1. Gazeta do
Gazeta do
Marconi
Marconi
Edição: 01
Edição nº 01
05 de dezembro de 2012
Ano: 1914
A Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito
armado que começou em 1914 como
uma disputa local entre o Império Austro-
Húngaro e a Sérvia, estende-se às
Place potências imperialistas da Europa e
atingiu o mundo inteiro. O estopim foi o
assassinato do arquiduque Francisco
Artwork Ferdinando (1863-1914), herdeiro do
trono austríaco, em Sarajevo (atual
Bósnia-Herzegóvina). A guerra
Here terminou em 1918, causando a morte de
mais de 8 milhões de soldados e 6,5
milhões de civis.
Confrontaram-se dois grupos de países
organizados em pactos antagônicos: a
Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha,
e a Tríplice Entente, que venceu a
guerra, encabeçada pela França. A
Europa perdeu sua posição na liderança
planetária para os Estados Unidos
(EUA), que assumiram o comando das
Nesta Edição: negociações mundiais e passaram a ser
o centro de poder do capitalismo. A
A Primeira Guerra Mundial ......1
reorganização do cenário político no
continente europeu e as condições
Como tudo começou .........2
........
impostas pelo Tratado de Versalhes ao
A política das Alianças .......3
...... perdedor, a Alemanha, levaram à
Entendendo as Tríplices .....
.....4 Segunda Guerra Mundial.
Os países na Guerra ........
........5 O mundo do pós-guerra assistiu também
O colosso blindado ..........6
......... à implantação do primeiro Estado
Inimigos comuns............
............8 socialista, a União Sovética (URSS).
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2. Primeira Guerra Mundial:
Como tudo começou
Com o desenvolvimento Industrial e outros e ta
fatores, os países capitalistas obtiveram
grande poder para matar, roubar e destruir.
Uma das maiores causas da Primeira Grande
Guerra foi por posses de terras: a Alemanha
pretendia construir uma ferrovia (Berlim -
Bagdá) a fim de dominar as terras de
Constantinopla e do Oriente Próximo, porém
o Imperialismo russo também desejava a
região balcânica; em 1871, a Alemanha
dominou as minas de carvão e ferro na
Alsácia-Lorena, e a França ainda estava
ressentida com essa perda; e a Itália não
gostou do avanço francês sobre a Tunísia,
então se aliou a Alemanha.
A Alemanha ganhou o mercado da Inglaterra
e por isso se fortaleceu em engenharia e
indústrias, e ainda ganhou acesso a uma
região inglesa rica em petróleo, fato que deu
mais força à Alemanha. Este país ainda queria O Pretexto: 14 de junho de 1914, o Arqueduque Francisco
o Marrocos, por ser uma terra rica em Ferdinando e sua esposa são assassinados em Saravejo,
capital da Bósnia, pelo estudante Gravilo Princip.
minérios, mas a França, a fim dessa terra,
concedeu alguns territórios do Congo francês
para a Alemanha e a fez desistir de Marrocos. As indústrias mais importantes extraiam
Com essas disputas, o nacionalismo passou petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.
a ser outro grande motivo da Guerra. Neste A competição capitalista estimulou o
destacaram-se os fenômenos ideológicos: crescimento de algumas empresas; porém,
revanchismo francês (devido a derrota da levou ao fracasso muitas outras. Empresas
França, na Guerra Franco-Prussiana, ficando mais fracas foram compradas ou faliram,
com ódio dos alemães); pan-eslavismo enquanto que as grandes ficaram maiores
(quando o governo russo protegeu os povos ainda.
eslavos e se envolvia com conflitos russos); Os chamados monopólios (grandes
e expansionismo sérvio (a Sérvia queria empresas) passaram a controlar os grandes
aumentar seu território). setores da economia. Tais empresas queriam
As disputas imperialistas deram origem a dois crescer e enriquecer cada vez mais.
blocos antagônicos de nações: a Tríplice Desejavam matérias-primas (minério,
Aliança (Alemanha, Austro - Hungria e algodão, cacau), mão-de-obra barata (para
Itália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, Rússia trabalhar nas minas com salários reduzidos e
e França). Só faltava um “empurrãozinho” lucros para os patrões) e mercados
para começar a Guerra composta pelas seis consumidores.
maiores potências do mundo, este surgiu Para conseguir tudo isso as empresas
quando um estudante sérvio assassinou a (monopólios) precisavam investir capital
tiros o herdeiro do trono austríaco, o arque- em outros lugares do mundo e criar impérios
duque Francisco Ferdinando, e a sua esposa, econômicos (principalmente em países de
na Bósnia. economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda
de seus respectivos governos.
