por esses
residentes e preceptores. Todos os envolvidos buscaram desempenhar um serviço de excelência
aplicando os conceitos de uma Atenção Primária à Saúde (APS) forte, além de ampliar a carteira
de serviços das unidades e, ao mesmo tempo, manter o acesso sem perder a qualidade na
formação.
Ao fim do ano de 2013 temos duas gratas notícias: o programa de residência em
medicina de família e comunidade do Rio de Janeiro obtém o credenciamento definitivo e
consegue o aval para ampliar das atuais 60 para 100 vagas, ou seja, das 12 Clínicas da Família
passaremos para cerca de 18.
Esta turma pioneira, que se forma agora, terá não só deixado sua marca na história da APS
do Rio de Janeiro, como levará para sempre esta grande responsabilidade de ser o estandarte do
programa. A formação padrão-ouro por meio da residência é essencial para um município como o
Rio de Janeiro, que avança a passos largos e firmes na expansão da APS. Em 2016 a cobertura será
de 70% e a cidade contará com cerca de 1.500 equipes de saúde da família. Com nossa residência
e as demais do município (UERJ, ENSP e UFRJ) formando cerca de 140 residentes por ano teremos
até lá mais de 400 médicos de família com formação sólida na rede, isto é, teremos quase um
terço da rede composta por médicos de altíssimo nível: resolutivos, polivalentes, centrados na
pessoa e com potencial de longitudinalidade na rede municipal.
Retorno ao dia 6 de dezembro: transcorrida a visita da CNRM, que foi excelente, fui
elaborar um e-mail agradecendo a todos que direta ou indiretamente estão envolvidos com
o êxito obtido por esta avaliação. Neste momento verifiquei, ao compor o e-mail, que eram
A ATUAL COORDENAÇÃO:
O APRENDIZADO
33. 32
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
mais de 220 pessoas envolvidas. Pessoas fundamentais como os motoristas, secretários,
trabalhadores da limpeza, preceptores, gestores, professores e, é claro, os residentes.
Tenho a certeza de que o que foi materializado aqui no Rio de Janeiro possui ótima
qualidade e que o atual “maior programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade
do Brasil” em pouco tempo será o melhor deste país. Com tanta gente boa envolvida, com tanta
gente acreditando neste projeto, isto irá acontecer.
36. 35
OS PRECEPTORES
Os preceptores são a maior riqueza do programa, pois a equipe é composta por médicos
com excelente nível de formação e experiência em diversos programas em MFC nacionais. Esse
corpo de profissionais é responsável pelo conteúdo teórico / prático do programa e atua tanto
como facilitador das discussões de casos clínicos em serviço quanto na condução dos módulos
teóricos. Listamos abaixo o quadro de preceptores da primeira turma.
ADELSON JANTSCH
ALFREDO DE OLIVEIRA NETO
ANA PAULA CARRIJO
ANDRÉ LUIZ SANTOS
ANGELA MARIA ARAUJO COSTA
ANGELA MARTA LONGO
ANGÉLICA PEREIRA DA ROCHA
CASSIA KIRSCH LANES
DOMINGOS JOSÉ VAZ DO CABO
GUILHERME WAGNER
HUMBERTO SAURO VICTORINO MACHADO
JANE PATRICIA OLIVEIRA DE CASTRO
JULIA OCAMPO
JULIANA SERRA WALSH
LARISSA CRISTINA DA SILVA TERREZO
LEONARDO GRAEVER
LÍGIA LORANDI FERREIRA CARNEIRO
LUCIANA BESSA MESQUITA
MARCELO VASCONCELOS MAGNAVITA
MÁRCIA SANTOS
MARCOS ADAMS GOLDRAICH
MARCOS PAULO VELOSO CORREIA
MARIA TEREZA CAMPOS DA COSTA E SILVA
MARIANA BRANDÃO STREIT
MARTHA MARIA VIEIRA DE SALLES ABREU ARTILHEIRO
MELANIE NOEL MAIA
MICHAEL DUNCAN
37. 36
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MOISÉS VIEIRA NUNES
PATRÍCIA ELIÁ
PATRÍCIA MARIA BARROS THOMAS
PEDRO DE GALES PERPÉTUO ROCHA PITTA SAMPAIO
PEDRO MEDEIROS HAKME
RENATA CHAVES
RODRIGO PACHECO
THAIS FAÇANHA LOTFI SILVA
VALTER REZENDE
40. 39
OS PRIMEIROS RESIDENTES DO
PROGRAMA EM MFC - RIO
ALESSANDRA FERNANDES MARQUES BRAGA
ALEXANDRA PERES PAIM
ANA MARIA FERNANDES GUEDES
ANA PAULA MEDEIROS MOLITERNO
ANDRÉIA REGINA DA COSTA OLIVEIRA
BRIGITTE BONGUARDO
CARLA PENSO PEREIRA
CAROLINA DA SILVA RAMOS
CESAR ANTONIO DA COSTA BORGES DE CARVALHO
CLARA PETTERSEN SOARES
CLARICE DE AZEVEDO SARMET MOREIRA SMIDERLE
CLARISSE MALATESTA MOTOMURA
DANIELA RAFAEL FIUZA GOMES
EIJI MORI
FERNANDA CARDOSO VIDAL
GLEIDA PÊGO DE MIRANDA
GLÍCIA GUEDES DE ANDRADE
HELDER CARLOS DE ANDRADE
IVANA DA CONCEICAO ESPIRITO SANTO DA CRUZ
JOANA CARVALHO RIBEIRO DE JESUS
JOANA DE ARAUJO LOBO
JULIA VENTURA WAMBIER
KAREN BON LIMA LIGEIRO
KARLA CRISTINA CARVALHO DA SILVA
KATIA MARIA ARAGÃO FRANCO
LUIS CARLOS NOVAIS GARCIA
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
MARIANA CARVALHO DE ANDRADE
MARILIA DANON TAVARES
MÁRIO ROGÉRIO DA SILVA SANTOS
MICHELE SOUZA PINHEIRO
41. 40
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MICHELLE PARGA DE PAIVA MOREIRA
REJANE MARTINS REGINALDI
RENATO DE SOUZA LEMOS
RODRIGO JÚNIO SILVA
ROSIANE SOUZA DE BARROS
SILVIA MARIA PENNA SUANNO
SUZAN MAIATO BENEVENTE BORGES
TALITA CARNEIRO DE CASTRO MONTE
TATIANA BRISOLA GONÇALVES
TERESA SILVA OLIVEIRA
VINÍCIUS LADEIRA FONSECA
VIVIAN GUIMARÃES OLIVEIRA
44. 43
PÓLOS DE RESIDÊNCIA E OCUPAÇÃO
DAS VAGAS
9.1 PÓLOS DE RESIDÊNCIA
Como a implantação de uma residência médica traz inúmeros benefícios às unidades
de saúde onde ela é realizada, tomou-se a decisão estratégica de distribuir os residentes em
clínicas da família (CF) e centros municipais de saúde (CMS) de diferentes bairros do Rio de
Janeiro, nas zonas norte, sul e oeste, vinculados às Áreas de Planejamento (APs) 2.1, 3.1, 4.0,
5.1 e 5.2.
Dada a grande extensão geográfica do município, os residentes, para fins de organização
das aulas teóricas, foram divididos em 2 polos, centrados na Rocinha e na Penha. As aulas
teóricas do polo Rocinha ocorrem na CF Rinaldo Delamare e as do polo Penha ocorrem na CF
Felippe Cardoso, sempre nos auditórios dos OTICS.
