2. Jacques Le Goff
1924 - 2014
França
Historiador
Especialista em Idade
Média
Escola dos Annales
Nouvelle Histoire
3. 1929-1945
Lucien Febvre, Marc Bloch,
Maurice Halbwachs
"Guerra" contra a história
tradicional.
Fernand Braudel
Consolidação como "escola"
de "revolução francesa da
historiografia"
1945-1968
Le Goff, G. Duby, E. Fe Roy
Ladurie, Pierre Nora, M. de
Certeau
"Nova História"
Aproximação com a
antropologia.
1968 ➔
Movimento dos Annales
4. Movimento dos Annales
Nouvelle Histoire;
Rompimento com a historiografia positivista;
Diálogo com as Ciências Sociais;
Diversificação das fontes de pesquisa;
História plural e descontínua;
História-problema;
História fragmentada;
História das mentalidades;
(dos fatos; da neutralidade axiológica; do objetivismo; da
"verdade" histórica; da história linear/evolucionista)
("não oficiais")
(conteúdo impessoal do pensamento; inconsciente
coletivo; longa duração)
5. "o historiador do direito deve [..] confiar nos substratos mais profundos nos
quais se insere a realidade jurídica, compreendendo como a superfície é o nível
mais pobre de análise da compreensão da realidade".
Os Annales e a História do Direito
"o jurista [...] deve estar atento à longa duração. Usando as palavras
insubstituíveis de Grossi, 'Esse é o tempo real do direito, porque é o tempo dos
estratos pro
fundos, do nível mais estável, onde o ius tem suas raízes, onde o moto é
o movimento imóvel das geleiras, onde se fundam valores, costume, mentalidades'".
"o incômodo com relação a uma cronologia desenraizada e, ao lado disso, o
incômodo pelo ídolo de origem, a particular atenção, o con
trário, pelo momento
sincrônico. Ligado como é aos valores irrepetíveis de uma civilização, o universo do
jurista é marcado pelos confins da experiência que nela ocorrem. Aos seus olhos, o
problema da “continuidade ”, velho e nunca suprimido vício da historiografia po-
sitivista, tem o odor de formalismo no modo esquemático e superficial como foi
tradicionalmente colocado".
(FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução Teórica à História do Direito. Curitiba:
Juruá, 2012, p. 86/87)
7. Os seis problemas:
1. A relação entre “a história vivida” e o “esforço
científico para descrever, pensar e explicar esta
evolução, a ciência histórica”;
2. A relação da história com o tempo, com a duração;
3. O sentido da história a partir da constatação de
uma crise do sentido de progresso histórico;
4. O problema do historiador frente ao futuro da
humanidade e de abordagens teóricas que tendem a
um fim, como o marxismo;
8. Os seis problemas:
5. A longa duração sob a ótica de disciplinas como a
antropologia que permite perceber permanências nas
sociedades mesmo diante de eventos que poderiam
ser lidos através da lente da ruptura;
6. A substituição da ideia da história como história do
homem pela ideia da história como história dos
homens em sociedade.
9. História e Memória
1. "toda história deve ser uma história social. " (p. 12)
2. "a oposição presente/passado não é um dado
natural, mas sim uma construção." (p. 13)
3. [...] o fato não é em história a base essencial de
objetividade ao mesmo tempo porque os fatos
históricos são fabricados e não dados e porque, em
história, a objetividade não é a pura submissão aos
fatos. (p. 31)
10. A história é uma ciência do passado ou "só há
história contemporânea"?
função social da história;
presente/passado;
"a história é bem a ciência do passado, com a
condição de saber que este passado se torna objeto
da história, por uma reconstrução incessantemente
reposta em causa" (p. 25)
11. Memória, história: longe de serem sinônimos, tomamos consciência que tudo opõe uma à outra. À
memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos, e nesse sentido, ela está em permanente
evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações
sucessivas, vulnerável a todos os usos e manipulações, suceptível de longas latências e de repentinas
revitalizações. A história é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe
mais. A memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no etemo presente; a história,
uma representação do passado. Porque é afetiva e mágica, a memória não se acomoda a detalhes
que a confortam, ela se alimenta de lembranças vagas, telescópicas, globais ou flutuantes,
particulares ou simbólicas, sensível a todas as transferências, cenas, censura ou projeções. A história,
porque operação intelectual e laicizante, demanda análise e discurso crítico. A memória instala a
lembrança no sagrado, a história a liberia, e a torna sempre prosaica. A memória emerge de um grupo
que ela une, o que quer dizer, como Halbwachs o fez, que há tantas memórias quantos grupos
existem; que ela é, por natureza, múltipla e desacelerada, coletiva, plural e individualizada. A história,
ao contrário, pertence a todos e a ninguém, o que lhe dá uma vocação para o universal. A memória se
enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem, no objeto. A história só se liga às continuidades
temporais, às evoluções e às relações das coisas. A memória é um absoluto e a história só conhece o
relativo. (NORA, Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História:
Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10, 1993. p. 9)
História e Memória são a mesma coisa?
12. "A história é desligitimação do passado vivido."
NORA, Pierre.
13. - Maurice Halbwachs: recursos mentais que se
constituíram de maneira social;
- fenômeno contemporâneo: a fotografia.
- "a memória coletiva é não somente uma conquista, é
também um instrumento e um objeto de poder." (p.
476)
Notas sobre a Memória Coletiva
14. Pierre Nora: [...] “a renúncia a uma temporalidade
linear” em proveito dos tempos vividos múltiplos “nos
níveis em que o individual se enraíza no social e no
coletivo” (lingüística, demografia, economia, biologia,
cultura). História que fermenta a partir do estudo dos
“lugares” da memória coletiva. "
Lugares de Memória
15. "“que a memória humana é particularmente instável e
maleável (crítica hoje clássica na psicologia do
testemunho judiciário, por exemplo), enquanto que a
memória das máquinas se impõe pela sua grande
estabilidade, algo semelhante ao tipo de memória que
representa o livro, mas combinada, no entanto, com
uma facilidade de evocação até então desconhecida”
E a inteligência artificial?
16. Qual a relação da memória e da história?
Qual é o papel da memória na construção da história?
Como as interpretações individuais e coletivas dos
eventos passados podem afetar a narrativa histórica?
Pode realmente existir uma história totalmente imóvel?
Considerando o contexto da globalização, o avanço
tecnológico acelerado e a facilidade de acesso a
informações através do Google, a memória ainda é
valorizada da mesma forma?
Questionamentos:
18. D’ALÉSSIO, Márcia Mansor. Memória: leituras de M. Halbwachs e P. Nora. Revista
Brasileira de História, v. 13, n. 25/26, p. 97-103, 1992.
D’ALÉSSIO, Márcia Mansor. Memória: leituras de M. Halbwachs e P. Nora. Revista
Brasileira de História, v. 13, n. 25/26, p. 97-103, 1992.
FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução Teórica à História do Direito. Curitiba:
Juruá, 2012.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução B. Leitão et al. Campinas:
Unicamp, 1990.
NORA, Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto
História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10, 1993.
VAINFAS, Ronaldo. Triunfo da Obra: Le Goff Entre as Mentalidades, a Memória e a
História. Brathair, v. 16, n. 2, 2016.
Referências Bibliográficas: