O género de vida citadino e a sociedade e mentalidade burguesas
1. O GÉNERO DE VIDA CITADINO E A
SOCIEDADE E MENTALIDADE
BURGUESAS
Inicialmente, o crescimento das cidades fez-se
desordenadamente, causando problemas de
alojamento, de higiene e transportes; só a partir da
segunda metade do século XIX as autoridades
começaram a preocupar-se com o planeamento
urbanístico, impondo leis regulamentadoras da
construção. Abriram-se largas avenidas,
construíram-se altos edifícios, gares, mercados,
parques, jardins e edifícios públicos. Ao mesmo
tempo, foram criados serviços e equipamentos que
tornaram a vida nas cidades mais saudável e
agradável: redes de abastecimento de água e
esgotos, recolha de lixos, iluminação pública e
transportes colectivos.
2. Apesar de todas estas comodidades, a cidade era
um mundo de contrastes, onde coexistiam duas
realidades bem distintas: os moradores dos bairros
do centro da cidade tinham acesso às instituições de
saúde, educativas e de lazer, enquanto que os
habitantes dos bairros da periferia, que trabalhavam
nas fábricas, viviam miseravelmente em
aglomerados de casas degradadas, respirando o ar
poluído pelo fumo das fábricas.
Ao longo do século XIX, a burguesia tornou-se a
classe social dominante, controlando as grandes
empresas industriais, comerciais e financeiras. Ao
poder económico da burguesia correspondia a
preponderância social e política, que impunha o seu
prestígio para dominar o poder político.
3. O desenvolvimento económico tornou necessário o
crescimento e especialização dos serviços,
possibilitando a expansão das classes médias
(pequena e média burguesia) compostas por
intelectuais, professores, jornalistas, médicos,
pequenos empresários, funcionários públicos,
engenheiros e advogados, entre outros.
Os princípios defendidos pela burguesia
assentavam no liberalismo económico e político,
pois a propriedade proporcionava o lucro, a
segurança, o conforto e o bem-estar. Outros valores
defendidos pela burguesia eram o trabalho, a
poupança, o consumismo, o espírito individualista e
a exploração dos trabalhadores.