2. Objectivos
Desenvolver a capacidade de reconhecer, classificar e
avaliar, criticamente, os problemas relacionados com
a realidade dos espaços físicos; e
Impulsionar a capacidade de representar, em termos
apropriados e comunicáveis, por meio do desenho, os
processos de análise e de planeamento dos espaços
físicos.
2
3. História do Desenho
O desenho começou a ser usado como meio preferencial de representação do
projecto arquitectónico a partir do Renascimento. Apesar disso, ainda não
havia conhecimentos sistematizados de geometria descritiva, o que tornava o
processo mais livre e sem nenhuma normalização.
Com a Revolução Industrial, os projectos das máquinas passaram a demandar
maior rigor e precisão e consequentemente os diversos projectistas
necessitavam agora de um meio comum para se comunicar e com tal eficiência
que evitasse erros grosseiros de execução de seus produtos. Desta forma,
instituíram-se a partir do século XIX as primeiras normas técnicas de
representação gráfica de projectos, as quais incorporavam os estudos feitos
durante o período de desenvolvimento da geometria descritiva, no século
anterior. Por este motivo, o desenho técnico (e, portanto, o desenho de
arquitectura) era naquele momento considerado um recurso tecnológico
imprescindível ao desenvolvimento económico e industrial.
3
4. O Desenho Técnico, é a ferramenta mais importante
num projecto, por ser o meio de comunicação entre
quem projecta e quem fábrica.
Nele constam todas as informações referentes ao
projecto.
4
5. Normalização - Normas
O desenho técnico não pode sujeitar-se aos gostos e caprichos de
cada desenhista, pois é usado por profissionais diversos para a
fabricação de um objecto específico: máquina, cadeira, casa.
As normas procuram unificar os diversos elementos do desenho
técnico de modo a facilitar a execução (uso), a consulta (leitura) e a
classificação.
A representação gráfica do desenho em si corresponde a um
conjunto de normas internacionais (sob a supervisão da ISO – de
uso global) ou nacionais (adaptadas a nível de cada pais).
5
6. De acordo com a norma NP EN 45020:2001, entende-se que
normalização e uma actividadeconducente a obtenção de soluções
para problemas de carácter repetitivo, essencialmente no ambito da
ciência, da técnica e da economia, com vista a realização do grau
óptimo de organização num dado domínio. DA CUNHA 2010:39.
Algumas norma usadas em Desenho Técnico:
NP EN ISO 5457:2002 estabelece os formatos de papel a usar em
Desenho Técnico.
NP EN ISO 3098-0:2002 preve a utilização de 2 tipos de escrita –
vertical e cursiva.
NP EN ISO 62:1961 estabelece os traços (tipos de linhas) que devem ser
usados em Desenho Técnico.
6
7. Elementos do desenho
a) Linhas
A base de quase todo e qualquer desenho é a linha; a essência da
linha é a sua continuidade. Num desenho só de linhas puras (sem
o uso da cor nem de sombreados) a compreensão do espaço
arquitectónico (volumétrica; definição dos elementos planos,
sólidos e vazios; profundidade) dependem essencialmente do
peso visual de cada linha e das diferenças entre eles.
As linhas de um desenho normalizado devem ser regulares,
legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras.
7
8. b.1) Espessura dos traços/ Pesos e categorias de linhas
Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do
diâmetro da caneta utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se
quatro espessuras de pena:
Linhas complementares - Caneta 0,1. Usada basicamente para registar
elementos complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas
indicativas, linhas de projecção, etc.
Linha fina - Caneta 0,2 (ou 0,3). Usada para representar os elementos em
vista.
Linha média - Caneta 0.4 (ou 0,5). Usada para representar os elementos
que se encontram imediatamente a frente da linha de corte.
Linha grossa - Caneta 0.6 (ou 0,7). Usada para representar elementos
especiais, como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para
representar também elementos em corte, como a caneta anterior).
(minas B e HB) – Principal – secções/perfis/cortes
(minas HB, F e H) – Secundário – alçados/intersecções de planos
(minas F,H e 2H) – Plantas, malhas, complementos – detalhes
construtivos/linhas sobre plano/texturas. 8
9. Tipos de traços
Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los em:
Traço contínuo (fino e grosso)
São as linhas comuns. Usado para secções/linhas principais e auxiliares/linhas de
perfil/linhas gerais/linhas de alçados;
Traço interrompido.
