SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS:
CEI e TRUs
Sílvia Helena G. de Miranda
LES-ESALQ
AGOSTO/2015
ROTEIRO DE AULA – PARTE 1
I – Evolução do Sistema de Contas Nacionais
II – Contas Econômicas Integradas
III – Contas de Operações de Bens e Serviços,
CEIs e Contas de Operações Correntes com o
Resto do mundo
Bibliografia utilizada
 Feijó et al. (2007). Capitulo 3
 IBGE. Instituto Nacional de Estatísticas.
Sistema de Contas Nacionais – 1993.
 Bacha, C.J.C. Macroeconomia aplicada à
análise da Economia Brasileira
 Leitura adicional
 Paulani & Braga (2007). Cap. 4
I – Evolução do Sistema de Contas
Nacionais
 ONU: System of National Accounts (SNA) –
recomendações
 SNA – 1968
 SNA – 1993: FMI/ONU/World Bank/OCDE e Eurostat –
base para países elaborarem Sistemas de Contas Nacionais
Há diferenças no esquema teórico e nas contas brasileiras –
tanto em terminologia quanto nos lançamentos.
Modelo de 1953
 3 agentes econômicos: famílias, empresas e
administração pública
 Cada qual com 4 contas: de produção, de apropriação
e uso da renda, FBKF e transações com o exterior
 Estimação e contabilização dos agregados Produção,
Renda e Despesa (públicos e privados)
 Importância fundamental para os dispêndios:
 e em particular ao Investimento
 Dispêndios do governo – influência nos mecanismos de
sustentação do emprego e das atividades de produção
Sistema de Contas Nacionais- 1993
 Nova versão: objetiva integrar os vários
sistemas contábeis de representação da
atividade econômica:
 Balanço de Pagamentos, Contas Monetárias e
Financeiras, Contas Fiscais
 No chamado Sistema de Contas Integradas:
derivam-se os principais agregados econômicos
(saldos)
Sistema de Contas Integradas
 apresentadas por setores institucionais: empresas
não-financeiras, empresas financeiras, famílias,
administração pública*, instituições sem fins
lucrativos a serviço das famílias e Resto do Mundo
 * inclui administração pública (fed., est. e munic. ;
autarquias)
 Integra as informações de produção e geração de
renda por setores da atividade produtiva – Tabelas
de Recursos e Usos (base da Matriz Insumo-
Produto) com aquelas as apresentadas por setores
institucionais
Inovações das CEIs
 Maior integração entre contas de produção, apropriação e uso
da renda, capital, financeira e do patrimônio – CEI
 Incorporação da matriz IP como elemento-chave para
assegurar o equilíbrio entre oferta e demanda no sistema de
Contas Nacionais
 Introdução de tabelas sobre população e emprego.
 Cada país pode selecionar a parte do sistema que lhe seja mais
interessante e prioritário a desenvolver
 Flexibilidade – permite contas satélites que estejam ligadas às
principais, mas não necessariamente sejam expressas
monetariamente. Ex: contas sobre meio ambiente
Sistema de Contabilidade Nacional (SCN)
I - Contas Econômicas Integradas (CEI)
 Contas Correntes
 Contas de Acumulação
 Contas de Patrimônio*
 * ainda sendo consolidada mas já com publicação
disponivel de tabelas
II - Tabelas de Recursos e Usos (TRU)
 Mostram o esforço de produção e renda gerada na
economia sob a ótica dos setores de atividade
produtiva
Saldos das contas
 Os Saldos das contas representam agregados
macroeconômicos relevantes e explicam como as
contas se articulam
 Ex: a Conta de Patrimônio mostra como o
patrimônio dos setores institucionais se alterou ao
longo do período, em função do esforço de produção
medido pelo PIB na primeira conta
Novo Sistema no Brasil
 Divulgado pelo IBGE 1a. vez em 1997 (série para
década de 1990)
 Metodologia: divulgada em 1988 no Texto para
Discussão n. 10 da Diretoria de Pesquisa
 Sistema substituiu as Contas Consolidadas da Nação
 Ver documento anexo
Contas Econômicas Integradas (CEIs)
 Formadas por conjunto de contas de operações e contas de
ativos e passivos dos setores institucionais e do resto do
mundo
 Agentes econômicos realizam atividades/ações – produzir,
consumir, poupar, investir
 Estas ações se verificam por operações e geram fluxos
econômicos – criam, transformam, trocam, transferem ou
extinguem um valor econômico.
 Fluxos econômicos: alteram volume do produto, composição e
valor dos ativos e passivos das famílias, empresas e
administração pública
Para a construção das Contas Nacionais, são