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3. A Política das Alianças
Entre os anos de 1871 e 1914 não ocorreram guerras A partir desse momento as alianças foram
que levassem as potencias européias a transpassar automaticamente acionadas: a Rússia, aliada da
as suas fronteiras nacionais. Essa situação, contudo, Sérvia coloca seu exército em ação; a Alemanha
estava prestes a mudar. Um eminente confronto entre responde imediatamente aos russos e coloca
as grandes nações imperialistas parecia para alguns suas tropas em marcha, atravessando o território
apenas uma questão de tempo. Foi exatamente o que belga (que interessava a Alemanha, mas se
aconteceu em 28 de junho 1914. Ao fazer uma visita à colocava como um país neutro); é a vez, então,
Saravejo, capital da Bósnia (região que havia sido da França e do Império Britânico socorrerem a
anexado ao Império Austro-Húngaro em 1908), o Bélgica. Formam-se dois poderosos blocos: de
arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono, um lado os países da Tríplice Aliança
é assassinado por um estudante ligado à organização (Alemanha, Itália – que se declarou neutra no
secreta Mão Negra, grupo contrário aos planos do início dos conflitos –, o Império Austro-Húngaro
herdeiro do trono austro-húngaro, que pretendia anexar e Império Otomano), do outro lado, a Tríplice
a Península Balcânica (e os povos eslavos) ao Entente (com a Inglaterra, a França e a
Império Austro-Húngaro. Rússia). O pavio havia sido acesso, e daquele
O império Austro-Húngaro esperou três semanas para momento em diante a guerra envolveria todas as
levar a cabo sua retaliação (tempo necessário para grandes potências e quase todos os países. A “era
organizar uma ação militar) e com o apoio da catástrofe” estava apenas começando.
incondicional da Alemanha (sua aliada) encaminhou
um ultimato à Sérvia, com uma série de exigências, Na imagem abaixo temos uma sátira que é
inclusive, outorgando-se o direito de interferir nas favorável à Alemanha, onde a Rússia a França e
investigações que apuravam os responsáveis pelo a Grã-Bretanha aparecem como os “pacíficos
assassinato de arquiduque. A não aceitação dos amigos”. É claro, o que a caricatura pretende é
termos do ultimato fez com que o Império Austro- realçar exatamente o contrário, ou seja, a suposta
Húngaro declarasse guerra a Sérvia, bombardeando responsabilidade desses países no conflito.
a cidade de Belgrado.
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4. Entendendo as Tríplices
A Tríplice Aliança (Alemão: Dreibund, Italiano: Triplice Alleanza) foi o acordo militar entre a
Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália, estabelecido formalmente em 20 de Maio de 1882, em que cada uma
garantia apoio às demais no caso de algum ataque de duas ou mais potências sobre uma das partes. A
Alemanha e a Itália ainda garantiam apoio entre si no caso de um ataque vindo da França. A Itália, no
entanto, especificava que seu apoio não se estenderia contra o Reino Unido.
A situação da Itália neste acordo, no entanto, era instável na medida em que sua população era desfavorável
ao estabelecimento de um acordo com o Império Austro-Húngaro, antigo inimigo de sua unificação.
Quando estourou a Primeira Guerra Mundial e a Áustria-Hungria e a Alemanha se viram em guerra com a
Tríplice Entente (Rússia, França e, mais tarde, o Reino Unido), a Itália tendo prometido apoio às duas
primeiras entrou para o lado da Tríplice Entente contra a Austria-Hungria em maio de 1915 e a Alemanha em
agosto de 1916. A justificativa da Itália era de que a Tríplice Aliança era um acordo de defesa enquanto que
na ocasião foram os impérios germânicos os ofensores.
O Triplo Aliança foi de iniciativa de Otto von Bismarck, à que posteriormente unir-se-ia Itália, ainda que
também se convidou ao Império Russo a fazer parte dela.