Representa um elemento de desenho "invisível" ou seja, que esteja além do plano
de corte/secção. A proporção entre os traços e os espaços deve ser sempre a
mesma; os traços devem ser contínuo;
Traço-ponto
Usado para indicar eixos de simetria ou linhas indicativas de planos de
corte/secção, eixo de simetria. Os traços têm de ser aproximadamente iguais ;
Traço 2 pontos: limite ou linha de propriedade;
Traço 3 pontos: linha de comunicação.
9
10. Qualidade da Linha
A qualidade da linha depende de:
✓ Claridade e firmeza;
✓ Tom;
✓ Peso apropriado.
Embora as linhas desenhadas a tinta variem só na largura (a não ser que se dilua
o tom) as linhas desenhadas a lápis controla-se quer pela densidade da mina
utilizada (que depende como já vimos não só do grau de dureza da mina, como
da superfície do desenho e da humidade) como pela pressão com que se desenha.
Ao desenhar é necessário compreender o que representa cada linha, se é um
canto, uma intersecção de planos ou simplesmente uma mudança de material ou
textura.
Todas as linhas devem começar e terminar de maneira definida, tocando-se nos
extremos, estabelecendo sempre uma relação lógica do princípio ao fim, com as
outras linhas.
10
11. Ordem de composição de um desenho
1. Esboçar as linhas principais
verticais e horizontais;
2. Traçar as linhas secundárias e;
3. Tornar mais espessas as linhas
que sejam necessários tendo
presente o peso que deve ter cada
uma delas.
Não repetir as linhas, esforçar-se
por traçá-las de um só
11
12. Materiais de desenho
Desenho executado à mão
A seguinte lista apresenta os materiais que
tradicionalmente foram utilizados no desenho
dito instrumentado (ou seja, o desenho feito à
mão com auxílio de instrumentos de desenho).
Ressalta-se, porém, que muitos destes
materiais estão se tornando raros nos
escritórios de arquitectura, dada a sua
informatização.
Prancheta de desenho
Uma mesa, normalmente inclinável, na qual é
possível manter pranchas de desenho em
formatos grandes (como o A0) e onde se
possam instalar as réguas T ou paralelas.
Régua T ou Régua paralela
Estas réguas eram instrumentos para traçado
de rectas paralelas e perpendiculares, a serem
usadas juntamente de um par de esquadros.
12
14. Par de esquadros
Elementos para
auxiliar o traçado de
rectas em ângulos
pré-desenhados,
como 30º, 45º, 60º e
90º.
14
15. Escalimetro
Um tipo especial de régua,
normalmente com secção
triangular, com a qual podem
ser realizadas medidas em
escalas diferentes.
Lapiseiras ou lápis
Adequados às espessuras
desejadas.
15
16. Canetas nanquim
Tais canetas eram utilizadas na execução dos desenho finais, como
aqueles destinados à construção. Exigiam cuidado constante, pois seu
entupimento, caso não fossem limpas com frequência, seria um
problema comum.
Borracha
Podendo ser a comum ou a eléctrica.
Conjunto de normógrafo e réguas caligráficas
Auxiliam a escrita de blocos de texto padronizados e com caligrafia
técnica.
Lâmina e borracha de areia
Permitem a correcção de desenhos errados efectuados à nanquim sobre
papel vegetal.
Gabaritos ou escantilhões.
Pequenas placas plásticas ou metálicas que possuem elementos pré-
desenhados vazados e auxiliam seu traçado, como instalações sanitárias,
circunferências, etc.
Curva francesa
Um tipo especial de gabarito composto apenas por curvas, nos mais
variados raios.
16
17. Tamanhos de folhas (mm)
A4 210 X 297 A3 297 X 420 A2 420 X 594 A1 594 X 841 A0 841 X 1189
Tamanho das folhas
As folhas devem seguir os mesmos
padrões do desenho técnico. A
maior parte dos países adoptam o
padrão ISO: usa-se um módulo de
1 m² (um metro quadrado) cujas
dimensões seguem uma proporção
equivalente a raiz quadrada de 2
(841 x 1189 mm). Esta é a
chamada folha A0 (a-zero). A
partir desta, obtém-se múltiplos e
submúltiplos (a folha A1
corresponde à metade da A0, assim
como a 2A0 corresponde ao dobro
daquela.
17
18. Bibliografia
DA CUNHA, Luis Veida, Desenho Técnico, Editora
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2010.
MITADER, Manual sobre Elaboração de Planos de
Pormenor. Maputo, 2016.
RAPOSO, Isabel, Desenho Arquitectónico - Cadernos de
Planeamento Físico. Editora ENPF, Republica Popular de
Moçambique. 1986
18