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Avaliação Formativa da Educação Literária
1. Lê o seguinte excerto do Sermão de Santo António.
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[…] Falando dos peixes Aristóteles, diz que só eles entre todos
os animais se não domam, nem domesticam. Dos animais
terrestres o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão
serviçal, o bugio1
tão amigo, ou tão lisonjeiro, e até os leões, e
os tigres com arte, e benefícios se amansam. Dos animais do ar
afora aquelas aves, que se criam, e vivem connosco, o papagaio
nos fala, o rouxinol nos canta, o açor nos ajuda, e nos recreia;
e até as grandes aves de rapina encolhendo as unhas
reconhecem a mão de quem recebem o sustento. Os peixes pelo
contrário lá se vivem nos seus mares, e rios, lá se mergulham
nos seus pegos2
, lá se escondem nas suas grutas, e não há
nenhum tão grande, que se fie do homem, nem tão pequeno,
que não fuja dele. […] Peixes, quanto mais longe dos homens,
tanto melhor: trato, e familiaridade com eles, Deus vos livre. Se
os animais da terra,
e do ar querem ser seus familiares, façam-no muito embora, que
com suas pensões o fazem. Cante-lhes aos homens o rouxinol,
mas na sua gaiola; diga-lhes ditos o papagaio, mas na sua cadeia; vá com eles à caça o açor, mas nas suas
piozes3
; faça-lhes bufonarias4
o bugio, mas no seu cepo; contente-se o cão de lhes roer um osso, mas
levado onde não quer pela trela; preze-se o boi de lhe chamarem formoso, ou fidalgo, mas com o jugo5
sobre a cerviz6
, puxando pelo arado, e pelo carro; glorie-se o cavalo de mastigar freios dourados, mas
debaixo da vara, e da espora; e se os tigres, e os leões lhes comem a ração da carne, que não caçaram no
bosque, sejam presos, e encerrados com grades de ferro. E entretanto, vós, peixes, longe dos homens, e
fora dessas cortesanias vivereis só convosco, sim, mas como peixe na água. De casa, e das portas adentro
tendes o exemplo de toda esta verdade, o qual vos quero lembrar, porque há Filósofos que dizem que não
tendes memória.
No tempo de Noé sucedeu o Dilúvio, que cobriu, e alagou o mundo; e de todos os animais, quais livraram
melhor? Dos leões escaparam dois, leão, e leoa, e assim dos outros animais da terra; das águias escaparam
duas, fêmea, e macho, e assim das outras aves. E dos peixes? Todos escaparam; antes não só escaparam
todos, mas ficaram muito mais largos que dantes, porque a terra, e o mar, tudo era mar. Pois se morreram
naquele universal castigo todos os animais da terra, e todas as aves, porque mão morreram também os
peixes? Sabeis porquê? Diz Santo Ambrósio: porque os outros animais como mais domésticos, ou mais
vizinhos, tinham mais comunicação com os homens; os peixes viviam longe, e retirados deles.
Padre António Vieira, «Sermão de Santo António», in Obra completa (dir. José Eduardo Franco e Pedro Calafate),
tomo II, volume X, cap. II, Lisboa, Círculo de Leitores, 2014, pp. 141-142.
1 bugio: macaco.
2 pegos: sítios mais fundos, num rio, onde não se tem pé.
3 piozes: correia que certas aves de voo trazem nos pés para serem
reconhecidas.
4 bufonarias: fanfarrices.
5 jugo: peça de madeira que serve para apor o boi ao carro ou ao
arado.
6 cerviz: cachaço.
1.1.-Refere a intenção do autor ao citar o filósofo grego Aristóteles neste excerto do capítulo II.
2. Indica o tipo de relação que se estabeleceu entre os homens e os animais da terra e do ar.
Júlio Pomar, Santo António a pregar aos
peixes (1984-85).
3. Explicita o conselho que Vieira pretende relembrar aos Peixes.
4. Refere os dois valores que surgem, em antítese, neste excerto, relacionando-os com o objetivo do
«Sermão».
5. Das afirmações que se seguem, apenas uma não está de acordo com o conteúdo do texto. Seleciona-a.
A. Existe uma gradação na enumeração dos animais que vivem presos perto dos homens.
B. Para os peixes, a melhor solução será a de conviverem com os homens «De casa, e das
portas adentro» (linha 25).
C. Os animais que se aproximaram dos homens foram «castigados», pois perderam a sua
liberdade.