Quando Rússia uniu forças com a Inglaterra e a França para formar o Triplo Entente, Alemanha e Áustria-
Hungria procuraram a Itália como substituição em 1887, pelo que os integrantes desta coalizão passaram a
ser conhecidos como os "impérios centrais", em alusão a sua situação geopolítica na Europa. Depois de
optar inicialmente por Áustria-Hungria, e ante a impossibilidade de manter ao mesmo tempo uma aliança
com Viena e San Petersburgo, enfrentadas nos Bálcãs, Bismarck encontrou na Itália o esperado aliado
contra a França.
Por um lado, Bismarck considerava seu principal objetivo diplomático manter o isolamento da França, por
outro lado, a Itália pensava que sua adesão à aliança e sua associação a Alemanha eram o melhor caminho
para tornar-se uma grande potência. Itália estava descontente pela atitude francesa ante suas aspirações
coloniais na Tunísia.
Os três países lembraram apoiar-se mutuamente em caso de ser atacados por França ou por Rússia. O
tratado foi reafirmado várias vezes até 1913, ainda que a posição italiana, como se viu ao começar a guerra,
era cada vez mais incômoda. Finalmente, e depois de várias batalhas onde se cobraram milhares de vidas,
a Itália decidiu combater do lado dos aliados em 1916, se rompendo assim esta coalizão e passando a fazer
parte do Triplo Entente.
À Itália prometeram vários territórios através do tratado de Londres que não foram outorgados na conferência
de Paris gerando um descontentamento nacionalista, enquanto o Império Otomano se uniu aos impérios
centrais.
A guerra terminou com a derrota da Tríplece Aliança, que se dissolveu para sempre.
Após a Primeira Guerra Mundial as potências centrais foram submetidas a grandes sanções, enquanto a
Itália não foi intervinda apesar de ter tido uma antiga aliança com as outras duas.
A Tríplece Entente foi uma aliança franco-russa de 1871, a Entente Cordiale franco-britânica
de 1904 e o acordo anglo-russo de 1907. A Tríplice Entente foi uma aliança militar feita entre a Inglaterra,
França e o Império Russo para lutarem na Primeira Guerra Mundial contra o pangermanismo e as expansões
alemãs e austro-húngaras pela Europa. Foi feito após a criação da Entente Anglo-Russa.
A nova política mundial alemã iniciada por Guillermo II em 1890 conseguiu que três potências que tinham
importantes diferenças entre si, França, Inglaterra e o Império Russo, se aproximassem e terminassem
por coalisar como a Aliada Maior Nacionalista para fazer frente a Tríplece Aliança da Alemanha, Império
Austro-húngaro e Itália.
Em 1907, não nos achamos ainda ante uma aliança em sentido estrito, os britânicos, em especial,
trataram de se manter livres de obrigações. No entanto, as sucessivas crises foram abrindo o caminho
para a I Guerra mundial e fazendo cada vez mais sólida a Entente.
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5. A crise definitiva do verão de 1914 demonstrou o funcionamento da aliança ao terminar implicando no
conflito às três potências signatárias.
Na Primeira Guerra, duas alianças militares lutavam: a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança (Alemanha,
Áustria-Hungria e Itália). Posteriormente, recebeu apoio da Itália, que fez um trato com a Inglaterra. Os
Estados Unidos também chegaram a participar da guerra porque viram que a Tríplice Entente estava
perdendo e como tinha vendido mercadorias (armas, capacetes, canhões, etc.) que só seriam pagas
após a guerra, entrou nesta para garantir a vitória de seus compradores, pois se perdessem a guerra,
não poderiam pagar essas mercadorias, em 1917 também Portugal entrou nesta aliança, pois fora da
guerra, via as suas colônias ameaçadas pelos estados que sairiam vencedores e consequentemente
reforçados na discussão internacional, além do que, as forças alemãs eram uma constante ameaça ao
domínio português em suas colônias na África. O Brasil, em 1917, também se juntou à Tríplice Entente
n cnlt.
o ofio
Com o fim da guerra, em 1918, os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial do século XX.
As principais causas foram os ataques internos pela Tríplice Aliança.
