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MÁRCIO PORFÍRIO DA SILVA
SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO EM
OBRAS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
SÃO PAULO
2004
MÁRCIO PORFÍRIO DA SILVA
SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO EM
OBRAS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
Orientador:
Profº. Érico Francisco Innocente
SÃO PAULO
2004
iii
RESUMO
O trabalho aborda os requisitos para a elaboração de um projeto de sistemas de
segurança bem como as exigências às normas de cada item, servindo como base de
pesquisa e orientação para quem necessita de uma linguagem fácil e resumida do
tema em questão. A monografia apresenta um estudo de caso, onde mostra a
aplicação dos requisitos desde a elaboração do projeto, o comunicado de aprovação
do projeto por parte do Corpo de Bombeiros, ato de vistoria e aprovação da
execução para um edifício residencial. Ilustrando assim toda a parte teórica.
Palavras Chave: combate a incêndio; segurança; prevenção.
iv
ABSTRACT
The work approaches the requirements for elaboration of project security systems as
well as the requirements to the norms of each item, serving as research base and
orientation for who needs an easy and summarized language of the subject in
question. The monograph presents a case study, where it shows the application of
the requirements since the elaboration of project, the official notification of approval
of the project form part of the Rescue Firemen, act of inspection and approval of the
execution for a residential building. Thus illustrating all the theory part.
Key Words: combat at fire, security, prevention.
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 5.1 - Esquema geral do sistema de pressurização ........................................16
Figura 5.2 - Controle de Fumaça – Extração Natural................................................19
Figura 5.3 - Esquema ilustrando a reserva de incêndio ............................................31
Figura 5.4 - Caixa de incêndio com hidrante.............................................................32
Figura 5.5 - Sprinkler e seus componentes...............................................................33
Figura 5.6 - Distribuição básica da rede sprinkler .....................................................36
Figura 6.1 - Extintores ...............................................................................................42
Figura 6.2 – Extintor localizado no Hall social...........................................................43
Figura 6.3 - Hidrante .................................................................................................44
Figura 6.4 – Botoeira liga/desliga..............................................................................44
Figura 6.5 – Bomba de incêndio................................................................................45
Figura 6.6 – Iluminação de emergência ....................................................................46
Figura 6.7 – Central de Alarme .................................................................................47
Figura 6.8 – Detector de Fumaça..............................................................................47
Figura 6.9 – Motor de pressurização.........................................................................50
Figura 6.10 – Dutos da pressurização.......................................................................52
Figura 6.11 – Central de Pressurizzação localizada na guarita.................................52
Figura 6.12 – Painel de comando manual da pressurização.....................................53
Figura 6.13 – Reservatórios – Barrilete inferior.........................................................54
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Elementos da ampola, coloração e temperatura...................................34
Tabela 5.2 - Número de sprinkler..............................................................................35
Tabela 6.1 – Sistema de proteções existentes..........................................................41
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
DR Disjuntor Residual
EPI Equipamento de Proteção Individual
IBAPE
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de
São Paulo
INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial.
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
PCF Porta corta fogo
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1
1.1 A evolução do Corpo de Bombeiro com as inovações tecnológicas
das novas arquiteturas ............................................................................. 2
2 OBJETIVOS.....................................................................................................6
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 6
2.2 Objetivo Específico ................................................................................... 6
3 METODOLOGIA DO TRABALHO ...................................................................8
4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................9
5 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO..............................10
5.1 Conceito de prevenção e combate ao fogo .......................................... 10
5.2 Tipos de compartimentações................................................................. 12
5.3 Inovações no mercado com o uso de software.................................... 13
5.4 Sistema de prevenção de incêndio........................................................ 14
5.4.1 Escada pressurizada..............................................................................................14
5.4.2 Sistema de detecção e alarme...............................................................................17
5.4.3 Controle de fumaça...............................................................................................18
5.5 Sistema de combate ao incêndio........................................................... 21
5.5.1 Precauções contra o início do incêndio ................................................................22
5.5.2 Limitação do crescimento do incêndio.................................................................22
5.5.3 Equipamentos manuais.........................................................................................22
5.6 Formas de propagação ........................................................................... 23
5.6.1 Condução..............................................................................................................24
ix
5.6.2 Convenção ............................................................................................................24
5.6.3 Evolução do fogo..................................................................................................24
5.7 Classes de incêndio ................................................................................ 25
5.7.1 Instalação X material incendiado .........................................................................26
5.7.2 Água .....................................................................................................................26
5.7.3 Formas de utilização.............................................................................................26
5.7.4 Espuma .................................................................................................................27
5.7.5 Gás carbônico e o seu emprego............................................................................28
5.7.6 Pó químico............................................................................................................29
5.7.7 Freon 1301 – Sistema Sphreonix..........................................................................29
5.7.8 Hallon 1301 ..........................................................................................................29
5.8 Instalações de combate a incêndio com água...................................... 30
5.8.1 Hidrante ou tomada de incêndio...........................................................................30
5.8.2 Sistemas de chuveiros automáticos ......................................................................33
5.9 Rede elétrica, um foco de problemas. ................................................... 36
5.10 Inspeção predial contra incêndio........................................................... 38
5.11 O Instituto de Resseguros do Brasil...................................................... 39
5.11.1 Definição de Resseguro........................................................................................39
6 CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SPAZIO VITTA .............................................41
6.1 SISTEMAS DE PROTEÇÔES EXISTENTES ........................................... 41
6.1.1 Sistemas de extintores ..........................................................................................42
6.1.2 Sistema de hidrante...............................................................................................43
6.1.3 Sistema de iluminação de emergência..................................................................45
6.1.4 Sistema de detecção e alarme...............................................................................46
6.1.5 Isolamento de risco...............................................................................................48
6.1.6 Compartimentação horizontal ..............................................................................48
6.1.7 Compartimentação vertical...................................................................................49
6.1.8 Brigada de incêndio..............................................................................................49
6.1.9 Para Raio ..............................................................................................................49
x
6.1.10 Escada pressurizada..............................................................................................50
6.1.11 Reservatórios ........................................................................................................53
7 ANÁLISE........................................................................................................56
8 CONCLUSÕES ..............................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................59
ANEXO A..................................................................................................................60
ANEXO B..................................................................................................................61
ANEXO C..................................................................................................................62
ANEXO D..................................................................................................................63
1
1 INTRODUÇÃO
Atualmente o Corpo de Bombeiros está agregado a Policia Militar. Desde a sua
formação em meados do século XX vem evoluindo para o cumprimento e rigor das
normas vigentes de segurança contra incêndio (CORPO DE BOMBEIROS, 2004).
Todos os dispositivos referentes ao combate a incêndio devem estar atendendo as
normas da ABNT e do Decreto Estadual 38069/93 – Código de obras e edificação do
Município de São Paulo.
Hoje com as inovações tecnológicas e com dispositivos mais modernos, projetos e
execuções desses segmentos dependem da aprovação do Corpo de Bombeiros,
pois até o inicio dos anos 80 as exigências limitavam-se a extintores, hidrantes e
sinalizações.
Na história da cidade de São Paulo podemos citar dois casos de incêndios graves: o
edifício Andrauss (1972) atingido em seus 31 pavimentos, e o edifício Joelma dois
anos após (1974), onde todos os seus 25 pavimentos foram atingidos. E o mais
recente na mesma proporção de destruição o edifício sede I e II da CESP, localizado
na Av. Paulista, em 1987 um incêndio destruiu os seus escritórios, mesmo com todo
os equipamentos e dispositivos de segurança conta incêndio.
Hoje o edifício Joelma é um exemplo de edificação com dispositivos contra incêndio,
além de possuir uma brigada de incêndio atualizada.
2
Em edificações novas, é necessário o laudo de vistoria e aprovação do Corpo de
Bombeiros para dar entrada no habite-se.
Nas edificações antigas e nas novas raramente são utilizadas vistorias nos
componentes de combate e prevenção de incêndio. Este procedimento executado
periodicamente, evitariam catástrofes como as dos edifícios citados no trabalho.
Um exemplo de má conservação é o edifício São Vito, localizado na Avenida do
Estado próximo ao mercado Municipal e ao Palácio das Indústrias (antiga sede da
Prefeitura).
No edifício é raro encontrar uma tubulação e uma instalação elétrica em boas
condições. Se alguma faísca sair dessas instalações, uma nova calamidade poderá
acontecer.
1.1 A evolução do Corpo de Bombeiro com as inovações tecnológicas das
novas arquiteturas
Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do estado de São Paulo, por meio de
normas, cabe regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de segurança contra
incêndio nas edificações e área de risco.
Em meados do séc X, o governo da província criou o corpo de bombeiros, devido a
dificuldade de combater as chamas.
3
Quando surgia um incêndio, para poder combatê-lo, mulheres, homens e crianças
ficavam em filas do poço mais próximo e de baldes em baldes passavam de mãos
em mãos até chegarem nas chamas.
Em 1880 houve um incêndio na faculdade de direito localizada no convento de são
Francisco, atualmente faculdade de direito do largo de São Francisco. Na época não
havia o serviço de bombeiros. Sendo os trabalhos realizados pelo corpo policial e
dependendo da necessidade era auxiliado pelos civis. Utilizavam-se como
equipamentos bombas manuais emprestadas por terceiros. Após este incêndio
criou-se a instituição do Corpo de Bombeiros.
Em 1882 com o decreto n.º 42 que dispunha sobre a composição e efetivos das
forças policiais, estabelecendo que seriam formadas pelo: Corpo Policial
Permanente, Companhia de Urbanos e seção de Bombeiros; embora ainda fossem
partes dos Urbanos, foram citados de forma independente. Em 1883 a seção do
Corpo de Bombeiros substituiu um tenente por um oficial que pertencia ao Corpo
Policial Permanente. e logo em seguida sendo substituído por Alfredo José Martins
de Araújo, vindo do Corpo de Bombeiros da Corte.
No inicio dos anos 60, o Corpo de Bombeiros passou a exigir a instalação de
hidrantes e extintores nos edifícios; a obediência a essas regras era garantida pelo
Departamento de Água e Esgoto, atual SABESP, que não fornecia água para
consumo, caso o projeto não fosse aprovado pela Corporação.
4
Em 1967 a estação central (localizada à Praça Clovis Beviláqua) é demolida para
edificação de uma nova, concluída somente em 1975. O comando do Corpo de
Bombeiros ficou itinerante por 18 anos, prejudicando a rotina administrativa, com o
aumento do tempo de aposentadoria de 25 para 30 anos, os oficiais que já haviam
completado 25 anos de trabalho se aposentaram, interrompendo mais uma vez a
transmissão de valiosas experiências. Em seguida, são extintas de forma
indiscriminada as especialidades, permanecendo apenas a de salvamento e em
numero limitado.
Após a criação efetiva do Corpo de Bombeiros foi criado o procedimento para
combate a incêndio e com o passar do tempo a sua atividade não se limitou a
combater o incêndio e sim regulamentar e vistoriar todo o processo, desde os
equipamentos bem como o funcionamento dos mesmos.
Os equipamentos necessários para a proteção são dimensionados de acordo com o
Decreto Estadual 46076/2001 sendo que as formas de apresentação das plantas e
memoriais seguem os termos das Instruções técnicas bem como a sua execução.
Na parte executiva, o processo de vistoria é iniciado após a regulamentação de
projetos e memoriais, onde um responsável pelo Corpo de Bombeiros é acionado a
por um representante da construtora ou até mesmo o responsável técnico pelo
projeto. Na vistoria é exigido o que consta no projeto aprovado do Corpo de
Bombeiros.
5
O Corpo de Bombeiros também teve que se adequar às novas tecnologias, e não se
limitou apenas a verificar posição de extintor e hidrantes e sinalizações, isso mostra
que a companhia evoluiu juntamente com as inovações tecnológicas (CORPO DE
BOMBEIROS, 2004).
O desenvolvimento do trabalho aborda inovações tecnológicas, conceitos de
prevenção e combate ao fogo com os devidos componentes.
6
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O sistema de proteção contra incêndio é um item muito importante dentro do ramo
da construção civil, ele também é um dos itens importantíssimos que compõem a
liberação do habite-se, mediante a vistoria e laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros.
O laudo é emitido após o cumprimento das normas estabelecida nos projetos do
Corpo de Bombeiros todos seguem um mesmo padrão da norma da ABNT e do
Decreto Estadual 38069/93, Código de obras e Edificações do Município de São
Paulo.
Abordam-se técnicas e regulamentações do sistema de incêndio para edificações,
seja ela comercial ou residencial.
2.2 Objetivo Específico
O desenvolvimento do trabalho apresenta os componentes que compõem o grupo
de sistema de proteção e combate a incêndios, como, por exemplo, a pressurização
de escada ou ventilação mecânica, onde o objetivo é proteger ou manter livre de
fumaça a escada de segurança através de pressurização constante, bem como criar
um gradiente de pressão, e conseqüentemente um fluxo de ar, tendo uma pressão
mais alta nas saídas de emergência e uma pressão progressivamente decrescente
7
nas áreas fora da rota de fuga, outro item seria os detectores de fumaça que
trabalham em conjunto com a ventilação mecânica, onde seus circuitos são ligados a
um quadro de comando que este, conseqüentemente tem ligação com o quadro da
ventilação mecânica. Os detectores de fumaça, são dispositivos muito sensíveis que
ao detectarem fumaça acionam a ventilação de rota de fuga em caso de incêndio.
O objetivo do trabalho é focado na realização do sistema de combate à incêndio,
pois muitas vezes recorremos a ajuda dos serviços de um consultor especifico da
área.
8
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
O trabalho foi desenvolvido considerando como fontes de pesquisas, normas
técnicas que especificam os parâmetros necessários para a execução do sistema,
catálogos de empresas, sites de Internet especializados, dos quais foram extraídos
os conceitos básicos do tema em questão, já que o assunto abordado é um pouco
“pobre” de material didático (livros especializados). Foram realizadas visitas técnicas
em obras, onde foi feita a verificação da metodologia construtiva e de funcionamento
de vários sistemas, juntando relatório fotográfico, ilustrando e dando melhor
visualização.
9
4 JUSTIFICATIVA
Com espaços cada vez mais reduzidos e com arquiteturas cada vez mais arrojados
muitos projetos, sejam em obras residenciais ou comerciais, dimensionam
ambientes compactos e ventilação no limite do permitido.
É no projeto arquitetônico que são dimensionados as compartimentações, rotas de
fuga, abrigo do gerador, barriletes; o projeto do Corpo de Bombeiro é feito em cima
do que já existe, tendo como ferramenta a parte arquitetônica para dimensionar os
dispositivos de proteção e combate a incêndio, como hidrantes, extintores, rede de
sprinklers e sinalizações.
A pretensão deste trabalho é mostrar que para atender a norma é preciso elaborar
soluções otimizadas visando manter o bem estar seguro daqueles que se utilizam o
espaço.
10
5 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO
Aborda os conceitos de prevenção e combate a incêndio separadamente, ilustrando
com fotos para uma melhor visualização do sistema.
