1. Calorias
Tudo sobre calorias e seus mitos…
Síntese
Calorias afinal o que é?
Calorias importa? Devemos viver o dia a dia a contar calorias?
Estas e muitas dúvidas tuas que vais ver esclarecidas neste primeiro
documentário sobre as tão famosas calorias...
2. Calorias
• A teoria
Em teoria as coisas são simples, come menos que calorias que aquelas que queimas e vais perder peso, eu
acreditei nisso por muito tempo, acabei como toda a gente por fazer dietas restritivas (1000 a 1200 Kcal) mais treinos
intensivos, e o que é certo é que nunca fui bem sucedido no meu objetivo de perda de peso. Com o tempo a situação
torna-se rapidamente um pesadelo, e impossível de se manter a longo prazo resultado disso mais uma recaída e mais
uma vez tudo começa de novo, o inevitável ganho de peso.
Então porque não funciona se a equação é assim tão simples, o que acontece é que o organismo não é uma
simples máquina de calcular, na verdade o organismo humano é bastante complexo, existem múltiplos fatores
internos e externos que fazem com essa simples equação na prática não funcione como na teoria.
• Sabias que…
Caloria (símbolo: cal) é uma unidade de medida de energia que não pertence ao Sistema Internacional de
Unidades.
Historicamente, a definição de calorias era a quantidade de energia necessária para elevar em 1 grau celsius
a temperatura de 1 g de água (o calor específico da água é, por definição, igual a 1).
Com a evolução das técnicas de medida, verificou-se que o calor específico não era constante com a
temperatura. Por isso buscou-se padronizá-lo para uma faixa estreita, e a caloria foi então redefinida como sendo o
calor trocado quando a massa de um grama de água passa de 14,5 °C para 15,5 °C.
Contudo, com a evolução mais uma vez da técnica, sobretudo do desenvolvimento da eletricidade e da
eletrónica, viu-se ser mais conveniente definir o joule como unidade de energia, abolindo assim a necessidade de
definir a caloria. Entretanto, o Escritório Internacional de Pesos e Medidas, organismo responsável pela convenção do
metro e pelo Sistema Internacional de Unidades, resolveu colocar a caloria como sendo:
1 caloria = 4,1868 J (exatamente)
Essa definição está em vigor desde 1948.
Quando usamos caloria para nos referirmos ao valor energético dos alimentos, na verdade queremos dizer a
quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 quilograma (equivalente a 1 litro) de água de 14,5
°C para 15,5 °C.
O correto neste caso seria utilizar kcal (quilocaloria), porém o uso constante em nutrição fez com que se
modificasse a medida. Assim, quando se diz que uma pessoa precisa de 2.500 Calorias por dia (às vezes a "caloria"
usada pelos nutricionistas é chamada de Caloria (CAL), equivalendo à uma quilocaloria, ou 1 kcal), na verdade são
2.500.000 calorias (2.500 quilocalorias) por dia. Tendo em vista que apenas unidades de medidas que derivam de um
nome próprio são grafadas com a inicial maiúscula, a notação "Cal", apesar de amplamente utilizada, está incorreta.
3. • Agora vejamos na pratica…
Calorias nada mais são que energia, energia essa usada para o funcionamento do nosso organismo, à
semelhança do que se passa com nossos carros ou nossos equipamentos elétricos, não seria de esperar que ao
privarmos o nosso carro de combustível ele trabalhe normalmente ou melhor ainda. Com o nosso organismo
acontece o mesmo, não é pelo fato de lhe tirarmos energia que ele vai funcionar melhor, muito pelo contrário essa
energia vai fazer muita falta a muitos dos processos do nosso organismo.
• O ciclo vicioso…
De fato quando reduzimos calorias, o nosso corpo, na sua constante procura de equilíbrio (homeostase), ajusta-
se reduzindo as suas necessidades metabólicas. Reduzindo funções não essenciais, uma após outra, para conseguir
esse ajuste, esse equilíbrio (essas reduções de funções frequentemente traduzem-se em diminuição de líbido,
enfraquecimento capilar, problemas de pele, etc.).
Por outras palavras, irá desacelerar o metabolismo. Ou seja, se ingerirmos menos calorias, o nosso corpo irá
apenas ajustar-se para queimar menos, diminuindo algumas das suas funções. O resultado é uma cada vez maior
necessidade de restrição calórica (e/ou mais e mais atividade física) para manter o nível de queima de calorias e perda
de peso. Rapidamente se chega a um ponto insustentável.
