2. Crises no capitalismo
A produção capitalista tem por finalidade o lucro.
Existe no sistema uma tendência à redução na taxa
de lucro:
– Uma parte cada vez maior do lucro é empregada em
novas e melhores máquinas.
– Desemprego
– Aumento na capacidade de produção não é
acompanhado pelo aumento na capacidade de consumo.
3. Crises no capitalismo
Tendência a redução nos lucros é compensada por
baixas salariais.
Subconsumo leva à estocagem de mercadorias,
que leva a crise.
Processo cíclico que afeta o capitalismo.
– Desde o séc XIX, o capitalismo vem sofrendo dessas
crises periódicas (cíclicas)
– À Crise, segue-se um período de depressão, estagnação
dos negócios e desemprego, ocorrendo, a seguir, um
novo período de “prosperidade”.
4. Crises no capitalismo
A depressão de 1873 a 1895 – coincidiu com um novo
impulso colonialista e um grande volume de investimento
de capitais no exterior – alternativa encontrada para
aumentar a taxa de lucro.
– No Brasil estimulou a transição escravocrata e iniciou
processo de substituição de importações (como
veremos à frente).
– expansão das ferrovias nos EUA e em menor escala no
Brasil por investimentos basicamente ingleses
5. A ferrovias
Apoio a construção; subsídios e taxa de
retornos garantidas.
Deficiente: diferentes bitolas,
“serpenteavam” entre porto e fazendas.
Sistema de transporte resultante não
unificou o mercado do país.
5
6. Crises no capitalismo
É importante observar um aspecto dessas crises:
– Além de serem basicamente industriais, de
superprodução e do seu caráter cíclico, tenderam à
internacionalização, ou seja, para o conjunto das
economias capitalistas, principalmente por que leva à
concorrência entre os diversos países.
• Vale lembrar, que este foi o fator mais importante para o
desencadeamento da Primeira Guerra Mundial, em 1914.
• No Brasil – período anterior a guerra foi de grande crescimento
da indústria e infra estrutura, principalmente no estado de São
Paulo (grande problema da industrialização no Brasil –
centralização)
7. Crises no capitalismo
Ao chegar a I Guerra, fica evidente a não
correspondência do pensamento econômico com a
realidade da época.
– A era da multiplicidade de pequenas empresas,
concorrentes entre si passara: a economia era
controlada pelos cartéis e monopólios, e no plano
comercial firmavam-se as tarifas protecionistas
(nacionalismo econômico), com o estado intervindo
diretamente na economia, longe de ser o “guardião da
propriedade” imaginado pelo liberais do séc. XIX.
8. Início do Desenvolvimento
industrial brasileiro
Indústrias leves;
Incremento cafeeiro baseado na mão-de-
obra imigrante
Importadores que passaram a produzir aqui;
Substancial aumento da capacidade
produtiva nos anos anteriores à I Guerra.
Criação de infraestrura – papel do estado
8
9. Crises no capitalismo
No mundo o não-intervencionismo dos
liberais se mostrou impotente para
coordenar uma economia de guerra
prolongada.
Apesar desse primeiro golpe no Liberalismo
econômico, ele foi transitório e o imediato
pós-guerra assistiu novamente ao
afastamento do Estado dos assuntos
econômicos.
10. Crises no capitalismo
Como resolver o problema dentro dos
marcos do capitalismo?
– União soviética – tenta abolir o capitalismo.
– Nos demais países ocorrem tentativas de
“consertar” o capitalismo – abolindo a
abundância reduzindo a produção – Nazismo,
Facismo, Franquismo, Salazarismo, e nos EUA,
o New Deal.
11. Crises no capitalismo
Primeira crise do pós-guerra (1920-1923).
– Capitalismo europeu entra em declínio (Inglaterra e
França).
– Países perdedores da guerra (“Paz cartaginesa de
Versalhes), em pior situação. Crise afeta todos os países
“desenvolvidos”.
– Pequena crise de reconversão.
– Essa retração e a necessidade de matérias primas e
alimentos levou a intensificação da industrialização das
nações periféricas como o Brasil, do Japão e dos
Estados Unidos.
12. Crises no capitalismo
Os “loucos” anos 20 (1923-29)
– Novo ciclo de prosperidade.
– Fenômeno desigual (mais EUA que europeu).