5.1 Conceito de prevenção e combate ao fogo
Hoje em dia é muito comum proprietários comprarem seus imóveis em edifícios e
conjuntos comerciais mais sofisticados, com características próprias bem definidas,
muitos se preocupando com a parte estética, ou seja, com a cor da fachada, com o
caixilho que foi utilizado, se a cerâmica e o azulejo utilizado é o mesmo citado no
memorial, mas acabam se esquecendo das instalações contra incêndio, muito
importante tanto quanto a parte estrutural de uma edificação. Talvez por cultura,
muitos chegam até questionar o local destinado a um hidrante ou a um extintor,
achando que o mesmo atrapalha esteticamente o seu hall social e que os mesmos
deveriam estar em um local mais escondido ((REVISTA TÉCHNE, 2004, n.88, p 48).
Um edifício seguro apresenta baixa probabilidade de início de incêndio e alta
possibilidade de fuga dos ocupantes, além de considerar as propriedades vizinhas e
a rápida extinção do foco inicial.
O risco de incêndio a que está sujeito um edifício não pode ser medido com tanta
facilidade, o problema é evidente em edifícios industriais, comerciais e armazéns
onde se armazenam produtos inflamáveis, nesses casos os procedimentos devem
ser muito específicos, diferentes dos edifícios residenciais, onde o grau de exigência
11
é menos, pois os danos devido a isso somente são medidos após o surgimento do
fogo, quando se é tarde demais.
Existem normas regulamentadas pelo poder público para o uso correto,
dimensionamento e especificações dos sistemas de proteção e combate a incêndio,
sendo o fator primordial a preservação da vida humana e em seguida à propriedade.
A regulamentação pode ser dividida em dois pontos, um ligado ao outro: o primeiro
desde a criação do projeto, execução e manutenção; o segundo no treinamento dos
ocupantes, no que se diz respeito, ao uso dos equipamentos formando as brigadas
de incêndio.
O grau de risco de uma edificação está ligado na sua ocupação, ou seja, um edifício
residencial apresenta um grau de risco menor do que um armazém de papelão, um
armazém onde se estocam fogos de artifício sendo esses parâmetros abordados
pelo Decreto Estadual.
No projeto arquitetônico estão centralizadas as soluções do Sistema Global de
Segurança, cabe ao arquiteto coordenar os projetos de elétrica, hidráulica e
segurança, mas a responsabilidade pelos projetos em si não cabe ao arquiteto, mas
aos respectivos projetistas. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
O projeto arquitetônico deve prever as devidas compartimentações para evitar
propagação de fogo, fumaça e gases de um ambiente ou pavimento para outro, se a
12
preocupação com a segurança for presente pode ser feito uso de materiais que
contribuam para a extinção ou retardamento da propagação do fogo.
“A segurança e conforto dos usuários é compromisso primordial do arquiteto, a
liberdade de criação não é comprometida pela legislação, mas sim favorável pelo
embasamento para a busca de novas soluções”. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
Processos como a compartimentação de um ambiente envolve medidas de proteção
passiva e é constituída de elementos de construção resistentes ao fogo. O objetivo é
evitar ou minimizar a propagação do incêndio, do calor e dos gases. Procedimentos
que evitam a dispersão de gases e fumaça.
5.2 Tipos de compartimentações
Existem dois tipos de compartimentações, a horizontal e a vertical. A horizontal visa
o isolamento de risco ou a simples divisão interna de ambientes evitando que o fogo
se propague de um ambiente para o outro. A compartimentação vertical serve para
que o isolamento do fogo não se propague de um pavimento ao outro.
“A compartimentação vertical pode ser feita no interior do edifício com o uso de entre
pisos, lajes de concreto armado ou protendido ou materiais que garantam a isolação
com elementos construtivos que são: parede corta fogo, portas corta fogo,
afastamento horizontal entre aberturas entre outros”.(REVISTA TÉCHNE, 2004).
13
Esses elementos seguem normas que regulamentam as suas propriedades; porta
corta fogo deve suportar duas horas de fogo conforme NBR 11742 e NBR 11711, a
parede corta fogo devem ser estendidas 1m acima da linha do teto. Ou na sua
envoltória que pode ser atendida de duas formas. A primeira exige que aberturas de
pavimentos consecutivos sejam distanciadas em, no mínimo 1,20 m, se isso não for
possível é necessário o prolongamento da laje como uma aba, essa aba deve ter no
mínimo 0,90m além da fachada.
As fachadas que possuem arquiteturas diferenciadas como as envidraçadas, devem
ser dimensionadas com materiais incombustíveis e atrás do pano de vidro, devem
exigir elementos resistentes ao fogo, que garanta a separação de 1,20m entre piso.
5.3 Inovações no mercado com o uso de software
Existem hoje vários sistemas de prevenção de incêndio, pois um projeto bem
executado deve ser pensado em componentes de prevenção e na seqüência, os de
combate.
No mercado existem empresas especializadas em software que auxiliam no
desenvolvimento de projetos de instalações, com soluções integradas com Autocad,
com propostas de instalações elétricas, hidráulica e também de incêndio, com
dimensionamentos de hidrantes e sinalizações.
O software apresenta também uma listagem dos possíveis materiais que pode-se
utilizar na execução do projeto, estas listagens também vem vinculado a um
orçamento com base de custo.
14
5.4 Sistema de prevenção de incêndio.
“Entende-se por prevenção o conjunto de medidas e atitudes tomadas para evitar
que o incêndio comece, protegendo assim, os ocupantes ”.(REVISTA TÉCNHE,
2004, n. 88, p. 48).
O que se diz respeito à prevenção de incêndio, todas as exigências devem ser
atendidas no projeto de instalações. O projeto arquitetônico deve prever as devidas
compartimentações para evitar propagação do fogo, fumaça e gases de um
ambiente para o outro. As distâncias a serem percorrida e a população do edifício
devem ser calculadas no projeto, para assim dimensionar a rota de fuga.
Um dos componentes muito usados nos projetos é a escada pressurizada, usando a
pressão atmosférica que é maior que a pressão dos gases gerados em um possível
incêndio.
5.4.1 Escada pressurizada
A escada pressurizada tem como objetivo crias condições de fluxo de ar, por meio
de ventilação mecânica que impeçam que a fumaça de um incêndio se propague
além das portas das referidas escadas.
Elementos básicos de um sistema de pressurização são:
A – sistema de acionamento e alarme
B – ar externo suprido mecanicamente
C – trajetória de escape de ar
15
D – fonte de energia garantida
O nível de pressurização a ser utilizado para fins de projetos não deve ser maior que
60Pa, com todas as Porta Corta Fogo (PCF) de acesso fechada.
A escada pressurizada pode ser dimensionada de duas formas.
A primeira forma, a pressurização é solicitada somente em caso de emergência,
geralmente esse sistema é interligado com o de detector de fumaça que a qualquer
sinal de fumaça a pressurização é acionada (SECRETARIA DE SEGURANÇA
PÚBLICA. 2001 a).
Neste sistema de pressurização de escada, a Porta Corta Fogo (PCF) podem ser
mantidas abertas, desde que as mesmas sejam feitas com o sistema de eletroímã.
(REVISTA TÉCHNE, 2004).
A segunda forma a pressurização trabalha com uma rotação do motor menor, mas
constante, essa forma é a mais recomendada pelo Corpo de Bombeiro porque ela
mantém um nível permanente de proteção, além de propiciar a renovação de ar no
volume da escada (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 a).
O sistema de pressurização deve atender algumas exigências como: sistema de
acionamento de alarme, trajetória de escape do ar e fonte de energia.
16
Esse escape é feito por grelhas de insuflamento, distribuídas em andares alternados,
os pontos de saída deverão ser balanceados para permitir a saída de quantidades
iguais de ar em cada grelha, devendo obrigatoriamente haver uma grelha no piso de
descarga e uma no ultimo pavimento. A figura 5.1 ilustra melhor visualização do
sistema.
Figura 5.1 - Esquema geral do sistema de pressurização
(REVISTA TÉCHNE, n.88, Julho 2004).
Independente da forma de dimensionamento, ou seja, se a escada pressurizada
trabalha na rotação mínima, ou na rotação máxima, que só é acionada em conjunto
com os detectores de fumaça, são ligados a centrais ou quadros elétricos que juntos
formam o sistema de detecção e alarme de incêndio.
17
Essa central geralmente fica locada na guarita ou na sala de segurança em
empreendimentos maiores.
Deve ser assegurado o fornecimento de energia elétrica para o sistema de
pressurização e de segurança existente na edificação durante o incêndio, de modo a
garantir o funcionamento e permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação.
O edifício deve possuir um sistema de fornecimento de energia de emergência por
meio de um grupo moto gerador automatizado de acordo com as Normas. O grupo
gerador é acionado automaticamente quando houver interrupção no fornecimento de
energia normal para o sistema de pressurização. Os demais sistemas, como
iluminação de emergência, registros corta fogo, bombas de pressurização
hidráulicas de incêndio, poderão ser alimentados pelo mesmo grupo motos
geradores automatizados.
Como já citado anteriormente, o comando elétrico de funcionamento do grupo moto
ventilador (pressurização de escadas), na situação de emergência deve se dar a
partir de um sistema automático de detecção de fumaça. (SECRETARIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 a).
5.4.2 Sistema de detecção e alarme
Conforme Secretaria de Segurança Pública (2001c), o projeto de sistemas de
detecção e alarme de incêndio tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos
para o dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio.
18
Todo o sistema de detecção e alarme deve possuir duas fontes de alimentação, a
principal é a rede de tensão alternada e a auxiliar é constituída por baterias ou grupo
moto gerador como já citado. Esta fonte de energia auxiliar deve ter autonomia de
funcionamento de pelo menos 24 horas em regime de supervisão, sendo que o
regime de alarme deve ser de no mínimo 15 minutos para suprimento das indicações
sonoras e/ou visuais ou o tempo necessário para a evacuação da edificação.
As centrais de detecção e alarme deverão ter dispositivos de testes dos indicadores
luminosos e dos sinalizadores acústicos.
Nas centrais de detecção ou alarme é obrigatório conter um painel ilustrativo
indicando a localização com identificação dos acionadores manuais ou detectores
dispostos na área da edificação.
Nos locais onde, a atividade sonora (alarme), por qualquer que seja o motivo, não
puder ser instalada, é obrigatório o uso de sinalizadores visuais.
5.4.3 Controle de fumaça
O objetivo do dimensionamento do controle de fumaça é manter um ambiente
seguro nas áreas onde o confinamento de fumaça pode prejudicar a rota de escape,
evitando assim a intoxicação, falta de visibilidade pela fumaça, controle e redução da
propagação de gases e fumaças entre as áreas incendiadas (SECRETARIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 b).
19
O controle de fumaça pode ser dimensionado de duas formas, mecânicas ou natural
ou usando as duas formas de extração do ar. A escolha do sistema a ser adotado
fica por conta do projetista, desde que atenda as exigências da norma. A figura 5.2
demonstra o controle de fumaça feito por extração natural.
Figura 5.2 - Controle de Fumaça – Extração Natural
(CORPO DE BOMBEIROS, 2001b).
Alguns cuidados devem ser observados no projeto de execução do sistema,
adotando a sua entrada em operação no inicio do incêndio, evitando assim
condições perigosas como a explosão ambiental “backdraft” ou o aumento da
temperatura do local onde o incêndio se iniciou.
Para evitar situações perigosas como estas, deve ser previstos o intertravamento da
abertura de extração de fumaça e a introdução de ar somente da área sinistrada e a
insuflação de ar no ambiente no menor tempo possível, para assim evitar a
explosão.
O sistema de controle de fumaça é dimensionado para áreas amplas como subsolos,
espaços amplos e com grande volume, átrios etc.
20
Faz parte do sistema de controle de fumaça tanto a natural como a mecânica:
- grelhas
- Aberturas de entrada
- venezianas
- Abertura de ar por insuflação
- Dutos e peças especiais
- Mecanismos elétricos pneumáticos e mecânicos de acionamento dos
dispositivos de extração de fumaça
É recomendável o hábito de testes periódicos do sistema, conforme descrito abaixo,
mantendo assim o equipamento sempre em perfeitas condições, pois assim que
solicitado possa responder imediatamente. Os meios testes não devem ser obtidos
por equipamentos especiais, mas baseado nos próprios equipamentos constituintes
do próprio sistema.
Os testes periódicos podem ser divididos em três categorias:
- Testes dos componentes do sistema
- Testes de aceitação
- Testes periódicos
“Falando separadamente de cada um deles”. (SECRETARIA DE SEGURANÇA
PÚBLICA. 2001b).
21
- Testes dos componentes, o objetivo deste teste é o de estabelecer que a
instalação final esteja adequada ao que foi descrito no projeto, funcione
corretamente e esteja pronta para o teste de aceitação.
- Teste de aceitação deve confirmar que as instalações finais dos
equipamentos estejam de acordo com o projeto e funcionamento apropriado.
- Testes periódicos, a realização deste teste devem ser feita semestralmente
por pessoas habilitadas pela instaladora ou pessoas treinadas pela mesma, e
como já dito, serve para saber se o equipamento está em perfeitas condições
no caso seja solicitado.
5.5 Sistema de combate ao incêndio
Combater ao fogo, entende-se que o fogo já se iniciou. Um projeto eficiente de
segurança contra incêndio deve prever situações atípicas. O combate ao fogo é
feito através dos equipamentos e meios que possibilitem a extinção do fogo. Assim,
cada vez mais, brigadas de incêndio bem treinadas e edifícios cada vez mais
equipados com sistemas de alarmes e detecção automática, tem mantido com
sucesso o combate ao foco inicial do fogo, preservando a vida humana, e o mínimo
de perdas materiais.
As exigências do sistema de segurança são feitas em função da classificação de
cada edifício. O Decreto Estadual Paulista classifica em 12 grupos que se dividem
em subgrupos mais específicos. Por exemplo, a altura do edifício, quanto maior o
edifício, maior a dificuldade de acesso das equipes no combate ao fogo, logo,
22
edifício neste perfil exige um grau de maior nas exigências dos sistemas de
combate.
5.5.1 Precauções contra o início do incêndio
- Correto dimensionamento e execução das instalações elétricas;
- Correto dimensionamento das compartimentações;
- Uso de materiais contra incêndio como PCF, blocos cerâmicos.
5.5.2 Limitação do crescimento do incêndio
- Controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos
construtivos;
- Brigada de incêndio atualizada;
- Perfeitas condições de funcionamento dos equipamentos.
5.5.3 Equipamentos manuais
Extintor: aparelho portátil ou sobre rodas destinados a combater princípios e
incêndio.
Mangotinhos: conta com saída simples de água, dotada de válvula de abertura
rápida, mangueira, esguicho regulável. Pode ser acionada por uma pessoa e não
precisa ser desenrolado.