acompanhados os seguintes fluxos e operações:
1. Operações de bens e serviços: produção e consumo de bens e
serviços
2. Operações de distribuição: como o valor adicionado criado pela
produção é distribuído pelo trabalho, capital e pelas adm. públicas
3. Operações sobre instrumentos financeiros: modificações nos
ativos e passivos financeiros como contrapartida de operações não-
financeiras; mas podem incluir operações que envolvam apenas
instrumentos financeiros
4. Outras operações de acumulação: incluem as operações e os
outros fluxos econômicos não considerados nas anteriores e que alteram
a quantidade ou valor dos ativos e passivos.
5. Ligação entre as contas: Saldo de uma conta é
transportado para a conta seguinte
1 - Operações de bens e serviços
Registram produção e consumo dos bens e
serviços quanto à:
 Origem: produção interna ou importação
 Utilização: consumo intermediário, consumo
final, FBK (Formação Bruta de Capital),
exportação
2 – Operações de Distribuição
 Registram a forma como o valor adicionado criado pela
produção é distribuído pelo trabalho, capital e pelas
administrações públicas e por operações que envolvem a
redistribuição da renda e riqueza
 Compreendem:
 Remuneração de empregados, inclusive contribuições sociais,
impostos sobre a produção e a importação, subsídios, rendas
de propriedade (juros, dividendos, rendas de terra), impostos
correntes sobre a renda e patrimônio, e
 outras transferências (prêmios de seguro não-vida, transf.
entre esferas das administrações públicas etc), aquisições
líquidas de cessões de ativos não-financeiros não produzidos
(ex: terrenos vendidos)
II – Contas Econômicas Integradas
 Contas de fluxos são interrelacionadas com contas de
patrimônio
 Contas de fluxos: descrevem como ocorrem as diferentes
atividades econômicas em determinado período.
 * Contas de patrimônio: registram valores de ativos e
passivos detidos pelos setores institucionais no início e fim
de um período. é uma conta “estoque”
Com a publicação da Conta Financeira e Conta de
Patrimônio Financeiro 2004-2009 (IBGE, 2011), as contas
de capital passaram a integrar o Sistema de Contas
Nacional. Falta apenas a conta de patrimônio não-
financeiro
Quadro 1 – Contas Econômicas Integradas –
representação esquemática
Bens e
Serviços
(Recursos)
Resto do
Mundo
(Recursos)
Total
da
Econ.
Setores
instituc.
Operações,
Saldos, Ativos
e Passivos
Setores
Instituc.
Total da
Econ.
Resto
do
Mundo
(Usos)
Bens e
Serviços
(Usos)
Contas
correntes
Usos Recursos
Contas de
Acumulação
Variação
de ativos
Variação de passivos
e patrimônio líquido
Contas de
Patrimônio
Ativos Passivos e Patrimônio
Líquido
CONTAS CORRENTES
USOS RECURSOS
contas total Bens
e
serv.
Resto
do
mundo
Total da
economia
Setores
instituc.
Operações e
Saldos
Setores
instituc.
Total
Econ.
Resto
do
mundo
Bens
e
servic.
total Contas
Valor
adicionado
bruto/PIB
Excedente
operacional
bruto
Renda
nacional bruta
Renda
disponível
bruta
Poupança
bruta
CONTAS DE ACUMULAÇÃO
Variação de ativos Variação de passivos
Capacidade
ou
necessidade
de
financiamento
Quadro 2 – Representação esquemática das Contas
Econômicas Integradas
Organização das CEIs
 Não se utilizam mais as partidas dobradas (só
no Balanço de Pagamentos), como era antes
nas Contas Consolidadas:
 As rubricas estão no corpo central e os
lançamentos são feitos à direita e à esquerda
 Ao invés de débitos e créditos, utilizam-se as
designações usos e recursos.
Usos e recursos
 Recursos = usado para designar o lado das contas-
correntes que registra operações que aumentam o
valor econômico de um setor (por convenção,
lançados no lado direito)
 Uso = operações que reduzem o montante do valor
econômico de um setor, e por convenção são
lançados do lado esquerdo das contas correntes
 EX: REMUNERAÇÕES – são um recurso para quem recebe e
um uso para o setor que paga.
 Saldo = residual (diferença entre total de recursos e
de usos): agregados econômicos de interesse
 PIB, RN, RD, Poupança bruta
Organização das CEIs
 Cada linha das CEIs corresponde a uma operação – montantes
a pagar e a receber pelos vários setores institucionais e pelo
resto do mundo
 Colunas:
 Setores institucionais: instituições que tem autonomia de decisão e
unidade patrimonial (a classificação é pela atividade principal)