Pólo Zona Sul / Barra
Pólo Zona Norte
45. 44
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
2011
2012
2013
2014
18 98 102 142
SMS: 0
UERJ: 10 (70%)
UFRJ: 4 (100%)
ENSP: 4 (100%)
SMS: 60 (75%)
UERJ: 30 (46%)
UFRJ: 4 (100%)
ENSP: 4 (100%)
SMS: 60 (98%)
UERJ: 30 (80%)
UFRJ: 8 (75%)
ENSP: 4 (100%)
SMS: 100
UERJ: 30
UFRJ: 8
ENSP: 4
Início PRMFC - SMS
9.2 AMPLIAÇÃO / OCUPAÇÃO DAS VAGAS
A residência em medicina de família e comunidade da SMS-RJ iniciou em 2012, sendo
ofertadas 60 vagas, havendo 75% de ocupação das vagas da primeira turma e passando a
constituir a maior residência em medicina de família e comunidade do Brasil. Essas vagas se
somaram às já ofertadas no município do Rio de Janeiro pela UERJ, UFRJ e ENSP. Em 2013 quase
todas as 60 vagas foram ocupadas, e em 2014 há plano de expansão para 100 vagas.
47. “As aulas teóricas são semanais e correspondem a 10% da carga horária
total. Os temas clínicos abordados são os mais prevalentes na atenção
primária, além das ferramentas específicas da medicina de família e
comunidade, todas baseadas nas melhores evidências e com pedagogia
ativa.”
48. 47
CRONOGRAMA GERAL DAS
ATIVIDADES
MÊS DATA TEMA PRECEPTOR / PRECEPTOR
ABRIL
5 Ponto facultativo - feriado sexta-feira santa
12 Risco e Prevenção
Dr. Armando Henrique
Norman / André Luis Justino
19 Rastreamentos: quando e porque fazer
Dr. Armando Henrique
Norman / André Luis Justino
26 Congresso SulBrasileiro de MFC --
MAIO
3
Atenção Primária à Saúde na Itália /
Convênio SMS-RJ-Bolonha / Eleição
representantes Coreme
Dr. Ardigó Martino
(Universidade de Bologna)
10 HAS (Diretrizes, Manejo na APS)
Dr. Alfredo de Oliveira Neto /
Dr. Charles Morrison Day
17 Dislipidemia
Dr. Michael Schmidt Duncan /
Moisés Vieira Nunes
24 Puericultura
Dr. Domingos José Vaz do
Cabo / Dr. Pedro Rocha Pitta
26 I Mini-congresso RMFC - SMS-RJ
Dra. Patrícia Eduarda Biselli
/ Dr. Nelson Robson / Dr.
Armando Norman
31 Pré-natal
Dr.a Cassia Lanes / Malanie
Maia
10.1 Ano 2012
49. 48
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR
JUNHO
7 FERIADO CORPUS CHRISTI
14 CAPS - Apresentação dos estágios em
saúde mental
Equipes dos CAPs Complexo
do Alemão e Rocinha
21
1) Diabete Mellitus: Diretrizes / Manejo
na APS (Pólo Penha) e 2) Abordagem
Familiar Sistêmica (Pólo Rocinha)
Dr. Leonardo Graever /
Dra. Flávia Gonçalves Alves
(Penha) e Armando Norman
(Rocinha)
28
1) Diabete Mellitus: Diretrizes / Manejo
na APS (Pólo Rocinha) e 2) Abordagem
Familiar Sistêmica (Pólo Penha)
Dr. Leonardo Graever /
Dra. Flávia Gonçalves
Alves (Rocinha) e Armando
Norman (Penha)
JULHO
5 Asma Dra. Renata Chaves / Dra.
Angélica Rocha
12 Contracepção / Sangramento uterino
Disfuncional
Dra. Maria Tereza Campos /
Dra. Luciana Bessa Mesquita
19
Tuberculose (Diagnóstico / Tratamento e
Manejo) & Genograma
Dr. Marcos Goldraich / Dra.
Renata Chaves (Rocinha) &
Armando Norman (Penha)
26 Congresso da AMFaC --
AGOSTO 2 Tuberculose (Diagnóstico / Tratamento e
Manejo) & Genograma
Dr. Marcos Goldraich / Dr.a
Renata Chaves (Rocinha) &
Armando Norman (Penha)
50. 49
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR
AGOSTO
9
Saúde da Mulher / Climatério e
Menopausa: manejo na APS (Rocinha) /
Ciclo de vida (Penha)
Dra. Mariana Streit /
Melanie Maia (Penha) &
Armando Norman (Rocinha)
16
Saúde da Mulher / Climatério e
Menopausa: manejo na APS (Penha) /
Ciclo de vida (Rocinha)
Dra. Mariana Streit /
Melanie Maia (Rocinha) &
Armando Norman (Penha)
23 Insulinização do Paciente na APS
Dra. Angélica Rocha / Dr.
Leonardo Graever / Dra.
Renata Chaves
31
Oficina: “Procedimentos em Ortopedia
para a Atenção Primária à Saúde:
manejo de pacientes com problemas
em ombro, joelho e coluna lombar”
Dr. Alexandre Fortes /
Rodrigo Schnur Soares
SETEMBRO
1
Oficina: “Procedimentos em Ortopedia
para a Atenção Primária à Saúde:
manejo de pacientes com problemas
em ombro, joelho e coluna lombar”
Dr. Alexandre Fortes /
Rodrigo Schnur Soares
6
Modelo de Atenção a condições
crônicas / Elementos da diagnose
Dr. Marcos Goldraich /
Armando Norman
13
Modelo de Atenção a condições
crônicas / Elementos da diagnose
Dr. Marcos Goldraich /
Armando Norman
20
Problemas mais comuns no RN e
Lactente / Dinâmicas de grupo
Dr. Domingos José Vaz do
Cabo / André Luiz, Renata
Chaves e Angela Araújo
Costa
51. 50
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR
SETEMBRO 27
Problemas mais comuns no RN e
Lactente / Dinâmicas de grupo
Dr. Domingos José Vaz do
Cabo / André Luiz, Renata
Chaves e Angela Araújo
Costa
OUTUBRO
4 Tabagismo Dr. Leonardo Graever
4
AvaliaçãodoPacientepré-operatório/
Vigilância em Saúde: trabalho em
equipe e mediação de conflitos
Drs. Leonardo Graever e
Guilherme Wagner / Moisés
Vieira Nunes
11
AvaliaçãodoPacientepré-operatório/
Vigilância em Saúde: trabalho em
equipe e mediação de conflitos
Drs. Leonardo Graever e
Guilherme Wagner / Moisés
Vieira Nunes
18
Saúde Mental / Insuficiência Cardíaca
Congestiva (Como conduzir o paciente
agudizado e controlado)
Drs. Sandra Fortes e Pedro
Hakme / Drs. Michael
Duncan e Adelson Jantsch
24
Somento no Pólo Penha - Palestra
Saúde Mental
Prof. Manuel Desviat
25
Penha: Saúde Mental / Rocinha -
Insuficiência Cardíaca Congestiva
(Como conduzir o paciente agudizado e
controlado)
Drs. Sandra Fortes e Pedro
Hakme / Drs. Michael
Duncan e Adelson Jantsch
26 Oficina: “Entrevista Familiar” Carmen Fernandes e Leda
Dias (GHC)
27 Oficina: “Entrevista Familiar” - OTICS
Cinelândia
Carmen Fernandes e Leda
Dias (GHC)
52. 51
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR
NOVEMBRO
2 e 3 I Fórum Nacional de Residência em
MFC
8
Penha: Dermatoses mais frequentes
na APS / Rocinha: Momento avaliativo
com a CAP 2.1
Penha: Dra. Maria
Katia Gomes / Rocinha:
momento avaliativo com a
CAP 2.1
15 Feriado: Proclamação da República
22 Rocinha: HIV / Penha: Tonteiras
Rocinha: Drs. Marcos
Goldraich, Cássia Lanes e
Renata Chaves / Penha:
Drs. Adelson e André
Justino
29
Aula cancelada devido a participação
dos preceptores na capacitação
EURACT
DEZEMBRO
6
Rocinha: Dermatoses mais frequentes
na APS / Penha: compensação da aula
do dia 24 /10 /2012.