23
Hidrante: ponto de saída de água com válvula contendo adaptadores, tampões,
mangueiras de incêndio. Neste caso precisa de duas ou mais pessoas para o seu
manuseio e tem maior vazão que o mangotinho.
Chuveiros automáticos: sistema pressurizado de tubulações, acessórios,
abastecimento de água, válvulas e dispositivos sensíveis à elevação de temperatura.
Os gases quentes esquentam as ampolas, que estouram, liberando a água para
combater o foco inicial.
Detecção: dispositivo acionado por fumaça ou gases detecta princípios de incêndio
e dispara alarmes, acionando a brigada. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
5.6 Formas de propagação
“A transmissão de calor entre materiais pode ocorrer de duas formas distintas. Por
condução e por convenção. Embora ajam conjuntamente as propagações são
iniciadas pela predominância de uma delas. O incêndio e a sua duração estão
relacionados à quantidade de combustível disponível, é importante entender a
mecânica do calor”. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
24
5.6.1 Condução
Para que o calor seja propagado por condução, as chamas precisam atingir os
objetos e materiais diretamente. Dessa forma, o incêndio pode ser propagado
horizontalmente ou mesmo entre andares próximos.
5.6.2 Convenção
A propagação por convenção ocorre com freqüência por meio de dutos, elevadores
e escadas, atua por meio da troca entre gases quentes e frios e provoca o
surgimento de focos de incêndio em andares distintos.
5.6.3 Evolução do fogo
Quatro componentes devem estar presentes para o surgimento do fogo. O
combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia. Para extinguir um foco é
necessário atuar diferentemente em cada um desses elementos.
Quatros são as fases que atravessa um incêndio, a fase inicial de elevação de
temperatura, fase de aquecimento, fase de resfriamento e a extinção. A primeira é
caracterizada pela inflamação dos materiais no recinto. Quando há caminhos para a
propagação do fogo para outros materiais e objetos ocorre à elevação da
temperatura e o surgimento de fumaça e gases inflamáveis, a partir desse momento
o incêndio ganha força e todos os materiais são inflamados, tornando impossível a
sobrevivência no ambiente e os gases são expelidos pelas janelas e portas.
25
5.7 Classes de incêndio
“O incêndio é dividido ou classificado por classes, variando do material em questão”
(MACINTYRE, 1996, p. 325).
I. Classe A – fogo em materiais comuns de fácil combustão com a
propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, deixando
resíduos. É o caso da madeira, tecidos, lixo comum e papel, fibras,
forragem etc. a estes poderia acrescentar alguns outros como o carvão,
coque, filmes e material fotográfico.
II. Classe B – fogo em inflamáveis que queimam somente em sua superfície,
não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina,
querosene, solventes, borracha, óleos vegetais e animais.
III. Classe C – fogo em equipamentos elétricos energizados (motores,
geradores, transformadores, reatores, aparelhos de ar condicionado,
televisores, rádios, quadros de distribuição).
IV. Classe D – fogo em metais piroforos e suas ligas (magnésio, sódio,
potássio, alumínio, titânio e outros). Inflamam-se entre si em contato com
o ar ou produzem centelhas e até explosões, quando pulverizados e
atritados.
V. Classe E – materiais radioativos - Ponto de fulgor acima de 60° e abaixo
de 93,4°C.
26
5.7.1 Instalação X material incendiado
“A escolha da substância com a qual se irá apagar o incêndio, o tipo de instalação e
o modo de executá-la dependem da natureza do material cujo incêndio se cogita
debelar”. (MACINTYRE, 1996, p. 325).
Existem materiais combustíveis cujo incêndio pode ser apagado com diversas
substancias, como é o caso da madeira, papel e tecidos, mas há outros que o
incêndio só pode ser contido e apagado com produtos especiais, que é o caso do
álcool, solventes e muitos outros.
No caso dos óleos, querosenes e solventes minerais, a escolha do produto extintor e
do sistema depende do ponto de concentração dos mesmos.
5.7.2 Água
A água tem a grande capacidade de absorver calor, o que a torna uma substancia
muito eficaz para resfriar os materiais e apagar o incêndio (MACINTYRE, 1996).
5.7.3 Formas de utilização
A ) Jato. Usam-se bocais com ponteiras ligadas a mangueiras que, por sua vez
recebem a água escoada em encanamentos que formam a rede de incêndio.
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B ) Aspersão. Empregam-se aspersores especiais de funcionamento automático que
são os chamados sprinkler, a água pulverizada forma um chuveiro sobre o local
onde irrompeu o incêndio, e o vapor d’ água formado com a água espargida
constitui, por si, uma barreira à penetração do oxigênio, elemento que, por ser
comburente, alimenta a combustão.
C) Nebulizadores - Bico especial destinado a realizar o resfriamento de tanques de
armazenamento de derivados de petróleo ou álcool.
5.7.4 Espuma
O sistema utilizado como espuma mecânica é aconselhado para líquidos
inflamáveis, derivados de petróleo e solventes, e consiste no lançamento, sobre o
local do incêndio de considerável quantidade de espuma.
A espuma é obtida pela mistura com a água de um agente formador de espuma, que
é um produto de base proteínica, fazendo incidir um jato de ar com o auxilio de um
ejetor especial conhecido como formador de espuma. O lançamento da espuma é
realizado com dispositivos especiais e por canhões ou esguichos dotados de
produtor de espuma.
Esse sistema é usado em instalações onde são armazenadas grandes massas de
líquidos inflamáveis, como gasolina, álcool, solvente, etc.
28
5.7.5 Gás carbônico e o seu emprego
“O gás carbônico (CO2), é um gás inodoro e incolor, 15 vezes mais pesado do que o
ar, mal condutor de eletricidade, que não é tóxico nem corrosivo. Entretanto, pode
causar a morte por asfixia, cegar e produzir queimaduras na pele pelo
frio”.(MACINTYRE, 1996, p. 329).
O efeito produzido pelo CO2 na extinção dos incêndios decorre do fato de que ele
substitui rapidamente o oxigênio do ar, seu volume pode expandir-se 450 vezes. É
armazenado em garrafões cilíndricos de aço sob alta pressão que podem ser
agrupados em baterias em instalações centralizadas. A atuação dos dispositivos
automáticos de lançamento de CO2, pode ser feita por sistemas elétricos, mecânicos
ou pneumáticos acionados por detectores de fumaça ou calor. O gás carbônico é
lançado sob as formas de gás, neve ou de neblina, dependendo do bico utilizado
para o seu lançamento.
O seu emprego é recomendado para:
- Centro de processamento de dados, instalação de computadores.
- Indústrias químicas
- Cabines de pintura
- Centrais térmicas, geradores diesel elétricos.
- Bibliotecas, museus e caixas fortes. (BORGES E BORGES, 1992).
29
5.7.6 Pó químico
O pó químico é fornecido em extintores portáteis com mangueiras de ate 10m, os
quais nos tipos de maior capacidades podem ser colocadas em carrinhos com rodas
de borracha. É empregado no combate a incêndio em industrias, refinarias, fabricas
de produtos químicos aeroportos, etc.
O produto químico básico é o bicarbonato de sódio micropulverizado, tratado de
modo a não absorver umidade, ou o sulfato de potássio, substâncias não tóxicas
que podem ser armazenadas por tempo indeterminado.
5.7.7 Freon 1301 – Sistema Sphreonix
O freon é utilizado com excelentes resultados no combate a incêndio de madeira,
papel, algodão, tecidos, líquidos inflamáveis, gasolina, computadores, etc. Esse gás
inibi a reação da combustão, é armazenado em recipiente de forma esférica, de
dimensões reduzidas, o qual é colocado no teto sobre o local a proteger.
5.7.8 Hallon 1301
Gás com as mesmas propriedades que o freon 1301, sendo utilizado das mesmas
formas.
30
5.8 Instalações de combate a incêndio com água
Sistema sob comando (regido pela NBR 24/57), assim é chamado à tomada d’água
ao local incendiado, com a correta localização das caixas de hidrantes, assim
permite o uso de mangueiras e seus respectivos componentes.
5.8.1 Hidrante ou tomada de incêndio
É o ponto de tomada d’água, com registros e união tipo engate, no interior de
edificações é colocado nas caixas de incêndio distribuídos nos pavimentos. Os
hidrantes são dimensionados em prumadas próprias e destinadas a combater o
incêndio em qualquer ponto do edifício com o auxilio de mangueiras de 30m de
comprimento, sem contar os 7m que o jato alcança com a pressão da água.
Nos edifícios além da prumada de incêndio, é destinado, também nos barriletes
inferior e superior o dimensionamento dos reservatórios, ou seja, é obrigatório deixar
nos reservatórios superiores a reserva do corpo de bombeiros, tal dimensionamento
é capaz de garantir um suprimento de meia hora alimentando os hidrantes. Um tubo
é colocado na altura citada acima para a alimentação dos ramais que vai atender o
consumo de: lavatórios, vasos sanitários, chuveiros, etc. E no fundo do reservatório
sai à ligação dos ramais para a prumada de incêndio, que em cada pavimento
servem os hidrantes. Essas colunas ao atingirem o térreo ou o subsolo (se existir) se
ligam a uma tubulação que liga até a rua o hidrante de passeio, permitindo assim o
abastecimento por fonte externa (MACINTYRE, 1996).
31
Deverá ser instalada uma válvula de retenção junto à saída da tubulação para o
auxilio ao combate a incêndio. O hidrante de recalque devera ser colocado em
caixas embutidas no passeio, com tampa metálica identificada e com dimensões
mínimas de 0,40 x 0,60m. A reserva para o incêndio é fixada pela legislação
estadual e depende do número de pavimentos, como mostra a figura 5.3.
Figura 5.3 - Esquema ilustrando a reserva de incêndio
(PIOLLI, 2003).
Alem da reserva do Corpo de Bombeiros nos reservatórios, é necessário o uso de
uma bomba de incêndio que vai dar pressão nos últimos pavimentos onde a pressão
d’água não é muito grande, esse dispositivo é acionado manualmente através de
botoeiras locadas ao lado dos hidrantes. Essas botoeiras geralmente são colocadas
nos dois últimos andares, para o seu acionamento é necessária à quebra do vidro
existente.
32
Cada hidrante é composto de:
- Um registro de gaveta de 2 ½”
- Mangueira
- Chave
- Bocal
- Nebulizador
- Uma junta Storz de 2 ½ que permite a adaptação da mangueira do Corpo de
Bombeiro.
- Uma redução de 2 ½” para 1 ½” para permitir a adaptação da mangueira do
hidrante.
A figura 5.4 ilustra os componentes do hidrante.
Figura 5.4 - Caixa de incêndio com hidrante
(PIOLLI, 2003).
33
5.8.2 Sistemas de chuveiros automáticos
Sistemas de chuveiros automáticos, mais conhecidos como sprinkler, nada mais é
que uma rede de encanamento ligado a um reservatório ou muitas vezes a uma
bomba. A NBR 6135/80, dita as condições técnicas mínimas a que devem satisfazer
os chuveiros automáticos ou sprinkler. A figura 5.5 ilustra o sprinkler e seus
componentes.
Figura 5.5 - Sprinkler e seus componentes
(MACINTYRE, 1996).
O sprinkler é composto de uma ampola na qual contém um líquido que se expande
sob a ação do calor, com o rompimento da ampola há liberações do fluxo de água.
Há casos onde o combate ao fogo com água é desaconselhável, então a rede de
sprinkler deve ser alimentada com outro tipo de fluido, um alarme sonoro deve ser
acionado sempre que um ou mais sprinkler entra em operação. Na tabela 5.1. pode-
se observar a relação da coloração da ampola com a temperatura.
34
Tabela 5.1 - Elementos da ampola, coloração e temperatura
TEMPERATURA
NOMINAL ºC COLORAÇÃO DE LIQUIDOS
57 LARANJA
68 VERMELHO
79 AMARELO
93 VERDE
141 AZUL
182 ROXO
183 A 260 PRETO
(BORGES E BORGES, 1992)
A posição de instalação do sprinkler é identificada pelo formato do defletor e pode
ser
- Pendente (para baixo) – com a letra H
- Em pé (para cima) – com a letra F
- Lateral (de parede) – letra código L, M ou N.
Para se dimensionar a rede de sprinkler deve-se obedecer algumas classificações:
a) Risco pequeno - Hospitais, escolas, escritórios (com exceção) e
prédios de apartamentos.
b) Risco médio - Edifícios comerciais e industriais com manuseio,
processamento e estocagem de materiais de combustão.
c) Risco grande – fogos de artifícios, pneus, tintas e vernizes, espuma
de plásticos.
35
O dimensionamento da rede é calculado através da área a ser protegida e do grau
de risco. Abaixo a tabela 5.2 que visualiza o grau de risco. Assim com os hidrantes a
rede de sprinkler também exige uma reserva no reservatório e o seu valor é medido
em função da quantidade de bicos projetados. Conforme (Borges e Borges, 1992).
Tabela 5.2 - Número de sprinkler
ÁREA POR
ESPAÇAMENTO
ENTRE
DENSIDADE
MÉDIA VAZAO RESERVA
RISCO SPRINKLER M² SPRINKLER (M) MM / MIN L/MIN TÉCNICA M³
PEQUENO 21 4,5 2,25 47 9,0 A 11
MÉDIO 12 4 5 60 55 A 185
GRANDE 9 3,5 7,5 67,5 225 A 500
(BORGES E BORGES, 1992)
A distância da parede em relação à tubulação de sprinkler é a metade do
espaçamento entre dois sprinkler.
A tubulação do sprinkler é fixada através de braçadeiras e dependendo do local
onde se destina à tubulação podem ser escondidas pelos forros, dando assim uma
estética melhor ao ambiente. A utilização de forros é mais usadas em halls sociais,
dentro de escritórios, etc. Em subsolos geralmente a tubulação fica aparente
(MACINTYRE, 1996).
36
As tubulações para o sistema são compostas de:
- Coluna de alimentação – deriva dos barriletes e alimenta os ramais em cada
pavimento.
- Ramal – tubulação que deriva da coluna e alimenta os sub-ramais
- Sub-ramal – tubulação que deriva do ramal e alimenta até seis sprinklers.
A figura 5.6 ilustra os ramais e sub-ramais.
Figura 5.6 - Distribuição básica da rede sprinkler
(MACINTYRE, 1996).
5.9 Rede elétrica, um foco de problemas.
Na compra de utensílios para casa, poucos são aqueles que se preocupam em
verificar se os materiais que estão comprando para a sua instalação estão dentro
dos padrões estabelecidos, o problema é que o uso do produto não certificado pode
provocar a ocorrência de curtos-circuitos e incêndio de grandes proporções,
colocando em risco a vida daqueles que ocupam aquele imóvel.
37
Produtos dentro da norma têm a garantia oferecida pelo fabricante, que, em caso de
faísca o fogo não se propaga, evitando assim que um problema pontual numa
tomada ou num ponto de luz, não se propague pela rede elétrica da casa toda.
