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PAISAGEM
INTRODUÇÃO
• Pode ser definida como: a fração do espaço
geográfico que nós conseguimos apreender
a partir dos nossos sentidos, ou seja, tudo
aquilo que nós podemos identificar e
interpretar por meio dos nossos sentidos.
• A escola Alemã que introduziu o conceito de
paisagem na Geografia (valor científico).
(TROLL, 1997, p.02
• Paisagem é uma categoria de análise da
Geografia. Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975)
INTRODUÇÃO
• São Temporais e Espaciais.
(CORRÊA; ROSENDAHL, 1998).
• As paisagens são alteradas de
tempos e tempos, e nelas podem
coexistir elementos materiais de
diferentes épocas.
“Tudo aquilo que nossa visão alcança é a
paisagem. Esta pode ser definida como o
domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não
é formada apenas de volumes, mas também de
cores, movimentos, odores, sons etc.”
(Santos, Milton. 1988, p.61)
ABORDAGENS
GEOGRÁFICA NO
ESTUDO DA PAISAGEM
Geografia
Tradicional
Geografia Quantitativa
Teorética
Geografia Crítica
ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM
Geografia Crítica
Geografia Quantitativa
Teorética
Geografia Tradicional
Organizada e estruturada principalmente em função das obras de Humboldt​ e Ritter, esta
concepção com as idéias e contribuições apresentadas, tiveram​ significativa influência no
desenvolvimento da Geografia, como as de Emannuel de Martonne (1873-1955) com a obra
Traité de Géographie Physique (1909) ao​ estudar a distribuição na superfície do globo dos
fenômenos físicos, biológicos e​ humanos, as causas dessa distribuição e as relações locais
desses fenômenos; em Albert Demangeon (1872-1940) que se refere ao estudo dos grupos
humanos​ nas suas relações com o meio geográfico e em Jean Brunhes (1869-1930) acerca​ da
relação homem-meio, sendo este o centro da análise geográfica da realidade; sobre o princípio da
atividade, (independente da velocidade, tudo está em​ transformação) e ainda do princípio da
conexão (de natureza social ou natural,​ tudo está em recíproca relação e não pode ser estudado
isoladamente).
ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM
Geografia Crítica
Geografia Quantitativa
Teorética
Geografia Tradicional
Considera-se o espaço como um fenômeno geométrico, fazendo-se​ necessário o emprego de técnicas
matemáticas e estatísticas, com utilização de​ modelos computacionais, objetivando o estudo dos
processos e difusão espacial​
e a distribuição dos fenômenos geográficos e ainda como uma noção operativa e​ instrumental, com
aceitação da existência de estruturas espaciais oriundas das​ atividades humanas. Claval (1982) a este
respeito, salienta que essa abordagem​ não tardou a enriquecer-se em duas vertentes: os modelos
teóricos tomados à​ Economia e a utilização dos propostos pela Sociologia, Etnologia e Psicologia,​
responsáveis pela construção de modelos diversificados.
ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM
Geografia Crítica
Geografia Quantitativa
Teorética
Geografia Tradicional
Procura estabelecer o rompimento da neutralidade no estudo geográfico, propondo o envolvimento
e a crítica perante a conjuntura social, econômica e política. Propugna ainda uma leitura crítica dos
problemas envolvidos nas relações de poder, defendendo a diminuição das disparidades sociais,
econômicas e diferenças regionais e pelo rompimento da produção geográfica anterior que pregava a
neutralidade e exclusão dos problemas sociais, admitindo-se não fazer parte dos temas geográficos.​
Fundamentalmente nesta concepção o conceito de espaço geográfico é tratado como objeto social,
resultado da produção da sociedade, como parte da dinâmica de reprodução do capitalismo, como
um instrumento de reprodução do sistema social e da produção de mais-valia, considerada como
uma crítica social em relação à superfície da Terra.​
No século XV surgiu a concepção de paisagem associada à representação de lugar, à apreensão dos quadros
da natureza e sua representação por meio da pintura de quadros (PASSOS, 2006-2008; CLAVAL, 2004;
LUCCHIARI, 2001). Berque, (apud ROGER 2000) destaca quatro condições para existência da paisagem: a
primeira delas é sua própria representação linguística; em segundo lugar, sua representação literária, seja oral
ou escrita, cantada ou descrita; e suas representações na pintura e na paisagem dos jardineiros, expressas
através da ornamentação dos jardins.​
No século XIX, o estudo da paisagem trabalhou a abordagem descritiva e morfológica que abordava a natureza
do ponto de vista de sua fisionomia e funcionalidade. Nesse período, destacam-se grandes trabalhos
precursores da época, como Alexander Von Humboldt e Richthofen, que tiveram um papel importante na
orientação da geografia alemã. Conforme Christofoletti (1999), essa abordagem descritiva mostra que, em sua
função estético-descritiva, a palavra paisagem teve seu desenvolvimento inicial relacionado com o paisagismo e
com a arte dos jardins. A partir de então, a mesma começa a ganhar várias conotações nos diversos países
europeus e abrange outros significados.​
Abordagens da Geografia na Paisagem
• A Humboldt é atribuída as primeiras ideias sobre paisagem
como conceito científico em geografia (PASSOS, 2006-
2008). Suas pesquisas sobre as plantas e sua relação com
os demais elementos da natureza, como o relevo e o clima,
de grande relevância para geografia física e, precursoras
da chamada fitogeografia, à época geografia das plantas,
emergiram da confluência de saberes metodológicos
multivariados, dos quais ele fez uso para alcançar seu
objetivo principal: entender a unidade dos processos
naturais.
• A “incorporação das metodologias do campo, do saber
mecanicista e das perspectivas teleológicas e organicista
da natureza” (SILVEIRA VITTE 2010, p.187) conduziram a
geografia à construção do conceito de paisagem,
fortemente marcado pelo naturalismo, relacionado, portanto
à perspectiva fisionômica dos quadros da natureza.
Alexander Von Humboldt (1769 – 1859)
• Embora tenha sido um tema central na geografia
desde os anos 20 do século XX, seu conceito só se
consolidou de fato como conceito chave dessa
ciência, após os anos 1970. O paralelismo entre
objetividade e subjetividade presente na definição
desse termo, dificultou a formação de uma base
conceitual sólida. Até os anos 1960, os maiores
avanços foram conseguidos com a escola soviética,
no âmbito da paisagem natural caracterizada por ser
uma paisagem objetiva e naturalista (PASSOS 2006-
2008) com ênfase no quadro natural, cuja análise
ambiental é feita com a utilização de modelos
Prospectivos. Destaca-se o norte-americano Carl
Sauer, com sua obra intitulada The Morphology of
Landscape, de 1925, onde este utiliza o termo
paisagem para estabelecer o conceito unitário da
Geografia, considerada como sendo uma
fenomenologia das paisagens. Sauer, na sua obra
supracitada, foi um dos primeiros geógrafos a tratar a
geografia de maneira integrada, privilegiando, ao
mesmo tempo, os fatores naturais e sociais, inserindo
a compreensão da categoria paisagem como elo
integrador desses fatores.
Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975)
Abordagens da Geografia na Paisagem
• NO BRASIL, estudos dessa natureza vêm sendo bastante difundidos,
especialmente, influenciados, epistemologicamente, pelas concepções
filosóficas das escolas mencionadas. De modo que é possível identificar
ao menos três linhas de estudo dessa natureza no país. Uma primeira
linha de estudo segue a abordagem mais ecológica. Utiliza modelos
geoecológicos e cartográficos para modelar a paisagem. Podem ser
destacados os trabalhos de Rodriguez et.al (2013), Rodriguez & Silva
(2013a) e Cavalcanti (2014).
