Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Um Encanto de Cordel.pptx
1.
2. Sinopse
No dia 19 de setembro de 2018, a literatura de cordel foi
reconhecida pelo Conselho Consultivo do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como
Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, em reunião ocorrida na
sede da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que foi
fundada em 1988, no Rio de Janeiro, e contou com a presença
de representantes da mesma e do Ministério da Cultura.
Popular no Norte e Nordeste do Brasil, a literatura de cordel se
espalhou por todo país, por causa do processo de migração
populacional. Em Pernambuco, o gênero tem destaque em
festivais com o Museu do Cordel Olegário Fernandes, em
Caruaru. Em 2005, foi criada a Academia Caruaruense de
Literatura de Cordel (ACLC), que tem por objetivo valorizar os
poetas do passado e incentivar os futuros cordelistas.
3. Introdução
O livro "Um Encanto de Cordel" traz uma narrativa
envolvente e cativante, resgatando a cultura nordestina e
mostrando a importância dos sonhos e da perseverança.
Através das palavras rimadas e da delicadeza dos cordéis,
o autor Rodrigo Barros nos convida a mergulhar nesse
universo encantador, onde o amor pela literatura e pela
tradição se entrelaçam em uma história cheia de
emoção e esperança.
Organização: Rodrigo Barros
Edição: Cartola Editora – Julho 2019
Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 206
4. Biografia
Rodrigo Barros é um escritor brasileiro, nascido em
São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro e
criado na Cidade Maravilhosa. Suas obras incluem
artigos acadêmicos, poemas, músicas, contos e livros,
sobre os mais diversos temas. Com formação em
Biblioteconomia e também em Sistemas de
Informação, possui pós-graduação em Gerencia de
Projetos e MBA em Gestão de Marketing.
5. Vaqueiro Severino e o
boi Chifrudo
Marlene, a Poetisa
Vou narrar uma história
Que é pura ficção
Coisas da minha memória
Junto com o coração
A vida de um vaqueiro
Um grande e valente
guerreiro
Desbravador do sertão
Severo é o seu nome
Severino apelido
Um negro de alto porte
Por todos ali conhecido
Pela coragem e valentia
Na labuta do dia a dia
Era um vaqueiro querido
Na fazenda Alto Bonito
Feliz ele trabalhava
Levando a grande boiada
No verão e invernada
Por entre montanhas e rios
Com sabedoria e brio
Não tinha medo de nada
Amigo do seu patrão
Que muito nele confiava
Dava conta do recado
Por nada se atrapalhava
Seus amigos de labuta
Estavam juntos na luta
No serviço não brincava
Entre os bois da fazenda
Tinha um muito valente
Os vaqueiros da fazenda o
temiam
Ninguém batia de frente
Seus chifres pontiagudos
O seu nome era Chifrudo
Apelido de muita gente
Era negro como a noite
Determinação no olhar
Um animal diferente
Difícil de se domar
6. Mas dócil e carinhoso
Ele vinha todo meloso
Na hora de acasalar
Severino tinha por Chifrudo
Um carinho especial
Acho que por causa da cor
De negritude igual
Cismou que ia domar
Com carinho amansar
Sem lhe fazer nenhum mal
E começou a peleja
Um pouco a cada dia
Chegava perto do boi
Com coragem e ousadia
O danado cavava o chão
Remetia contra o negão
Mas este não desistia
Os dias foram se passando
A amizade entre os dois
cresceu
Mas só com Severino
Isso tudo aconteceu
Muita luta e perseverança
Sem perder a esperança
O amor sempre venceu
Numa levada de gado
Severino Chifrudo levou
Para boiada comandar
Seu berrante aboiou
Partiram de madrugada
Cedinho com a alvorada
O rio largo atravessou
Mais foi nessa travessia
Que Chifrudo se atrapalhou
Se afastou da boiada
A correnteza o levou
O desespero foi grande
Uma agonia gritante
Até o berrante chorou
Severino vendo aquilo
Entrou em lenta agonia
Vendo seu amigo levado
Pelas águas que corria
Na cela se aprumou
Nas rédeas se segurou
Primou pela valentia
Enfrentou as águas bravas
Sem duas vezes pensar
Lutou contra correnteza
Mas sem o boi alcançar
Quanto mais ele nadava
Chifrudo se distanciava
7. Viu sua esperança acabar
Um pouco mais adiante
Uma cachoeira surgiu
Severino seguiu para margem
Chifrudo nas águas sumiu
Momento de muita tristeza
Em meio a correnteza
O amigo não mais ele viu
Voltou a tocar a boiada
Com muita dor no coração
A imagem do boi amigo
Não saía da sua visão
O som do berrante ao longe
Ecoava nas matas e montes
Carregado de emoção
E os dias iam passando
Severino era só tristeza
Perdeu toda alegria
Mesmo diante de tanta beleza
A fazenda onde morava
Nada mais lhe agradava
Nem mesmo a natureza
O que tinha acontecido
Severino não esquecia
Cavalgava ao longo do rio
Seja noite, seja dia
Não perdia a esperança Que
um dia em sua andança
Seu amigo surgiria
Dava pena de se ver
A tristeza de Severino
Cabisbaixo e sem sorrir
No mais triste desatino
Todos ali se preocupavam
Ao ver o negro que antes
cantava
Triste por causa do bovino
Certo dia bem cedinho
Com o sol a desapontar
Se embrenhou na floresta
Para nunca mais voltar
De Chifrudo sentia saudade
Pois, o rio sem piedade
Resolveu seu amigo leva
Subia serras e montes
Seu berrante a tocar
Na esperança de que Chifrudo
Fosse de vez lhe escutar
Quando ouvia um mugido
Enfrentava qualquer perigo
Para seu amigo encontrar
8. Para seu amigo encontrar
Passava dias e noites
Na floresta a cavalgar
No peito do nobre vaqueiro
A saudade a maltratar
Quando ouviu aquele mugido
Com o ouvido aguçado
Coração saindo do peito
Valeu a pena ter procurado
Seu amigo avistou
De alegria chorou
Caiu no chão ajoelhado
Os dois juntos viajaram
Até a fazenda chegar
Houve grande alvoroço
Do povo daquele lugar
Ao ver de volta o vaqueiro
Persistente e guerreiro
O boi Chifrudo encontrar
Marlene, a Poetisa
Gosto de fazer cordel
Seja real ou ficção
Sou Marlene a Poetisa
De rimar não largo mão
Escrevo poesias e trovas
Minha alma se renova
Aquece meu coração