– Crescente concentração industrial (grandes “holdings”,
cartéis e trustes internacionais.
– Declínio da renda agrícola.
– O número de desempregados permanece estável, e
apesar do aumento da produção, indústria trabalhava
com capacidade ociosa.
– Apesar dos presságios – especulação financeira intensa
13. No Brasil....
Aparecimento de pequenas siderúrgicas;
Ingresso de capital estrangeiro – cimento,
aço, bens de consumo durável;
Ajuda especial do governo;
13
14. Crises no capitalismo
Quinta feira negra de 29.
– Culminando com um rápido declínio das atividades
produtivas e sendo um reflexo desse problema
estrutural, em 24/10/1929 ocorre a quebra da bolsa de
Nova Iorque.
– No início de novembro, a totalidade das ações
industriais tinha perdido 1/3 de seu valor.
– Falências bancárias, industriais e agrária –
universalização da crise.
– Efeitos da crise até vésperas da II Guerra Mundial.
– Mundo capitalista sobreviveu após profundas
transformações.
15. Crises no capitalismo
Crise agrícola acelera no Brasil o processo de industrialização, e o país
se recupera de forma mais rápida que a maioria dos países, através do
aumento do consumo interno.
No plano social, o equilíbrio de classes foi modificado, tornando-se os
conflitos sociais mais acentuados (EUA e Alemanha). Os setores mais
altos da burguesia passaram a apoiar regimes políticos autoritários que
garantissem a ordem (nazismo e facismo).
Pauperização da pequena burguesia e aumento do movimento operário,
levando à ameaça de uma revolução comunista, canalizaram os setores
mais atingidos da pequena burguesia a engajar-se em formações
político-partidárias pregadoras de soluções autoritárias (facismo).
16. No Brasil
Preocupação do estado em apoiar o café (71% das exp. E
10% do PNB);
Queda na demanda – super oferta interna
Conselho N do Café (1931) compra todo o café e queima.
Reajustamento econômico – pagamento das dívidas dos
cafeeicultores.
Restrição de Im. Permanência da demanda – proteção ao
café – catalisador da arrancada na prod ind.
1931 prod ind já havia se recuperado e mais que dobrou
nos 8 anos seguintes.
16
17. Crises no capitalismo
Reconstrução da economia americana tendo o
estado como motor do processo.
Plano é acusado de ser socialista pela oposição.
Concessão de créditos, intervenção na agricultura
e na indústria.
Na europa o padrão ouro é abandonado, livre
cambismo é abandonado.
O acirramento das contradições no processo de
reconversão da crise estão no cerne do processo
que leva à II Guerra Mundial.
18. Crises no capitalismo
Enquanto a Europa é destruída pela II
Guerra, o Brasil acelera seu processo de
industrialização pesada, com o
desenvolvimento de uma nova
infraestrutura.
Juscelino (54 a 61) – Plano de metas:
maciço investimento em infraestrura, para
reacelerar processo de substituição de
importações.
19. II GUERRA MUNDIAL
PARA O BRASIL:
Representou período de aumento da produção, mas de
pouca expansão da capacidade produtiva.
Antes dos anos 30 produção industrial cresceu para
satisfazer NOVAS demandas (imigrantes) e depois para
substituir importações.
Em 1950 industrialização n é mais reação aos
acontecimentos externos.
Certa negligência com desenvolvimento da agricultura.
Kubistshek – comprometimento do setor público com uma
explícita política de desenvolvimento.
19
20. PLANO DE METAS
Cinco áreas: energia, transporte,
alimentação, indústrias de base e educação;
Criação do BNDE – gerir fundo de
reaparelhamento econômico.
50% dos desembolsos seriam do setor
público.
Total ausência de planejamento financeiro
para viabilização do investimento.
20
22. Crises no capitalismo
Anos 60
– Desaceleração do volume de investimentos
internacionais.
- Esgotamento do modelo de expansão baseado na
indústria metal mecânica.
No Brasil: esgotamento da ISI e Plano de Metas
Exacerbação do populismo e golpe militar
Milagre econômico – crescimento com intervenção
23. PAEG – políticas conjunturais de combate à
inflação e reformas estruturais.
Expansão da indústria de base: siderurgia,
energia e petroquímica.