TIPOS DE PAISAGEM
1
Paisagem
Natural
Paisagem
Cultural
2
Paisagem
Humanizad
a
3
Paisagem Cultural
• O conceito de paisagem cultural está relacionado
com a cultura. Ou seja, um sistema simbólico
complexo que envolve crenças, valores, hábitos e
práticas sociais de um grupo específico. Como
exemplo, podemos citar as comunidades indígenas.
A ocupação desses locais é muito diferente das
estruturas criadas para uma população que se vive
no centro da cidade.
• O Brasil é um país que apresenta grande
diversidade cultural. Portanto, a paisagem cultural é
encontrada em todas as regiões do país.
Como exemplos, podemos citar as comunidades
ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Estas
construíram longe das grandes cidades, sistemas
sociais e culturais próprios por meio da interação entre
os indivíduos e a natureza que os envolve.
Paisagem Cultural Brasileira:
Exemplo
Aldeia no Alto Xingu
Fonte: gpabrasil.com.br
• Desde o ano de 1992, a paisagem cultural deixou de ser apenas um conceito da geografia
para se tornar uma categoria de preservação do patrimônio cultural. Essa regulação foi feita
pela UNESCO através da Recomendação R(95). Ainda no âmbito internacional, a categoria
foi regulamentada pelo Conselho da Europa no ano de 1995, passando a constituir um dos
elementos da cultura que deveriam ser preservados pelos países que constituem o grupo.
A relação entre patrimônio cultural e paisagem cultural
• No contexto brasileiro, é somente no ano de 2009, com a publicação da Portaria No 127 do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que a paisagem cultural passa
a integrar o conjunto de instrumentos para conservação da identidade cultural brasileira.
Contudo, tendo em vista a enorme diversidade de espaços que se enquadram como
paisagem cultural, o documento explicita, conceitualmente, são aqueles que integram o
âmbito de atuação da política de preservação.
“A paisagem cultural é a nossa autobiografia
inconsciente, pois ela reflete, de uma forma
tangível, os nossos gostos, aspirações e temores”
- Pierce Lewis.
Inevitavelmente, a paisagem é portadora de
significados, expressando os valores, as crenças, os
mitos e as utopias dos seres que a habitam,
assumindo, portanto, uma dimensão cultural
(CORRÊA; ROSENDAHL,1998).
Tipos de Paisagem
1
Paisagem
Natural
Paisagem
Cultural
2
Paisagem
Humanizad
a
3
Paisagem Humanizada
• Paisagem humanizada é aquela onde houve interferência humana sobre o meio ambiente. Para
construir casas, produzir alimentos e outras necessidades para sua sobrevivência, o homem
utiliza recursos que a natureza oferece.
• O homem modifica a paisagem, pois ao longo de sua história teve que se adaptar ao ambiente
em que vivia, conforme as suas necessidades
TIPOS DE PAISAGEM
1
Paisagem
Natural
Paisagem
Cultural
2
Paisagem
Humanizad
a
3
Paisagem Natural
Na geografia, a paisagem natural
é aquela que apresenta somente a
natureza. Sendo assim, a
paisagem natural não sofreu ação
antrópica (interferência humana).
Não há nada feito nem modificado
pelo homem.
EXEMPLOS:
A paisagem natural possui
somente ELEMENTOS
NATURAIS, pode ser uma
montanha, um deserto, um lago,
uma floresta, dentre outros.
Fonte: via internet
A Dinâmica das Paisagens
As paisagens são dinâmicas, ou seja,
estão em constante transformação pela
ação da natureza e do ser humano.
Segundo Milton Santos, a paisagem,
assim como o espaço, altera-se
continuamente para poder acompanhar
as transformações da
sociedade.
Natural
ou
Cultural?
