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I SEMINÁRIO DE AGROENERGIA DA UFT
23 e 24 de Maio 2011
Palmas-TO
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE, OBTIDOS ATRAVÉS DE
CRUZAMENTO BIPARENTAL, VISANDO A MELHORIA DA PRODUTIVIDADE, COM
VISTAS AO MELHOR RENDIMENTO DE ETANOL
W. R. SANTANA1
, M. A. SILVEIRA2
, L. V. LOIOLA3
¹ Mestrando em Agroenergia - UFT. E-mail: wesleyrsantana@yahoo.com.br
² Prof. Dr. do Mestrado em Agroenergia e Engenharia ambiental - UFT. E-mail: silmarcio@uol.com.br
³ Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental - UFT. E-mail: leidiane_ambiental@yahoo.com.br
RESUMO: As exigências ambientais mais recentes a nível mundial e as circunstâncias do mercado do
petróleo têm levado ao estudo e desenvolvimento de novas fontes de produção de combustíveis que tenham
características ambientais que possam reduzir as emissões de poluentes. A agroenergia propõe a produção de
etanol além de ser uma alternativa para o Brasil já que é reconhecido como detentor da tecnologia de
produção. A batata-doce apresenta a capacidade elevada de produção de etanol, principalmente em cultivares
de elevado teor de amido nas raízes, os subprodutos derivados do processo fermentativo têm características
adequadas ao uso na alimentação animal, podendo melhorar o resultado econômico das unidades de
processamento. O objetivo deste trabalho é obter, avaliar e selecionar novos clones de batata-doce a partir do
cruzamento biparental a partir das cultivares procedentes do programa de melhoramento genético do
LASPER-UFT, com potenciais para produção de etanol com elevados rendimentos. Neste caso direcionar o
cruzamento entre pais conhecidos, com características desejáveis pode se tornar uma boa opção para se obter
genótipos que tenham características para indústria de etanol e resistência a pragas e doenças.
PALAVRAS-CHAVE: Agroenergia. Etanol. Batata-doce. Fontes Renováveis.
INTRODUÇÃO: Dentre as fontes agroenergéticas no Brasil são consideradas como importantes para
produção de etanol, além da cana-de-açúcar, a mandioca, a batata-doce e o milho. Muito foi realizado pela
Universidade Federal do Tocantins – UFT, nestes últimos dez anos em pesquisa em termos de melhoramento
genético da batata-doce visando a produção de etanol, mas todo esforço foi direcionado via polycruzamento,
onde as polinizações eram feitas pelos insetos, e o controle todo era ao acaso, cujo o único parental
conhecido era o progenitor feminino. Apesar de índices elevados de produtividades, com médias de 62,9 t/ha
(SILVA, 2010) 1
, e rendimento de etanol por cultivar de 180,7 L/t de raiz (LOIOLA e SILVEIRA, 2010) 2
,
contudo, sabe-se que a cultura da batata-doce ainda foi muito pouco explorada, para estes fins.
Características como teor de amido e açúcares totais são controlados por muitos genes e com influência
expressiva do ambiente, ou seja, é de caráter quantitativo. Esta situação exige por parte dos melhoristas
estratégias importantes que possam aumentar o máximo da variabilidade genética, de forma a melhorar, ou
tornar mais eficiente a exploração desta variabilidade. Neste sentido, o objetivo é direcionar o cruzamento
entre pais conhecidos, com características desejáveis que possam se tornar em uma boa opção para se obter
genótipos que combinem elevada produtividade agrícola com elevado teor de amido; e açúcares totais e
consequentemente rendimento de etanol. Aliados a isso a resistência aos nematóides causadores de galhas e
insetos de solo.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho será desenvolvido na Estação Experimental do Campus
Universitário de Palmas, e contará com apoio da equipe técnica do Laboratório de Sistemas de Produção de
Energia a Partir de Fontes Renováveis – LASPER, bem como a utilização de equipamentos laboratoriais
necessários para avaliação dos parâmetros propostos neste plano de trabalho. Será utilizado para o
cruzamento 6 cultivares de batata-doce lançadas em 2007, pela UFT, e outros 20 clones selecionados
também para produção de etanol para o Estado do Tocantins. O cruzamento será realizado a partir de uma
1
SILVA, F. M. Avaliação e seleção de clones de batata doce (Ipomoea batatas (L) Lam) quanto à produtividade e
capacidade de bioconversão de amido em etanol. 2010. 60 f. Dissertação (Mestrado em Agroenergia) – Universidade
Federal do Tocantins, Palmas – TO.