Participação dos países na Grande Guerra
Estados Unidos: O Estados Unidos estiveram presentes desde o início da Guerra ao lado da Tríplice Entente. Até
1917 eram apenas fornecedores de armamento, mas também de artigos industrializados, pois a produção de alimentos,
vestimentas e qualquer outro tipo de produto, na Europa, havia sido afetada, pelo deslocamento de homens para a
Guerra e pela destruição causada por ela. Após a saída dos russos, o EUA vê seus investimentos em risco, pois, se
seus aliados perdem a Guerra deixam de pagar suas dívidas. Então, o país entra militarmente no conflito, sendo
decisivo para o final da guerra a favor da Tríplice Entente.
França: Lutando desde o início do conflito, a França junto com a Alemanha deram início às batalhas de trincheiras,
foram gênios em armadilhas e em estratégias nas florestas que eram grande parte do cenário das batalhas na França.
Ao contrário da segunda grande guerra, a frente mais importante de batalhas na primeira guerra era a frente ocidental,
sendo que grande parte das batalhas, e muitas delas as mais sangrentas e decisivas da guerra, ocorreram em território
francês. Os franceses resistiram ferozmente ao poderio alemão até o grande reforço aliado para repelir de vez as tropas
germânicas.
Itália: No início da Primeira Guerra Mundial, a Itália abandonou a Tríplice Aliança e se recusou a participar do conflito.
Contudo, em função das promessas territoriais que recebeu, a Itália entrou no conflito ao lado da Tríplice Entente.
Desastrosa durante grande parte da guerra, a participação italiana acabou sendo importante, na medida em que o país
derrotou e forçou o Império Austro-Húngaro à capitulação na batalha de Vittorio Veneto, causando a desagregação do
mesmo. A capitulação da Áustria-Hungria foi um duro golpe na Alemanha, que passaria a lutar sozinha.
Japão: O Japão só entrou na guerra para se apossar das colônias da Alemanha no Pacífico e das concessões
alemãs na China.
Inglaterra: Era a nação com a marinha mais numerosa (mais ou menos 290 mil embarcações), o que ajudou
muito na vitória.
Brasil: No dia 5 de abril de 1917 o vapor brasileiro "Paraná", que navegava de acordo com as exigências feitas a
países neutros, foi torpedeado por um submarino alemão. No dia 11 de abril o Brasil rompe relações diplomáticas com
o bloco germânico, e, em 20 de maio, o navio "Tijuca" foi torpedeado perto da costa francesa. Nos meses seguintes, o
governo Brasileiro confisca 42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de guerra.
No dia 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional "Macau", um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino
alemão, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro. Com a pressão popular contra a Alemanha, no
dia 26 de outubro de 1917 o país declara guerra à aliança germânica.
Começou então uma intensa agitação nacionalista, comícios louvam a atitude brasileira de apoiar a Tríplice Entente.
Monteiro Lobato criticou esse nacionalismo na época, pois, de acordo com ele, isso estava desviando a atenção do
país em relação a seus problemas internos.
A participação militar do Brasil no solo europeu foi pequena, resumindo-se a algumas ações de pilotos da força
aérea, treinados na Europa, e apoio médico, além do fornecimento de alimentos e matérias-primas. A Marinha
recebeu a incumbência de patrulhar o Atlântico, evitando a ação dos submarinos inimigos.
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6. O Colosso blindado
Vem aí o ‘tanque’, novidade desta guerra – Novo veículo
de combate da Grã-Bretanha ultrapassa trincheiras e arame farpado –
Aguardada estreia deve acontecer no Somme, nas próximas semanas
Está prestes a entrar no campo de batalha a grande esperança dos aliados para vencer as trincheiras e os
emaranhados de arame farpado que engessam o combate contra o inimigo – leia-se Alemanha – no front
europeu. Trata-se de uma nave terrestre blindada de 28 toneladas, equipada com canhões e metralhadoras,
capaz de carregar entre três e oito soldados, impulsionada por lagartas (como as que são usadas em
tratores) e que, além de ultrapassar trincheiras e fazer picadinho de arame farpado, servirá como escudo
para os avanços da infantaria pelos campos de combate. Desde que Londres deu o aval para a produção
desses novos e revolucionários veículos de combate, no início do ano, os operários da fábrica Fosters, em
Lincoln, na Inglaterra, responsável pelo projeto do colosso de ferro, trabalham febrilmente. Com isso, a
empresa conseguirá entregar aos militares dentro de poucas semanas a primeira leva de veículos. Ainda
sem nome oficial, estão sendo apelidados de “tanques”, por sua semelhança com os caminhões de transporte
de água.