Cultural Natural
Importância da paisagem na
Geografia
• A paisagem surge primeiramente em
uma pintura (séc. XVIII) que
consequentemente rompe com a visão
teológica medieval, integrando-se ao
projecto da Modernidade. Por herança
da estética naturalista do romantismo a
paisagem ocupa lugar proeminente na
geografia. Tanto é interpretada por uma
porção de terra, como se refere aos
seus aspectos visíveis. (O belo
correspondia ao perfeito na pintura e as
pessoas cultas procuravam observar as
paisagens que eram conformes às
normas fixadas na pintura.)
Turner: o homem moderno e a
Da paisagem do visível á paisagem como dimensão de
percepção
Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975), considerava que toda
ciência só adquire uma identidade através da escolha
de um objeto próprio e de um método de análise. Para
ele, a paisagem deveria ser o objeto fundamental da
ciência geográfica. Sauer acreditava que o estudo da
paisagem resolveria a oposição entre a Geografia
Físico/Humana, Geral/Regional, Ideográfica/Nomotética
e, além disso, resolveria a inexistência de um método
próprio.
Importância da paisagem na
Geografia
• O geografo David Lowenthal, discípulo de Sauer,
também contribuiu para a análise e estudo da
paisagem. Por meio de seus escritos e reflexões
começa a ganhar forma o conceito de “espaço vivido”
• O período entre-guerras, a divisão política do mundo
entre dois diferentes sistemas políticos, configurou
um novo mundo, e com ele novas paisagens
• “as modificações na estrutura social criam sempre
novas necessidades, sugerem novas formas e
redefinem os valores da paisagem visível”
• O século XX trazia consigo a urgência de se pensar
no saber geográfico, uma nova Geografia passa a
existir: a Geografia Crítica
• Milton Santos e Yves Lacoste são os maiores
expoentes (na Geografia Crítica). Neles o conceito de
paisagem adquire uma significância maior do que se
defendia
• A paisagem constitui uma convenção humana, como
o homem percebe e concebe os elementos que o
envolve.
R.E.F.E.RÊ.N.C.I.A
SENA, Ailton. Paisagem Cultural. Educa Mais Brasil, 2020. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/paisagem-cultural. Acesso em: 14 de jun.
de 2022
DIANA, Daniela. Paisagem Cultural. Toda Matéria, [entre 2012 e 2022]. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/paisagem-cultural/. Acesso em: 14 de jun. de 2022
ROCA, Zoran; OLIVEIRA, José António. (Orgs). A paisagem como elemento da identidade e
recurso para o desenvolvimento. Lisboa: Évora, 22 – 24 de set. de 2005

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  • 2. INTRODUÇÃO • Pode ser definida como: a fração do espaço geográfico que nós conseguimos apreender a partir dos nossos sentidos, ou seja, tudo aquilo que nós podemos identificar e interpretar por meio dos nossos sentidos. • A escola Alemã que introduziu o conceito de paisagem na Geografia (valor científico). (TROLL, 1997, p.02 • Paisagem é uma categoria de análise da Geografia. Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975)
  • 3. INTRODUÇÃO • São Temporais e Espaciais. (CORRÊA; ROSENDAHL, 1998). • As paisagens são alteradas de tempos e tempos, e nelas podem coexistir elementos materiais de diferentes épocas.
  • 4. “Tudo aquilo que nossa visão alcança é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” (Santos, Milton. 1988, p.61)
  • 5. ABORDAGENS GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA PAISAGEM Geografia Tradicional Geografia Quantitativa Teorética Geografia Crítica
  • 6. ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM Geografia Crítica Geografia Quantitativa Teorética Geografia Tradicional Organizada e estruturada principalmente em função das obras de Humboldt​ e Ritter, esta concepção com as idéias e contribuições apresentadas, tiveram​ significativa influência no desenvolvimento da Geografia, como as de Emannuel de Martonne (1873-1955) com a obra Traité de Géographie Physique (1909) ao​ estudar a distribuição na superfície do globo dos fenômenos físicos, biológicos e​ humanos, as causas dessa distribuição e as relações locais desses fenômenos; em Albert Demangeon (1872-1940) que se refere ao estudo dos grupos humanos​ nas suas relações com o meio geográfico e em Jean Brunhes (1869-1930) acerca​ da relação homem-meio, sendo este o centro da análise geográfica da realidade; sobre o princípio da atividade, (independente da velocidade, tudo está em​ transformação) e ainda do princípio da conexão (de natureza social ou natural,​ tudo está em recíproca relação e não pode ser estudado isoladamente).