 Total da economia: soma dos setores institucionais menos o resto do
mundo
 Bens e serviços: representa um caso especial, pois é apresentada sem a
desagregação por setor institucional, explicita operações totais para a
economia como um todo. Ex: exportações na tabela de recursos
Sub-conjuntos das CEIs
 Contas-correntes
 Contas de acumulação: Contas de Capital,
Conta Financeira
 Contas de patrimônio: somente a de
Patrimônio Financeiro
Contas-correntes
 Registram: a atividade de produção de bens e
serviços, a geração de renda na produção e a
subsequente distribuição e redistribuição dos
rendimentos pelas unidades institucionais e a
alocação final entre consumo e poupança:
 Conta de produção
 Conta de renda
Resumo das contas-correntes (Baseado em
Feijó et al, 2003, p.53)
CONTAS-CORRENTES SALDO DA CONTA
1. Conta de produção PIB (ou PIL)
2. Conta de renda
2.1. Conta de distribuição
primária de Renda
2.1.1. Conta de Geração de Renda Excedente Operacional Bruto
2.1.2. Conta de Alocação Renda Renda Nacional
2.2. Conta de distribuição
Secundária da Renda
Renda Disponível
2.3. Conta de uso da renda Poupança
Contas de Acumulação
 Compõem-se da variação de ativos e passivos e do Patrimônio
Líquido
 Apresentam a aquisição e cessão de ativos e passivos
financeiros e não-financeiros por unidade institucional
 Abrem com a Poupança
 Registram “fluxos de transações” e “outros fluxos”
 Mudanças nos ativos são registradas do lado esquerdo
 Mudanças nas obrigações ou passivos e no patrimônio líquido do lado
direito
Contas de Acumulação (cont.)
 Fluxos de transações = operações entre
unidades institucionais com significado
econômico relevante (produção, compra,
venda)
 Outros fluxos = mudanças no valor de ativos e
passivos que não ocorrem devido a transações
econômicas (valorização do capital)
Resumo das Contas de Acumulação
(Baseado em Feijó et al, 2007, p.66)
3. Conta de Acumulação Saldo da Conta
3.1. Conta de Capital Capacidade ou Necessidad de
Financiamento
3.2. Conta Financeira Igual ao da Conta de Capital
com sinal trocado
3.3. Conta de outras variações no volume de Ativos e Contas de
Reavaliaçaõ
3.3.1. Conta de Outras Variações nos
Ativos Financeiros
Mudanças no patrimônio líquido
resultantes de outras variações nos
volumes dos ativos
3.3.2. Conta de Reavaliação Mudanças no patrimônio líquido
resultantes de ganhos/perdas de
detenção nominais
Contas de Patrimônio
 Estoques de Ativos e Passivos e Patrimônio Líquido
 Mostram os valores de balanço dos ativos e dos passivos dos
setores institucionais no início e no fim de um período contábil
 Estas contas se relacionam com as contas de fluxos (Contas
Correntes e de Acumulação) pelas “operações” ou “outros
fluxos” registrados nestas duas e que afetam os ativos e
passivos detidos pelos setores institucionais
 Acumulação prévia de fluxos  Variação de estoques
 Patrimônio de Fechamento = Patrimônio de Abertura +
Formação de capital + Variação de ativos financeiros –
variações de passivos financeiros + reavaliações
Conceito de Patrimônio das Contas
Nacionais
1) Ativos tangíveis (bens patrimoniais físicos) mas
exclui os bens duráveis possuidos pelas famílias
2) Intangíveis, como as marcas e patentes
3) Financeiros, como a moeda, ações e títulos
 São considerados apenas aqueles ativos com preço de
mercado (Recursos naturais não estão incluídos)
Resumo das Contas de Patrimônio
(Baseado em Feijó et al, 2007, p.67)
4. Conta de Patrimônio Saldo da Conta
4.1. Conta de
Patrimônio Inicial
Patrimônio Líquido
4.2. Conta de variação
do Patrimônio
Variação do patrimônio Líquido total,
saldos das contas de capital (variações
do Patrimônio Líquido resultante de
poupança e transferência líquida de
capital) e Conta de Outras Variações
no volume de Ativos e Conta de
Reavaliação (3.3.1 e 3.3.2)
4.3. Conta de
Patrimônio Final
Patrimônio Líquido
TABELAS DE RECURSOS E USOS - TRU
 Estão ligadas às CEI pelos resultados de oferta e demanda e
renda agregados por setores de atividades
 São a base para construir Matrizes de Insumo Produto (MIP)
 Dividem-se em:
 TRU – Oferta total de Bens e Serviços da Economia (produção e
importação)
 TRU – Consumo intermediário e Demanda Final (X, C, FBK)
 Componentes do Valor Adicionado por setor de atividade

