Reforma do 46,6' schooner Malabar II, desenhado por John G. Alden em 1922. O projeto de reforma foi conduzido por Rafael C Calviño em Itajaí (SC/Brasil) e concluído em setembro de 2018 e contou com mastreação da Manotaço Técnica Náutica.

2. Ao iniciar os trabalhos em 26-10-2017, encontrei uma embarcação já construída e logo reformada
parcialmente pelo Estaleiro Kalmar de Itajaí, onde ficou inconclusa, ficando em estado de abandono
como vemos abaixo.
Por tanto, o primeiros passos foram efetuar uma limpeza geral, avaliar seu estado e quais seriam os
passos a seguir.

3. Outras
fotografias da
embarcação ao
chegar ao
estaleiro

4. Na verificação, observei, vários “vícios”, ou “conceitos de construção” diferentes aos meus. Exemplo do sistema de
construção do convés, efetuado como à 95 anos atrás, cuando foi desenhada a embarcação. Ou seja, as ripas do convés
encostadas diretamente sobre as cavernas. Viável sim, para uma embarcação pesqueira, e não (conforme minhas
convicções) para um barco de lazer, pois sempre existirão infiltrações, por sobre tudo, no verão onde as tabuas se
retraem pelo sol e a temperatura, para logo receber uma “chuva”. Ate as tabuas se dilatar novamente, para manter a
borracha de poliuretano comprimida, como acontece normalmente no inverno, a agua já passou para dentro da
embarcação.
Foram então, iniciados os trabalhos de padronização da largura das fendas, com tupia, pois elas, não mantinham um
padrão exato. Se efetuou o reaperto do calafeto existente, aplicação de primer de aderência e o borracha de poliuretano,
para logo um lixado primário, o acabamento final seria efetuado na entrega do barco.

5. O casco foi construído com tabuas de Ipê rojo com 1,5 de polegadas de espessura, considerada “Muito forte” para
os padrões de barcos de lazer, mais ante os materiais disponíveis no mercado que evitam a manutenção, chegou-
se a conclusão de laminar com resina epóxi, todo seu casco ate a linha do verdugo, procedimento este que evita o
calafeto anual. Entre outras vantagem, como a de não ser atacada pelo “gusano”, “cupim do mar”, o que é
simplesmente, um molusco que ataca a madeira das embarcações, chegando em alguns casos a condena-las.
Por tanto, após de aplicar o pavio, as fendas foram tampadas com massa epóxi, preparando assim, toda a
superfície a ser laminada. Para tal, também foi removida a tinta que tinha nos laterais do casco, chegando até
madeira, par uma melhor colagem das mantas.

6. Uma vez preparado, foi laminado com resina epóxi em duas camadas de manta de 300 g m² chegando a uma
espessura de 1.6 mm em todo o casco, tendo sido reforçado com mais uma aplicação no setor da quilha em toda sua
extensão.

7. Estado dos interiores ao inicio dos trabalhos, que se
encontravam inacabados.

8. Interior reformado, instalação de vigias, um fogão cardánico, pia com agua fria e
quente , mesa central rebatível e um painel elétrico central na mesa de navegação.

9. BANHEIRO
ANTES DEPOIS

10. CAMAROTE DE PROA
No paiol do camarote de proa foi
construída uma caixa de ancoras,
com acesso interno e janela de
policarbonato para inspeção.

11. MASTRAÇÃO
A Mastreação que logo seria fornecida por completo pela empresa Manotaço , foi alterada do projeto
original com outra configuração. Desenvolvi então, um sistema mais pratico, para que o barco pudesse
ser comandado por um o dois tripulantes. Isto e uma genoa no mastro de proa, outro enrolador e uma
mestra no mastro principal, mantendo assim os 112 m² da área velica que tinha o projeto original.

12. MASTROS
Por tratar-se de um
clássico, foram pintados os
mastros “imitando a
madeira”, logrando com
vários cores, o efeito visual
dos seu veios.

13. FERRAGENS
Todas as ferragens foram construídas em nosso estaleiro,
com aço inox 304.
Todo projetado a medida para este veleiro.

14. LEME
Fabricamos uma torre de leme central, já que no projeto
original sua posição, ficava incomoda para visualização das
manobras. Assim mesmo um painel de motor e forração da
roda em couro.

15. PINTURA
Todo o casco foi pintado com PU acrílico, com
antiderrapante na carroça, aplicando cobre no fundo
do casco.

16. E assim , após 18 meses de trabalho, tendo projetado e executado junto com meus funcionários, todos os itens
que compõem esta embarcação, como: Elétrica, Hidráulica, Mecânica, Marcenaria, Ferragens, Pintura, e Projeto
de Arboladura, foi botado ao mar em Setembro de 2018 com o nome do seu Projeto.
Navegantes, 15 de Setembro de 2018.