2
LOIOLA, L. V. SILVEIRA, M. A. Avaliação da Produção de Etanol de Clones de Batata-Doce (Ipomoea batatas (L.)
Lam.) nas Condições de Palmas - TO. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA, 4., – PIBIC/UFT. Palmas –
TO, 2010.
I SEMINÁRIO DE AGROENERGIA DA UFT
23 e 24 de Maio 2011
Palmas-TO
combinação dos 20 clones com as 6 cultivares, com repetições de polinizações no sentido de se conseguir o
maior numero de sementes por determinado cruzamento. O estudo será conduzido em três etapas. Na
primeira etapa, as cultivares e os clones selecionados serão conduzidos em casa de vegetação, sem controle
de umidade e temperatura, apenas como protetora de chuva, e de ação de insetos. As mesmas serão
cultivadas em vasos de oito litros composto de uma mistura, contendo esterco de gado curtido, 300 gramas
de NPK 5-25-15, 150 gramas de cal, e terra vermelha peneirada. As plantas serão conduzidas, conforme
método de polinização a mão descrito por (WILSON, 1989) 3
. Serão cultivados 48 vasos com as cultivares
de batata-doce, estes serão conduzidos com a finalidade de ser doadora de pólen, portanto serão os
progenitores masculinos. Os outros 60 vasos serão cultivados para receber o pólen, e, portanto serão
emasculados, retirados a antera, ficando apenas o estigma, e dessa forma será a progenitora feminina. Cada
cultivar pai será cruzado com pelo menos 20 clones mães selecionadas de forma a perfazer um máximo de
cruzamentos. Após o processo de polinização que se dará pela manhã, a planta será protegida e acompanhada
até a constatação de que a fecundação foi efetiva. Assim as sementes serão colhidas e imediatamente será
feita o processo de quebra de dormência, com ácido sulfúrico durante 40 minutos. As sementes serão
semeadas nas bandejas, com substrato orgânico para que ocorra a germinação. Após a germinação as
plântulas serão mantidas até 30 dias, quando serão levadas para o campo, inicia-se então a segunda etapa do
estudo. As plantas serão levadas ao campo e conduzidas em delineamento experimental de blocos ao acaso,
com o número de genótipos obtidos com 3 repetições, com 20 plantas por parcela. Nesta etapa, os clones
serão conduzidos no campo conforme as recomendações agronômicas descritas no boletim técnico da cultura
da batata-doce (SILVEIRA, 2008)4
. Os novos clones obtidos a partir dos cruzamentos biparentais serão
avaliados aos seis meses, quanto às características: produtividade, teor de amido, açúcares totais, e
rendimento de etanol. Depois de colhidos todos os clones serão avaliados no campo quanto a produtividade e
logo em seguida inicia-se a terceira e última etapa, onde as batatas serão levadas para o laboratório para
serem processadas, visando avaliar o teor de amido, açúcares totais, e rendimento de etanol.
RESULTADOS PREVISTOS: Obter novos clones de batata-doce através do cruzamento biparental com
potenciais para produção de etanol com elevados rendimentos. Neste caso, direcionar o cruzamento entre
pais conhecidos, com características desejáveis pode se tornar uma boa opção para se obter genótipos que
combinem elevada produtividade agrícola com elevado teor de amido; e açúcares totais. Aliados a isso a
resistência aos nematóides causadores de galhas e insetos de solo, acabam por aumentar as chances de
obtenção de novos genótipos com todas essas características.
AGRADECIMENTOS: Programa de Mestrado em Agroenergia da UFT, CNPq - Brasil, CAPES e MCT.
3
WILSON, J. E. ; POLE, F. S.; NICOLE, E. J. M.; SMIT, N. E. J. M.; PITA, T.; Sweet Potato (Ipomoea batatas)
Breeding. University of the South Pacific, Institute for Research, Extension and Training in Agriculture. April 1989.
4
SILVEIRA, M. A. et al. A cultura de bata-doce como fonte de matéria prima para etanol. Boletim Técnico. LASPER –
UFT, Palmas: 2008.