Todos os equipamentos que compõem a rede elétrica como disjuntores, tomadas,
fios, bem como os eletrodomésticos devem ser certificados pelo selo do INMETRO,
incluindo a tinta utilizadas em parede, peça de porcelana do banheiro, tubulações,
pisos entre outros. Produtos com certificação têm um risco menor de acontecer
acidentes, já que o fogo não se espalha e pode ser controlado facilmente.
No caso de fios elétricos, o material utilizado no isolamento dos fios, ou seja, à parte
de cobre é feito de um material anticombustão que não propaga o fogo. Quando
ocorre algum problema pontual em uma rede elétrica, o fogo não se propaga,
garantindo assim somente a queima do material e não o alastramento de chamas ao
longo da rede.
A utilização do dispositivo DR, ou seja, um disjuntor que fica no quadro elétrico de
distribuição garante que nenhuma sobrecarga entre na sua rede, danificando seus
eletrodomésticos. O DR identifica a sobrecarga e desarma os disjuntores do quadro
geral, garantindo assim que algum acidente venha ocorrer, como a queima da rede
elétrica toda de um apto, por exemplo.
38
5.10 Inspeção predial contra incêndio
A inspeção predial pode ser uma ferramenta a favor daqueles que tem interesse por
um imóvel ou daqueles que zelam pela saúde da edificação que gerenciam e
conseqüentemente zelando pelo valor do patrimônio. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
A norma de inspeção do IBAPE-SP define como inspeção predial: “a vistoria da
edificação para determinar suas condições técnicas, funcionais e de conservação,
visando direcionar o plano de manutenção”, através de relatórios, onde nestes
relatórios podemos observar e acompanhar o andamento das correções às não
conformidades apontadas.
A vistoria preventiva pode ser realizada por um profissional habilitado como pede a
norma, pode ser realizada também pelo conselho do condomínio, desde que seja
feito um relatório, tipo “check list”, onde o mesmo deve prever recomendações de
ações para a equipe de manutenção. A análise dos laudos permite o grau de
aprimoramento ou deterioração do edifício ao longo do tempo. No caso de
condomínios novos a responsabilidade é da construtora, até o condomínio ser
entregue definitivamente ao conselho.
Um dos grandes problemas que encontramos nas edificações vem da falta de
conscientização dos seus usuários, além da falta de manutenção preventiva e
corretiva do sistema de proteção contra incêndio.
39
5.11 O Instituto de Resseguros do Brasil
O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, graças ao então presidente
Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no País era feita quase
totalmente no Exterior, de forma direta ou por intermédio de companhias
estrangeiras que operavam no Brasil.
A necessidade de favorecer o aumento da capacidade seguradora das sociedades
nacionais, para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia,
tornava urgente a organização de uma entidade nacional de resseguro.
Dando inicio as atividades do IRB, uma sociedade de economia mista, ligada ao
Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, com o objetivo de regulamentar
o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o desenvolvimento das
operações de seguros no País.
5.11.1 Definição de Resseguro
Resseguro é o seguro do seguro. Quando uma companhia assume um contrato de
seguro superior à sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou
parte dele, a uma resseguradora. Ex. uma seguradora de uma instituição financeira.
O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de preservar
a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao
segurado.
40
Muitas vezes, os valores envolvidos nos contratos de seguro são tão altos que
mesmo o resseguro necessita de cobertura. Nesse caso, a pulverização de risco é
feita entre resseguradoras internacionais recebendo o nome de retrocessão. Quanto
maior o valor do contrato, maior a necessidade de envolvimento de um grupo maior
de empresas.
Além de pulverizado entre as resseguradoras, o valor do bem segurado também
pode ser dividido entre duas ou mais seguradoras. Essa operação é chamada de
cosseguro, onde são emitidas tantas apólices quantas forem as empresas
envolvidas, ou apenas uma apólice para uma das companhias, denominada líder.
O resseguro também é aplicado a área de prevenção e combate a incêndio, não
temos idéia do que se perdeu no sinistro do edificio joelma, muitos documentos,
dados importantíssimos das empresas que ali se estabelecia.
As seguradoras conveniadas ao IRB tem assim uma cobertura, que em certos
casos por si só, não teriam como cobrir possíveis danos.
41
6 CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SPAZIO VITTA
Condomínio Residencial SPAZIO VITTA, localizado à Rua das Giestas, 63 – Vila
Prudente – São Paulo – SP, composto por duas torres de 15 pavimentos tipo e dois
subsolos, somando assim um total de 45m de altura do piso de acesso ao piso mais
elevado.
O empreendimento possui uma área construída de 17.038,12 m2
, sendo desse total
2.335,40 m2
de subsolo destinado a garagem.
A proposta do sistema de segurança foi elaborada pela TATI Construtora e
Incorporadora e Coinstal Eletricidade e Hidráulica, tendo como responsável técnico o
Engº Arnaldo Goldstein.
6.1 SISTEMAS DE PROTEÇÔES EXISTENTES
Tabela 6.1 – Sistema de proteções existentes
SISTEMA NORMA ADOTADA SISTEMA NORMA ADOTADA
Sist de extintores Dec. Est. 38069/93 Compartimentação Vert. Dec Est. 38069/93
Sist de hidrantes Dec. Est. 38069/94 Chuveiros automáticos -
Sist de ilum de emergência NBR 10898/90 Brigada de incêndio Exigi. Municipal
Sist de detecção e alarme NBR 9441/94 Sistema de para raio NBR 5419
Sinal seg c/ inc. Pânico NBR 13434/35/37 Escada Pressurizada IT - CB 010/33/99
Rotas de escape NBR 9077/93 Instalações elétricas NBR 13522/96
Isolamento de risco Dec Est. 38069/93 Compartimentação Horiz. Dec Est. 38069/94
42
6.1.1 Sistemas de extintores
Objetivo: Proporcionar combate ao foco de incêndio, efetuando a sua extinção.
O empreendimento é composto por 94 extintores manuais sendo 46 de água
pressurizada de 10 litros, 06 de gás carbônico de 06 quilos e 42 de pó químico seco
de 04 quilos. Os extintores estão localizados no hall social fixados na altura de 1,60
metros entre os apartamentos, conforme mostra a figura 6.2, no térreo e nos
subsolos, figura 6.1.
Figura 6.1 - Extintores
43
Figura 6.2 – Extintor localizado no Hall social
6.1.2 Sistema de hidrante
Objetivo: Proporcionar combate e extinção de incêndio, evitando a sua propagação,
com a utilização de água.
O empreendimento é composto por um total de 38 hidrantes, sendo um a cada
pavimento e dois no subsolo, com diâmetros dos esguichos de 13mm e 16mm.
44
O diâmetro da mangueira (mm) e comprimento (m) é de 38 x 20 e 30 m. O material
utilizado para as instalações é o ferro galvanizado. A tubulação utilizada foi de
63mm, para a sucção da bomba de 75 mm e expedição do hidrante 63mm.
Figura 6.3 - Hidrante
O acionamento da bomba de incêndio é feito através de botoeiras liga-desliga
posicionadas nos dois últimos pavimentos conforme figura 6.4.
Figura 6.4 – Botoeira liga/desliga
45
As características da bomba de incêndio, conforme mostra a figura 6.5, são:
A) vazão 400 LPM
B) Pressão 10 MCA
Figura 6.5 – Bomba de incêndio
6.1.3 Sistema de iluminação de emergência
Objetivo: Proporcionar adequada iluminação nos ambientes, em caso de interrupção
de energia elétrica permitindo o abandono da população da edificação .
A iluminação de emergência, demonstrada na figura 6.6, é distribuída nas
escadarias, barriletes, casa de máquina dos elevadores, abrigo do gerador, casa de
maquina da pressurização e subsolos, todas alimentadas pelo gerador que fica
localizado no 1º subsolo.
46
Figura 6.6 – Iluminação de emergência
O grupo moto gerador também foi dimensionado para os 04 elevadores existentes
pelo sistema (DAFF), ou seja, os elevadores de serviço, onde estiverem descem até
o pavimento térreo, mantém as portas abertas e sai de funcionamento e os
elevadores sociais após os de serviço pararem funcionam normalmente.
6.1.4 Sistema de detecção e alarme
Objetivo: Alertar as pessoas da existência de um foco de incêndio.
O tipo de detector utilizado no condomínio foi o tipo iônico, conforme figura 6.8. O
tipo iônico é capaz de detectar produtos de combustão antes mesmo da presença de
fumaça visível. Raio máximo de ação é de 81m.
47
Na figura 6.7 mostra o painel da central de alarme.
Figura 6.7 – Central de Alarme
Figura 6.8 – Detector de Fumaça
48
6.1.5 Isolamento de risco
Objetivo: Evitar que o foco se propague de entre as torres.
As torres são separadas com afastamentos e recuos:
A) lateral direito 6.0 m
B) lateral esquerdo 6.0 m
C) frente 6.50 m
D) fundos 14.50m
O material das paredes corta fogo é o bloco cerâmico que tem o tempo de
resistência ao fogo de 2 horas.
6.1.6 Compartimentação horizontal
Objetivo: evitar a propagação de incêndio de um ambiente a outro no plano
horizontal.
A área máxima de compartimentação por pavimento é de 336,26m2
O material usado na compartimentação e sua resistência ao foco são os blocos
cerâmicos.
49
6.1.7 Compartimentação vertical
Objetivo é evitar a propagação de fogo, fumaça e gases de um pavimento a outro.
A construção possui dutos de serviços (shafts) de eletricidade, telefonia. Os
isolamentos entre os pavimentos nos shafts foram feitos por meio de laje de
concreto e alvenaria.
6.1.8 Brigada de incêndio
No ato da entrega do condomínio em assembléia geral, foi orientado quanto a
importância da formação da brigada de incêndio, que é habilitar um grupo de
pessoas do condomínio a promover a prevenção e ensinar a operar os
equipamentos de combate a incêndio, bem como orientar a população durante o
abandono em caso de sinistro.
Até a realização deste trabalho, o condomínio não formou a sua brigada de incêndio.
6.1.9 Para Raio
O Objetivo: do para raio é proteger as pessoas, edificações e equipamentos contra
descargas elétricas atmosféricas. O tipo de sistema utilizado no empreendimento é a
gaiola Franklin.
50
6.1.10 Escada pressurizada
Objetivo: Proporcionar o controle de fumaça através de pressurização das escadas
de segurança protegidas, a fim de possibilitar o escoamento da população da
edificação de forma segura.
O tipo de pressurização utilizada no empreendimento é o de dois estágios, sendo o
1º estagio 15 Pa e o 2º estágio de 50Pa.
O primeiro estágio o ventilador estará funcionando com motor na menor rotação e
com a previsão de operação ininterrupta, na figura 6.9 mostra detalhes do motor.
Figura 6.9 – Motor de pressurização
51
O segundo estágio, o sistema entrará em operação automaticamente através dos
detectores de fumaça, colocando o ventilador no dobro da rotação e o dobro da
rotação, pela reversão das chaves elétricas.
A vazão e pressão do motor-ventilador empregados no 1º e 2º estágio são:
Primeiro estágio: Vazão: 13.108 m3
/h
Pressão : 200 Pa
Segundo estágio: Vazão 26.815 m3
/h
Pressão: 800 Pa.
Os cálculos foram obtidos considerando 1 PCF aberta.
A vazão de uma porta corta fogo aberta é de Q = 5.904 m3
/ h, somando esse valor
com o obtido no cálculo da vazão de ar na escada Q = 20.911 m3
/ h para o segundo
estágio. O valor de Q = 20.911 m3
/ h é obtido considerando a quantidade de ar,
acréscimo de 1m3
/ s para vazamentos na porta de descarga, acréscimo de 15% do
ar no sistema para prováveis vazamentos, acréscimo de 25% do ar no sistema para
as redes de dutos metálicos em alvenaria.
O local destinado à casa de máquina dos motores da pressurização é o 1º subsolo.
Como podemos verificar nos detalhes do projeto em anexo A .
O material utilizado para proteção dos dutos ao fogo é: manta cerâmica e lã de rocha
como mostra a figura 6.10.
52
Figura 6.10 – Dutos da pressurização
A forma de acionamento do sistema de pressurização é dada através do sistema de
detecção automática de fumaça ou normalmente com botoeiras liga-desliga na
guarita como mostram as figura 6.11 e 6.12.
Figura 6.11 – Central de Pressurizzação localizada na guarita
53
Figura 6.12 – Painel de comando manual da pressurização
Em anexo A partes do projeto da pressurização de escada para melhor
visualização.
6.1.11 Reservatórios
Os reservatórios superiores e os inferiores foram dimensionados para receberem
caixas d’água de fibra de vidro da Máster Água, montada “in loco” através de anéis,
como mostra a figura 6.13 e detalhes do projeto em anexo D.
54
Figura 6.13 – Reservatórios – Barrilete inferior
O empreendimento Spazio Vitta é uma construção GAFISA S/A e Incorporação Tati
Construtora e Incorporadora, tendo inicio a sua construção em agosto de 2002 e a
sua conclusão em 30 de abril de 2004.
A aprovação do projeto do corpo de bombeiros se deu em 18 de fevereiro de 2002
conforme comunicado em anexo B.
Após realizarem duas vistorias no condomínio foi concedido o laudo de aprovação
do empreendimento. Na primeira vistoria do corpo de bombeiros foi apontada
irregularidade na bomba de incêndio. Para fazer o teste da bomba, foi aberto um
apartamento no último pavimento e desenrolaram a mangueira até a janela mais
próxima, abriram o registro e após alguns minutos acionaram a botoeira para a
55
bomba entrar em funcionamento. Verificou-se que a pressão não aumentou
evidenciando o problema.
Ficou constatado que o problema estava na rotação ao contrário da bomba.
Outro ponto falho foi os detectores de fumaça que não haviam sido instalados nos
subsolos. O oficial do Corpo de Bombeiros também alertou sobre a vedação das
portas corta fogo da casa de pressurização que não havia sido feito.
Na última vistoria e definitiva foram realizadas inspeções somente nos pontos antes
recusados e como os reparos haviam sido feitos, houve a liberação por parte do
Corpo de Bombeiros no dia 27 de Fevereiro de 2004 como mostra o laudo no anexo
C.
56
7 ANÁLISE
O estudo realizado no condomínio residencial Spazio Vitta, constata que os
componentes do projeto estão em conformidade segundo a norma.
Todos os procedimentos descritos no capítulo 5 no que diz respeito a hidrantes
conforme citado no subitem 5.5.1, detectores subitem 5.4.2, central de alarme
subitem 5.4.2, o acionamento da bomba de incêndio conforme subitem 5.8.1, estão
em conformidade seguindo os seus padrões e normas.
Em relação aos reservatórios superiores, eles dispõem de 30 cm de reserva para os
hidrantes, esse cálculo é feito pela altura do edifício e a quantidade de água
armazenada nos reservatórios. No estudo realizado no condomínio os reservatórios
estão em conformidade como mostra detalhes no anexo D.
