O documento discute as relações entre logística, empresas e territórios. A performance logística depende da coordenação entre investimentos públicos e privados em infraestrutura e serviços. As localizações logísticas dependem mais dos produtos do que dos atores envolvidos. A logística tem impactos econômicos, sociais e ambientais significativos nos territórios.
1. Plataformas logísticas e organização do território
A perfomance econômica e a
qualidade de vida impõem
tomar em conta a logística
por parte dos territórios
reciprocamente
A performance logística das
empresas depende das
infraestruturas e dos serviços
oferecidos pelos territórios
16 de Maio 2012 ~ Daniel Boudouin ~ CRET-
SENAI LOG
2. A logística: entre empresa e território
A logística envolve “o conjunto das atividades relativas à
implementação de produtos de acordo com a
demanda ”.
As necessidades são internas ou externas à empresa
Abastecer em bens e serviços Trazer aos clientes os
as unidades para que elas produtos nas condições que
funcionem eles desejam
Os recursos são internos ou externos ao território
Trocar para satisfazer uma Ir ao exterior para buscar ou
demanda local (logística trazer as mercadorias
endógena) (logística exógena)
4. Performance logística=coordenação público/privado
A logística se apoia em investimentos privados e em investimentos públicos. É
da qualidade desta relação público/privado que depende a performance do sistema
logístico, que se tornou um elemento central da competitividade das empresas e,
portanto, dos territórios.
Assim a supply chain é estreitamente ligada à dinâmica econômica dos
espaços, a qual está na base de qualquer política de equipamento.
A ECONOMIA E A DEMANDA
Infraestruturas Recursos humanos
de circulação e materiais
Quais compromissos?
ESFERA ESFERA
PÚBLICA para PRIVADA
Governância do Offerta Qual dinâmica? Gestão Criação de
sistema fundiária dos fluxos Plataformas
AS REDES E AS CONCORRÊNCIAS
5. Uma técnica de gestão dos fluxos territorializada
PRODUÇÃO
As práticas logísticas
Tratamento informação têm um triplo
Preparo pedido envolvimento
Fluxo Condicionamento Fluxo de
Armazenagem
econômico
de infos produtos
Etiquetagem social
Transporte ambiental
Montagem
final……………...o que tem uma relação
direta com o território
CONSUMO
onde são realizadas as
ações
A lógica de cadeia, presente em todas as organizações logísticas, coloca em
relação vários espaços. A coletividade tem o dever de evitar as disfunções e
suas consequências.
6. Os custos logísticos dependem do território
Os custos logísticos representam, em
média, 12 % do custo final do produto.
A parte dos transportes mostra:
-a importância da localização das plataformas e de seu número para atender
um território;
-a necessária reflexão que deve acompanhar o uso das formas de transportes
terrestres (rodovia, trilho, curso de água).
7. As localizações dependem dos produtos (não dos atores)
Local Entrega Agrupamento
único das entregas
direta
Frequência Frequência
espaçada mais próxima
Centralização Produto Volume
dos estoques Aleatória
Regular Aleatória Regular
ou urgente ou urgente
Bens de
Fraco equipamento Bens de grande
Forte pessoais consumo
Bens de
V.A. equipamento
Produtos
Importante profissionais
tecnológicos
Bens Bens com forte
Fraca Fraco intermediários demanda/dia
V.A. Produtos
Difusão Importante pesados,
dos estoques perigosos
Locais
Raios de ação e, portanto, investimentos que variam em múltiplos
função do produto tratado e o volume em questão
8. Por cadeias de produção, as práticas se
aproximam
Para problemas idênticos tem-se mesmas soluções, assim aparecem
zonas que agrupam cada vez mais operadores
Organizações focalizadas em torno
das plataformas logísticas O território
Está no
Investimentos concentrados em coração dos
alguns lugares estratégicos
esquemas
As estratégias se diferenciam pelos logísticos
produtos e não pelos atores
Este fenómeno de agrupamento é acelerado pelas políticas públicas:
Mais demanda mais serviços mais infraestruturas
9. O meio ambiente um dado que se torna mais
importante
O custo do transporte em relação ao custo do produto sempre
baixou ao longo da história
Isto está em via de finalização
energia clima
Novas regras:
O fim das concentrações industriais e Em todos os casos, um
logísticas? recurso cada vez mais
Ou ao contrário afirmado aos modos
uma polarização cada vez mais forte? massificados (ganhos
financeiros e ambientais)
10. Emissões atmosféricas (GES) alarmantes
Os dejetos do tranposte: a evolução dos gases com efeito estufa em
nível mundial vai certamente levar a novas regras
Fonte Eurostat (emissão ligadas ao transporte no mundo)
11. Uma eficiência energética variável em função do
modo
Valores claramente diferenciados que terão provavelmente uma repercussão sobre os
preços do transporte através de taxas. Por outro lado, o encarecimento do preço do
petróleo pode modificar a atratividade do “tudo pela rodovia”.