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Aula 5-6.ppt

Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013
Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013
Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013Thiago Penedo
 
3º Encontro do Conhecimento PCASP
3º Encontro do Conhecimento PCASP3º Encontro do Conhecimento PCASP
3º Encontro do Conhecimento PCASPBetha Sistemas
 
Contabilidade social i unidade
Contabilidade social i unidadeContabilidade social i unidade
Contabilidade social i unidadeEwerton Uchôa
 
Conteúdo das disciplinas iniciais de Contabilidade
Conteúdo das disciplinas iniciais de ContabilidadeConteúdo das disciplinas iniciais de Contabilidade
Conteúdo das disciplinas iniciais de ContabilidadeWilliam Ribeiro
 
10 contabilidade introdutoria
10  contabilidade introdutoria10  contabilidade introdutoria
10 contabilidade introdutoriaacm225
 
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacionalDavid Ribeiro
 
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.ppt
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.pptContabilidade aplicada ao Setor Público I.ppt
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.pptNilman Léda
 
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023Associação Causa Social - Relatório e contas 2023
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023causasocialapc
 
Aps estrutura das demonstrações contábeis sebastiao
Aps   estrutura das demonstrações contábeis sebastiaoAps   estrutura das demonstrações contábeis sebastiao
Aps estrutura das demonstrações contábeis sebastiaoSebastião Matos
 
Projeto integrado 3º semestre
Projeto integrado 3º semestreProjeto integrado 3º semestre
Projeto integrado 3º semestreFlávia de Almeida
 
Cursooo modulo 2
Cursooo modulo 2Cursooo modulo 2
Cursooo modulo 2consulte
 
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2consulte
 

Semelhante a Aula 5-6.ppt (20)

Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013
Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013
Como se calcula o pib ine 07 novembro 2013
 
3º Encontro do Conhecimento PCASP
3º Encontro do Conhecimento PCASP3º Encontro do Conhecimento PCASP
3º Encontro do Conhecimento PCASP
 