Como foi verificado no estudo de caso, alguns erros foram apontados pelo oficial do
Corpo de Bombeiros na primeira vistoria, isso comprova que por mais que se tenha
uma vistoria rigorosa por parte do Corpo de Bombeiros, sempre fica para trás
alguma coisa, erros que podem ser pequenos, mas fazem diferença na hora que é
solicitado.
57
8 CONCLUSÕES
Elenco de normas e instruções normativas geram rotinas para a confecção de
projetos e construções.
Existem falhas em projetos que podem ser cruciais para a vida de muitas pessoas,
pois, do dimensionamento correto, do bom funcionamento e da manutenção
periódica dos equipamentos, fazem a diferença quando realmente solicitados.
Após os acidentes citados anteriormente como o Joelma, hoje atual edifício das
Bandeiras, e o Andrauss, muita coisa mudou em relação às leis federais, o rigor em
relação à aprovação de projetos e consequentemente na parte executiva dobrou.
Exigências como rotas de fuga, centrais de alarmes e materiais específicos contra
propagação do fogo se tornaram fundamentais na composição do projeto.
No empreendimento estudado, padrão residencial, os componentes de combate a
incêndio esteve sujeito a testes periódicos e a aprovação do Corpo de Bombeiros.
Componentes como áreas de escape, ventilação mecânica e central de alarmes
compõe o empreendimento, além dos dispositivos contra incêndio.
Existem casos especiais, empreendimentos como instituições financeiras,
seguradoras, grandes bancos que utilizam a informática a seu favor para a proteção
58
do patrimônio, onde se têm computadores com dados importantíssimos para
preservação de dados que não podem ser danificados no caso de um incêndio.
Centrais de alarmes e dispositivos automáticos como sprinkler comandando por
microcomputadores que podem ser um diferencial, pois com dados eletrônicos é
bem provável que uma ação seja tomada com mais rapidez do que uma brigada de
incêndio não atuante, esse pode ser o diferencial.
Para os engenheiros e projetistas é necessário que se tenha muito cuidado com a
execução e elaboração de uma proposta de incêndio, sem economias nos seus
dispositivos, tentando achar meios e equipamentos mais baratos que podem não
responder corretamente quando solicitado e o mesmo serve para a mão de obra que
executará o sistema. Sempre pensando na vida de muitas pessoas e depois nos
bens materiais.
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, R. S. e BORGES, W. L. Instalações Prediais hidráulico-Sanitárias e de
Gás. São Paulo: Pini, 1992. p.395.
CORPO DE BOMBEIROS DE SÃO PAULO, Histórico. Disponível em
www.corpodebombeiros.com.br. Acesso em 05 de junho de 2004.
GAFISA/TATI CONSTRUTORA E INCORPORADORA. Memorial Descritivo de
Projeto Executivo do empreendimento Spazio Vitta, 2001.
Instituto de Resseguros do Brasil. Disponível em www.irb.gov.br. Acesso em 20 de
outubro de 2004.
JMP – PROJETOS. Memorial Descritivo de Pressurização de escadas, 2001.
MACINTYRE, A. J. Instalações hidráulicas Prediais e Industriais. São Paulo: JC,
1996, p. 324.
PIOLLI, O. J., Sistema fixos de combate a incêndio. Trabalho de conclusão de curso.
Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003.
REVISTA TÉCHNE, PROVA DE FOGO PARA OS EDIFÍCIOS, São Paulo: n.88,
JULHO, 2004.
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo,
Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 13/01, 2001 A
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo,
Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 15/01, 2001 B
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo,
Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 19/01, 2001 C
60
ANEXO A
61
ANEXO B
62
ANEXO C
63
ANEXO D

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Incendio

  • 1. MÁRCIO PORFÍRIO DA SILVA SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO EM OBRAS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2004
  • 2. MÁRCIO PORFÍRIO DA SILVA SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO EM OBRAS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Profº. Érico Francisco Innocente SÃO PAULO 2004
  • 3. iii RESUMO O trabalho aborda os requisitos para a elaboração de um projeto de sistemas de segurança bem como as exigências às normas de cada item, servindo como base de pesquisa e orientação para quem necessita de uma linguagem fácil e resumida do tema em questão. A monografia apresenta um estudo de caso, onde mostra a aplicação dos requisitos desde a elaboração do projeto, o comunicado de aprovação do projeto por parte do Corpo de Bombeiros, ato de vistoria e aprovação da execução para um edifício residencial. Ilustrando assim toda a parte teórica. Palavras Chave: combate a incêndio; segurança; prevenção.
  • 4. iv ABSTRACT The work approaches the requirements for elaboration of project security systems as well as the requirements to the norms of each item, serving as research base and orientation for who needs an easy and summarized language of the subject in question. The monograph presents a case study, where it shows the application of the requirements since the elaboration of project, the official notification of approval of the project form part of the Rescue Firemen, act of inspection and approval of the execution for a residential building. Thus illustrating all the theory part. Key Words: combat at fire, security, prevention.
  • 5. v LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 5.1 - Esquema geral do sistema de pressurização ........................................16 Figura 5.2 - Controle de Fumaça – Extração Natural................................................19 Figura 5.3 - Esquema ilustrando a reserva de incêndio ............................................31 Figura 5.4 - Caixa de incêndio com hidrante.............................................................32 Figura 5.5 - Sprinkler e seus componentes...............................................................33 Figura 5.6 - Distribuição básica da rede sprinkler .....................................................36 Figura 6.1 - Extintores ...............................................................................................42 Figura 6.2 – Extintor localizado no Hall social...........................................................43 Figura 6.3 - Hidrante .................................................................................................44 Figura 6.4 – Botoeira liga/desliga..............................................................................44 Figura 6.5 – Bomba de incêndio................................................................................45 Figura 6.6 – Iluminação de emergência ....................................................................46 Figura 6.7 – Central de Alarme .................................................................................47 Figura 6.8 – Detector de Fumaça..............................................................................47 Figura 6.9 – Motor de pressurização.........................................................................50 Figura 6.10 – Dutos da pressurização.......................................................................52 Figura 6.11 – Central de Pressurizzação localizada na guarita.................................52 Figura 6.12 – Painel de comando manual da pressurização.....................................53 Figura 6.13 – Reservatórios – Barrilete inferior.........................................................54
  • 6. vi LISTA DE TABELAS Tabela 5.1 - Elementos da ampola, coloração e temperatura...................................34 Tabela 5.2 - Número de sprinkler..............................................................................35 Tabela 6.1 – Sistema de proteções existentes..........................................................41
  • 7. vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas DR Disjuntor Residual EPI Equipamento de Proteção Individual IBAPE Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. NBR Norma Brasileira Regulamentadora PCF Porta corta fogo SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
  • 8. viii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1 1.1 A evolução do Corpo de Bombeiro com as inovações tecnológicas das novas arquiteturas ............................................................................. 2 2 OBJETIVOS.....................................................................................................6 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 6 2.2 Objetivo Específico ................................................................................... 6 3 METODOLOGIA DO TRABALHO ...................................................................8 4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................9 5 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO..............................10 5.1 Conceito de prevenção e combate ao fogo .......................................... 10 5.2 Tipos de compartimentações................................................................. 12 5.3 Inovações no mercado com o uso de software.................................... 13 5.4 Sistema de prevenção de incêndio........................................................ 14 5.4.1 Escada pressurizada..............................................................................................14 5.4.2 Sistema de detecção e alarme...............................................................................17 5.4.3 Controle de fumaça...............................................................................................18 5.5 Sistema de combate ao incêndio........................................................... 21 5.5.1 Precauções contra o início do incêndio ................................................................22 5.5.2 Limitação do crescimento do incêndio.................................................................22 5.5.3 Equipamentos manuais.........................................................................................22 5.6 Formas de propagação ........................................................................... 23 5.6.1 Condução..............................................................................................................24
  • 9. ix 5.6.2 Convenção ............................................................................................................24 5.6.3 Evolução do fogo..................................................................................................24 5.7 Classes de incêndio ................................................................................ 25 5.7.1 Instalação X material incendiado .........................................................................26 5.7.2 Água .....................................................................................................................26 5.7.3 Formas de utilização.............................................................................................26 5.7.4 Espuma .................................................................................................................27 5.7.5 Gás carbônico e o seu emprego............................................................................28 5.7.6 Pó químico............................................................................................................29 5.7.7 Freon 1301 – Sistema Sphreonix..........................................................................29 5.7.8 Hallon 1301 ..........................................................................................................29 5.8 Instalações de combate a incêndio com água...................................... 30 5.8.1 Hidrante ou tomada de incêndio...........................................................................30 5.8.2 Sistemas de chuveiros automáticos ......................................................................33 5.9 Rede elétrica, um foco de problemas. ................................................... 36 5.10 Inspeção predial contra incêndio........................................................... 38 5.11 O Instituto de Resseguros do Brasil...................................................... 39 5.11.1 Definição de Resseguro........................................................................................39 6 CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SPAZIO VITTA .............................................41 6.1 SISTEMAS DE PROTEÇÔES EXISTENTES ........................................... 41 6.1.1 Sistemas de extintores ..........................................................................................42 6.1.2 Sistema de hidrante...............................................................................................43 6.1.3 Sistema de iluminação de emergência..................................................................45 6.1.4 Sistema de detecção e alarme...............................................................................46 6.1.5 Isolamento de risco...............................................................................................48 6.1.6 Compartimentação horizontal ..............................................................................48 6.1.7 Compartimentação vertical...................................................................................49 6.1.8 Brigada de incêndio..............................................................................................49 6.1.9 Para Raio ..............................................................................................................49
  • 10. x 6.1.10 Escada pressurizada..............................................................................................50 6.1.11 Reservatórios ........................................................................................................53 7 ANÁLISE........................................................................................................56 8 CONCLUSÕES ..............................................................................................57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................59 ANEXO A..................................................................................................................60 ANEXO B..................................................................................................................61 ANEXO C..................................................................................................................62 ANEXO D..................................................................................................................63
  • 11. 1 1 INTRODUÇÃO Atualmente o Corpo de Bombeiros está agregado a Policia Militar. Desde a sua formação em meados do século XX vem evoluindo para o cumprimento e rigor das normas vigentes de segurança contra incêndio (CORPO DE BOMBEIROS, 2004). Todos os dispositivos referentes ao combate a incêndio devem estar atendendo as normas da ABNT e do Decreto Estadual 38069/93 – Código de obras e edificação do Município de São Paulo. Hoje com as inovações tecnológicas e com dispositivos mais modernos, projetos e execuções desses segmentos dependem da aprovação do Corpo de Bombeiros, pois até o inicio dos anos 80 as exigências limitavam-se a extintores, hidrantes e sinalizações. Na história da cidade de São Paulo podemos citar dois casos de incêndios graves: o edifício Andrauss (1972) atingido em seus 31 pavimentos, e o edifício Joelma dois anos após (1974), onde todos os seus 25 pavimentos foram atingidos. E o mais recente na mesma proporção de destruição o edifício sede I e II da CESP, localizado na Av. Paulista, em 1987 um incêndio destruiu os seus escritórios, mesmo com todo os equipamentos e dispositivos de segurança conta incêndio. Hoje o edifício Joelma é um exemplo de edificação com dispositivos contra incêndio, além de possuir uma brigada de incêndio atualizada.
  • 12. 2 Em edificações novas, é necessário o laudo de vistoria e aprovação do Corpo de Bombeiros para dar entrada no habite-se. Nas edificações antigas e nas novas raramente são utilizadas vistorias nos componentes de combate e prevenção de incêndio. Este procedimento executado periodicamente, evitariam catástrofes como as dos edifícios citados no trabalho. Um exemplo de má conservação é o edifício São Vito, localizado na Avenida do Estado próximo ao mercado Municipal e ao Palácio das Indústrias (antiga sede da Prefeitura). No edifício é raro encontrar uma tubulação e uma instalação elétrica em boas condições. Se alguma faísca sair dessas instalações, uma nova calamidade poderá acontecer. 1.1 A evolução do Corpo de Bombeiro com as inovações tecnológicas das novas arquiteturas Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do estado de São Paulo, por meio de normas, cabe regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de segurança contra incêndio nas edificações e área de risco. Em meados do séc X, o governo da província criou o corpo de bombeiros, devido a dificuldade de combater as chamas.
  • 13. 3 Quando surgia um incêndio, para poder combatê-lo, mulheres, homens e crianças ficavam em filas do poço mais próximo e de baldes em baldes passavam de mãos em mãos até chegarem nas chamas. Em 1880 houve um incêndio na faculdade de direito localizada no convento de são Francisco, atualmente faculdade de direito do largo de São Francisco. Na época não havia o serviço de bombeiros. Sendo os trabalhos realizados pelo corpo policial e dependendo da necessidade era auxiliado pelos civis. Utilizavam-se como equipamentos bombas manuais emprestadas por terceiros. Após este incêndio criou-se a instituição do Corpo de Bombeiros. Em 1882 com o decreto n.º 42 que dispunha sobre a composição e efetivos das forças policiais, estabelecendo que seriam formadas pelo: Corpo Policial Permanente, Companhia de Urbanos e seção de Bombeiros; embora ainda fossem partes dos Urbanos, foram citados de forma independente. Em 1883 a seção do Corpo de Bombeiros substituiu um tenente por um oficial que pertencia ao Corpo Policial Permanente. e logo em seguida sendo substituído por Alfredo José Martins de Araújo, vindo do Corpo de Bombeiros da Corte. No inicio dos anos 60, o Corpo de Bombeiros passou a exigir a instalação de hidrantes e extintores nos edifícios; a obediência a essas regras era garantida pelo Departamento de Água e Esgoto, atual SABESP, que não fornecia água para consumo, caso o projeto não fosse aprovado pela Corporação.
  • 14. 4 Em 1967 a estação central (localizada à Praça Clovis Beviláqua) é demolida para edificação de uma nova, concluída somente em 1975. O comando do Corpo de Bombeiros ficou itinerante por 18 anos, prejudicando a rotina administrativa, com o aumento do tempo de aposentadoria de 25 para 30 anos, os oficiais que já haviam completado 25 anos de trabalho se aposentaram, interrompendo mais uma vez a transmissão de valiosas experiências. Em seguida, são extintas de forma indiscriminada as especialidades, permanecendo apenas a de salvamento e em numero limitado. Após a criação efetiva do Corpo de Bombeiros foi criado o procedimento para combate a incêndio e com o passar do tempo a sua atividade não se limitou a combater o incêndio e sim regulamentar e vistoriar todo o processo, desde os equipamentos bem como o funcionamento dos mesmos. Os equipamentos necessários para a proteção são dimensionados de acordo com o Decreto Estadual 46076/2001 sendo que as formas de apresentação das plantas e memoriais seguem os termos das Instruções técnicas bem como a sua execução. Na parte executiva, o processo de vistoria é iniciado após a regulamentação de projetos e memoriais, onde um responsável pelo Corpo de Bombeiros é acionado a por um representante da construtora ou até mesmo o responsável técnico pelo projeto. Na vistoria é exigido o que consta no projeto aprovado do Corpo de Bombeiros.