  • 7. ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM Geografia Crítica Geografia Quantitativa Teorética Geografia Tradicional Considera-se o espaço como um fenômeno geométrico, fazendo-se​ necessário o emprego de técnicas matemáticas e estatísticas, com utilização de​ modelos computacionais, objetivando o estudo dos processos e difusão espacial​ e a distribuição dos fenômenos geográficos e ainda como uma noção operativa e​ instrumental, com aceitação da existência de estruturas espaciais oriundas das​ atividades humanas. Claval (1982) a este respeito, salienta que essa abordagem​ não tardou a enriquecer-se em duas vertentes: os modelos teóricos tomados à​ Economia e a utilização dos propostos pela Sociologia, Etnologia e Psicologia,​ responsáveis pela construção de modelos diversificados.
  • 8. ABORDAGENS GEOGRÁFICAS NO ESTUDO DA PAISAGEM Geografia Crítica Geografia Quantitativa Teorética Geografia Tradicional Procura estabelecer o rompimento da neutralidade no estudo geográfico, propondo o envolvimento e a crítica perante a conjuntura social, econômica e política. Propugna ainda uma leitura crítica dos problemas envolvidos nas relações de poder, defendendo a diminuição das disparidades sociais, econômicas e diferenças regionais e pelo rompimento da produção geográfica anterior que pregava a neutralidade e exclusão dos problemas sociais, admitindo-se não fazer parte dos temas geográficos.​ Fundamentalmente nesta concepção o conceito de espaço geográfico é tratado como objeto social, resultado da produção da sociedade, como parte da dinâmica de reprodução do capitalismo, como um instrumento de reprodução do sistema social e da produção de mais-valia, considerada como uma crítica social em relação à superfície da Terra.​
  • 9. No século XV surgiu a concepção de paisagem associada à representação de lugar, à apreensão dos quadros da natureza e sua representação por meio da pintura de quadros (PASSOS, 2006-2008; CLAVAL, 2004; LUCCHIARI, 2001). Berque, (apud ROGER 2000) destaca quatro condições para existência da paisagem: a primeira delas é sua própria representação linguística; em segundo lugar, sua representação literária, seja oral ou escrita, cantada ou descrita; e suas representações na pintura e na paisagem dos jardineiros, expressas através da ornamentação dos jardins.​ No século XIX, o estudo da paisagem trabalhou a abordagem descritiva e morfológica que abordava a natureza do ponto de vista de sua fisionomia e funcionalidade. Nesse período, destacam-se grandes trabalhos precursores da época, como Alexander Von Humboldt e Richthofen, que tiveram um papel importante na orientação da geografia alemã. Conforme Christofoletti (1999), essa abordagem descritiva mostra que, em sua função estético-descritiva, a palavra paisagem teve seu desenvolvimento inicial relacionado com o paisagismo e com a arte dos jardins. A partir de então, a mesma começa a ganhar várias conotações nos diversos países europeus e abrange outros significados.​
  • 10. Abordagens da Geografia na Paisagem • A Humboldt é atribuída as primeiras ideias sobre paisagem como conceito científico em geografia (PASSOS, 2006- 2008). Suas pesquisas sobre as plantas e sua relação com os demais elementos da natureza, como o relevo e o clima, de grande relevância para geografia física e, precursoras da chamada fitogeografia, à época geografia das plantas, emergiram da confluência de saberes metodológicos multivariados, dos quais ele fez uso para alcançar seu objetivo principal: entender a unidade dos processos naturais. • A “incorporação das metodologias do campo, do saber mecanicista e das perspectivas teleológicas e organicista da natureza” (SILVEIRA VITTE 2010, p.187) conduziram a geografia à construção do conceito de paisagem, fortemente marcado pelo naturalismo, relacionado, portanto à perspectiva fisionômica dos quadros da natureza. Alexander Von Humboldt (1769 – 1859)