Itaipu, transamazônica, zona franca de
Manaus – integrar o Brasil
Crescimento econômico com concentração
de renda – falsa ideia de desenvolvimento.
23
24. Crises no capitalismo
Fim do milagre foi menos recessivo no
Brasil que no resto do mundo.
Crise de reconversão
Dois choques do petróleo e desregulação do
sistema monetário internacional
A partir de 1974 aceleração da inflação e
seus efeitos sobre salários e lucros.
25. Crises no capitalismo
Necessidade de reestruturar setor produtivo
dos países avançados – esgotamento da
trajetória tecnológica – saturação do
consumo.
Barreiras protecionistas
Fim do Welfare State.
26. O período de 1960 a 1980:
do milagre à crise
1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980
Series1 9.4 8.6 6.6 0.6 3.4 2.4 6.7 4.2 9.8 9.5 10.4 11.343 11.94 13.969 8.1539 5.1666 10.257 4.9343 4.9699 6.7596 9.2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
%
Variação real do PIB brasileiro de 1960 a 1980
Fonte: Ipeadata, 2009
27. Anos 80 – década perdida – problemas com
a inflação impedem investimentos em
formação de infra- estrutura;
Anos 90 – Estabilização econômica a partir
do plano real, desaceleração da inflação,
mas estagnação econômica permanece.
Ausência de investimentos em infra-
estrutura – não havia dinheiro...
Privatizações 27
31. Novo ciclo de liquidez para os países periféricos;
descolamento do país do endividamento
Governo Lula recebe o bônus do ajustamento
econômico do Governo anterior, sem o ônus do
aperto salarial.
Nova situação econômica permite políticas
redistributivas de renda;
Aumento do valor das commodities -
31
32. Governo Luiz Inácio Lula da
Silva
Governo Luiz Inácio lula da silva
( 01/01/2003 – 01/01/2011)
Continuidade da política econômica
A inflação foi mantida sob controle
Programas sociais
Bolsa família
Bolsa escola + bolsa alimentação + vale-gás
Projeto fome zero
Programa habitacional - minha casa minha vida
PAC – Programa de aceleração do crescimento
Prouni
33. Governo Lula
No campo externo – capacetes azuis –
militares brasileiros da missão de paz das
nações unidas no Haiti -2004
Pontos positivos
Copa do mundo -2014
Olimpíadas no Rio de Janeiro
Nova classe média brasileira?
Lei Maria da penha – lei - 11340
(07/08/2006).
34. Governo Lula
Pontos negativos
CPI dos correios
CPI dos bingos
CPI das ambulâncias
Compra de apoio político – mensalão
Petrolão...
PATRIMONIALISMO.
35. Governo Dilma
O cenário global • 2010: crescimento de
7,5% • 2011: ponto de virada na economia
global • China desacelera • Preço de
matérias-primas cai • Mudança na politica
monetária dos países atingidos pela crise de
2008
35
36. 2011 – País rico é país sem pobreza •
Manutenção das políticas sociais do
governo antecessor • Tentativas de manter
um crescimento numa taxa não mais
condizente com a realidade do cenário
externo • Crédito público subsidiado –
campeões nacionais • Redução brusca na
taxa de juros • Novo cálculo para o reajuste
do salário mínimo
36
37. Juros reduzidos em um momento de
inflação crescente – abalo no regime de
metas de inflação do governo Lula •
Crescimento do PIB: 3,9% • Inflação do
ano: 6,5%.
2012 – Tudo pela indústria • Nova Matriz
Econômica (?) • Lançamento de diversos
“pacotes” de incentivo à indústria •
Segundo tomo do Plano Brasil Maior • PAC
Equipamentos
37
38. Desonerações
• Redução das tarifas de energia
• MP 579 – redução unilateral das tarifas de
energia que acabou por enfraquecer os
caixas das distribuidoras e sua capacidade
de investir, bem como as receitas do
governo (essas ações cobraram seu preço
mais tarde, juntamente com os apagões
enfrentados pelo país).
38
41. • As desonerações não surtiram o efeito
esperado uma vez que anos de juros
elevados culminaram em uma mescla entre
setor produtivo e bancário;
Eu acreditava que, se diminuísse impostos, teria um aumento de investimentos.
