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                                                                                                                                                                 Página 30
                                                               Editora executiva: Maria Isabel Hammes > 3218-4701. Editora: Christianne Schmitt > 3218-4702 . Coordenador de produção: Pedro Dias Lopes > 3218-4707




                                                                                                                                                                                         FOTOS JÚLIO CORDEIRO
                        A ex-empregada doméstica Ângela hoje dedica-se à elaboração de ovos, que oferece de porta em porta a moradores de bairros pobres de Porto Alegre


 Páscoa Divulgada em cursos, produção de chocolate artesanal se fortalece como alternativa de renda.
 Apenas para data festiva, são fabricadas 3,5 mil toneladas de barras da matéria-prima usada por doceiras




Por uma vida mais doce
SEBASTIÃO RIBEIRO
                                          A fabricação de chocolate caseiro                                                                                               barraco quarto-e-sala, paredes de ci-
                                        tem um mercado particular. Segun-                                                                                                 mento não-rebocado, cortinas que
  As desalinhadas letras na pla-        do a Associação Brasileira da Indús-                                                                                              fazem as vezes de porta, mas tudo
ca de compensado, pregada à             tria do Chocolate (Abicab), para a                                                                                                impecavelmente limpo “para dar boa
também desalinhada cerca de             Páscoa são produzidas 3,5 mil tone-                                                                                               impressão aos clientes”. Touca higiê-
madeira, anunciam a venda de            ladas de barras para derreter artesa-                                                                                             nica na cabeça, avental amarelo já
bombons e trufas.                       nalmente – 17% do total de ovos                                                                                                   desbotado no corpo, rádio sintoniza-
  Dentro da casa, Ângela Silva,         previsto para o período, ou 20,4 mil                                                                                              do na emissora Farroupilha, e a ex-
45 anos, passa manhãs e tardes          toneladas. Embora o produto caseiro                                                                                               empregada doméstica passa manhãs
dando novas formas ao choco-            tenha preço inferior ao do industrial,                                                                                            e tardes com um olho nas netas. Para
late que negocia no fim de se-          os grandes fabricantes não temem a                                                                                                esquentar a água que derrete o cho-
mana em andanças na vizi-               concorrência informal.                                                                                                            colate em banho-maria e economizar
nhança do Jardim Leopoldina,              – Nosso interesse é vender choco-                                                                                               gás, usa um rabo-quente elétrico.
onde mora, ou em Vila Nazaré,           late. Seja em forma de ovos ou de                                                                                                    – Não quero ficar rica. Mas que
Vila Brasília e Sarandi – bairros       barras. A produção artesanal é pe-                                                                                                minhas netas peçam um iogurte,
