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Mário de Andrade
Mário de Andrade
 Um grande líder da
geração que fez a Semana
de Arte Moderna de 22.
musicólogo, escritor,
professor, conferencista,
crítico de todas as artes,
fotógrafo e pintor bissexto.
Espírito aberto e democrático, coração
enorme e sedento de paz e justiça.
 Considerado o escritor mais nacionalista e
múltiplo dos brasileiros, Mário construiu um
caráter revolucionário na literatura brasileira,
que se iniciou com Pauliceia Desvairada, onde
analisa a cidade de São Paulo e todos seus
elementos (provincianismo, aristocracia,
burguesia, rio Tietê, Avenida Paulista).
 Mário também é considerado um dos primeiros
musicólogos do país, e seu maior interesse era a
música, particularmente os ritmos nordestinos,
nos quais tentou pesquisar e valorizar, assim
como fez com a Missão de Pesquisas
Folclóricas, tentando criar um estudo e uma
descoberta das raízes culturais do Brasil. Isso
também ocorreu com seu romance mais
famoso, Macunaíma, considerada uma das
obras capitais da narrativa brasileira no século
XX.
Características Ideológicas
 Lúcido e instigante, desenvolveu uma reflexão crítica
e provocativa. (valores populares)
 Problemas brasileiros, em que investe no folclore.
 Poesia em duas vertentes: Paulicéia Desvairada
(ideias futuristas) e Clã do Jabuti (tradições
populares).
 Contos Novos – um dos mais importantes
realizadores desse gênero. Fundi psicanálise com
socialismo, focaliza relações familiares e sociais nos
contextos urbanos e rurais.
Livros
 Entre os anos de 1923 e 1930 escreveu “Clã do
Jabuti” e “Remate de males”, frutos de suas pesquisas
folclóricas.
 Em 1922, publicou “Paulicéia Desvairada”, obra que
na época agradou aos modernistas porque destruía os
padrões literários vigentes e propunha uma nova
linguagem poética (verso livre, neologismos, rupturas
sintáticas).
 A partir de 1930, a poesia de Mário de Andrade se volta
para a reflexão, análise e denúncia dos problemas
nacionais tomando dois caminhos:
 Poesia intimista e introspectiva: destaca-se a obra
“Poesia”, de 1942.
 Poesia política: caracterizava-se por ter uma linguagem
agressiva e combater as injustiças sociais. Destacam-se
as obras “O carro da miséria” e “Lira Paulistana”,
ambos de 1946.
 Amar, verbo intransitivo – romance
desenvolvido através de processos
psicanalíticos: recalque, sublimação,
regressão. Narra a história da contratação de
uma governanta para dar “lições de amor”.
 Mário de Andrade não
escreveu só poesias,
pois escreveu em
prosa, e ele escreveu
um romance muito
conhecido,
Macunaíma, que não
apresenta as
característica de um
romance como nós
conhecemos.
O livro Macunaíma que apresenta o subtítulo herói
sem nenhum caráter é um romance rapsódia, que
discute a nacionalidade brasileira.
E o que é uma rapsódia? É uma composição que
mistura elementos musicais com elementos do folclore
da cultura popular e, é justamente isso que Mario de
Andrade faz em Macunaíma.
No livro ele conta a história do índio que de preto
virou branco, a história de Macunaíma que significava
um grande mal.
Macunaíma era debochado, malandro, um garoto
terrível, bem diferente da imagem que tínhamos de um
herói, tanto que Macunaíma é considerado um anti-
herói se comparado aos heróis românticos.
Macunaíma mexia com todo mundo, era
preguiçoso, não queria saber de trabalhar. Esse texto é
considerado o grande marco do modernismo, tanto que
volta e meia, ele aparece nos grandes vestibulares do
Brasil
Outras obras:
 A escrava que não é Isaura (ensaio)
 Primeiro de maio (conto)
 Peru de natal (conto)
 Vestida de Preto (conto)
 Losango cáqui (poesia)
 Primeiro Andar (conto)
 Contos Novos (conto)
 Os filhos da Candinha (crônica)
 Amar, verbo intransitivo (romance)
 Macunaíma (rapsódia)
 O Empalhador de Passarinho (ensaio)
Características Estilísticas
 Disposto a experimentar processos de
expressão para chegar a uma língua
“brasileira”, pesquisou sempre novas fórmulas
forjando regras gramaticais.
 Invenção do verso harmônico (palavras soltas)
 Mário de Andrade morreu em São Paulo em
1945 e atualmente é considerado um dos
maiores escritores da literatura brasileira. A
importância de Mário de Andrade continua
sendo ativamente expressa nos dias atuais, e
ainda se fala sobre sua obra seja para estudo ou
para a investigação do Brasil.
Eu Sou Trezentos...