  • 15. 5 O Corpo de Bombeiros também teve que se adequar às novas tecnologias, e não se limitou apenas a verificar posição de extintor e hidrantes e sinalizações, isso mostra que a companhia evoluiu juntamente com as inovações tecnológicas (CORPO DE BOMBEIROS, 2004). O desenvolvimento do trabalho aborda inovações tecnológicas, conceitos de prevenção e combate ao fogo com os devidos componentes.
  • 16. 6 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral O sistema de proteção contra incêndio é um item muito importante dentro do ramo da construção civil, ele também é um dos itens importantíssimos que compõem a liberação do habite-se, mediante a vistoria e laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros. O laudo é emitido após o cumprimento das normas estabelecida nos projetos do Corpo de Bombeiros todos seguem um mesmo padrão da norma da ABNT e do Decreto Estadual 38069/93, Código de obras e Edificações do Município de São Paulo. Abordam-se técnicas e regulamentações do sistema de incêndio para edificações, seja ela comercial ou residencial. 2.2 Objetivo Específico O desenvolvimento do trabalho apresenta os componentes que compõem o grupo de sistema de proteção e combate a incêndios, como, por exemplo, a pressurização de escada ou ventilação mecânica, onde o objetivo é proteger ou manter livre de fumaça a escada de segurança através de pressurização constante, bem como criar um gradiente de pressão, e conseqüentemente um fluxo de ar, tendo uma pressão mais alta nas saídas de emergência e uma pressão progressivamente decrescente
  • 17. 7 nas áreas fora da rota de fuga, outro item seria os detectores de fumaça que trabalham em conjunto com a ventilação mecânica, onde seus circuitos são ligados a um quadro de comando que este, conseqüentemente tem ligação com o quadro da ventilação mecânica. Os detectores de fumaça, são dispositivos muito sensíveis que ao detectarem fumaça acionam a ventilação de rota de fuga em caso de incêndio. O objetivo do trabalho é focado na realização do sistema de combate à incêndio, pois muitas vezes recorremos a ajuda dos serviços de um consultor especifico da área.
  • 18. 8 3 METODOLOGIA DO TRABALHO O trabalho foi desenvolvido considerando como fontes de pesquisas, normas técnicas que especificam os parâmetros necessários para a execução do sistema, catálogos de empresas, sites de Internet especializados, dos quais foram extraídos os conceitos básicos do tema em questão, já que o assunto abordado é um pouco “pobre” de material didático (livros especializados). Foram realizadas visitas técnicas em obras, onde foi feita a verificação da metodologia construtiva e de funcionamento de vários sistemas, juntando relatório fotográfico, ilustrando e dando melhor visualização.
  • 19. 9 4 JUSTIFICATIVA Com espaços cada vez mais reduzidos e com arquiteturas cada vez mais arrojados muitos projetos, sejam em obras residenciais ou comerciais, dimensionam ambientes compactos e ventilação no limite do permitido. É no projeto arquitetônico que são dimensionados as compartimentações, rotas de fuga, abrigo do gerador, barriletes; o projeto do Corpo de Bombeiro é feito em cima do que já existe, tendo como ferramenta a parte arquitetônica para dimensionar os dispositivos de proteção e combate a incêndio, como hidrantes, extintores, rede de sprinklers e sinalizações. A pretensão deste trabalho é mostrar que para atender a norma é preciso elaborar soluções otimizadas visando manter o bem estar seguro daqueles que se utilizam o espaço.
  • 20. 10 5 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO Aborda os conceitos de prevenção e combate a incêndio separadamente, ilustrando com fotos para uma melhor visualização do sistema. 5.1 Conceito de prevenção e combate ao fogo Hoje em dia é muito comum proprietários comprarem seus imóveis em edifícios e conjuntos comerciais mais sofisticados, com características próprias bem definidas, muitos se preocupando com a parte estética, ou seja, com a cor da fachada, com o caixilho que foi utilizado, se a cerâmica e o azulejo utilizado é o mesmo citado no memorial, mas acabam se esquecendo das instalações contra incêndio, muito importante tanto quanto a parte estrutural de uma edificação. Talvez por cultura, muitos chegam até questionar o local destinado a um hidrante ou a um extintor, achando que o mesmo atrapalha esteticamente o seu hall social e que os mesmos deveriam estar em um local mais escondido ((REVISTA TÉCHNE, 2004, n.88, p 48). Um edifício seguro apresenta baixa probabilidade de início de incêndio e alta possibilidade de fuga dos ocupantes, além de considerar as propriedades vizinhas e a rápida extinção do foco inicial. O risco de incêndio a que está sujeito um edifício não pode ser medido com tanta facilidade, o problema é evidente em edifícios industriais, comerciais e armazéns onde se armazenam produtos inflamáveis, nesses casos os procedimentos devem ser muito específicos, diferentes dos edifícios residenciais, onde o grau de exigência
  • 21. 11 é menos, pois os danos devido a isso somente são medidos após o surgimento do fogo, quando se é tarde demais. Existem normas regulamentadas pelo poder público para o uso correto, dimensionamento e especificações dos sistemas de proteção e combate a incêndio, sendo o fator primordial a preservação da vida humana e em seguida à propriedade. A regulamentação pode ser dividida em dois pontos, um ligado ao outro: o primeiro desde a criação do projeto, execução e manutenção; o segundo no treinamento dos ocupantes, no que se diz respeito, ao uso dos equipamentos formando as brigadas de incêndio. O grau de risco de uma edificação está ligado na sua ocupação, ou seja, um edifício residencial apresenta um grau de risco menor do que um armazém de papelão, um armazém onde se estocam fogos de artifício sendo esses parâmetros abordados pelo Decreto Estadual. No projeto arquitetônico estão centralizadas as soluções do Sistema Global de Segurança, cabe ao arquiteto coordenar os projetos de elétrica, hidráulica e segurança, mas a responsabilidade pelos projetos em si não cabe ao arquiteto, mas aos respectivos projetistas. (REVISTA TÉCHNE, 2004). O projeto arquitetônico deve prever as devidas compartimentações para evitar propagação de fogo, fumaça e gases de um ambiente ou pavimento para outro, se a
  • 22. 12 preocupação com a segurança for presente pode ser feito uso de materiais que contribuam para a extinção ou retardamento da propagação do fogo. “A segurança e conforto dos usuários é compromisso primordial do arquiteto, a liberdade de criação não é comprometida pela legislação, mas sim favorável pelo embasamento para a busca de novas soluções”. (REVISTA TÉCHNE, 2004). Processos como a compartimentação de um ambiente envolve medidas de proteção passiva e é constituída de elementos de construção resistentes ao fogo. O objetivo é evitar ou minimizar a propagação do incêndio, do calor e dos gases. Procedimentos que evitam a dispersão de gases e fumaça. 5.2 Tipos de compartimentações Existem dois tipos de compartimentações, a horizontal e a vertical. A horizontal visa o isolamento de risco ou a simples divisão interna de ambientes evitando que o fogo se propague de um ambiente para o outro. A compartimentação vertical serve para que o isolamento do fogo não se propague de um pavimento ao outro. “A compartimentação vertical pode ser feita no interior do edifício com o uso de entre pisos, lajes de concreto armado ou protendido ou materiais que garantam a isolação com elementos construtivos que são: parede corta fogo, portas corta fogo, afastamento horizontal entre aberturas entre outros”.(REVISTA TÉCHNE, 2004).
  • 23. 13 Esses elementos seguem normas que regulamentam as suas propriedades; porta corta fogo deve suportar duas horas de fogo conforme NBR 11742 e NBR 11711, a parede corta fogo devem ser estendidas 1m acima da linha do teto. Ou na sua envoltória que pode ser atendida de duas formas. A primeira exige que aberturas de pavimentos consecutivos sejam distanciadas em, no mínimo 1,20 m, se isso não for possível é necessário o prolongamento da laje como uma aba, essa aba deve ter no mínimo 0,90m além da fachada. As fachadas que possuem arquiteturas diferenciadas como as envidraçadas, devem ser dimensionadas com materiais incombustíveis e atrás do pano de vidro, devem exigir elementos resistentes ao fogo, que garanta a separação de 1,20m entre piso. 5.3 Inovações no mercado com o uso de software Existem hoje vários sistemas de prevenção de incêndio, pois um projeto bem executado deve ser pensado em componentes de prevenção e na seqüência, os de combate. No mercado existem empresas especializadas em software que auxiliam no desenvolvimento de projetos de instalações, com soluções integradas com Autocad, com propostas de instalações elétricas, hidráulica e também de incêndio, com dimensionamentos de hidrantes e sinalizações. O software apresenta também uma listagem dos possíveis materiais que pode-se utilizar na execução do projeto, estas listagens também vem vinculado a um orçamento com base de custo.
  • 24. 14 5.4 Sistema de prevenção de incêndio. “Entende-se por prevenção o conjunto de medidas e atitudes tomadas para evitar que o incêndio comece, protegendo assim, os ocupantes ”.(REVISTA TÉCNHE, 2004, n. 88, p. 48). O que se diz respeito à prevenção de incêndio, todas as exigências devem ser atendidas no projeto de instalações. O projeto arquitetônico deve prever as devidas compartimentações para evitar propagação do fogo, fumaça e gases de um ambiente para o outro. As distâncias a serem percorrida e a população do edifício devem ser calculadas no projeto, para assim dimensionar a rota de fuga. Um dos componentes muito usados nos projetos é a escada pressurizada, usando a pressão atmosférica que é maior que a pressão dos gases gerados em um possível incêndio. 5.4.1 Escada pressurizada A escada pressurizada tem como objetivo crias condições de fluxo de ar, por meio de ventilação mecânica que impeçam que a fumaça de um incêndio se propague além das portas das referidas escadas. Elementos básicos de um sistema de pressurização são: A – sistema de acionamento e alarme B – ar externo suprido mecanicamente C – trajetória de escape de ar
  • 25. 15 D – fonte de energia garantida O nível de pressurização a ser utilizado para fins de projetos não deve ser maior que 60Pa, com todas as Porta Corta Fogo (PCF) de acesso fechada. A escada pressurizada pode ser dimensionada de duas formas. A primeira forma, a pressurização é solicitada somente em caso de emergência, geralmente esse sistema é interligado com o de detector de fumaça que a qualquer sinal de fumaça a pressurização é acionada (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 a). Neste sistema de pressurização de escada, a Porta Corta Fogo (PCF) podem ser mantidas abertas, desde que as mesmas sejam feitas com o sistema de eletroímã. (REVISTA TÉCHNE, 2004). A segunda forma a pressurização trabalha com uma rotação do motor menor, mas constante, essa forma é a mais recomendada pelo Corpo de Bombeiro porque ela mantém um nível permanente de proteção, além de propiciar a renovação de ar no volume da escada (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 a). O sistema de pressurização deve atender algumas exigências como: sistema de acionamento de alarme, trajetória de escape do ar e fonte de energia.
  • 26. 16 Esse escape é feito por grelhas de insuflamento, distribuídas em andares alternados, os pontos de saída deverão ser balanceados para permitir a saída de quantidades iguais de ar em cada grelha, devendo obrigatoriamente haver uma grelha no piso de descarga e uma no ultimo pavimento. A figura 5.1 ilustra melhor visualização do sistema. Figura 5.1 - Esquema geral do sistema de pressurização (REVISTA TÉCHNE, n.88, Julho 2004). Independente da forma de dimensionamento, ou seja, se a escada pressurizada trabalha na rotação mínima, ou na rotação máxima, que só é acionada em conjunto com os detectores de fumaça, são ligados a centrais ou quadros elétricos que juntos formam o sistema de detecção e alarme de incêndio.
  • 27. 17 Essa central geralmente fica locada na guarita ou na sala de segurança em empreendimentos maiores. Deve ser assegurado o fornecimento de energia elétrica para o sistema de pressurização e de segurança existente na edificação durante o incêndio, de modo a garantir o funcionamento e permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação. O edifício deve possuir um sistema de fornecimento de energia de emergência por meio de um grupo moto gerador automatizado de acordo com as Normas. O grupo gerador é acionado automaticamente quando houver interrupção no fornecimento de energia normal para o sistema de pressurização. Os demais sistemas, como iluminação de emergência, registros corta fogo, bombas de pressurização hidráulicas de incêndio, poderão ser alimentados pelo mesmo grupo motos geradores automatizados. Como já citado anteriormente, o comando elétrico de funcionamento do grupo moto ventilador (pressurização de escadas), na situação de emergência deve se dar a partir de um sistema automático de detecção de fumaça. (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 a). 5.4.2 Sistema de detecção e alarme Conforme Secretaria de Segurança Pública (2001c), o projeto de sistemas de detecção e alarme de incêndio tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para o dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio.
  • 28. 18 Todo o sistema de detecção e alarme deve possuir duas fontes de alimentação, a principal é a rede de tensão alternada e a auxiliar é constituída por baterias ou grupo moto gerador como já citado. Esta fonte de energia auxiliar deve ter autonomia de funcionamento de pelo menos 24 horas em regime de supervisão, sendo que o regime de alarme deve ser de no mínimo 15 minutos para suprimento das indicações sonoras e/ou visuais ou o tempo necessário para a evacuação da edificação. As centrais de detecção e alarme deverão ter dispositivos de testes dos indicadores luminosos e dos sinalizadores acústicos. Nas centrais de detecção ou alarme é obrigatório conter um painel ilustrativo indicando a localização com identificação dos acionadores manuais ou detectores dispostos na área da edificação. Nos locais onde, a atividade sonora (alarme), por qualquer que seja o motivo, não puder ser instalada, é obrigatório o uso de sinalizadores visuais. 5.4.3 Controle de fumaça O objetivo do dimensionamento do controle de fumaça é manter um ambiente seguro nas áreas onde o confinamento de fumaça pode prejudicar a rota de escape, evitando assim a intoxicação, falta de visibilidade pela fumaça, controle e redução da propagação de gases e fumaças entre as áreas incendiadas (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001 b).
  • 29. 19 O controle de fumaça pode ser dimensionado de duas formas, mecânicas ou natural ou usando as duas formas de extração do ar. A escolha do sistema a ser adotado fica por conta do projetista, desde que atenda as exigências da norma. A figura 5.2 demonstra o controle de fumaça feito por extração natural. Figura 5.2 - Controle de Fumaça – Extração Natural (CORPO DE BOMBEIROS, 2001b). Alguns cuidados devem ser observados no projeto de execução do sistema, adotando a sua entrada em operação no inicio do incêndio, evitando assim condições perigosas como a explosão ambiental “backdraft” ou o aumento da temperatura do local onde o incêndio se iniciou. Para evitar situações perigosas como estas, deve ser previstos o intertravamento da abertura de extração de fumaça e a introdução de ar somente da área sinistrada e a insuflação de ar no ambiente no menor tempo possível, para assim evitar a explosão. O sistema de controle de fumaça é dimensionado para áreas amplas como subsolos, espaços amplos e com grande volume, átrios etc.