Nos testes realizados em fevereiro último, o “Big Willie”, protótipo idealizado e apresentado pela dupla William
Tritton, diretor da Fosters, e Walter Wilson, da Reserva Real da Marinha, arrancou suspiros da cúpula
londrina, convencida de ter encontrado a síntese ideal para o trinômio proteção-mobilidade-poder de fogo. A
fabulosa nave conta com um propulsor Daimler de 105 cavalos e, além das lagartas, apresenta duas rodas
traseiras para equilíbrio e direção. A máquina obteve êxito em atravessar uma trincheira de 3 metros e
sobrepujar espantosamente um obstáculo vertical de 1,3 metro, movimentando-se com vigor a uma
velocidade que fica entre os 3 e 6 quilômetros por hora. Maravilhados, os integrantes do comando britânico
não hesitaram em assinar o cheque para uma encomenda de cem unidades. Boa parte deles já tem destino
certo: a terra de ninguém do Somme, onde o colosso certamente será recebido como um verdadeiro maná
belicoso.
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7. ‘Churchill-móvel’ – Se comprovada sua eficácia em
combate, os soldados britânicos devem juntar em suas
preces de agradecimento o nome de Winston Churchill ao
de Deus e do rei George. Em retrospectiva, Winnie é o
responsável pela materialização do projeto do “tanque”. Foi
o hoje defenestrado Churchill, quem, em fevereiro do ano
passado, durante seu mandato como Primeiro Lorde do
Almirantado, a despeito da oposição do Ministério da Guerra,
bancou a criação do Comitê de Naves Terrestres, consciente
da importância de um veículo blindado para todos os
terrenos. (O Real Serviço Aéreo Naval, no início da guerra,
possuía alguns carros blindados para trabalhar em conjunto
com o esquadrão baseado em Dunquerque, seja como
reconhecimento de terra ou resgate de pilotos; esses
modelos, porém, não poderiam ser levados às trincheiras
– e então a Marinha seguiu adiante no suporte aos novos
projetos.) Em segredo, Tritton e Wilson desenvolveram na
unidade de Lincoln o protótipo que agora entra em fabricação
industrial a pedido de Londres. O oficial Wilson, porém,
acredita que o “tanque” ainda pode ser melhorado, e já se
dedica ao desenho de um novo modelo. É o Mark I, que,
ainda no papel, tem duas configurações, o “macho”
(municiado com dois canhões de seis libras nas laterais e
quatro metralhadoras) e a “fêmea” (sete metralhadoras).
Caso a engenhoca vingue, será a melhor amiga das tropas 98765432109876543210987654321
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aliadas, não importando o gênero.
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8. Inimigos Comuns
Condições putrefatas de higiene atraem companhia indesejável
nas trincheiras: piolhos – Batalhões de insetos perseguem recrutas – Ratos
comedores de cadáveres enojam soldados de todos os lados
Eu os matava, mas eles não morriam
Sim! O dia inteiro e a noite estrelada
Por eles não posso descansar ou dormir,
Nem me esconder ou bater em retirada.
Então em minha agonia eu os massacrei
Até de vermelho minhas mãos banhar
Em vão – quanto mais rápido eu matava
Mais cruéis ainda eles conseguiam voltar.
Eu matei e matei, com loucura assassina,
Matei até esgotar toda a minha garra,
E eles se levantavam para me torturar
Porque diabos só morrem fazendo farra.
Antes eu achava que o demônio se escondia
No sorriso das damas e no vinho gostoso
Eu o chamava de Satã, de Belzebu
Mas agora o chamo de piolho asqueroso.
