O documento discute como a fotografia captura momentos transitórios e os fixa para sempre, preservando memórias que de outra forma se perderiam. Também reflete sobre como as imagens fotográficas interrompem o tempo e criam uma sensação de ausência ao separar o presente do passado. Finalmente, traz exemplos históricos de como a fotografia documentou importantes momentos da história e lutas sociais.
2. Fotografia e Memória
“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que
fixa para sempre o instante preciso e transitório.
Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão
continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas,
não há nenhum esforço sobre a terra que possa fazê-las
voltar. Não podemos revelar ou copiar uma memória. O
escritor dispõe de tempo para refletir. Mas, para os
fotógrafos, o que passou, passou para sempre. É deste fato
que nascem as ansiedades e a força de nossa profissão.”
(Cartier-Bresson, 1971:21).
3. Fotografia e Memória
- O surgimento da fotografia ampliou as possibilidades do homem
capturar o tempo e ampliar a sensação de controlá-lo, congelando o
instante para a eternidade.
- Há em toda fotografia uma espécie de interrupção do tempo e, portanto,
da vida. Tudo o que foi selecionado e capturado pelas lentes do fotógrafo,
a partir do instante em que foi registrado, permanecerá para sempre
interrompido e isolado na forma bidimensional da superfície
fotossensível.
- A cena fotografada, sem antes nem depois, tem o poder de “eternizar” o
acontecimento, sem poupar quem a vê, de um sentimento de ausência.
Este descompasso entre a presença e a ausência, entre a distância e a
proximidade, entre o reconhecimento e a lembrança do fato ou pessoa
fotografada, são alvo das análises de muitos estudiosos da imagem
fotográfica.
6. Fotografia e Memória
O químico
francês Nicéphore Niépce (1765-
1833) fez a primeira imagem
fotográfica que sobreviveu – uma vista
do pátio de sua casa – em 1826,
deixando uma placa de estanho polido
em exposição durante oito horas. Essa
nova forma de arte só foi realizada,
pois, no início do século XIX,
convergiram-se descobertas científicas
na área de ótica e química.
(STRICKLAND, 2003).
7. Fotografia e Memória
FOTO 1
Esses são os 909 adeptos da seita americana "Templo do
Povo" que promoveram um suicidio coletivo em
Jonestown, a 240km da capital Georgetown, Guiana
Inglesa, liderados pelo reverendo James Warren "Jim"
Jones. A seita pregava o desapego pelos bens materiais e
entrega ao culto da personalidade do seu fundador, que se
dizia Deus.
11. Fotografia e Memória
Em 14 de novembro de
1960, Ruby Bridges, uma
menina de seis anos de idade, foi
levada à escola em Nova Orleans,
EUA, por uma escolta de
policiais federais.
A menininha foi pesadamente
insultada e ameaçada de morte
por uma multidão enfurecida.
Ela assistiu às aulas sozinha (as
demais crianças foram mantidas
em casa pelos pais). E na volta
para casa foi apedrejada. Seu
crime: Ruby Bridges era negra.