  • 30. 20 Faz parte do sistema de controle de fumaça tanto a natural como a mecânica: - grelhas - Aberturas de entrada - venezianas - Abertura de ar por insuflação - Dutos e peças especiais - Mecanismos elétricos pneumáticos e mecânicos de acionamento dos dispositivos de extração de fumaça É recomendável o hábito de testes periódicos do sistema, conforme descrito abaixo, mantendo assim o equipamento sempre em perfeitas condições, pois assim que solicitado possa responder imediatamente. Os meios testes não devem ser obtidos por equipamentos especiais, mas baseado nos próprios equipamentos constituintes do próprio sistema. Os testes periódicos podem ser divididos em três categorias: - Testes dos componentes do sistema - Testes de aceitação - Testes periódicos “Falando separadamente de cada um deles”. (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2001b).
  • 31. 21 - Testes dos componentes, o objetivo deste teste é o de estabelecer que a instalação final esteja adequada ao que foi descrito no projeto, funcione corretamente e esteja pronta para o teste de aceitação. - Teste de aceitação deve confirmar que as instalações finais dos equipamentos estejam de acordo com o projeto e funcionamento apropriado. - Testes periódicos, a realização deste teste devem ser feita semestralmente por pessoas habilitadas pela instaladora ou pessoas treinadas pela mesma, e como já dito, serve para saber se o equipamento está em perfeitas condições no caso seja solicitado. 5.5 Sistema de combate ao incêndio Combater ao fogo, entende-se que o fogo já se iniciou. Um projeto eficiente de segurança contra incêndio deve prever situações atípicas. O combate ao fogo é feito através dos equipamentos e meios que possibilitem a extinção do fogo. Assim, cada vez mais, brigadas de incêndio bem treinadas e edifícios cada vez mais equipados com sistemas de alarmes e detecção automática, tem mantido com sucesso o combate ao foco inicial do fogo, preservando a vida humana, e o mínimo de perdas materiais. As exigências do sistema de segurança são feitas em função da classificação de cada edifício. O Decreto Estadual Paulista classifica em 12 grupos que se dividem em subgrupos mais específicos. Por exemplo, a altura do edifício, quanto maior o edifício, maior a dificuldade de acesso das equipes no combate ao fogo, logo,
  • 32. 22 edifício neste perfil exige um grau de maior nas exigências dos sistemas de combate. 5.5.1 Precauções contra o início do incêndio - Correto dimensionamento e execução das instalações elétricas; - Correto dimensionamento das compartimentações; - Uso de materiais contra incêndio como PCF, blocos cerâmicos. 5.5.2 Limitação do crescimento do incêndio - Controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos; - Brigada de incêndio atualizada; - Perfeitas condições de funcionamento dos equipamentos. 5.5.3 Equipamentos manuais Extintor: aparelho portátil ou sobre rodas destinados a combater princípios e incêndio. Mangotinhos: conta com saída simples de água, dotada de válvula de abertura rápida, mangueira, esguicho regulável. Pode ser acionada por uma pessoa e não precisa ser desenrolado.
  • 33. 23 Hidrante: ponto de saída de água com válvula contendo adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio. Neste caso precisa de duas ou mais pessoas para o seu manuseio e tem maior vazão que o mangotinho. Chuveiros automáticos: sistema pressurizado de tubulações, acessórios, abastecimento de água, válvulas e dispositivos sensíveis à elevação de temperatura. Os gases quentes esquentam as ampolas, que estouram, liberando a água para combater o foco inicial. Detecção: dispositivo acionado por fumaça ou gases detecta princípios de incêndio e dispara alarmes, acionando a brigada. (REVISTA TÉCHNE, 2004). 5.6 Formas de propagação “A transmissão de calor entre materiais pode ocorrer de duas formas distintas. Por condução e por convenção. Embora ajam conjuntamente as propagações são iniciadas pela predominância de uma delas. O incêndio e a sua duração estão relacionados à quantidade de combustível disponível, é importante entender a mecânica do calor”. (REVISTA TÉCHNE, 2004).
  • 34. 24 5.6.1 Condução Para que o calor seja propagado por condução, as chamas precisam atingir os objetos e materiais diretamente. Dessa forma, o incêndio pode ser propagado horizontalmente ou mesmo entre andares próximos. 5.6.2 Convenção A propagação por convenção ocorre com freqüência por meio de dutos, elevadores e escadas, atua por meio da troca entre gases quentes e frios e provoca o surgimento de focos de incêndio em andares distintos. 5.6.3 Evolução do fogo Quatro componentes devem estar presentes para o surgimento do fogo. O combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia. Para extinguir um foco é necessário atuar diferentemente em cada um desses elementos. Quatros são as fases que atravessa um incêndio, a fase inicial de elevação de temperatura, fase de aquecimento, fase de resfriamento e a extinção. A primeira é caracterizada pela inflamação dos materiais no recinto. Quando há caminhos para a propagação do fogo para outros materiais e objetos ocorre à elevação da temperatura e o surgimento de fumaça e gases inflamáveis, a partir desse momento o incêndio ganha força e todos os materiais são inflamados, tornando impossível a sobrevivência no ambiente e os gases são expelidos pelas janelas e portas.
  • 35. 25 5.7 Classes de incêndio “O incêndio é dividido ou classificado por classes, variando do material em questão” (MACINTYRE, 1996, p. 325). I. Classe A – fogo em materiais comuns de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, deixando resíduos. É o caso da madeira, tecidos, lixo comum e papel, fibras, forragem etc. a estes poderia acrescentar alguns outros como o carvão, coque, filmes e material fotográfico. II. Classe B – fogo em inflamáveis que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, querosene, solventes, borracha, óleos vegetais e animais. III. Classe C – fogo em equipamentos elétricos energizados (motores, geradores, transformadores, reatores, aparelhos de ar condicionado, televisores, rádios, quadros de distribuição). IV. Classe D – fogo em metais piroforos e suas ligas (magnésio, sódio, potássio, alumínio, titânio e outros). Inflamam-se entre si em contato com o ar ou produzem centelhas e até explosões, quando pulverizados e atritados. V. Classe E – materiais radioativos - Ponto de fulgor acima de 60° e abaixo de 93,4°C.
  • 36. 26 5.7.1 Instalação X material incendiado “A escolha da substância com a qual se irá apagar o incêndio, o tipo de instalação e o modo de executá-la dependem da natureza do material cujo incêndio se cogita debelar”. (MACINTYRE, 1996, p. 325). Existem materiais combustíveis cujo incêndio pode ser apagado com diversas substancias, como é o caso da madeira, papel e tecidos, mas há outros que o incêndio só pode ser contido e apagado com produtos especiais, que é o caso do álcool, solventes e muitos outros. No caso dos óleos, querosenes e solventes minerais, a escolha do produto extintor e do sistema depende do ponto de concentração dos mesmos. 5.7.2 Água A água tem a grande capacidade de absorver calor, o que a torna uma substancia muito eficaz para resfriar os materiais e apagar o incêndio (MACINTYRE, 1996). 5.7.3 Formas de utilização A ) Jato. Usam-se bocais com ponteiras ligadas a mangueiras que, por sua vez recebem a água escoada em encanamentos que formam a rede de incêndio.
  • 37. 27 B ) Aspersão. Empregam-se aspersores especiais de funcionamento automático que são os chamados sprinkler, a água pulverizada forma um chuveiro sobre o local onde irrompeu o incêndio, e o vapor d’ água formado com a água espargida constitui, por si, uma barreira à penetração do oxigênio, elemento que, por ser comburente, alimenta a combustão. C) Nebulizadores - Bico especial destinado a realizar o resfriamento de tanques de armazenamento de derivados de petróleo ou álcool. 5.7.4 Espuma O sistema utilizado como espuma mecânica é aconselhado para líquidos inflamáveis, derivados de petróleo e solventes, e consiste no lançamento, sobre o local do incêndio de considerável quantidade de espuma. A espuma é obtida pela mistura com a água de um agente formador de espuma, que é um produto de base proteínica, fazendo incidir um jato de ar com o auxilio de um ejetor especial conhecido como formador de espuma. O lançamento da espuma é realizado com dispositivos especiais e por canhões ou esguichos dotados de produtor de espuma. Esse sistema é usado em instalações onde são armazenadas grandes massas de líquidos inflamáveis, como gasolina, álcool, solvente, etc.
  • 38. 28 5.7.5 Gás carbônico e o seu emprego “O gás carbônico (CO2), é um gás inodoro e incolor, 15 vezes mais pesado do que o ar, mal condutor de eletricidade, que não é tóxico nem corrosivo. Entretanto, pode causar a morte por asfixia, cegar e produzir queimaduras na pele pelo frio”.(MACINTYRE, 1996, p. 329). O efeito produzido pelo CO2 na extinção dos incêndios decorre do fato de que ele substitui rapidamente o oxigênio do ar, seu volume pode expandir-se 450 vezes. É armazenado em garrafões cilíndricos de aço sob alta pressão que podem ser agrupados em baterias em instalações centralizadas. A atuação dos dispositivos automáticos de lançamento de CO2, pode ser feita por sistemas elétricos, mecânicos ou pneumáticos acionados por detectores de fumaça ou calor. O gás carbônico é lançado sob as formas de gás, neve ou de neblina, dependendo do bico utilizado para o seu lançamento. O seu emprego é recomendado para: - Centro de processamento de dados, instalação de computadores. - Indústrias químicas - Cabines de pintura - Centrais térmicas, geradores diesel elétricos. - Bibliotecas, museus e caixas fortes. (BORGES E BORGES, 1992).
  • 39. 29 5.7.6 Pó químico O pó químico é fornecido em extintores portáteis com mangueiras de ate 10m, os quais nos tipos de maior capacidades podem ser colocadas em carrinhos com rodas de borracha. É empregado no combate a incêndio em industrias, refinarias, fabricas de produtos químicos aeroportos, etc. O produto químico básico é o bicarbonato de sódio micropulverizado, tratado de modo a não absorver umidade, ou o sulfato de potássio, substâncias não tóxicas que podem ser armazenadas por tempo indeterminado. 5.7.7 Freon 1301 – Sistema Sphreonix O freon é utilizado com excelentes resultados no combate a incêndio de madeira, papel, algodão, tecidos, líquidos inflamáveis, gasolina, computadores, etc. Esse gás inibi a reação da combustão, é armazenado em recipiente de forma esférica, de dimensões reduzidas, o qual é colocado no teto sobre o local a proteger. 5.7.8 Hallon 1301 Gás com as mesmas propriedades que o freon 1301, sendo utilizado das mesmas formas.
  • 40. 30 5.8 Instalações de combate a incêndio com água Sistema sob comando (regido pela NBR 24/57), assim é chamado à tomada d’água ao local incendiado, com a correta localização das caixas de hidrantes, assim permite o uso de mangueiras e seus respectivos componentes. 5.8.1 Hidrante ou tomada de incêndio É o ponto de tomada d’água, com registros e união tipo engate, no interior de edificações é colocado nas caixas de incêndio distribuídos nos pavimentos. Os hidrantes são dimensionados em prumadas próprias e destinadas a combater o incêndio em qualquer ponto do edifício com o auxilio de mangueiras de 30m de comprimento, sem contar os 7m que o jato alcança com a pressão da água. Nos edifícios além da prumada de incêndio, é destinado, também nos barriletes inferior e superior o dimensionamento dos reservatórios, ou seja, é obrigatório deixar nos reservatórios superiores a reserva do corpo de bombeiros, tal dimensionamento é capaz de garantir um suprimento de meia hora alimentando os hidrantes. Um tubo é colocado na altura citada acima para a alimentação dos ramais que vai atender o consumo de: lavatórios, vasos sanitários, chuveiros, etc. E no fundo do reservatório sai à ligação dos ramais para a prumada de incêndio, que em cada pavimento servem os hidrantes. Essas colunas ao atingirem o térreo ou o subsolo (se existir) se ligam a uma tubulação que liga até a rua o hidrante de passeio, permitindo assim o abastecimento por fonte externa (MACINTYRE, 1996).
  • 41. 31 Deverá ser instalada uma válvula de retenção junto à saída da tubulação para o auxilio ao combate a incêndio. O hidrante de recalque devera ser colocado em caixas embutidas no passeio, com tampa metálica identificada e com dimensões mínimas de 0,40 x 0,60m. A reserva para o incêndio é fixada pela legislação estadual e depende do número de pavimentos, como mostra a figura 5.3. Figura 5.3 - Esquema ilustrando a reserva de incêndio (PIOLLI, 2003). Alem da reserva do Corpo de Bombeiros nos reservatórios, é necessário o uso de uma bomba de incêndio que vai dar pressão nos últimos pavimentos onde a pressão d’água não é muito grande, esse dispositivo é acionado manualmente através de botoeiras locadas ao lado dos hidrantes. Essas botoeiras geralmente são colocadas nos dois últimos andares, para o seu acionamento é necessária à quebra do vidro existente.
  • 42. 32 Cada hidrante é composto de: - Um registro de gaveta de 2 ½” - Mangueira - Chave - Bocal - Nebulizador - Uma junta Storz de 2 ½ que permite a adaptação da mangueira do Corpo de Bombeiro. - Uma redução de 2 ½” para 1 ½” para permitir a adaptação da mangueira do hidrante. A figura 5.4 ilustra os componentes do hidrante. Figura 5.4 - Caixa de incêndio com hidrante (PIOLLI, 2003).
  • 43. 33 5.8.2 Sistemas de chuveiros automáticos Sistemas de chuveiros automáticos, mais conhecidos como sprinkler, nada mais é que uma rede de encanamento ligado a um reservatório ou muitas vezes a uma bomba. A NBR 6135/80, dita as condições técnicas mínimas a que devem satisfazer os chuveiros automáticos ou sprinkler. A figura 5.5 ilustra o sprinkler e seus componentes. Figura 5.5 - Sprinkler e seus componentes (MACINTYRE, 1996). O sprinkler é composto de uma ampola na qual contém um líquido que se expande sob a ação do calor, com o rompimento da ampola há liberações do fluxo de água. Há casos onde o combate ao fogo com água é desaconselhável, então a rede de sprinkler deve ser alimentada com outro tipo de fluido, um alarme sonoro deve ser acionado sempre que um ou mais sprinkler entra em operação. Na tabela 5.1. pode- se observar a relação da coloração da ampola com a temperatura.
  • 44. 34 Tabela 5.1 - Elementos da ampola, coloração e temperatura TEMPERATURA NOMINAL ºC COLORAÇÃO DE LIQUIDOS 57 LARANJA 68 VERMELHO 79 AMARELO 93 VERDE 141 AZUL 182 ROXO 183 A 260 PRETO (BORGES E BORGES, 1992) A posição de instalação do sprinkler é identificada pelo formato do defletor e pode ser - Pendente (para baixo) – com a letra H - Em pé (para cima) – com a letra F - Lateral (de parede) – letra código L, M ou N. Para se dimensionar a rede de sprinkler deve-se obedecer algumas classificações: a) Risco pequeno - Hospitais, escolas, escritórios (com exceção) e prédios de apartamentos. b) Risco médio - Edifícios comerciais e industriais com manuseio, processamento e estocagem de materiais de combustão. c) Risco grande – fogos de artifícios, pneus, tintas e vernizes, espuma de plásticos.