Eu diminuí, me arrependo disso. No lugar de investir, eles (os empresários dos
setores desonerados) aumentaram a margem de lucro” Dilma Rousseff ex-
presidente da República
Crescimento do PIB: 1,9%
• Inflação do ano: 5,8%
41
42. 2013 • A desaceleração do crescimento já
dava sinais de um esgotamento da economia
e das medidas do governo
• Saída para uma melhora do crescimento (e
reeleição) – ingerência do governo nos
processos de formação de preço => distorce
os preços relativos
Minha Casa Melhor
• Protestos de 2013 – aumento do gasto 42
43. Aumento do gasto + desvalorização cambial
= inflação
• Aumento da taxa de juros
43
44. No geral o ano de 2013 foi um ano de certo
crescimento da economia, o que garantiu à
presidenta sua reeleição
• Crescimento do PIB: 2,5%
• Inflação do ano: 5,9%
Emprego na alta histórica
• Salário mínimo alto – aumento da renda
real
44
46. 2015 •
O ano de 2015 foi marcado por uma série de
tentativas de reestruturar as contas públicas
• Joaquim Levy como ministro da Fazenda numa
tentativa de acalmar os mercados e adotar medidas
ortodoxas para restaurar as contas
• Oposições dentro do próprio governo impediram
maiores reformas
46
47. No geral houve durante 2015 uma “patinação” de
um governo muito ameaçado por uma possível
cassação
• A crise econômica finalmente se deflagra, com o
crescimento exponencial da inflação e do
desemprego
2016 • Até o afastamento da presidenta em 12 de
maio a economia ficou a deriva, com o enfoque
total do governo em se manter no poder •
Crescimento do PIB: 1,4% • Inflação do ano:
6,3%
47
48. Como matar a Borboleta-azul, Mônica de
Bolle •
https://www.youtube.com/watch?v=7JgXD
qKWMRk
48
51. O FMI descobriu que níveis mais altos de dívida estão associados a
crescimento mais volátil. Países com altos níveis de dívida são mais
suscetíveis a colapsos quando ocorrem choques econômicos. O
importante não é o nível em si, mas se as razões de fundo para as
altas dívidas estão sendo enfrentadas”
51
52. Japão – Composição da Dívida em
relação ao Pib. – 400% do Pib
Composição da dívida
Governo
Empresas
Famílias
234%
131%
65%
52
53. Relação dívida Pib
Irlanda – 390% -
Singapura – 382%
Portugal: 358% do PIB
Bélgica: 327% do PIB
Holanda: 325% do PIB
Espanha: 313% do PIB
Dinamarca: 302% do PIB
Suécia: 290% do PIB
França: 280% do PIB
https://exame.abril.com.br/ec
onomia/os-15-paises-com-
maior-divida-per-capita/
Itália: 259% do PIB
Reino Unido: 252% do
PIB
Noruega: 244% do PIB
Finlândia: 238% do PIB
Estados Unidos: 233% do
PIB - 17
Brasil: 128% do PIB – 34
– Governo 65%; Empresas –
38%; Famílias 25%
53
54. Carta de Conjuntura Ipea
2019 O principal problema da economia brasileira
hoje é o baixo crescimento. Desde o primeiro
trimestre de 2017, a taxa média trimestral de
crescimento foi 0,4%, ou 1,7% ao ano (a.a.).
Essa média, porém, é muito influenciada pelo
desempenho do primeiro trimestre de 2017,
quando o produto interno bruto (PIB) cresceu
1,5%, dessazonalizados, puxado pelo setor
agropecuário, que cresceu 10,8% no trimestre.
Excluindo aquele trimestre, a média seria 0,3%
por trimestre, ou 1,1% a.a. No último trimestre
de 2018, o PIB cresceu apenas 0,1% ante o
trimestre anterior e 1,1% na comparação com
igual período de 2017. Os dados mais recentes,
referentes à produção industrial ou de serviços
em janeiro, bem como os relativos ao mercado
de trabalho, reforçam esse quadro de baixo
dinamismo.
54
61. “OBRASIL TEM UM
GRANDE FUTURO. O
BRASIL TEVE UM GRANDE
FUTURO. O BRASIL TERÁ
SEMPRE UM GRANDE
FUTURO?” Georges Clemenceau, 1912, citado
por Fábio Giambiagi, no livro Brasil Raízes do Atraso.