Reunião da Coordenação com o CAPS )
CFZA) 16h às 19h
Rocinha: Dra. Maria
Kátia Gomes / Penha:
não terão aula devidos a
compensação da aula do
dia 24 /10 /2012
13 Penha: HIV / Rocinha: Tonteiras
Penha: Drs. Marcos
Goldraich, Cassia Lanes e
Renata Chaves / Rocinha:
Drs. Adelson Jantsch e
André Justino
20
Confraternização de final de ano dos
médicos residentes (não haverá aula)
--
JANEIRO
3 Recesso
10 Qualidade na Atenção Primária Catete: Luis Pisco
17
Rocinha: Avaliação e Manejo da
Dispepsia / Penha: Fases de consulta
Rocinha: Dr. André Justino /
Penha: Dr. Adelson Jantsch
53. 52
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR
JANEIRO
24 Rocinha: Avaliação e Manejo da
Dispepsia / Penha: Fases de consulta
Rocinha: Dr. Adelson Jantsch
/ Penha: Dr. André Justino
31 Reuniões entre preceptores e
residentes nas unidades
--
FEVEREIRO
7 Reuniões entre preceptores e
residentes nas unidades
--
14 Reuniões entre preceptores e
residentes nas unidades
--
21 Reunião geral para reavaliar as
propostas e discussões
--
28 Apresentação dos campos de estágio André Justino e Nulvio
Lermen Junior
10.2 Ano 2013
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
MARÇO
1 Seminário de Inovação em APS Juán Gervas
2 Seminário de Inovação em APS Juán Gervas
7 Como buscar informações
relevantes (fontes de informações)
Michael Duncan
14 Como buscar ler um artigo
científico (revisão de epidemiologia
clínica)
Michael Duncan
21 Como organizar uma revisão clínica
(metodologia científica)
Michael Duncan
28 Paixão de Cristo
ABRIL 4 PBI 1
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
54. 53
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
ABRIL
11 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica A1
Penha - Adelson Jantsch e
Melanie Noel
Rocinha - Rodrigo Pacheco e
Marcos Paulo
18 PBI 2
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
25 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica A2
Penha - Adelson Jantsch
Jantsch e Melanie Noel
Rocinha - Rodrigo Pacheco e
Domingos Vaz
MAIO
2 PBI 3
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
9 PBI 4
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
16 Como elaborar um artigo de
Revisão Clínica
Michael Duncan
55. 54
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
17 Atenção Primária na Holanda Kees Van Boven
MAIO
23 PBI 5
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
30 Corpus Christi
JUNHO
6 Apresentação Temas de Revisão
Clínica A
13 PBI 6
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
20 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica B1
Michael Duncan
27 PBI 7
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
JULHO 4 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica B2
Penha - Adelson Jantsch e
Ana Paula Carrijo
Rocinha - Michael Domingos
56. 55
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
JULHO
11 PBI 8
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
18 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica B3
Penha - Adelson e Ana Paula
Rocinha-Michael/Domingos
25 PBI 9 (Cancelado)
AGOSTO
1 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica B4
8 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica C1
Michael Duncan
15 PBI 10
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
22 PBI 11
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
29 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica C2
Penha - Adelson e Ana Paula
Rocinha - Michael e
Domingos
57. 56
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
SETEMBRO
5
PBI 12 Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penhas 2 - Leonardo
Graever e Márcia Santos
12 Seminário de Medicina de Família e
Comunidade na Inglaterra
Dr. Patrick Hutt
19
PBI 13 Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
26 Apresentação Temas de Revisão
Clínica C3
OUTUBRO
3
PBI 14 Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
10
Encontro Preparatório Temas de
Revisão Clínica D1
Penha - Ana Paula e
Samantha França
Rocinha - Michael Duncan
17 Aula de Eletrocardiograma Michael Duncan
24 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica D2
Penha-AnaPaulaeLourdesLuzón
Rocinha - Michael Duncan
58. 57
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
OUTUBRO
31 PBI 16
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
NOVEMBRO
7
Encontro preparatório Tema de
Revisão Clínica D3
Penha - Ana Paula e
Samantha França
Rocinha - Michael e Renata
14 APS Mundial Dr. Michael Kidd -
Presidente do Wonca
21 Apresentação Temas de Revisão
Clínica D4
28 PBI 18
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
DEZEMBRO
5 Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica E1
Penha - Loudes Luzón
Rocinha - Michael e Renata
12 HIV Dr. Gustavo Magalhães
19
Aula de Bioética com o Encontro
Preparatório Tema de Revisão
Clínica E2
Dr. Rodrigo Batista
JANEIRO
2 PBI 20
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
59. 58
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE
JANEIRO
9
Encontro Preparatório Tema de
Revisão Clínica E3
Penha - Ana Paula e
Samantha França
Rocinha - Michael e Renata
16 PBI 21
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
23 Apresentação Temas de Revisão
Clínica E4
30 PBI 22
Rocinha 1 - Marcos
Goldraich e Renata Chaves
Rocinha 2 - Cassia Lanes e
Ligia Lorandi
Penha 1 - Adelson Jantsch e
Humberto Sauro
Penha 2 - Leonardo Graever
e Márcia Santos
FEVEREIRO
1
Formatura da primeira turma da
Residência em Medicina de Família
e Comunidade da Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de
Janeiro
62. 61
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
O programa de residência da SMS-RJ segue a recomendação da Sociedade Brasileira
de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e da Comissão Nacional de Residências
Médicas (CNRM), garantindo importante espaço teórico aos profissionais. Dentre as atividades
da primeira turma destacamos os convidados estrangeiros, que apresentaram a realidade
da atenção primária de seus países e os nacionais, que contribuíram para o aprimoramento
profissional dos residentes. São eles:
Alexandre Borges Fortes
Médico de Família graduado pela Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ). Atuou como clínico no setor de emergência do Hosp.
Miguel Couto, no Rio de Janeiro. Participou da criação de diversas
publicações e coordena cursos de emergência.
Angelmar Roman
Médico, graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR)residênciaemPediatria(HospitaldaCruzVermelhaBrasileira)
e especializações em Saúde Coletiva (UFPR), Geriatria (PUC RS),
Medicina de Família e Comunidade (FEPAR). É doutor em Ciências, pela
Universidade de São Paulo. Atua como professor titular da disciplina
de Saúde Coletiva na Faculdade de Medicina da Universidade Positivo,
Curitiba (PR) e Coordenador de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade
(Hospital Cruz Vermelha). Atuou na capacitação dos preceptores.