  • 11. • Embora tenha sido um tema central na geografia desde os anos 20 do século XX, seu conceito só se consolidou de fato como conceito chave dessa ciência, após os anos 1970. O paralelismo entre objetividade e subjetividade presente na definição desse termo, dificultou a formação de uma base conceitual sólida. Até os anos 1960, os maiores avanços foram conseguidos com a escola soviética, no âmbito da paisagem natural caracterizada por ser uma paisagem objetiva e naturalista (PASSOS 2006- 2008) com ênfase no quadro natural, cuja análise ambiental é feita com a utilização de modelos Prospectivos. Destaca-se o norte-americano Carl Sauer, com sua obra intitulada The Morphology of Landscape, de 1925, onde este utiliza o termo paisagem para estabelecer o conceito unitário da Geografia, considerada como sendo uma fenomenologia das paisagens. Sauer, na sua obra supracitada, foi um dos primeiros geógrafos a tratar a geografia de maneira integrada, privilegiando, ao mesmo tempo, os fatores naturais e sociais, inserindo a compreensão da categoria paisagem como elo integrador desses fatores. Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975) Abordagens da Geografia na Paisagem
  • 12. • NO BRASIL, estudos dessa natureza vêm sendo bastante difundidos, especialmente, influenciados, epistemologicamente, pelas concepções filosóficas das escolas mencionadas. De modo que é possível identificar ao menos três linhas de estudo dessa natureza no país. Uma primeira linha de estudo segue a abordagem mais ecológica. Utiliza modelos geoecológicos e cartográficos para modelar a paisagem. Podem ser destacados os trabalhos de Rodriguez et.al (2013), Rodriguez & Silva (2013a) e Cavalcanti (2014).
  • 14. Paisagem Cultural • O conceito de paisagem cultural está relacionado com a cultura. Ou seja, um sistema simbólico complexo que envolve crenças, valores, hábitos e práticas sociais de um grupo específico. Como exemplo, podemos citar as comunidades indígenas. A ocupação desses locais é muito diferente das estruturas criadas para uma população que se vive no centro da cidade.
  • 15. • O Brasil é um país que apresenta grande diversidade cultural. Portanto, a paisagem cultural é encontrada em todas as regiões do país. Como exemplos, podemos citar as comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Estas construíram longe das grandes cidades, sistemas sociais e culturais próprios por meio da interação entre os indivíduos e a natureza que os envolve. Paisagem Cultural Brasileira: Exemplo Aldeia no Alto Xingu Fonte: gpabrasil.com.br
  • 16. • Desde o ano de 1992, a paisagem cultural deixou de ser apenas um conceito da geografia para se tornar uma categoria de preservação do patrimônio cultural. Essa regulação foi feita pela UNESCO através da Recomendação R(95). Ainda no âmbito internacional, a categoria foi regulamentada pelo Conselho da Europa no ano de 1995, passando a constituir um dos elementos da cultura que deveriam ser preservados pelos países que constituem o grupo. A relação entre patrimônio cultural e paisagem cultural • No contexto brasileiro, é somente no ano de 2009, com a publicação da Portaria No 127 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que a paisagem cultural passa a integrar o conjunto de instrumentos para conservação da identidade cultural brasileira. Contudo, tendo em vista a enorme diversidade de espaços que se enquadram como paisagem cultural, o documento explicita, conceitualmente, são aqueles que integram o âmbito de atuação da política de preservação.