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus
próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
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Mário de Andrade, líder da Semana de 22

  • 2. Mário de Andrade  Um grande líder da geração que fez a Semana de Arte Moderna de 22. musicólogo, escritor, professor, conferencista, crítico de todas as artes, fotógrafo e pintor bissexto. Espírito aberto e democrático, coração enorme e sedento de paz e justiça.
  • 3.  Considerado o escritor mais nacionalista e múltiplo dos brasileiros, Mário construiu um caráter revolucionário na literatura brasileira, que se iniciou com Pauliceia Desvairada, onde analisa a cidade de São Paulo e todos seus elementos (provincianismo, aristocracia, burguesia, rio Tietê, Avenida Paulista).
  • 4.  Mário também é considerado um dos primeiros musicólogos do país, e seu maior interesse era a música, particularmente os ritmos nordestinos, nos quais tentou pesquisar e valorizar, assim como fez com a Missão de Pesquisas Folclóricas, tentando criar um estudo e uma descoberta das raízes culturais do Brasil. Isso também ocorreu com seu romance mais famoso, Macunaíma, considerada uma das obras capitais da narrativa brasileira no século XX.
  • 5. Características Ideológicas  Lúcido e instigante, desenvolveu uma reflexão crítica e provocativa. (valores populares)  Problemas brasileiros, em que investe no folclore.  Poesia em duas vertentes: Paulicéia Desvairada (ideias futuristas) e Clã do Jabuti (tradições populares).  Contos Novos – um dos mais importantes realizadores desse gênero. Fundi psicanálise com socialismo, focaliza relações familiares e sociais nos contextos urbanos e rurais.
  • 6. Livros  Entre os anos de 1923 e 1930 escreveu “Clã do Jabuti” e “Remate de males”, frutos de suas pesquisas folclóricas.  Em 1922, publicou “Paulicéia Desvairada”, obra que na época agradou aos modernistas porque destruía os padrões literários vigentes e propunha uma nova linguagem poética (verso livre, neologismos, rupturas sintáticas).
  • 7.  A partir de 1930, a poesia de Mário de Andrade se volta para a reflexão, análise e denúncia dos problemas nacionais tomando dois caminhos:  Poesia intimista e introspectiva: destaca-se a obra “Poesia”, de 1942.  Poesia política: caracterizava-se por ter uma linguagem agressiva e combater as injustiças sociais. Destacam-se as obras “O carro da miséria” e “Lira Paulistana”, ambos de 1946.
  • 8.  Amar, verbo intransitivo – romance desenvolvido através de processos psicanalíticos: recalque, sublimação, regressão. Narra a história da contratação de uma governanta para dar “lições de amor”.
  • 9.  Mário de Andrade não escreveu só poesias, pois escreveu em prosa, e ele escreveu um romance muito conhecido, Macunaíma, que não apresenta as característica de um romance como nós conhecemos.
  • 10. O livro Macunaíma que apresenta o subtítulo herói sem nenhum caráter é um romance rapsódia, que discute a nacionalidade brasileira. E o que é uma rapsódia? É uma composição que mistura elementos musicais com elementos do folclore da cultura popular e, é justamente isso que Mario de Andrade faz em Macunaíma. No livro ele conta a história do índio que de preto virou branco, a história de Macunaíma que significava um grande mal.
  • 11. Macunaíma era debochado, malandro, um garoto terrível, bem diferente da imagem que tínhamos de um herói, tanto que Macunaíma é considerado um anti- herói se comparado aos heróis românticos. Macunaíma mexia com todo mundo, era preguiçoso, não queria saber de trabalhar. Esse texto é considerado o grande marco do modernismo, tanto que volta e meia, ele aparece nos grandes vestibulares do Brasil
  • 12. Outras obras:  A escrava que não é Isaura (ensaio)  Primeiro de maio (conto)  Peru de natal (conto)  Vestida de Preto (conto)  Losango cáqui (poesia)  Primeiro Andar (conto)  Contos Novos (conto)  Os filhos da Candinha (crônica)  Amar, verbo intransitivo (romance)  Macunaíma (rapsódia)  O Empalhador de Passarinho (ensaio)
  • 13. Características Estilísticas  Disposto a experimentar processos de expressão para chegar a uma língua “brasileira”, pesquisou sempre novas fórmulas forjando regras gramaticais.  Invenção do verso harmônico (palavras soltas)
  • 14.  Mário de Andrade morreu em São Paulo em 1945 e atualmente é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira. A importância de Mário de Andrade continua sendo ativamente expressa nos dias atuais, e ainda se fala sobre sua obra seja para estudo ou para a investigação do Brasil.
  • 15. Eu Sou Trezentos... Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro! Abraço no meu leito as milhores palavras, E os suspiros que dou são violinos alheios; Eu piso a terra como quem descobre a furto Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos! Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, Mas um dia afinal eu toparei comigo... Tenhamos paciência, andorinhas curtas, Só o esquecimento é que condensa, E então minha alma servirá de abrigo.