Ana Maria Ramalho Ortigão Farias
Médica, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
especialista em Saúde Pública e em Epidemiologia pela Escola Nacional
de Saúde Pública/Fiocruz e em Administração Pública pela Escola
Brasileira de Administração Pública EBAP/FGV. Atual superintendente
da Superintendência de Integração das Áreas de Atenção Primária da
Subsecretaria de Atenção Primária, Promoção e Vigilância da Saúde
do muncípio do Rio. Anteriormente atuou no MS/INCA na gestão de programas de controle
de câncer e na Secretaria Municipal de Saúde na gestão de programas de controle de doenças
crônicas. Professora de Epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá.
63. 62
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Ardigo Martino
Italiano, é graduado em medicina, com especialização em Saúde
Pública, Higiene e Medicina Preventiva. Tem doutorado em
Cooperação Internacional e Políticas de Desenvolvimento Sustentável
(Antropologia Médica), da Universidade de Bolonha, Itália (Unibo).
Atualmente é pesquisador temporário no Unibo (Centro de Saúde
Internacional e Intercultural) e professor da Unibo e Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seus ensinamentos e atividades de pesquisa são sobre a
Global Saúde, Migração e Saúde, Atenção Primária à Saúde, Metodologia de Ensino em Saúde
e Antropologia Médica.
Carmen Luiza Corrêa Fernandes
Médica de família e comunidade.Terapeuta de casal e família.
Especialista em Saúde Mental Coletiva. Médica da Unidade de Saúde
Barão de Bagé do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar
Conceição (GHC). Supervisora da Residência de Medicina de Família e
Comunidade no GHC. Supervisora da Associação Brasileira de Terapia
de Família. Supervisora de Educação Continuada em abordagem
sistêmicadoServiçodeSaúdeComunitáriadoGHC(PortoAlegre/RS)eMestreemEpidemiologia
pela UFRGS.
Gustavo Albino Pinto Magalhães
Médico, graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com
Mestrado e Doutorado em Medicina Tropical pela Fundação Oswaldo
Cruz . Atualmente é Professor Adjunto da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro e Gerente do Programa de DST Aids e Hepatites Virais -
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
64. 63
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Juan Gervas
Espanhol, é graduado e doutorado em Medicina pela Universidade de
Valladolid. Atua como Professor de Gestão e Organização de Atenção
Primária à Saúde no Mestrado em Administração e Direção de Serviços
Sanitários, Fundação Gaspar Casal (Madrid) e Universidade Pompeu
Fabra (Barcelona). Desde 1980 Coordena a Equipe CESCA, grupo
científico de pesquisa e análise da organização e atividade da atenção
primária e é, desde 1986, Membro do Comitê Internacional de Classificações da Organização
Mundial de Médicos de Clínica Geral/de Família (WONCA).
Kees van Boven
Holandês, é pesquisador sênior do Departamento de Atenção
Básica e Comunidade da Universidade Radboud Nijmegen Medical
Center, na Holanda e preside o Projeto de Transição, cujo objetivo
central é caracterizar e descrever formalmente o domínio da prática
(internacional) da família, com base na epidemiologia episódio
orientado. Sua especialidade é a pesquisa de morbidade e lidera o
grupo de Atualização do Comitê de Classificação da WONCA.
Luis Pisco
Português, é graduado em Medicina pela Universidade de Coimbra,
especialista em Medicina Familiar e especialista em Medicina do
Trabalho. Atua como Vice-presidente do Conselho Diretivo da
Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Destaca-se
no trabalho de consultor da OMS para a Melhoria da Qualidade nos
Países do Leste Europeu, no âmbito do “4th expert network on family
practice development strategies”.
65. 64
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Lêda Chaves Dias
Médica, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS, especialista em Medicina de Família e Comunidade (SSC-GHC),
especialista em Terapia de Família e Casal (INFAPA), especialista em
Saúde Pública (FIOCRUZ), mestre em epidemiologia (UFRGS). Atua
como preceptora da residência de Medicina de Família e Comunidade
e supervisora de educação continuada em abordagem sistêmica do
Serviço de Saúde Comunitária do GHC (Porto Alegre/RS).
Manuel Desviat
Espanhol, é médico psiquiatra dos Serviços de Saúde Mental do
Hospital Universitário La Paz em Madrid. Foi presidente da Associação
Espanhola de Neuropsiquiatria (1997-1993) e também consultor
da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a área da saúde
mental. É considerado um profissional fundamental no processo de
reestruturação da assistência em saúde mental na Espanha.
Marcela Dohms
Médica, graduada pela Universidade Federal do Paraná. Possui
residência médica em Medicina de Família e Comunidade e mestrado
em Saúde Pública pela UFSC. Colaboradora e facilitadora do PBI.
Michael Kidd
Australiano, é médico de família e pesquisador da atenção primária.
Atua na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Flinders, em
Adelaide e como clínico tendo como interesse especial no cuidado de
pessoascomHIVeSaúdeIndígena.ÉoatualpresidentedaOrganização
Mundial de Médicos de Família (WONCA) e foi, também, presidente
do Royal Australian College of General Practitioners.
66. 65
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Patricia Eduarda Biselli Silveira
Médica, graduada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e
Mestre em Gestão Ambiental na Universidade Positivo. Atua como
professora do curso de medicina da Universidade Positivo.
Patrick Hutt
Inglês,émédicogeneralista dageneralpracticedeLondres(GP)recém-
formado e tem escrito sobre o tema de Clínica Geral. Atualmente é
pesquisador na University College London, no tema: a evidência para
diferentes configurações de centro de saúde, motivadas pelas recentes
propostas de policlínicas. Também é editor júnior de InnovAIT - a
revista do GP dos formandos.
Sandra Lucia Correia Lima Fortes
Médica, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UFRJ), com Mestrado em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria da
UFRJ e Doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É professora
Adjunta de Psicologia Médica e Saúde Mental da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e
coordenadora do laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção
Primaria a Saúde. Atualmente é coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Policlínica Piquet
Carneiro/UERJ e atua como matriciadora em saúde mental da Estratégia de Saúde da Família
nas unidades da secretaria de saúde do município do Rio de Janeiro.
67. 66
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Visita ilustre: Carlos Grossman
Carlos Grossman é um dos mais conceituados médicos do país. Em
1970, o convidaram para estruturar a primeira residência em Saúde
Comunitária, no posto da Secretaria Estadual da Saúde, São José do
Murialdo, Porto Alegre. O sucesso de Grossman foi tal que, em 1979,
coordenava todas as residências do GHC. O ensino da Medicina tão
almejada por ele mostrava mudanças, e a Saúde Comunitária surgia
para transformar a relação das comunidades com as unidades básicas até então existentes.
No dia 5 de outubro de 2012, no pólo Penha, Carlos Grossman conversou com os residentes e
preceptores, e visitou a clínica Maria do Socorro, no pólo Rocinha.
70. 69
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DOS RESIDENTES
A seguir apresentamos os resumos de parte dos artigos de revisão clínica desenvolvidos
pelos residentes ao longo do segundo ano de residência. O objetivo era desenvolver as
habilidades de busca, revisão e análise crítica da literatura, culminando na redação de uma
síntese dos achados na forma de um artigo de revisão clínica, sempre focando na realidade
prática do dia-a-dia do médico de família e comunidade.
Os residentes foram divididos em 9 grupos de 5 integrantes, e, ao longo do ano, cada
grupo elaborou um total de 5 artigos (correspondendo a 5 ciclos temáticos), sendo que cada
residente foi o autor principal de um dos artigos. Os ciclos temáticos foram: procedimentos,
puericultura, rastreamento, grupos na atenção primária e saúde mental. No ciclo de grupos na
atenção primária, a proposta era elaborar um manual que orientasse a implementação de uma
atividade grupal em uma equipe de saúde da família.