Contabilidade social i unidade
Contabilidade social i unidadeContabilidade social i unidade
Contabilidade social i unidade
 
Conceitue contas
Conceitue contasConceitue contas
Conceitue contas
 
Conceitue contas
Conceitue contasConceitue contas
Conceitue contas
 
Conceitue contas
Conceitue contasConceitue contas
Conceitue contas
 
Conteúdo das disciplinas iniciais de Contabilidade
Conteúdo das disciplinas iniciais de ContabilidadeConteúdo das disciplinas iniciais de Contabilidade
Conteúdo das disciplinas iniciais de Contabilidade
 
10 contabilidade introdutoria
10  contabilidade introdutoria10  contabilidade introdutoria
10 contabilidade introdutoria
 
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional
9.2. conceitos necessários à contabilidade nacional
 
Contabilidade Basico.ppt
Contabilidade Basico.pptContabilidade Basico.ppt
Contabilidade Basico.ppt
 
Contabilidade Basico.ppt
Contabilidade Basico.pptContabilidade Basico.ppt
Contabilidade Basico.ppt
 
Questionario contabil
Questionario contabilQuestionario contabil
Questionario contabil
 
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.ppt
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.pptContabilidade aplicada ao Setor Público I.ppt
Contabilidade aplicada ao Setor Público I.ppt
 
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023Associação Causa Social - Relatório e contas 2023
Associação Causa Social - Relatório e contas 2023
 
Bolsa familia completo
Bolsa familia completoBolsa familia completo
Bolsa familia completo
 
Aps estrutura das demonstrações contábeis sebastiao
Aps   estrutura das demonstrações contábeis sebastiaoAps   estrutura das demonstrações contábeis sebastiao
Aps estrutura das demonstrações contábeis sebastiao
 
Projeto integrado 3º semestre
Projeto integrado 3º semestreProjeto integrado 3º semestre
Projeto integrado 3º semestre
 
Cursooo modulo 2
Cursooo modulo 2Cursooo modulo 2
Cursooo modulo 2
 
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2
Analise e PlanejamentoFinanceiro modulo 2
 