(“Os Imortais”, poema do soldado britânico
Caçada sem fim: combate aos piolhos em uma trincheira alemã
Isaac Rosemberg)
Alemães, britânicos, franceses, italianos, russos, otomanos... Sem distinção de ideologia ou credo, todos os
combatentes desta grande guerra enfrentam um terrível inimigo comum: a companhia malcheirosa e incômoda
dos ratos e insetos. Embora pequenos, os animais têm demonstrado uma gigante capacidade de atormentar
exércitos inteiros, sem se render ou retroceder em suas investidas. O exemplo mais surpreendente é o do
implacável batalhão dos piolhos, que transita com enorme desenvoltura pelas sujas e malcheirosas trincheiras,
se espalhando mais rápido do que os alemães e contando com um contingente de soldados maior do que a
mãe Rússia jamais poderá produzir. Ao menos no curto prazo, parece não haver solução contra o flagelo no
front europeu.
O problema é mais sério do que pode parecer, em todos os sentidos. Os piolhos transmitem a doença
conhecida como “febre de trincheira”, na qual uma dor lancinante nas canelas é seguida por uma febre
borbulhante. Nos hospitais de campanha do exército britânico, a moléstia responde por 15% dos atendimentos.
Isso sem contar as coceiras, que levam os soldados a rasgarem o próprio corpo com as unhas em busca
de alívio. Militarmente falando, o prejuízo também é significativo. Relatos do front indicam que soldados
perdem, por dia, de uma a duas horas de ação apenas pelo fato de precisarem se limpar e remover os
ectoparasitos de suas roupas.
No mundo das trincheiras, tão importante quanto o planejamento militar tático e estratégico têm sido as
técnicas de extermínio de piolhos desenvolvidas pelos soldados. A mais difundida e eficiente delas é o
holocausto dos insetos com velas quentes. Entretanto, esta operação requer perícia e habilidade para
8
9. exterminar o alvo sem queimar as roupas. “Eles ficam nas costuras dos uniformes, nas barras das calças,
seus esconderijos parecem impenetráveis. A solução é incinerá-los com uma vela acesa: eles estouram
como um biscoito chinês”, explica o voluntário britânico George Coppard, de 18 anos. “O único problema é
que, depois de cada uma dessas sessões, o rosto fica coberto de gotículas de sangue espirradas na explosão
vigorosa dos piolhos maiores.”
Mamadeiras de sangue - Em boa parte dos acampamentos da guerra já existem até “estações de
despiolhamento” atrás das linhas, que oferecem banhos quentes e máquinas anti-piolhos para limpar as
roupas. Mas tais artifícios têm efeito efêmero: logo, lá estão os insetos de volta, mordiscando a pele de seus
anfitriões. Boa parte dos ovos permanece grudada nos uniformes mesmo após a lavagem; ao vestir a
roupa, o soldado, com o calor de seu corpo, acaba agilizando o chocar das cápsulas dos insetos mastigadores,
que sem demora já vão para as primeiras mamadeiras de sangue.
Nem tudo, porém, são piolhos. Há também a companhia de sapos, besouros e, principalmente, ratos. No
front europeu, pontificam dois tipos principais de roedores, o preto e o marrom, que infestam aos milhões as
trincheiras e enojam os soldados. Os ratos alimentam-se dos cadáveres abandonados – desfigurando-os
de forma hedionda ao comer primeiramente olhos para chegar mais rápido às entranhas – e podem atingir
o tamanho de um gato. Os ratos são lépidos e costumam roubar comida se esta ficar por um instante
desprotegida. Também são conhecidos por incomodar os soldados durante a noite, passeando por seus
rostos enquanto estes tentam, em vão, dormir o sono dos justos.
Unindo o útil ao agradável, milhares de homens têm a caça aos ratos como passatempo nas horas vagas
da grande guerra. Atirar nos animais é proibido – para economizar munição –, mas não raramente a
ordem é desobedecida. O ataque com baioneta aos roedores é mais comum. Também aqui, porém, a
tentativa de extermínio é – e sempre será – pouco frutífera. Um casal de ratos tem a capacidade de
procriar mais de 800 ratinhos por ano. Na guerra contra os animais indesejados, são os animais indesejados
que estão ganhando a guerra.
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12. Gazeta do Marconi - 9º Ano C
Beatriz Estevão nº 04
Byanca Barbosa nº 03
Isabela Francisco Lopes Leal nº 10
Nathalia Ribeiro nº 14
Thayna Januario nº 15
Trabalho de História - Prof. Thiago
12