Antes de iniciar os trabalhos, os residentes tiveram aulas teóricas sobre busca da
literatura, princípios da leitura crítica de um artigo de pesquisa e redação de um artigo de
revisão clínica. No início do ciclo temático de rastreamento, tiveram mais uma aula sobre
avaliação de estudos sobre rastreamento.
Aofinaldecadaciclo,houveumaapresentaçãodostrabalhosnaformadeapresentações
orais de 10 minutos, seguidas de breve debate sobre o tema de cada apresentação. As
apresentações foram filmadas e estão disponíveis no blog da residência.
O processo foi coordenado pelo médico de família e comunidade e assessor do PRMFC-
SMS-RJ Michael Schmidt Duncan. Os grupos foram supervisionados em encontros presenciais
quinzenais, contando também com a participação dos preceptores Adelson Guaraci Jantsch,
Domingos Vaz do Cabo, Melanie Noel Maia, Rodrigo Pacheco, Ana Paula Borges Carrijo e Renata
Chaves, bem como das assessoras do PRMFC-SMS-RJ Lourdes Luzón, Samantha Pereira França
e Caroline Medina. Na apresentação do ciclo temático de rastreamento, contamos com a
presença da Dra. Ana Maria Ramalho Ortigão Farias, Superintendente de Integração das Áreas
de Planejamento da SUBPAV. Em todas as apresentações, também participaram da avaliação os
coordenadores do PRMFC-SMS-RJ André Justino e Núlvio Lermen Junior.
71. 70
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
12.1 CICLO 1: Procedimentos
Unha Encravada
Autores: Clarice de Azevedo Sarmet Moreira Smiderle, Silvia Maria Penna Suanno, Tatiana
Brisola Gonçalves, Vivian Guimarães Oliveira
Resumo: Unha encravada, também conhecida como onicocriptose, é um dos problemas de pés
que o médico de família recebe em seu consultório, sendo o hálux o dedo mais frequentemente
acometido. Ocorre quando o leito ungueal causa lesão aos bordos laterais da pele, ocasionando
inflamação e dor que pode evoluir com infecção e formação de tecido de granulação. Dentre as
principais causas estão o corte inapropriado das unhas e os traumas repetitivos ou ocasionais.
De acordo com a classificação da gravidade, casos leves e moderados podem ser solucionados
com tratamento conservador, que envolve técnicas menos conhecidas pelos médicos, já os
casos graves se beneficiam do tratamento cirúrgico. A principal técnica cirúrgica é a avulsão
parcial ou total da unha, que pode ser seguida ou não de matricectomia química com fenol. A
fenolização normalmente não apresenta complicações graves e obtém ótimo resultado estético
e de baixa recorrência dos sintomas, sendo considerado excelente método cirúrgico para o
tratamento da unha encravada.
Furúnculos e Abscessos
Autores: Michelle Parga, Ana Maria Guedes, Katia Franco, Maria Luiza Ramos, Mariana Andrade
Resumo: Os furúnculos e os abscessos de pele são localizados na derme e tecido subcutâneo.
São geralmente ocasionados pelo Staphilococcus aureus presentes. Ocorrem geralmente em
áreas sujeitas a fricção e tem evolução benigna. Algumas pessoas possuem predisposição a
doença, como pessoas obesas , diabéticas, imunossuprimidas, o que não impede que pessoas
hígidas possam desenvolver a doença. O tratamento consiste em aplicar compressas mornas no
local afetado para a drenagem espontânea. Em alguns casos é necessário incisão e drenagem, e
em furúnculos complicados e de difícil resolução há a possibilidade de antibioticoterapia.
Inserção de dispositivo intrauterino
Autores: Daniela Rafael Fiuza Gomes, Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigite Bonguardo, Luís
Carlos Garcia, Mário Rogério Santos
Resumo: O objetivo da abordagem contraceptiva na atenção primária é reduzir gestações
não planejadas, bem como os possíveis efeitos destas na vida das pacientes, suas famílias ou
cônjuge, na sociedade e nos serviços de saúde pública. Este trabalho possui como objetivo
qualificar o médico de família e comunidade para manejo adequado quanto ao uso do DIU,
por meio do conhecimento dos critérios de elegibilidade, da realização da técnica de inserção
apropriada, do uso racional de exames complementares, e da detecção de complicações e do
72. 71
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
seguimento. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas principais bases de dados
e guidelines disponíveis, buscando as melhores evidências para o manejo adequado na inserção
do dispositivo. O uso do DIU em mulheres em idade fértil, que não possuam contraindicação,
apresenta grande eficácia como método contraceptivo. Vale ressaltar, que o mesmo apresenta
desvantagens, tais como, não prevenir contra as doenças adquiridas durante o ato sexual sem
uso de métodos de barreira.
Remoção de cerume
Autores: Helder Carlos de Andrade Junior, Glícia Guedes de Andrade, Julia Ventura Wambier,
Talita Carneiro de Castro Monte, Thiago Gonçalves Vargas.
Resumo: O Cerume impactado é uma patologia muito comum na atenção primária,
frequentemente associada a sintomas desagradáveis e ocasionalmente relacionada a sequelas
importantes, como perfuração timpânica. Deve ser removido sempre que o paciente tiver
algum sintoma (sensação de ouvido entupido, zumbido, prurido no ouvido, otalgia, entre
outros). Existem três métodos de remoção do excesso de cerume dos ouvidos: ceruminolíticos
isoladamente ou como adjuvante, irrigação com solução salina ou remoção mecânica.
Os ceruminolíticos são substâncias que podem ser pingadas nos ouvidos com o objetivo
de amolecer ou dissolver o cerume, facilitando a extrusão da cera, sua expulsão natural. A
irrigação com solução salina é outra opção válida para remoção do cerume. O procedimento é
geralmente feito com um jato de soro morno aplicado no ouvido, utilizando materiais simples
como uma seringa e escalpo ou até mesmo outros mais complexos com finalidade própria
para o procedimento. O uso prévio de ceruminolíticos ajuda a amolecer a cera e aumenta a
eficácia da lavagem de ouvido. Deve-se atentar para algumas contraindicações: dor, perfuração
do tímpano ou sinais de infecção do ouvido. A remoção mecânica do cerume é o método mais
rápido e eficaz, mas só deve ser feita por profissional treinado, com instrumentos apropriados,
que possibilitam visualizar diretamente o interior do ouvido, podendo remover facilmente o
excesso de cerume impactado. Deve-se evitar métodos caseiros e alternativos como o uso de
cotonetes e velas de ouvido, devido ao risco de complicações.
Abordagem Terapêutica nas Queimaduras de Primeiro e Segundo Graus na Atenção Primária
Autores: Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Alessandra Fernandes Marques Braga,
Alexandra Peres Paim, Fernanda Vidal, Renato de Souza Lemos
Resumo: Define-se queimadura como a lesão produzida pelo efeito do calor, resultando em
morte celular e necrose dos tecidos afetados. A população predominantemente acometida
nos países em desenvolvimento é a de mulheres e crianças abaixo dos cinco anos de idade.