t8_ft3_sol.pdf
t8_ft3_sol.pdft8_ft3_sol.pdf
t8_ft3_sol.pdf
 

Aula 5-6.ppt

  • 1. O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS: CEI e TRUs Sílvia Helena G. de Miranda LES-ESALQ AGOSTO/2015
  • 2. ROTEIRO DE AULA – PARTE 1 I – Evolução do Sistema de Contas Nacionais II – Contas Econômicas Integradas III – Contas de Operações de Bens e Serviços, CEIs e Contas de Operações Correntes com o Resto do mundo
  • 3. Bibliografia utilizada  Feijó et al. (2007). Capitulo 3  IBGE. Instituto Nacional de Estatísticas. Sistema de Contas Nacionais – 1993.  Bacha, C.J.C. Macroeconomia aplicada à análise da Economia Brasileira  Leitura adicional  Paulani & Braga (2007). Cap. 4
  • 4. I – Evolução do Sistema de Contas Nacionais  ONU: System of National Accounts (SNA) – recomendações  SNA – 1968  SNA – 1993: FMI/ONU/World Bank/OCDE e Eurostat – base para países elaborarem Sistemas de Contas Nacionais Há diferenças no esquema teórico e nas contas brasileiras – tanto em terminologia quanto nos lançamentos.
  • 5. Modelo de 1953  3 agentes econômicos: famílias, empresas e administração pública  Cada qual com 4 contas: de produção, de apropriação e uso da renda, FBKF e transações com o exterior  Estimação e contabilização dos agregados Produção, Renda e Despesa (públicos e privados)  Importância fundamental para os dispêndios:  e em particular ao Investimento  Dispêndios do governo – influência nos mecanismos de sustentação do emprego e das atividades de produção
  • 6. Sistema de Contas Nacionais- 1993  Nova versão: objetiva integrar os vários sistemas contábeis de representação da atividade econômica:  Balanço de Pagamentos, Contas Monetárias e Financeiras, Contas Fiscais  No chamado Sistema de Contas Integradas: derivam-se os principais agregados econômicos (saldos)
  • 7. Sistema de Contas Integradas  apresentadas por setores institucionais: empresas não-financeiras, empresas financeiras, famílias, administração pública*, instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias e Resto do Mundo  * inclui administração pública (fed., est. e munic. ; autarquias)  Integra as informações de produção e geração de renda por setores da atividade produtiva – Tabelas de Recursos e Usos (base da Matriz Insumo- Produto) com aquelas as apresentadas por setores institucionais
  • 8. Inovações das CEIs  Maior integração entre contas de produção, apropriação e uso da renda, capital, financeira e do patrimônio – CEI  Incorporação da matriz IP como elemento-chave para assegurar o equilíbrio entre oferta e demanda no sistema de Contas Nacionais  Introdução de tabelas sobre população e emprego.  Cada país pode selecionar a parte do sistema que lhe seja mais interessante e prioritário a desenvolver  Flexibilidade – permite contas satélites que estejam ligadas às principais, mas não necessariamente sejam expressas monetariamente. Ex: contas sobre meio ambiente
  • 9. Sistema de Contabilidade Nacional (SCN) I - Contas Econômicas Integradas (CEI)  Contas Correntes  Contas de Acumulação  Contas de Patrimônio*  * ainda sendo consolidada mas já com publicação disponivel de tabelas II - Tabelas de Recursos e Usos (TRU)  Mostram o esforço de produção e renda gerada na economia sob a ótica dos setores de atividade produtiva
  • 10. Saldos das contas  Os Saldos das contas representam agregados macroeconômicos relevantes e explicam como as contas se articulam  Ex: a Conta de Patrimônio mostra como o patrimônio dos setores institucionais se alterou ao longo do período, em função do esforço de produção medido pelo PIB na primeira conta
  • 11. Novo Sistema no Brasil  Divulgado pelo IBGE 1a. vez em 1997 (série para década de 1990)  Metodologia: divulgada em 1988 no Texto para Discussão n. 10 da Diretoria de Pesquisa  Sistema substituiu as Contas Consolidadas da Nação  Ver documento anexo
  • 12. Contas Econômicas Integradas (CEIs)  Formadas por conjunto de contas de operações e contas de ativos e passivos dos setores institucionais e do resto do mundo  Agentes econômicos realizam atividades/ações – produzir, consumir, poupar, investir  Estas ações se verificam por operações e geram fluxos econômicos – criam, transformam, trocam, transferem ou extinguem um valor econômico.  Fluxos econômicos: alteram volume do produto, composição e valor dos ativos e passivos das famílias, empresas e administração pública
