O documento discute os testes de medicamentos não aprovados realizados por empresas farmacêuticas ocidentais em países africanos como o Quênia, colocando vidas em risco na busca por lucro. Também critica a grande influência dessas empresas multinacionais sobre políticas governamentais e a corrupção que permite que ignorem as necessidades locais.
2. Reflexão sobre a visualização e ficha do filme - O Fiel Jardineiro Este Filme apresenta como pano de fundo a desumana problemática dos testes de medicamentos fabricados por multinacionais farmacêuticas europeias e da América do Norte, ainda não prontos para o consumo, em países africanos, no caso o Quénia, onde a pressa e a lógica do lucro incessante acabam por conduzir milhares de seres humanos à morte prematura. Não é de hoje que se constata o tratamento dispensado pelos países considerados “desenvolvidos” àqueles países localizados no hemisfério sul do planeta ou aqueles mais prejudicados pela pobreza e pela miséria. E é justamente neste exemplo, que se pode verificar a crueldade da corrida desenfreada pelo lucro e da deslealdade com os princípios mais básicos da existência do homem.
3. O poder de determinados grupos económicos, tal como o das multinacionais farmacêuticas, é tão grande e desproporcional que é capaz de interferir determinando até mesmo as políticas governamentais para a saúde e economia dos respectivos países em que instalam suas filiais para especularem e aumentarem seu capital e o valor das acções de seus sócios. Contribuem para esta conduta o fato de estes países ainda estarem imersos em sistemas legais antiquados e altamente corrompidos por séculos e séculos de desordem política, económica e social.
4. Realmente, assistir calado aos procedimentos destas empresas multinacionais farmacêuticas de desrespeito total com o ser humano e descaso em relação às problemáticas locais de cada país, não é o caminho mais adequado. Propor que estas multinacionais deixem de existir no contexto económico de cada país também não é a direcção mais acertada, tendo em vista os conhecimentos que já alcançaram e podem alcançar ainda em relação à saúde e às curas às doenças mais graves. Então, o que fazer? O papel de todos nós está justamente em reflectir sobre que caminhos queremos construir para que nossos filhos, netos e bisnetos possam percorrer com mais tranquilidade.