Existem diferentes tratamentos propostos de acordo com o grau da lesão. O diagnóstico
diferencial e o enfoque terapêutico inicial de um paciente queimado é fundamental para
diminuir a morbimortalidade e as complicações advindas tanto de queimaduras locais sem
73. 72
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
afecções sistêmicas como da síndrome do grande queimado. O objetivo principal do trabalho
reside em analisar e definir os diferentes tipos de tratamentos no âmbito da Atenção Primária.
Através de uma revisão de literatura, foram selecionados capítulos de livros e artigos indexados
em português e inglês, levando a uma discussão acerca da abordagem dada a cada tipo de
queimadura. No tocante à abordagem das queimaduras é importante para a atenção básica
saber quando essas devem ser encaminhadas para a atenção secundária ou terciária. As
queimaduras constituem um desafio para a atenção básica devido a sua complexidade e o seu
aspecto sócio econômico. Ademais, o principal desafio surge na prevenção.
Tumores Benignos de Pele na Atenção Primária à Saúde
Autores: Andréia Regina da Costa Oliveira, Michele Souza Pinheiro, Rejane Martins Reginaldi,
Suzan Maiato Borges Benevente, Vinicius Ladeira Fonseca
Resumo: Na prática médica geral, são observados cerca de 20% de casos dermatológicos,
representando uma proporção importante nos casos de seguimento. Sendo assim, conhecer
a natureza, frequência e identificação das lesões de pele pode ajudar na prática dos médicos
de família quando diante destas. Portanto, o médico de família deve estar capacitado para
distinguir as lesões benignas de malignas, utilizando para tal a observação de dados da história
clínica, bem como as características da lesão, visando direcionar o tratamento a ser indicado,
como também, o momento de referenciar para o especialista. O médico de família também
deve ser encorajado a abordar cirurgicamente as lesões para aumentar o custo benefício.
12.2 CICLO 2: Puericultura
Anemia ferropriva na infância: tratamento, prevenção e suplementação
Autores: Mariana Andrade, Katia Maria Aragão, Michelle Parga, Ana Maria Guedes e Maria
Luísa Ramos
Resumo: A anemia ferropriva na infância ainda é um dos maiores problemas de saúde pública
no Brasil, associada à elevada prevalência de fatores de risco como condição socioeconômica
desfavorável, prematuridade e desmame precoce. A organização mundial de saúde recomenda
a prevenção, o tratamento, a suplementação medicamentosa e a fortificação alimentar pois
entende-se que as complicações comprometam o desenvolvimento psicomotor e cognitivo da
criança
74. 73
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
O manejo do bebê prematuro tardio pelo médico de família e comunidade
Autores: Eiji Mori, Carla Penso, Clara Soares, Rosiane Barros, Cesar Antonio C. B. Carvalho
Resumo: O prematuro é definido como a criança nascida antes de 37 semanas de idade
gestacional. Representa aproximadamente 13% de todos os nascimentos, dentre os quais 75%
são pretermos tardio (nascidos entre 34 semanas até 36 semanas e 6 dias de idade gestacional).
As taxas de mortalidade dos BPT são até 4 vezes superiores em relação ao a termo. A presente
revisão tem como objetivo melhorar o cuidado dos BPTs e de suas mães pelos médicos de família
e comunidade. Este artigo abordará os seguintes temas: a importância das orientações sobre a
relação mãe-bebê, o aleitamento materno, os marcos do desenvolvimento, o acompanhamento
pelo médico de família e as principais comorbidades do bebê pretermo tardio.
Treinamento esfincteriano infantil
Autores: Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigite Bonguardo, Daniela Rafael Fiuza Gomes, Luís
Carlos Garcia, Mário Rogério Santos
Resumo: O momento ideal para a iniciação dos exercícios de controle esfincteriano é um tema
controverso na literatura. É consenso que os exercícios são de grande importância e que sua
abordagemdeveserrealizadacomcaprichosaorientaçãoaospaisdosmétodosaseremseguidos
e objetivos a serem alcançados, bem como os possíveis efeitos do descontrole esfincteriano na
vidadacriançaenasuarelaçãocomasfamíliaseasociedade.Estetrabalhopossuicomoobjetivo
atualizar o médico de família e comunidade para o manejo adequado quanto à condução do
treinamento correlacionado ao controle esfincteriano na infância, fornecendo subsídios para
a abordagem adequada das famílias assistidas, a melhor maneira de realizar o treinamento
esfincteriano, assim como a idade apropriada para iniciá-lo e as possíveis adversidades no
decorrer do processo de aprendizagem. Foi realizada revisão crítica de literatura, consultando as
bases de dados Lilacs, Medline, Biblioteca Cochrane, SciELO, sendo elegíveis artigos publicados
nos últimos quinze anos (período de 1998 a 2013), com os seguintes indexadores: enurese,
encoprese e treinamento esfincteriano infantil. Também efetuou-se revisão manual em textos
clássicos da especialidade buscando as melhores evidências para o manejo adequado do
treinamento esfincteriano infantil. Os resultados revelaram que o treinamento esfincteriano em
crianças deve se iniciar em torno dos dezoito meses de vida, podendo ter pequenas variações
para mais ou para menos, pois o ideal é que o pequeno detenha os sinais de prontidão que
o habilitam a realizar pequenas tarefas do cotidiano que serão de extrema importância para
garantir o desenvolvimento e a compreensão deste treinamento.
Fortalecimento do Vínculo mãe-bebê-pai
Autores: Vivian Guimarães Oliveira, Clarice de Azevedo S. M. Smiderle, Rejane M. Rejinaldi,
Silvia Maria Penna Suanno, Tatiana Brisola Gonçalves
75. 74
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Resumo: O vínculo entre pais e filhos é um fator importante para o desenvolvimento social e
cognitivo da criança. Ele não é estabelecido logo apos o nascimento; é construído com o tempo,
nascendo do cuidado diário, das experiências vividas e do relacionamento estabelecido. Alguns
fatores contribuem para o fortalecimento desse vinculo, enquanto outros são extremamente
negativos. Nesse trabalho buscamos identificar esse fatores e discutir como a equipe de saúde
da família pode atuar no fortalecimento desse vinculo.
Alterações no Desenvolvimento Neuropsicomotor no Período de 0 a 2 anos de Idade e o
Papel do Médico de Família e Comunidade
Autores: Andreia Regina da Costa Oliveira, Michele Pinheiro, Suzan Maiato Borges Benevente,
Vinícius Ladeira Fonseca
Resumo: Ao nascer existe uma imaturidade cerebral para o comando de todas as ações
possíveis pelo corpo humano, sendo nossas reações corporais, inicialmente, de caráter
reflexivo em resposta a estímulos que não conseguimos distinguir. Na medida em que vamos
experimentando alguns estímulos, juntamente com a maturação do sistema nervoso central,
aprendemos a coordenar nossas ações neuropsicomotoras, parando de atuar apenas de
maneira reflexiva. Alguns fatores nas fases pré concepcional ou pós concepcional podem
interferir no desenvolvimento normal da criança, sendo importante o seu reconhecimento
durante a avaliação da criança. O atraso do DNPM pode ser revertido mediante a exclusão do
fator gerador ou com a estimulação precoce da criança. Sendo assim, estudamos acerca dos
distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança entre 0 a 2 anos de idade,
identificando e analisando os agentes causadores, verificando a contribuição da medicina
de família diante de um caso de atraso no DNPM, além de observar os fatores que possam
influenciar para uma falsa interpretação desta situação. Observamos que algumas diretrizes, e,
também, as ferramentas utilizadas na medicina de família e comunidade são importantes para o
acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, servindo como auxílio na
orientação aos pais, e, também numa situação de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor.