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AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE, OBTIDOS ATRAVÉS DE CRUZAMENTO BIPARENTAL, VISANDO A MELHORIA DA PRODUTIVIDADE, COM VISTAS AO MELHOR RENDIMENTO DE ETANOL

  • 1. I SEMINÁRIO DE AGROENERGIA DA UFT 23 e 24 de Maio 2011 Palmas-TO AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE, OBTIDOS ATRAVÉS DE CRUZAMENTO BIPARENTAL, VISANDO A MELHORIA DA PRODUTIVIDADE, COM VISTAS AO MELHOR RENDIMENTO DE ETANOL W. R. SANTANA1 , M. A. SILVEIRA2 , L. V. LOIOLA3 ¹ Mestrando em Agroenergia - UFT. E-mail: wesleyrsantana@yahoo.com.br ² Prof. Dr. do Mestrado em Agroenergia e Engenharia ambiental - UFT. E-mail: silmarcio@uol.com.br ³ Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental - UFT. E-mail: leidiane_ambiental@yahoo.com.br RESUMO: As exigências ambientais mais recentes a nível mundial e as circunstâncias do mercado do petróleo têm levado ao estudo e desenvolvimento de novas fontes de produção de combustíveis que tenham características ambientais que possam reduzir as emissões de poluentes. A agroenergia propõe a produção de etanol além de ser uma alternativa para o Brasil já que é reconhecido como detentor da tecnologia de produção. A batata-doce apresenta a capacidade elevada de produção de etanol, principalmente em cultivares de elevado teor de amido nas raízes, os subprodutos derivados do processo fermentativo têm características adequadas ao uso na alimentação animal, podendo melhorar o resultado econômico das unidades de processamento. O objetivo deste trabalho é obter, avaliar e selecionar novos clones de batata-doce a partir do cruzamento biparental a partir das cultivares procedentes do programa de melhoramento genético do LASPER-UFT, com potenciais para produção de etanol com elevados rendimentos. Neste caso direcionar o cruzamento entre pais conhecidos, com características desejáveis pode se tornar uma boa opção para se obter genótipos que tenham características para indústria de etanol e resistência a pragas e doenças. PALAVRAS-CHAVE: Agroenergia. Etanol. Batata-doce. Fontes Renováveis. INTRODUÇÃO: Dentre as fontes agroenergéticas no Brasil são consideradas como importantes para produção de etanol, além da cana-de-açúcar, a mandioca, a batata-doce e o milho. Muito foi realizado pela Universidade Federal do Tocantins – UFT, nestes últimos dez anos em pesquisa em termos de melhoramento genético da batata-doce visando a produção de etanol, mas todo esforço foi direcionado via polycruzamento, onde as polinizações eram feitas pelos insetos, e o controle todo era ao acaso, cujo o único parental conhecido era o progenitor feminino. Apesar de índices elevados de produtividades, com médias de 62,9 t/ha (SILVA, 2010) 1 , e rendimento de etanol por cultivar de 180,7 L/t de raiz (LOIOLA e SILVEIRA, 2010) 2 , contudo, sabe-se que a cultura da batata-doce ainda foi muito pouco explorada, para estes fins. Características como teor de amido e açúcares totais são controlados por muitos genes e com influência expressiva do ambiente, ou seja, é de caráter quantitativo. Esta situação exige por parte dos melhoristas estratégias importantes que possam aumentar o máximo da variabilidade genética, de forma a melhorar, ou tornar mais eficiente a exploração desta variabilidade. Neste sentido, o objetivo é direcionar o cruzamento entre pais conhecidos, com características desejáveis que possam se tornar em uma boa opção para se obter genótipos que combinem elevada produtividade agrícola com elevado teor de amido; e açúcares totais e consequentemente rendimento de etanol. Aliados a isso a resistência aos nematóides causadores de galhas e insetos de solo. MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho será desenvolvido na Estação Experimental do Campus Universitário de Palmas, e contará com apoio da equipe técnica do Laboratório de Sistemas de Produção de Energia a Partir de Fontes Renováveis – LASPER, bem como a utilização de equipamentos laboratoriais necessários para avaliação dos parâmetros propostos neste plano de trabalho. Será utilizado para o cruzamento 6 cultivares de batata-doce lançadas em 2007, pela UFT, e outros 20 clones selecionados também para produção de etanol para o Estado do Tocantins. O cruzamento será realizado a partir de uma 1 SILVA, F. M. Avaliação e seleção de clones de batata doce (Ipomoea batatas (L) Lam) quanto à produtividade e capacidade de bioconversão de amido em etanol. 2010. 60 f. Dissertação (Mestrado em Agroenergia) – Universidade Federal do Tocantins, Palmas – TO. 2 LOIOLA, L. V. SILVEIRA, M. A. Avaliação da Produção de Etanol de Clones de Batata-Doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.) nas Condições de Palmas - TO. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA, 4., – PIBIC/UFT. Palmas – TO, 2010.