D. O advérbio «lá» (linha 10) reforça a diferença existente entre os peixes e os outros
animais.

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  • 1. Avaliação Formativa da Educação Literária 1. Lê o seguinte excerto do Sermão de Santo António. 5 10 15 20 25 30 […] Falando dos peixes Aristóteles, diz que só eles entre todos os animais se não domam, nem domesticam. Dos animais terrestres o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão serviçal, o bugio1 tão amigo, ou tão lisonjeiro, e até os leões, e os tigres com arte, e benefícios se amansam. Dos animais do ar afora aquelas aves, que se criam, e vivem connosco, o papagaio nos fala, o rouxinol nos canta, o açor nos ajuda, e nos recreia; e até as grandes aves de rapina encolhendo as unhas reconhecem a mão de quem recebem o sustento. Os peixes pelo contrário lá se vivem nos seus mares, e rios, lá se mergulham nos seus pegos2 , lá se escondem nas suas grutas, e não há nenhum tão grande, que se fie do homem, nem tão pequeno, que não fuja dele. […] Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato, e familiaridade com eles, Deus vos livre. Se os animais da terra, e do ar querem ser seus familiares, façam-no muito embora, que com suas pensões o fazem. Cante-lhes aos homens o rouxinol, mas na sua gaiola; diga-lhes ditos o papagaio, mas na sua cadeia; vá com eles à caça o açor, mas nas suas piozes3 ; faça-lhes bufonarias4 o bugio, mas no seu cepo; contente-se o cão de lhes roer um osso, mas levado onde não quer pela trela; preze-se o boi de lhe chamarem formoso, ou fidalgo, mas com o jugo5 sobre a cerviz6 , puxando pelo arado, e pelo carro; glorie-se o cavalo de mastigar freios dourados, mas debaixo da vara, e da espora; e se os tigres, e os leões lhes comem a ração da carne, que não caçaram no bosque, sejam presos, e encerrados com grades de ferro. E entretanto, vós, peixes, longe dos homens, e fora dessas cortesanias vivereis só convosco, sim, mas como peixe na água. De casa, e das portas adentro tendes o exemplo de toda esta verdade, o qual vos quero lembrar, porque há Filósofos que dizem que não tendes memória. No tempo de Noé sucedeu o Dilúvio, que cobriu, e alagou o mundo; e de todos os animais, quais livraram melhor? Dos leões escaparam dois, leão, e leoa, e assim dos outros animais da terra; das águias escaparam duas, fêmea, e macho, e assim das outras aves. E dos peixes? Todos escaparam; antes não só escaparam todos, mas ficaram muito mais largos que dantes, porque a terra, e o mar, tudo era mar. Pois se morreram naquele universal castigo todos os animais da terra, e todas as aves, porque mão morreram também os peixes? Sabeis porquê? Diz Santo Ambrósio: porque os outros animais como mais domésticos, ou mais vizinhos, tinham mais comunicação com os homens; os peixes viviam longe, e retirados deles. Padre António Vieira, «Sermão de Santo António», in Obra completa (dir. José Eduardo Franco e Pedro Calafate), tomo II, volume X, cap. II, Lisboa, Círculo de Leitores, 2014, pp. 141-142. 1 bugio: macaco. 2 pegos: sítios mais fundos, num rio, onde não se tem pé. 3 piozes: correia que certas aves de voo trazem nos pés para serem reconhecidas. 4 bufonarias: fanfarrices. 5 jugo: peça de madeira que serve para apor o boi ao carro ou ao arado. 6 cerviz: cachaço. 1.1.-Refere a intenção do autor ao citar o filósofo grego Aristóteles neste excerto do capítulo II. 2. Indica o tipo de relação que se estabeleceu entre os homens e os animais da terra e do ar. Júlio Pomar, Santo António a pregar aos peixes (1984-85).
  • 2. 3. Explicita o conselho que Vieira pretende relembrar aos Peixes. 4. Refere os dois valores que surgem, em antítese, neste excerto, relacionando-os com o objetivo do «Sermão». 5. Das afirmações que se seguem, apenas uma não está de acordo com o conteúdo do texto. Seleciona-a. A. Existe uma gradação na enumeração dos animais que vivem presos perto dos homens. B. Para os peixes, a melhor solução será a de conviverem com os homens «De casa, e das portas adentro» (linha 25). C. Os animais que se aproximaram dos homens foram «castigados», pois perderam a sua liberdade. D. O advérbio «lá» (linha 10) reforça a diferença existente entre os peixes e os outros animais.