Modelos para Atendimento de Puericultura
Autores: Carolina Ramos, Clarisse Motomura, Joana Carvalho, Marília Danon, Teresa Oliveira
Resumo: O acompanhamento do crescimento e da evolução dos marcos de desenvolvimento
infantil de forma multidisciplinar deve ser considerado como fator essencial para a manutenção
da saúde da criança. Com este propósito, a Estratégia da Saúde da Família se articula a fim de
contrapor o modelo tradicional de puericultura, onde as consultas eram realizadas apenas por
médicos, com um novo modelo que agrega cuidados de enfermagem e orientações realizadas
por toda equipe de saúde. Este estudo se propõe a avaliar a importância da puericultura de
forma multidisciplinar e seu calendário mínimo de consultas.
76. 75
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
12.3 CICLO 3: Rastreamento
Rastreamentodousonocivodeálcooledependênciaalcoólicaematençãoprimáriaàsaúde(APS)
Autores: Mário Rogério da Silva Santos, Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigitte Bonguardo,
Daniela Fiuza Gomes Monteiro, Luís Carlos Novais Garcia
Resumo: A triagem para os problemas com o álcool é uma abordagem recente, podendo
ser realizada em serviços de atenção primária e nas emergências hospitalares. Em serviços
de atenção primária à saúde, por exemplo, recomenda-se a aplicação de instrumentos de
triagem para determinar a presença de uso nocivo ou de risco. Um teste de rastreamento ideal
deveria possuir alta sensibilidade (menos falso-negativos – menos atraso no diagnóstico), alta
especificidade (menos falso-positivos – menos procedimentos desnecessários), baixo custo
e boa reprodutibilidade. Nesse contexto, os instrumentos citados pelo Caderno de Atenção
Básica de Rastreamento do Ministério da Saúde (2010) são o AUDIT (The Alcohol Use Disorders)
e o CAGE (feeling the need to Cut down, Annoyed by criticism, Guilty about drinking, and need
for an Eye-opener in the morning), sendo esse último o mais utilizado na atenção primária.
Nosso objetivo foi realizar uma revisão crítica da literatura científica acerca do uso abusivo
de álcool e delimitar o campo de estudos sobre as técnicas de rastreamento do uso de risco
de álcool. A aplicação na Estratégia Saúde da Família destes instrumentos, uma vez que o
ambiente nestas unidades é ideal para a continuidade de monitoramento e detecção do padrão
de consumo, poderia ser útil para motivar as pessoas a reduzir ou cessar o uso, principalmente
se for associada a uma assistência apropriada.
Rastreio de Câncer de Ovário
Autores: Gleida Pego de Miranda, Joana Lobo, Karen Bon Lima, Karla Carvalho, Rodrigo Junio
Resumo: O câncer de ovário apresenta a maior taxa de mortalidade entre as neoplasias
ginecológicas, sendo a maioria dos casos diagnosticados em estágio avançado. Um diagnóstico
precoce efetivo seria um passo fundamental no manejo e controle da doença. No entanto,
estratégias de rastreamento populacional não têm se mostrado efetivas para a redução de
mortalidade. O rastreamento na população de alto risco (história familiar), por outro lado, é
recomendado por comitês especializados. A associação entre a dosagem sérica de CA 125 e a
US transvaginal, feita de forma periódica e sequencial, é o método mais utilizado em programas
de rastreamento. Os métodos de rastreamento atualmente disponíveis não apresentam
sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo satisfatórios, e, além disso, não há
evidências de redução da mortalidade ou do diagnóstico em estágios avançados necessário
para justificar o rastreamento de rotina para o câncer de ovário.
77. 76
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Rastreio do Câncer de Próstata e a Decisão Compartilhada com o Paciente
Autores: Alessandra Fernandes Marques Braga, Alexandra Peres Paim Pedra e Cal
Fernanda Vidal, Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Renato de Souza Lemos
Resumo: O câncer representa um dos maiores problemas de saúde pública no mundo pela sua
elevada prevalência e pela sua taxa de letalidade. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer
(INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas
do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo
e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. No decorrer
dosanos,aincidênciadocâncerdepróstatatemaumentado.Algunsjustificamqueesteaumento
no número de diagnósticos é devido aos exames mais específicos que têm sido utilizados para
detecção precoce da neoplasia prostática maligna (antígeno prostático específico - PSA total,
toque retal e ecografia prostática transretal), levando ao sobrediagnóstico dessa condição
e tratamento em pessoas assintomáticas que de outra forma não seriam diagnosticadas. O
rastreio periódico de câncer de próstata configura um dos principais e mais polêmicos temas
vinculados à saúde do homem. Na literatura encontramos diversas bibliografias nacionais
e internacionais que abordam os prós e contras na realização do screening para câncer de
próstata. Todo profissional médico deve estar inteirado e atualizado nessa discussão, visto que
certamente será questionado sobre o tema em algum momento da sua atuação profissional.
Além do mais, envolve a política nacional e mundial de saúde. O objetivo deste artigo reside
em, por meio de uma revisão bibliográfica, ajudar na decisão compartilhada com o paciente de
realizar ou não o rastreamento para câncer de próstata.
Rastreamento da Depressão no Brasil na Atenção Primária
Autores: Glícia Guedes de Andrade, Helder Carlos de Andrade Junior, Julia Ventura Wambier,
Talita Carneiro de Castro Monte, Thiago Gonçalves Vargas.
Resumo: A depressão é um problema comum de saúde mental, em geral crônico. Apresenta
elevada taxa de suicídio nas diversas faixas etárias. Os pacientes deprimidos apresentam
limitação da sua atividade e bem-estar, além de maior utilização dos serviços de saúde. O
principal sintoma da depressão é o humor deprimido. A pessoa vem se sentindo triste a maior
parte do dia durante pelo menos 2 semanas. Outros sintomas importantes são a perda de
interesse nas coisas do dia-a-dia, desânimo, cansaço e perda de energia. Também podem
estar presentes alterações da concentração, da atenção, da autoestima, do sono e do apetite.
Pensamentos como ideias de culpa e inutilidade, vontade ou ato de se machucar ou suicidar
e visões desoladas e pessimistas do futuro podem fazer parte do quadro. Algumas vezes, as
pessoas com depressão não relatam esses sentimentos e ideias, por terem preconceito com
relação a esse problema, mas referem os sintomas físicos, como sensação de desconforto
no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. É importante
lembrar que, qualquer que seja a suspeita, ela deve ser confirmada por avaliação médica.
78. 77
PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
Instrumentos psicométricos específicos para que sejam rápidos e fáceis de aplicar tornam-
se necessários. Três métodos são particularmente úteis na melhoria do reconhecimento da
depressão: o elevado grau de suspeição pelos clínicos, a realização de uma entrevista breve
e abrangente, e a utilização de instrumentos ou escalas de depressão. Os benefícios que
derivam de um reconhecimento precoce incluem economia de tempo, esforço e dinheiro em
diagnósticos errôneos e tratamento inapropriado.