  • 13. Para a construção das Contas Nacionais, são acompanhados os seguintes fluxos e operações: 1. Operações de bens e serviços: produção e consumo de bens e serviços 2. Operações de distribuição: como o valor adicionado criado pela produção é distribuído pelo trabalho, capital e pelas adm. públicas 3. Operações sobre instrumentos financeiros: modificações nos ativos e passivos financeiros como contrapartida de operações não- financeiras; mas podem incluir operações que envolvam apenas instrumentos financeiros 4. Outras operações de acumulação: incluem as operações e os outros fluxos econômicos não considerados nas anteriores e que alteram a quantidade ou valor dos ativos e passivos. 5. Ligação entre as contas: Saldo de uma conta é transportado para a conta seguinte
  • 14. 1 - Operações de bens e serviços Registram produção e consumo dos bens e serviços quanto à:  Origem: produção interna ou importação  Utilização: consumo intermediário, consumo final, FBK (Formação Bruta de Capital), exportação
  • 15. 2 – Operações de Distribuição  Registram a forma como o valor adicionado criado pela produção é distribuído pelo trabalho, capital e pelas administrações públicas e por operações que envolvem a redistribuição da renda e riqueza  Compreendem:  Remuneração de empregados, inclusive contribuições sociais, impostos sobre a produção e a importação, subsídios, rendas de propriedade (juros, dividendos, rendas de terra), impostos correntes sobre a renda e patrimônio, e  outras transferências (prêmios de seguro não-vida, transf. entre esferas das administrações públicas etc), aquisições líquidas de cessões de ativos não-financeiros não produzidos (ex: terrenos vendidos)
  • 16. II – Contas Econômicas Integradas  Contas de fluxos são interrelacionadas com contas de patrimônio  Contas de fluxos: descrevem como ocorrem as diferentes atividades econômicas em determinado período.  * Contas de patrimônio: registram valores de ativos e passivos detidos pelos setores institucionais no início e fim de um período. é uma conta “estoque” Com a publicação da Conta Financeira e Conta de Patrimônio Financeiro 2004-2009 (IBGE, 2011), as contas de capital passaram a integrar o Sistema de Contas Nacional. Falta apenas a conta de patrimônio não- financeiro
  • 17. Quadro 1 – Contas Econômicas Integradas – representação esquemática Bens e Serviços (Recursos) Resto do Mundo (Recursos) Total da Econ. Setores instituc. Operações, Saldos, Ativos e Passivos Setores Instituc. Total da Econ. Resto do Mundo (Usos) Bens e Serviços (Usos) Contas correntes Usos Recursos Contas de Acumulação Variação de ativos Variação de passivos e patrimônio líquido Contas de Patrimônio Ativos Passivos e Patrimônio Líquido
  • 18. CONTAS CORRENTES USOS RECURSOS contas total Bens e serv. Resto do mundo Total da economia Setores instituc. Operações e Saldos Setores instituc. Total Econ. Resto do mundo Bens e servic. total Contas Valor adicionado bruto/PIB Excedente operacional bruto Renda nacional bruta Renda disponível bruta Poupança bruta CONTAS DE ACUMULAÇÃO Variação de ativos Variação de passivos Capacidade ou necessidade de financiamento Quadro 2 – Representação esquemática das Contas Econômicas Integradas
  • 19. Organização das CEIs  Não se utilizam mais as partidas dobradas (só no Balanço de Pagamentos), como era antes nas Contas Consolidadas:  As rubricas estão no corpo central e os lançamentos são feitos à direita e à esquerda  Ao invés de débitos e créditos, utilizam-se as designações usos e recursos.
  • 20. Usos e recursos  Recursos = usado para designar o lado das contas- correntes que registra operações que aumentam o valor econômico de um setor (por convenção, lançados no lado direito)  Uso = operações que reduzem o montante do valor econômico de um setor, e por convenção são lançados do lado esquerdo das contas correntes  EX: REMUNERAÇÕES – são um recurso para quem recebe e um uso para o setor que paga.  Saldo = residual (diferença entre total de recursos e de usos): agregados econômicos de interesse  PIB, RN, RD, Poupança bruta