12. O domínio da estrada não é uma fatalidade
Tráfego continental Europa
13. A logística tem forte componente social
Na Europa, a logística representa perto de 10% da totalidade dos empregos,
quer dizer tanto quanto o setor da construção civil. Isto integra os empregos das
empresas prestatárias de serviços logísticos (transporte, estocagem, manutenção,
…), os empregos logísticos nas unidades de produção (indústrias) e de distribuição
(comércios).
O enquadramento no
setor da logística é
deficiente: 9 % de cargos
de chefia contra 18 % na
economia mercantil
(particularmente no setor do
transporte de frete com 4,5
% de cargos de chefia).
Os salários para nível de
formação equivalente são
10% maiores que na média
nacional.
14. Dois múltiplos atores com interesses diferentes
O PÚBLICO (a coletividade) O PRIVADO (as empresas)
Dois setores complementares com modos de funcionamento e temporalidades
diferentes. Pontes entre eles são indispensáveis.
15. Objetivos diferentes que podem se agregar
A EMPRESA A COLETIVIDADE
O desenvolvimento
A qualidade de serviço
sustentável
A vantagem competitiva
O equilíbrio territorial
O mercado A dinâmica local
O atendimento As infraestruturas
Os investimentos Política de recepção
Os parceiros O urbanismo
A mão de obra A formação
O desempenho global
Expansão Externalização Regulamentação Formação
Mutualização Massificação Parceria Observatório
16. Processos operacionais complementares
A estratégia O planejamento A organização A ação
À empresa: À coletividade:
Os métodos de gestão Os serviços oferecidos
Os sistemas de exploração A capacidade das redes
As ferramentas funcionais A promoção dos lugares
A globalização, as crises energéticas e ambientais acentuaram ainda
mais o imperativo de cooperação.
17. A condução pelo fim tornou o sistema mais
complexo
Uma reatividade imposta Um quadro
pelo mercado concorrencial que
cresce e se
amplifica
obsolescência dos produtos
limitação dos estoques Envios
adaptação às necessidades Cada vez menores
Cada vez mais longe
Uma organização cada vez mais
normatizada, baseada em Cada vez mais rápido
plataformas. Estas últimas se Cada vez mais confiáveis
tornam o ponto central da
supply chain.
18. A evolução das organizações logísticas
A logística é estratégica para a empresa, pois é transversal. Após os ganhos
sobre a produção e a comercialização, é o novo espaço de conquista.
Organizações são cada vez mais construídas com o apoio de prestatários
logísticos (especialização, aptidão a transformar os custos fixos em custos
variáveis, limitação dos investimentos, …)
A externalização se generaliza com as diferenças marcadas por segmentos,
se o transporte (80%) e o armazenamento (60%) são frequentemente
confiados ao exterior, ainda não é muito o caso para a informação (20%).