pobres de Porto Alegre. É a pri-        quena se comparada com o mercado                                                                                                  uma bolacha e eu possa dar – diz.
meira Páscoa dela no ofício.            total – afirma Getúlio Netto, presi-                                                                                                 Na Capital, há pelo menos três lo-
                                        dente da Abicab.                          Zenaira deixou de lado a arquitetura e hoje vende até 500 quilos na Páscoa              jas especializadas na produção arte-
                                                                                                                                                                          sanal de chocolate. Entrar nelas é
E   m frente à casa de Zenaira Cau-
    duro, 45 anos, não é preciso
anúncio para atrair clientes. Eles já
                                          Ângela aprendeu a fazer chocolate
                                        em cursos. Há um mês e meio, pediu
                                        R$ 140 emprestados e comprou a              Zenaira trabalhou como arquiteta          Isso foi até o Plano Collor. Depois,
                                                                                                                                                                          acessar um mundo feito de grandes
                                                                                                                                                                          barras do produto, plásticos molda-
são muitos – amigos, amigos de          matéria-prima para iniciar o negó-        por quatro anos, após se formar, em         nunca mais foi assim – diz Zenaira.         dos com toda a sorte de figuras
amigos, empresas que organizam          cio. Hoje, fatura R$ 100 por semana       1985. Deixou a atividade e se tornou          A jornada de Zenaira começa às            (moeda, golfinho, estrela, Hello Kit-
festas – e aparecem o ano todo, mas     vendendo bombons. Para esta Pás-          doceira. Criou três filhos – Eduardo        5h45min. Ela acorda, “dá café para          ty, coração e até coelha grávida...),
principalmente nesta época. Basta li-   coa, tem encomendas de 20 ovos de         (14), Bruna (11) e Luíza (13) – ne-         as crianças”, e se entoca em uma pe-        papéis e fitas coloridas para fazer
gar para contatos pinçados da surra-    400 gramas e 20 cestas cheias de coe-     gociando seus “chocolates dos deu-          ça nos fundos de sua casa, onde es-         embalagens. Na Casa do Chocolate,
da agenda e repetir os mesmos lem-      lhinhos doces, conta:                     ses”, como diz o cartão de visitas.         tão a derretedeira, os refrigeradores       60% das vendas do ano ocorrem
bretes (“o coelhinho tá aí, não vai       – É fácil vender. Eu bato na porta      Hoje, vende uma média de 60 quilos          e as mesas amplas para lidar com o          nos três meses antes da Páscoa. Pa-
comprar ovo no supermercado,            das casas e ofereço um bombom. Di-        por mês, chegando a 500 quilos na           chocolate. Às 7h, TV ligada no pro-         ra renovar a clientela o ano inteiro,
hein!”), para que comecem a bater a     go: “a senhora compra só um e, se         Páscoa.                                     grama Bom Dia Brasil, começa a              são promovidos cursos gratuitos, fi-
sua porta, no IAPI, um bairro de        não gostar, vai gastar só R$ 0,30”.         – No começo, dava muito dinhei-           produção. Se preciso, atravessa ma-         nanciados pelos fabricantes.
classe média da Capital. É a 24ª Pás-   Vou embora e elas vêm atrás gritan-       ro. Terminava uma Páscoa, e a gente         drugadas para atender um cliente.
coa de Zenaira no ramo.                 do: “ô tia do chocolate, quero mais”.     conseguia comprar um carro novo.              A fábrica de Ângela é o seu próprio                ± sebastião.ribeiro@zerohora.com.br
Data Publicação : 09/04/2006