12.4 CICLO 4: Grupos
Diabetes mellitus: grupos educativos na atenção primária à saúde
Autores: Carla Penso Pereira; Cesar Antônio C. B.Carvalho; Clara Pettersen Soares; Eiji Mori;
Rosiane Barros
Resumo: O diabetes melitus (DM) é uma doença de difícil controle e de baixa adesão ao
tratamento. A formação de grupos na Atenção Primária à Saúde (APS), como estratégia de
enfrentamento no processo de adoecimento, pode atuar no estimulo ao autocuidado e no
vínculo à terapêutica. Este artigo objetiva mostrar a importância dos grupos educativos e
seu impacto no aumento da adesão e na eficácia do tratamento, além de sugerir um grupo
modelo para a realidade do Rio de Janeiro - RJ. Estudos mostraram eficácia em todos os grupos
realizados, com diminuição de peso corporal, início de atividade física, queda nos níveis de
hemoglobina glicada, menor procura às emergências, menor número de internações, menor
número de encaminhamentos ao especialista, maior satisfação e melhor adesão. A relação
médico-paciente e com a equipe de saúde foi de grande importância para adesão dos pacientes
crônicos à terapia proposta.
Consulta Coletiva de Hipertensão Arterial
Autores: Fernanda Cardoso Vidal, Alessandra Fernandes Marques Braga, Alexandra Peres Paim
Pedra e Cal, Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Renato de Souza Lemos
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica não infecciosa (DCNI)
assintomática. Por acometer aproximadamente 17 milhões de brasileiros com idade acima dos 40 anos,
ou seja, 35% da população em geral (IBGE, 2004), a hipertensão arterial é um dos maiores problemas da
saúde pública em nosso país, decerto, por provocar milhares de mortes anuais e também por gerar altos
custos financeiros para o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2009a). Em vista de seu impacto na saúde
da população, é necessário que os profissionais atuantes na atenção básica criem estratégias para seu
controleemelhoriadaqualidadedospacientesacometidos.Nestecontextosurgeacriaçãodosgrupospara
atendimentocoletivodapopulação,decunhomultidisciplinar,objetivandocontroledadoença,fornecimento
de informações sobre o que é a hipertensão arterial sistêmica, como preveni-la, o que é um hábito de vida
saudável.Dessaformaproporcionandomelhoriadaqualidadedevidadospacienteseeducaçãoemsaúde.
82. 81
ELES FALAM SOBRE A RESIDÊNCIA
13.1 Depoimento de Residentes
“Nunca imaginei que me sentiria tão pleno na Medicina de Família. Vencendo um preconceito
imposto pela formação hospitalocêntrica, ao optar pela Residência Médica de MFC da SMS do
Rio de Janeiro me deparei por um programa admirável, feito para o residente. Claro, objetivo,
com unidades adequadas, autonomia nas decisões e no trabalho das equipes, visando a melhor
formação possível. A mais completa do país, sem dúvida. Essa é a hora: estamos fazendo história
na cidade maravilhosa.”
Vinícius Fonseca
“Chegando ao fim da residência de Medicina de Família e Comunidade, fico feliz em falar sobre
esses 2 anos como fundamentais para mim. Ao ingressar no curso, não sabia ao certo o que
viveria, mas me empolgou a oportunidade de fazer parte da primeira turma deste curso do
Município e eu acreditava ser a especialidade médica “feita para mim” (que desejava seguir
os passos do meu pai, médico com exemplar modo de cuidar dos pacientes com suas famílias
e comunidades), e esse pensamento se comprovou nos dias que se seguiram, e até hoje sou
convencida disso. É uma especialidade ampla demais, que exige dedicação, e se identificar
com ela é mister para satisfação para o médico e o paciente. Instruída por valorosas, sábias
e cuidadosas preceptoras (minha mestra oficial e a segunda por quem fui adotada), me sinto
sortuda por ter sido acolhida na Comunidade da Rocinha por pacientes agradáveis, em uma
equipe (Canal) especial que foi aprimorada com trabalho conjunto. Tive também a alegria de
contar com colegas especiais com quem me identifiquei e tenho alegria em dividir a profissão
que estamos aprendendo juntos, e a oportunidade de lidar com outros profissionais da área
de saúde (principalmente enfermagem) fundamentais para meu aprendizado. Em modelos
diversosdeaprendizado(teórico-clínicoedeferramentasdemedicinadefamíliaecomunidade/
medicina centrada na pessoa, prático e de discussão com preceptoria de casos que atendemos,
realização de pequenos procedimentos, PBI, matriciamento, discussão de casos em seminários
ou interprofissionais etc), aprendi tanto sobre Medicina e sobre “gente” que sinto que sou
outra pessoa/médica desde que entrei, e, com essa experiência, estou cada vez mais certa da
necessidade de educação continuada e ensino apoiado em discussões. Também a comunidade
muito ganhou com a introdução da Residência, que trouxe aumento da resolutividade nos
atendimentos e redução do número de encaminhamentos desnecessários, podendo ser
atendidos em outros níveis pacientes que de fato têm esta indicação. No ano que vem realizarei
estágio em uma Unidade de Saúde em Portugal, e, no dia em que completarei 25 anos, também
comemorarei o dia da conclusão da residência, etapa inicial e rica de aprendizado para eu
seguir trabalhando com nossas famílias e comunidades com maior confiança.”
Clarice de Azevedo Sarmet Moreira Smiderl
83. 82
RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ
“A residência médica é reconhecidamente a melhor maneira de um médico completar sua
formaçãotécnica,poispossibilitaexercersuasatividadessobsupervisão,nasmesmascondições
em que irá trabalhar. Essa integração entre ensino e prática não poderia estar acontecendo de
maneira mais oportuna com a criação da residência de MFC da SMS-RIO. Tenho orgulho de
fazer parte desse momento histórico no Rio de Janeiro, em que o método pedagógico ‘padrão-
ouro’ na formação médica esta a serviço da saúde, ampliando a assistência com a garantia da
qualidade no atendimento à população. “
Julia Wambier
“De um sonho a uma conquista. De uma enorme vontade a uma conquista. De um grande
esforço coletivo a uma conquista. Sim, uma grande conquista para os moradores, profissionais
de saúde e gestores do município do RJ. Quando iniciamos os trabalhos da residência médica
em MFC imaginava o grande desafio que tínhamos pela frente, mas não esperava o rápido
retorno e satisfação que iria experimentar. No final da primeira turma de residentes tenho a
certeza que a SMS RJ faz história em construir um programa sólido e promissor na formação
de profissionais voltados para uma Atenção Primária a Saúde ter tamanha qualidade. Lamento
pelo fato de ainda poucos perceberem as mudanças deste período para a saúde pública, não
só em nossa cidade, mas para todo o Brasil. Espero que em breve esta percepção mude e
tenhamos Médicos de Família cuidando dos cariocas independentemente do local de moradia
ou classe social. Quem diria que um dia um morador do bairro do Leblon criaria um processo
na justiça por não ter uma CF próxima a sua casa para seu atendimento? Pois bem, aconteceu
aqui na Rocinha.”
Guilherme Wagner
O trabalho como preceptor possibilitou-me uma retomada com forte inclinação ascendente na
curva de aprendizado. Creio que esse processo estimulou ainda mais o mesmo movimento por
parte dos residentes, criando um ambiente acadêmico excelente. Curiosamente, o aprendizado
dos residentes sobre os fundamentos da Atenção Primaria à Saúde é até mais demorado do que
aquele sobre os temas clínicos (em especial as doenças) - sinais de uma graduação ainda muito
hospitalar e centrada no paradigma biomédico. Uma das chaves do sucesso desta Residência
em MFC é a possibilidade de colher bons frutos da união ensino-serviço: a cidade ganha uma
mão-de-obra muito qualificada para a APS e o serviço tem seu leque de serviços diversificado e
sua produtividade multiplicada. Ganhamos TODOS!
Pedro Hakme
13.2 Depoimento de Preceptores