1. Clement, C.R. Uso sustentável de recursos genéticos na agrobiodiversidade da
Amazônia. In: Anais do 2º Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos, Belém,
Pará, 24-28 set 2012.
Lameira, O.A. Recursos genéticos vegetais. Embrapa Amazônia Oriental. Belém-PA.
2014.
Mariante, A. da S., Sampaio, M.J.A., Inglis, M.C.V. Informe nacional sobre a situação
dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura do Brasil. MAPA.
Brasília. 2008.
Discente PPG-Bionorte: Moisés Santos de Souza
Palestra: Importância dos recursos genéticos na alimentação e na economia
mundial
A informação é a base para a prospecção da biodiversidade. Para o uso dos
recursos naturais, leis, questões éticas e a descrição de como o patrimônio genético
mundial está distribuída no mundo, são parâmetros importantes que fazem parte dessas
informações no contexto da bioprospecção. Considero assim por que a investigação dos
recursos naturais “interessantes” para o homem inclui coletas e usos desses.
Dessa forma, a biodiversidade tem imensa importância para a humanidade. A
fonte dos recursos naturais são os ecossistemas. A partir do momento em que o homem
começa a utilizar, passa a ser um recurso genético. Porém, aí mora um perigo. O fato de
o homem buscar melhorias genéticas nas espécies de interesse, têm resultado no que se
chama atualmente de “erosão genética”.
As várias seleções resultam na perda da variabilidade genética de muitas
espécies de animais e plantas. Por isso, a agricultura sempre está relacionada com a
destruição da biodiversidade original. Isso vem contra o real significado da horticultura
que é definida como arte, de proteger e manejar de forma preservacionista.
Além disso, a agricultura relaciona-se com a destruição de outros aspectos
intrínseca à essência humana. Por exemplo, atualmente, quando alguém come uma
seleta de legumes, é mais fácil a pessoa lembrar-se da lata e do supermercado de onde
ela adquiriu aqueles vegetais do que a própria planta que produz aquele alimento. Como
o professor Clement comentou: “nos desligamos da importância dos recursos genéticos.
A mentalidade é que os alimentos vêm somente dos supermercados”.
Por outro lado, ideias gerais de desenvolvimento agrícola, geralmente são
arrogantes e não se levam em consideração aspectos particulares de cada ecossistema
onde são introduzidas espécies exóticas para a produção em grande escala.
É muito relevante buscar pôr em prática os acordos internacionais. Cito como
exemplo, o artigo 22 do protocolo de Nagoia que incentiva o desenvolvimento de
habilidades endógenas de pesquisa para agregar valor aos recursos genéticos de cada
região.
A cada aula do professor Charles Clement, minha mente vai quebrando barreiras
nunca antes ultrapassadas em meu senso crítico. Algumas frases dele são profundas do
ponto de vista do que realmente estamos desenvolvendo como pesquisa científica. Por
exemplo, me fascina compartilhar a opinião de que infelizmente a expansão da
economia moderna, em especial os agronegócios, está tirando espaço físico da
agricultura tradicional, que ainda trabalha com os recursos genéticos nativos (Clement
2012).
“Estamos criando uma nova biodiversidade que resiste às nossas tecnologias”,
conforme o professor Charles Clement comentou. Até que ponto isso é benéfico para a
biodiversidade? Se é que tem algum ponto positivo!
Portanto, planos de ação são necessários para quebrar esses paradigmas não
explícitos no setor produtivo, por exemplo, utilização de recursos fitogenéticos
regionais (Mariante et al 2008) e sua conservação (Lameira 2014).