Editoria : Economia

Ilustração : Foto
Assunto :
Páscoa (cartola), Venda, Comércio, Produção, Ovo de Páscoa, Chocolate

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Chocolate Caseiro Na Páscoa

  • 1. | 24 | ZERO HORA > DOMINGO | 9 | ABRIL | 2006 Economia > economia@zerohora.com.br Por qual razão a Varig enfrenta sua pior crise Páginas 26 a 28 Gerdau surfa na onda de aquisições Página 30 Editora executiva: Maria Isabel Hammes > 3218-4701. Editora: Christianne Schmitt > 3218-4702 . Coordenador de produção: Pedro Dias Lopes > 3218-4707 FOTOS JÚLIO CORDEIRO A ex-empregada doméstica Ângela hoje dedica-se à elaboração de ovos, que oferece de porta em porta a moradores de bairros pobres de Porto Alegre Páscoa Divulgada em cursos, produção de chocolate artesanal se fortalece como alternativa de renda. Apenas para data festiva, são fabricadas 3,5 mil toneladas de barras da matéria-prima usada por doceiras Por uma vida mais doce SEBASTIÃO RIBEIRO A fabricação de chocolate caseiro barraco quarto-e-sala, paredes de ci- tem um mercado particular. Segun- mento não-rebocado, cortinas que As desalinhadas letras na pla- do a Associação Brasileira da Indús- fazem as vezes de porta, mas tudo ca de compensado, pregada à tria do Chocolate (Abicab), para a impecavelmente limpo “para dar boa também desalinhada cerca de Páscoa são produzidas 3,5 mil tone- impressão aos clientes”. Touca higiê- madeira, anunciam a venda de ladas de barras para derreter artesa- nica na cabeça, avental amarelo já bombons e trufas. nalmente – 17% do total de ovos desbotado no corpo, rádio sintoniza- Dentro da casa, Ângela Silva, previsto para o período, ou 20,4 mil do na emissora Farroupilha, e a ex- 45 anos, passa manhãs e tardes toneladas. Embora o produto caseiro empregada doméstica passa manhãs dando novas formas ao choco- tenha preço inferior ao do industrial, e tardes com um olho nas netas. Para late que negocia no fim de se- os grandes fabricantes não temem a esquentar a água que derrete o cho- mana em andanças na vizi- concorrência informal. colate em banho-maria e economizar nhança do Jardim Leopoldina, – Nosso interesse é vender choco- gás, usa um rabo-quente elétrico. onde mora, ou em Vila Nazaré, late. Seja em forma de ovos ou de – Não quero ficar rica. Mas que Vila Brasília e Sarandi – bairros barras. A produção artesanal é pe- minhas netas peçam um iogurte, pobres de Porto Alegre. É a pri- quena se comparada com o mercado uma bolacha e eu possa dar – diz. meira Páscoa dela no ofício. total – afirma Getúlio Netto, presi- Na Capital, há pelo menos três lo- dente da Abicab. Zenaira deixou de lado a arquitetura e hoje vende até 500 quilos na Páscoa jas especializadas na produção arte- sanal de chocolate. Entrar nelas é E m frente à casa de Zenaira Cau- duro, 45 anos, não é preciso anúncio para atrair clientes. Eles já Ângela aprendeu a fazer chocolate em cursos. Há um mês e meio, pediu R$ 140 emprestados e comprou a Zenaira trabalhou como arquiteta Isso foi até o Plano Collor. Depois, acessar um mundo feito de grandes barras do produto, plásticos molda- são muitos – amigos, amigos de matéria-prima para iniciar o negó- por quatro anos, após se formar, em nunca mais foi assim – diz Zenaira. dos com toda a sorte de figuras amigos, empresas que organizam cio. Hoje, fatura R$ 100 por semana 1985. Deixou a atividade e se tornou A jornada de Zenaira começa às (moeda, golfinho, estrela, Hello Kit- festas – e aparecem o ano todo, mas vendendo bombons. Para esta Pás- doceira. Criou três filhos – Eduardo 5h45min. Ela acorda, “dá café para ty, coração e até coelha grávida...), principalmente nesta época. Basta li- coa, tem encomendas de 20 ovos de (14), Bruna (11) e Luíza (13) – ne- as crianças”, e se entoca em uma pe- papéis e fitas coloridas para fazer gar para contatos pinçados da surra- 400 gramas e 20 cestas cheias de coe- gociando seus “chocolates dos deu- ça nos fundos de sua casa, onde es- embalagens. Na Casa do Chocolate, da agenda e repetir os mesmos lem- lhinhos doces, conta: ses”, como diz o cartão de visitas. tão a derretedeira, os refrigeradores 60% das vendas do ano ocorrem bretes (“o coelhinho tá aí, não vai – É fácil vender. Eu bato na porta Hoje, vende uma média de 60 quilos e as mesas amplas para lidar com o nos três meses antes da Páscoa. Pa- comprar ovo no supermercado, das casas e ofereço um bombom. Di- por mês, chegando a 500 quilos na chocolate. Às 7h, TV ligada no pro- ra renovar a clientela o ano inteiro, hein!”), para que comecem a bater a go: “a senhora compra só um e, se Páscoa. grama Bom Dia Brasil, começa a são promovidos cursos gratuitos, fi- sua porta, no IAPI, um bairro de não gostar, vai gastar só R$ 0,30”. – No começo, dava muito dinhei- produção. Se preciso, atravessa ma- nanciados pelos fabricantes. classe média da Capital. É a 24ª Pás- Vou embora e elas vêm atrás gritan- ro. Terminava uma Páscoa, e a gente drugadas para atender um cliente. coa de Zenaira no ramo. do: “ô tia do chocolate, quero mais”. conseguia comprar um carro novo. A fábrica de Ângela é o seu próprio ± sebastião.ribeiro@zerohora.com.br
  • 2. Data Publicação : 09/04/2006 Editoria : Economia Ilustração : Foto Assunto : Páscoa (cartola), Venda, Comércio, Produção, Ovo de Páscoa, Chocolate