Evolui-se de acordo com 3 formas de externalização:
Técnica Organizacional Conceitual
(prestatário executa (prestatário gere um (prestatário constrói
uma tarefa) processo) o sistema)
19. Lógicas diferentes, mas localizações idênticas
Os industriais privilegiam Os distribuidores privilegiam
qualidade produtividade segurança diversificação
rastreabilidade domínio dos custos
Os prestatários logísticos privilegiam:
Domínio da informação cobertura geográfica
industrialização dos processos
Em todos os casos, as plataformas se posicionam em função dos critérios
seguintes:
O mercado: procura do baricentro
A accessibilidade: capacidade, disponibilidade de diversos modos
O fundiário: presença de uma oferta satisfatória
O custo: em investimento e funcionamento
A mão de obra: presença de uma área de emprego adaptada
20. As relações entre logística e território
O TRANSPORTE AS PLATAFORMAS
Aspecto cinético Aspecto estático
As mercadorias interessam As construções que abrigam
perto de 20% da totalidade logística representam ao
dos veículos em circulação todo 1,7 m² /hab
Problemas: Problemas: concentração
congestionamento dimensão
poluições inserção
riscos Dados Europa
A logística “marca” fortemente os territórios. Por outro lado, sua importância
econômica faz com que ela não possa mais ser unicamente considerada como uma
consequência do desenvolvimento, mas como ator deste. O reultado é a
implementação dos esquemas à escala dos países, dos estados, das aglomerações.
21. As superfícies logísticas úteis para o Estado de SC
Três tipos de logística devem ser considerados (superfícies construídas
superiores a 1.000 m²):
1.A logística de distribuição
Para abastecer a população, as necessidades internas ao estado
representam perto de 1.000 hectares (16 ha / 100.000 habitantes)
2. A logística de produção
É fortemente dependente do tipo de atividades. Nossa estimativa é que entre
350 a 400 hectares são necessários para o Estado (6 ha / 10.000 empregos
industriais)
3. A logística portuária
O tratamento de 1.500.000 TEU necessita de perto de 1.000 hectares divididos
na hinterlândia (Estado de Santa Catarina e periferia)
Hipótese: O crescimento econômico e a renovação dos entrepostos levarão a
uma necessidade, no limiar do ano 2025, equivalente a o que deveria ser
consumido hoje no âmbito de uma logística otimizada. Se a metade da
superfície ocorrer em espaços atualmente reservados à logística, falta
posicionar perto de 1.000 hectares (4 milhões de m² construídos).
22. Os investimentos logísticos na Europa
A dimensão das plataformas cresce muito (80 % dos m² em unidades
superiores a 5.000 m²)
O fundiário consumido representa em média 2,5 vezes o número de m²
construídos
O percentual das grandes bases (> 10.000 m²) ligado ao trilho não
para de crescer (perto de 50 %)
As novas implantações são majoritariamente ligadas a prestatários
logísticos (60 %)
A locação se torna o modo privilegiado de ocupação dos locais
importantes (65 %)
O custo por m² de uma construção (plataforma “clássica”) é de perto de
500,00 € (variável em função do lugar)
23. As áreas logísticas: um ato de organização
O que é uma área logística?
É uma área de atividade dedicada à logística com duas partes distintas:
-Um lugar de acolhimento dos serviços (5 a 10% do total)
•às empresas (alfândega, correios, aluguel de veículos, segurança, …)
•aos funcionários (restaurantes, hotel, formação, centro médico,…)
•aos veículos (estacionamentos, posto de gasolina, pequenos reparos, …)
•aos operadores inermodais (transferência trilho-estrada)
-Uma área de acolhimento das empresas. Várias possibilidades de
disponibilização existem:
•Locação (ou venda) de construções préconstruídos por um investidor
•Venda de terreno a profissionais com obrigações estritas.
Agrupar as empresas logísticas permite rentabilizar as infraestruturas de transporte
(principalmente ferroviário), oferecer serviços próximos do lugar de trabalho, tratar as
poluições ambientais.
24. Os efeitos da logística sobre o território
O número de veículos varia em função dos produtos e do tipo de prestação logística.
Para uma área logística de 100 hectares (400.000 m² construídos), os fluxos diários
representam em média: 4.520 caminhões (>25 T), 150 utilitários (3 a 25 T), 2.500
carros.
Um serviço ferroviário pode ser Relação superfície / fluxo
imaginado a partir de uma Veíc. frete (fora carro)
circulação de uma dúzia de trens
por dia (cheios). As
características físicas do trilho, a
possibilidade de acoplar um
serviço de frete com um serviço
de passageiros representam
elementos que podem modificar
este valor.