• Desacelaracao metebolica…
Precisamente por essa razão (desaceleração metabólica), a redução consistente de calorias não é de todo
benéfica. Isso explica igualmente porque as pessoas que restringem as calorias perdem algum de peso no início e
depois estagnam na perda de peso. Mais tarde, ao retomar a sua “normal” ingestão calórica (anterior), recuperam o
peso original e mais ainda.
Isso acontece porque a quantidade de calorias que o corpo está a “queimar” nas suas funções, foi redefinida
para uma menor quantidade. O resultado é um aumento de peso, depois de uma tentativa frustrada de mais uma
dieta miserável em que se passa fome. Infelizmente essa desaceleração no metabolismo prolonga-se no tempo,
mesmo muito depois de abandonar estratégias de redução calórica.
• Afinal as calorias contam…
Mas afinal as calorias contam ou não?! Sim claro que contam, em toda a perda de peso é necessário existir um
“déficit calórico”. Mas a questão crucial não será focarmos em ingerir menos calorias, mas sim perceber as razões
pelas quais o corpo armazena essas calorias em vez de as queimar. Assim, vamos descobrir que é muito mais
importante o que comemos do que o quanto comemos.
Contagem de calorias não é sustentável. A maioria das pessoas está constantemente com fome em dietas de
contagem de calorias. Essa é a forma do seu corpo dizer que alguma coisa não está bem…
Em qualquer decisão de alteração substancial de estilo de vida, se pretendermos ter sucesso a longo prazo,
precisamos escolher algo que seja realmente sustentável, algo que estejamos dispostos a manter por muito tempo,
ou, de forma ideal, permanentemente. As dietas de contagem de calorias são temporárias, assentam em sacrifícios e
produzem resultados meramente temporários. É por isso que não faz sentido recomendar a contagem de calorias a
longo prazo, como uma estratégia de perder peso permanentemente.
• Defict calorico
4. A forma mais eficiente de fazer e manter-nos em déficit calórico, mas um déficit que não seja interpretado pelo
organismo como uma “agressão” e ou “ameaça” e consequentemente não despolete simplesmente a redução de
funções e redução de taxa metabólica, será no contexto de uma adaptação do nosso metabolismo à utilização de
gordura como principal fonte de energia, ao invés de hidratos de carbono. Isso consegue-se com a adoção de um
estilo de alimentação mais baseado em alimentos verdadeiros e naturais, na sua forma o mais integral possível como
estão disponíveis na natureza, uma redução de alimentos processados e refinados que muitas das vezes nem o nosso
próprio organismo sabe bem como os processar em termos metabólicos.
Ao ser submetido a défice calórico (e com uma muito reduzida ingestão de hidratos) o nosso metabolismo vai
simplesmente buscar as necessidades em falta às nossas reservas, em vez de simplesmente reduzir o metabolismo
para o adaptar à redução calórica na dieta…
• Para terminar…
As calorias não são todas iguais e não se podem “avaliar” apenas pelo seu “valor”, baseado na capacidade de
“…elevar em um grau centígrado, um kg de água”. O efeito metabólico de hidratos de carbono / açúcar, não é
comparável ao efeito metabólico, do equivalente número de calorias de proteína ou gordura. Hidratos de carbono
têm uma associação direta com obesidade, pelo efeito metabólico da ação da insulina, como tem sido mostrado por
inúmeros estudos científicos.
Devemos olhar para a contagem de calorias sim, mas entendam, devemos olhar ainda mais para a qualidade
das nossas calorias, eu pessoalmente prefiro deixar derrapar a minha contagem de vez em quando com boas calorias,
do que ser extremamente cumpridor na contagem se calhar com más calorias, de produtos processados,
inflamatórios, de açucares industrializados…
Lembrem-se de uma coisa para além de energia nós precisamos de dar para o nosso corpo nutrição, e muito
muito importante aprendam isto, “não precisamos de emagrecer para ser saudáveis, mas sim ser saudáveis para
emagrecer” a natureza sabe muito bem regenerar-se, se nós adotarmos uma alimentação saudável, o organismo sabe
fazer o resto.
Até breve, e já sabem menos é mais…
Filipe Teixeira