  • 2. I SEMINÁRIO DE AGROENERGIA DA UFT 23 e 24 de Maio 2011 Palmas-TO combinação dos 20 clones com as 6 cultivares, com repetições de polinizações no sentido de se conseguir o maior numero de sementes por determinado cruzamento. O estudo será conduzido em três etapas. Na primeira etapa, as cultivares e os clones selecionados serão conduzidos em casa de vegetação, sem controle de umidade e temperatura, apenas como protetora de chuva, e de ação de insetos. As mesmas serão cultivadas em vasos de oito litros composto de uma mistura, contendo esterco de gado curtido, 300 gramas de NPK 5-25-15, 150 gramas de cal, e terra vermelha peneirada. As plantas serão conduzidas, conforme método de polinização a mão descrito por (WILSON, 1989) 3 . Serão cultivados 48 vasos com as cultivares de batata-doce, estes serão conduzidos com a finalidade de ser doadora de pólen, portanto serão os progenitores masculinos. Os outros 60 vasos serão cultivados para receber o pólen, e, portanto serão emasculados, retirados a antera, ficando apenas o estigma, e dessa forma será a progenitora feminina. Cada cultivar pai será cruzado com pelo menos 20 clones mães selecionadas de forma a perfazer um máximo de cruzamentos. Após o processo de polinização que se dará pela manhã, a planta será protegida e acompanhada até a constatação de que a fecundação foi efetiva. Assim as sementes serão colhidas e imediatamente será feita o processo de quebra de dormência, com ácido sulfúrico durante 40 minutos. As sementes serão semeadas nas bandejas, com substrato orgânico para que ocorra a germinação. Após a germinação as plântulas serão mantidas até 30 dias, quando serão levadas para o campo, inicia-se então a segunda etapa do estudo. As plantas serão levadas ao campo e conduzidas em delineamento experimental de blocos ao acaso, com o número de genótipos obtidos com 3 repetições, com 20 plantas por parcela. Nesta etapa, os clones serão conduzidos no campo conforme as recomendações agronômicas descritas no boletim técnico da cultura da batata-doce (SILVEIRA, 2008)4 . Os novos clones obtidos a partir dos cruzamentos biparentais serão avaliados aos seis meses, quanto às características: produtividade, teor de amido, açúcares totais, e rendimento de etanol. Depois de colhidos todos os clones serão avaliados no campo quanto a produtividade e logo em seguida inicia-se a terceira e última etapa, onde as batatas serão levadas para o laboratório para serem processadas, visando avaliar o teor de amido, açúcares totais, e rendimento de etanol. RESULTADOS PREVISTOS: Obter novos clones de batata-doce através do cruzamento biparental com potenciais para produção de etanol com elevados rendimentos. Neste caso, direcionar o cruzamento entre pais conhecidos, com características desejáveis pode se tornar uma boa opção para se obter genótipos que combinem elevada produtividade agrícola com elevado teor de amido; e açúcares totais. Aliados a isso a resistência aos nematóides causadores de galhas e insetos de solo, acabam por aumentar as chances de obtenção de novos genótipos com todas essas características. AGRADECIMENTOS: Programa de Mestrado em Agroenergia da UFT, CNPq - Brasil, CAPES e MCT. 3 WILSON, J. E. ; POLE, F. S.; NICOLE, E. J. M.; SMIT, N. E. J. M.; PITA, T.; Sweet Potato (Ipomoea batatas) Breeding. University of the South Pacific, Institute for Research, Extension and Training in Agriculture. April 1989. 4 SILVEIRA, M. A. et al. A cultura de bata-doce como fonte de matéria prima para etanol. Boletim Técnico. LASPER – UFT, Palmas: 2008.