  • 21. Organização das CEIs  Cada linha das CEIs corresponde a uma operação – montantes a pagar e a receber pelos vários setores institucionais e pelo resto do mundo  Colunas:  Setores institucionais: instituições que tem autonomia de decisão e unidade patrimonial (a classificação é pela atividade principal)  Total da economia: soma dos setores institucionais menos o resto do mundo  Bens e serviços: representa um caso especial, pois é apresentada sem a desagregação por setor institucional, explicita operações totais para a economia como um todo. Ex: exportações na tabela de recursos
  • 22. Sub-conjuntos das CEIs  Contas-correntes  Contas de acumulação: Contas de Capital, Conta Financeira  Contas de patrimônio: somente a de Patrimônio Financeiro
  • 23. Contas-correntes  Registram: a atividade de produção de bens e serviços, a geração de renda na produção e a subsequente distribuição e redistribuição dos rendimentos pelas unidades institucionais e a alocação final entre consumo e poupança:  Conta de produção  Conta de renda
  • 24. Resumo das contas-correntes (Baseado em Feijó et al, 2003, p.53) CONTAS-CORRENTES SALDO DA CONTA 1. Conta de produção PIB (ou PIL) 2. Conta de renda 2.1. Conta de distribuição primária de Renda 2.1.1. Conta de Geração de Renda Excedente Operacional Bruto 2.1.2. Conta de Alocação Renda Renda Nacional 2.2. Conta de distribuição Secundária da Renda Renda Disponível 2.3. Conta de uso da renda Poupança
  • 25. Contas de Acumulação  Compõem-se da variação de ativos e passivos e do Patrimônio Líquido  Apresentam a aquisição e cessão de ativos e passivos financeiros e não-financeiros por unidade institucional  Abrem com a Poupança  Registram “fluxos de transações” e “outros fluxos”  Mudanças nos ativos são registradas do lado esquerdo  Mudanças nas obrigações ou passivos e no patrimônio líquido do lado direito
  • 26. Contas de Acumulação (cont.)  Fluxos de transações = operações entre unidades institucionais com significado econômico relevante (produção, compra, venda)  Outros fluxos = mudanças no valor de ativos e passivos que não ocorrem devido a transações econômicas (valorização do capital)
  • 27. Resumo das Contas de Acumulação (Baseado em Feijó et al, 2007, p.66) 3. Conta de Acumulação Saldo da Conta 3.1. Conta de Capital Capacidade ou Necessidad de Financiamento 3.2. Conta Financeira Igual ao da Conta de Capital com sinal trocado 3.3. Conta de outras variações no volume de Ativos e Contas de Reavaliaçaõ 3.3.1. Conta de Outras Variações nos Ativos Financeiros Mudanças no patrimônio líquido resultantes de outras variações nos volumes dos ativos 3.3.2. Conta de Reavaliação Mudanças no patrimônio líquido resultantes de ganhos/perdas de detenção nominais
  • 28. Contas de Patrimônio  Estoques de Ativos e Passivos e Patrimônio Líquido  Mostram os valores de balanço dos ativos e dos passivos dos setores institucionais no início e no fim de um período contábil  Estas contas se relacionam com as contas de fluxos (Contas Correntes e de Acumulação) pelas “operações” ou “outros fluxos” registrados nestas duas e que afetam os ativos e passivos detidos pelos setores institucionais  Acumulação prévia de fluxos  Variação de estoques  Patrimônio de Fechamento = Patrimônio de Abertura + Formação de capital + Variação de ativos financeiros – variações de passivos financeiros + reavaliações
  • 29. Conceito de Patrimônio das Contas Nacionais 1) Ativos tangíveis (bens patrimoniais físicos) mas exclui os bens duráveis possuidos pelas famílias 2) Intangíveis, como as marcas e patentes 3) Financeiros, como a moeda, ações e títulos  São considerados apenas aqueles ativos com preço de mercado (Recursos naturais não estão incluídos)
  • 30. Resumo das Contas de Patrimônio (Baseado em Feijó et al, 2007, p.67) 4. Conta de Patrimônio Saldo da Conta 4.1. Conta de Patrimônio Inicial Patrimônio Líquido 4.2. Conta de variação do Patrimônio Variação do patrimônio Líquido total, saldos das contas de capital (variações do Patrimônio Líquido resultante de poupança e transferência líquida de capital) e Conta de Outras Variações no volume de Ativos e Conta de Reavaliação (3.3.1 e 3.3.2) 4.3. Conta de Patrimônio Final Patrimônio Líquido
  • 31. TABELAS DE RECURSOS E USOS - TRU  Estão ligadas às CEI pelos resultados de oferta e demanda e renda agregados por setores de atividades  São a base para construir Matrizes de Insumo Produto (MIP)  Dividem-se em:  TRU – Oferta total de Bens e Serviços da Economia (produção e importação)  TRU – Consumo intermediário e Demanda Final (X, C, FBK)  Componentes do Valor Adicionado por setor de atividade