  • 17. “A paisagem cultural é a nossa autobiografia inconsciente, pois ela reflete, de uma forma tangível, os nossos gostos, aspirações e temores” - Pierce Lewis. Inevitavelmente, a paisagem é portadora de significados, expressando os valores, as crenças, os mitos e as utopias dos seres que a habitam, assumindo, portanto, uma dimensão cultural (CORRÊA; ROSENDAHL,1998).
  • 19. Paisagem Humanizada • Paisagem humanizada é aquela onde houve interferência humana sobre o meio ambiente. Para construir casas, produzir alimentos e outras necessidades para sua sobrevivência, o homem utiliza recursos que a natureza oferece. • O homem modifica a paisagem, pois ao longo de sua história teve que se adaptar ao ambiente em que vivia, conforme as suas necessidades
  • 21. Paisagem Natural Na geografia, a paisagem natural é aquela que apresenta somente a natureza. Sendo assim, a paisagem natural não sofreu ação antrópica (interferência humana). Não há nada feito nem modificado pelo homem. EXEMPLOS: A paisagem natural possui somente ELEMENTOS NATURAIS, pode ser uma montanha, um deserto, um lago, uma floresta, dentre outros. Fonte: via internet
  • 22. A Dinâmica das Paisagens As paisagens são dinâmicas, ou seja, estão em constante transformação pela ação da natureza e do ser humano. Segundo Milton Santos, a paisagem, assim como o espaço, altera-se continuamente para poder acompanhar as transformações da sociedade.
  • 24. Importância da paisagem na Geografia • A paisagem surge primeiramente em uma pintura (séc. XVIII) que consequentemente rompe com a visão teológica medieval, integrando-se ao projecto da Modernidade. Por herança da estética naturalista do romantismo a paisagem ocupa lugar proeminente na geografia. Tanto é interpretada por uma porção de terra, como se refere aos seus aspectos visíveis. (O belo correspondia ao perfeito na pintura e as pessoas cultas procuravam observar as paisagens que eram conformes às normas fixadas na pintura.) Turner: o homem moderno e a Da paisagem do visível á paisagem como dimensão de percepção Carl Ortwin Sauer (1889 – 1975), considerava que toda ciência só adquire uma identidade através da escolha de um objeto próprio e de um método de análise. Para ele, a paisagem deveria ser o objeto fundamental da ciência geográfica. Sauer acreditava que o estudo da paisagem resolveria a oposição entre a Geografia Físico/Humana, Geral/Regional, Ideográfica/Nomotética e, além disso, resolveria a inexistência de um método próprio.
  • 25. Importância da paisagem na Geografia • O geografo David Lowenthal, discípulo de Sauer, também contribuiu para a análise e estudo da paisagem. Por meio de seus escritos e reflexões começa a ganhar forma o conceito de “espaço vivido” • O período entre-guerras, a divisão política do mundo entre dois diferentes sistemas políticos, configurou um novo mundo, e com ele novas paisagens • “as modificações na estrutura social criam sempre novas necessidades, sugerem novas formas e redefinem os valores da paisagem visível” • O século XX trazia consigo a urgência de se pensar no saber geográfico, uma nova Geografia passa a existir: a Geografia Crítica • Milton Santos e Yves Lacoste são os maiores expoentes (na Geografia Crítica). Neles o conceito de paisagem adquire uma significância maior do que se defendia • A paisagem constitui uma convenção humana, como o homem percebe e concebe os elementos que o envolve.
  • 26. R.E.F.E.RÊ.N.C.I.A SENA, Ailton. Paisagem Cultural. Educa Mais Brasil, 2020. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/paisagem-cultural. Acesso em: 14 de jun. de 2022 DIANA, Daniela. Paisagem Cultural. Toda Matéria, [entre 2012 e 2022]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/paisagem-cultural/. Acesso em: 14 de jun. de 2022 ROCA, Zoran; OLIVEIRA, José António. (Orgs). A paisagem como elemento da identidade e recurso para o desenvolvimento. Lisboa: Évora, 22 – 24 de set. de 2005