  • 45. 35 O dimensionamento da rede é calculado através da área a ser protegida e do grau de risco. Abaixo a tabela 5.2 que visualiza o grau de risco. Assim com os hidrantes a rede de sprinkler também exige uma reserva no reservatório e o seu valor é medido em função da quantidade de bicos projetados. Conforme (Borges e Borges, 1992). Tabela 5.2 - Número de sprinkler ÁREA POR ESPAÇAMENTO ENTRE DENSIDADE MÉDIA VAZAO RESERVA RISCO SPRINKLER M² SPRINKLER (M) MM / MIN L/MIN TÉCNICA M³ PEQUENO 21 4,5 2,25 47 9,0 A 11 MÉDIO 12 4 5 60 55 A 185 GRANDE 9 3,5 7,5 67,5 225 A 500 (BORGES E BORGES, 1992) A distância da parede em relação à tubulação de sprinkler é a metade do espaçamento entre dois sprinkler. A tubulação do sprinkler é fixada através de braçadeiras e dependendo do local onde se destina à tubulação podem ser escondidas pelos forros, dando assim uma estética melhor ao ambiente. A utilização de forros é mais usadas em halls sociais, dentro de escritórios, etc. Em subsolos geralmente a tubulação fica aparente (MACINTYRE, 1996).
  • 46. 36 As tubulações para o sistema são compostas de: - Coluna de alimentação – deriva dos barriletes e alimenta os ramais em cada pavimento. - Ramal – tubulação que deriva da coluna e alimenta os sub-ramais - Sub-ramal – tubulação que deriva do ramal e alimenta até seis sprinklers. A figura 5.6 ilustra os ramais e sub-ramais. Figura 5.6 - Distribuição básica da rede sprinkler (MACINTYRE, 1996). 5.9 Rede elétrica, um foco de problemas. Na compra de utensílios para casa, poucos são aqueles que se preocupam em verificar se os materiais que estão comprando para a sua instalação estão dentro dos padrões estabelecidos, o problema é que o uso do produto não certificado pode provocar a ocorrência de curtos-circuitos e incêndio de grandes proporções, colocando em risco a vida daqueles que ocupam aquele imóvel.
  • 47. 37 Produtos dentro da norma têm a garantia oferecida pelo fabricante, que, em caso de faísca o fogo não se propaga, evitando assim que um problema pontual numa tomada ou num ponto de luz, não se propague pela rede elétrica da casa toda. Todos os equipamentos que compõem a rede elétrica como disjuntores, tomadas, fios, bem como os eletrodomésticos devem ser certificados pelo selo do INMETRO, incluindo a tinta utilizadas em parede, peça de porcelana do banheiro, tubulações, pisos entre outros. Produtos com certificação têm um risco menor de acontecer acidentes, já que o fogo não se espalha e pode ser controlado facilmente. No caso de fios elétricos, o material utilizado no isolamento dos fios, ou seja, à parte de cobre é feito de um material anticombustão que não propaga o fogo. Quando ocorre algum problema pontual em uma rede elétrica, o fogo não se propaga, garantindo assim somente a queima do material e não o alastramento de chamas ao longo da rede. A utilização do dispositivo DR, ou seja, um disjuntor que fica no quadro elétrico de distribuição garante que nenhuma sobrecarga entre na sua rede, danificando seus eletrodomésticos. O DR identifica a sobrecarga e desarma os disjuntores do quadro geral, garantindo assim que algum acidente venha ocorrer, como a queima da rede elétrica toda de um apto, por exemplo.
  • 48. 38 5.10 Inspeção predial contra incêndio A inspeção predial pode ser uma ferramenta a favor daqueles que tem interesse por um imóvel ou daqueles que zelam pela saúde da edificação que gerenciam e conseqüentemente zelando pelo valor do patrimônio. (REVISTA TÉCHNE, 2004). A norma de inspeção do IBAPE-SP define como inspeção predial: “a vistoria da edificação para determinar suas condições técnicas, funcionais e de conservação, visando direcionar o plano de manutenção”, através de relatórios, onde nestes relatórios podemos observar e acompanhar o andamento das correções às não conformidades apontadas. A vistoria preventiva pode ser realizada por um profissional habilitado como pede a norma, pode ser realizada também pelo conselho do condomínio, desde que seja feito um relatório, tipo “check list”, onde o mesmo deve prever recomendações de ações para a equipe de manutenção. A análise dos laudos permite o grau de aprimoramento ou deterioração do edifício ao longo do tempo. No caso de condomínios novos a responsabilidade é da construtora, até o condomínio ser entregue definitivamente ao conselho. Um dos grandes problemas que encontramos nas edificações vem da falta de conscientização dos seus usuários, além da falta de manutenção preventiva e corretiva do sistema de proteção contra incêndio.
  • 49. 39 5.11 O Instituto de Resseguros do Brasil O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, graças ao então presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no País era feita quase totalmente no Exterior, de forma direta ou por intermédio de companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favorecer o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia, tornava urgente a organização de uma entidade nacional de resseguro. Dando inicio as atividades do IRB, uma sociedade de economia mista, ligada ao Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, com o objetivo de regulamentar o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o desenvolvimento das operações de seguros no País. 5.11.1 Definição de Resseguro Resseguro é o seguro do seguro. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte dele, a uma resseguradora. Ex. uma seguradora de uma instituição financeira. O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado.
  • 50. 40 Muitas vezes, os valores envolvidos nos contratos de seguro são tão altos que mesmo o resseguro necessita de cobertura. Nesse caso, a pulverização de risco é feita entre resseguradoras internacionais recebendo o nome de retrocessão. Quanto maior o valor do contrato, maior a necessidade de envolvimento de um grupo maior de empresas. Além de pulverizado entre as resseguradoras, o valor do bem segurado também pode ser dividido entre duas ou mais seguradoras. Essa operação é chamada de cosseguro, onde são emitidas tantas apólices quantas forem as empresas envolvidas, ou apenas uma apólice para uma das companhias, denominada líder. O resseguro também é aplicado a área de prevenção e combate a incêndio, não temos idéia do que se perdeu no sinistro do edificio joelma, muitos documentos, dados importantíssimos das empresas que ali se estabelecia. As seguradoras conveniadas ao IRB tem assim uma cobertura, que em certos casos por si só, não teriam como cobrir possíveis danos.
  • 51. 41 6 CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SPAZIO VITTA Condomínio Residencial SPAZIO VITTA, localizado à Rua das Giestas, 63 – Vila Prudente – São Paulo – SP, composto por duas torres de 15 pavimentos tipo e dois subsolos, somando assim um total de 45m de altura do piso de acesso ao piso mais elevado. O empreendimento possui uma área construída de 17.038,12 m2 , sendo desse total 2.335,40 m2 de subsolo destinado a garagem. A proposta do sistema de segurança foi elaborada pela TATI Construtora e Incorporadora e Coinstal Eletricidade e Hidráulica, tendo como responsável técnico o Engº Arnaldo Goldstein. 6.1 SISTEMAS DE PROTEÇÔES EXISTENTES Tabela 6.1 – Sistema de proteções existentes SISTEMA NORMA ADOTADA SISTEMA NORMA ADOTADA Sist de extintores Dec. Est. 38069/93 Compartimentação Vert. Dec Est. 38069/93 Sist de hidrantes Dec. Est. 38069/94 Chuveiros automáticos - Sist de ilum de emergência NBR 10898/90 Brigada de incêndio Exigi. Municipal Sist de detecção e alarme NBR 9441/94 Sistema de para raio NBR 5419 Sinal seg c/ inc. Pânico NBR 13434/35/37 Escada Pressurizada IT - CB 010/33/99 Rotas de escape NBR 9077/93 Instalações elétricas NBR 13522/96 Isolamento de risco Dec Est. 38069/93 Compartimentação Horiz. Dec Est. 38069/94
  • 52. 42 6.1.1 Sistemas de extintores Objetivo: Proporcionar combate ao foco de incêndio, efetuando a sua extinção. O empreendimento é composto por 94 extintores manuais sendo 46 de água pressurizada de 10 litros, 06 de gás carbônico de 06 quilos e 42 de pó químico seco de 04 quilos. Os extintores estão localizados no hall social fixados na altura de 1,60 metros entre os apartamentos, conforme mostra a figura 6.2, no térreo e nos subsolos, figura 6.1. Figura 6.1 - Extintores
  • 53. 43 Figura 6.2 – Extintor localizado no Hall social 6.1.2 Sistema de hidrante Objetivo: Proporcionar combate e extinção de incêndio, evitando a sua propagação, com a utilização de água. O empreendimento é composto por um total de 38 hidrantes, sendo um a cada pavimento e dois no subsolo, com diâmetros dos esguichos de 13mm e 16mm.
  • 54. 44 O diâmetro da mangueira (mm) e comprimento (m) é de 38 x 20 e 30 m. O material utilizado para as instalações é o ferro galvanizado. A tubulação utilizada foi de 63mm, para a sucção da bomba de 75 mm e expedição do hidrante 63mm. Figura 6.3 - Hidrante O acionamento da bomba de incêndio é feito através de botoeiras liga-desliga posicionadas nos dois últimos pavimentos conforme figura 6.4. Figura 6.4 – Botoeira liga/desliga
  • 55. 45 As características da bomba de incêndio, conforme mostra a figura 6.5, são: A) vazão 400 LPM B) Pressão 10 MCA Figura 6.5 – Bomba de incêndio 6.1.3 Sistema de iluminação de emergência Objetivo: Proporcionar adequada iluminação nos ambientes, em caso de interrupção de energia elétrica permitindo o abandono da população da edificação . A iluminação de emergência, demonstrada na figura 6.6, é distribuída nas escadarias, barriletes, casa de máquina dos elevadores, abrigo do gerador, casa de maquina da pressurização e subsolos, todas alimentadas pelo gerador que fica localizado no 1º subsolo.
  • 56. 46 Figura 6.6 – Iluminação de emergência O grupo moto gerador também foi dimensionado para os 04 elevadores existentes pelo sistema (DAFF), ou seja, os elevadores de serviço, onde estiverem descem até o pavimento térreo, mantém as portas abertas e sai de funcionamento e os elevadores sociais após os de serviço pararem funcionam normalmente. 6.1.4 Sistema de detecção e alarme Objetivo: Alertar as pessoas da existência de um foco de incêndio. O tipo de detector utilizado no condomínio foi o tipo iônico, conforme figura 6.8. O tipo iônico é capaz de detectar produtos de combustão antes mesmo da presença de fumaça visível. Raio máximo de ação é de 81m.
  • 57. 47 Na figura 6.7 mostra o painel da central de alarme. Figura 6.7 – Central de Alarme Figura 6.8 – Detector de Fumaça
  • 58. 48 6.1.5 Isolamento de risco Objetivo: Evitar que o foco se propague de entre as torres. As torres são separadas com afastamentos e recuos: A) lateral direito 6.0 m B) lateral esquerdo 6.0 m C) frente 6.50 m D) fundos 14.50m O material das paredes corta fogo é o bloco cerâmico que tem o tempo de resistência ao fogo de 2 horas. 6.1.6 Compartimentação horizontal Objetivo: evitar a propagação de incêndio de um ambiente a outro no plano horizontal. A área máxima de compartimentação por pavimento é de 336,26m2 O material usado na compartimentação e sua resistência ao foco são os blocos cerâmicos.
  • 59. 49 6.1.7 Compartimentação vertical Objetivo é evitar a propagação de fogo, fumaça e gases de um pavimento a outro. A construção possui dutos de serviços (shafts) de eletricidade, telefonia. Os isolamentos entre os pavimentos nos shafts foram feitos por meio de laje de concreto e alvenaria. 6.1.8 Brigada de incêndio No ato da entrega do condomínio em assembléia geral, foi orientado quanto a importância da formação da brigada de incêndio, que é habilitar um grupo de pessoas do condomínio a promover a prevenção e ensinar a operar os equipamentos de combate a incêndio, bem como orientar a população durante o abandono em caso de sinistro. Até a realização deste trabalho, o condomínio não formou a sua brigada de incêndio. 6.1.9 Para Raio O Objetivo: do para raio é proteger as pessoas, edificações e equipamentos contra descargas elétricas atmosféricas. O tipo de sistema utilizado no empreendimento é a gaiola Franklin.
  • 60. 50 6.1.10 Escada pressurizada Objetivo: Proporcionar o controle de fumaça através de pressurização das escadas de segurança protegidas, a fim de possibilitar o escoamento da população da edificação de forma segura. O tipo de pressurização utilizada no empreendimento é o de dois estágios, sendo o 1º estagio 15 Pa e o 2º estágio de 50Pa. O primeiro estágio o ventilador estará funcionando com motor na menor rotação e com a previsão de operação ininterrupta, na figura 6.9 mostra detalhes do motor. Figura 6.9 – Motor de pressurização
  • 61. 51 O segundo estágio, o sistema entrará em operação automaticamente através dos detectores de fumaça, colocando o ventilador no dobro da rotação e o dobro da rotação, pela reversão das chaves elétricas. A vazão e pressão do motor-ventilador empregados no 1º e 2º estágio são: Primeiro estágio: Vazão: 13.108 m3 /h Pressão : 200 Pa Segundo estágio: Vazão 26.815 m3 /h Pressão: 800 Pa. Os cálculos foram obtidos considerando 1 PCF aberta. A vazão de uma porta corta fogo aberta é de Q = 5.904 m3 / h, somando esse valor com o obtido no cálculo da vazão de ar na escada Q = 20.911 m3 / h para o segundo estágio. O valor de Q = 20.911 m3 / h é obtido considerando a quantidade de ar, acréscimo de 1m3 / s para vazamentos na porta de descarga, acréscimo de 15% do ar no sistema para prováveis vazamentos, acréscimo de 25% do ar no sistema para as redes de dutos metálicos em alvenaria. O local destinado à casa de máquina dos motores da pressurização é o 1º subsolo. Como podemos verificar nos detalhes do projeto em anexo A . O material utilizado para proteção dos dutos ao fogo é: manta cerâmica e lã de rocha como mostra a figura 6.10.
  • 62. 52 Figura 6.10 – Dutos da pressurização A forma de acionamento do sistema de pressurização é dada através do sistema de detecção automática de fumaça ou normalmente com botoeiras liga-desliga na guarita como mostram as figura 6.11 e 6.12. Figura 6.11 – Central de Pressurizzação localizada na guarita
  • 63. 53 Figura 6.12 – Painel de comando manual da pressurização Em anexo A partes do projeto da pressurização de escada para melhor visualização. 6.1.11 Reservatórios Os reservatórios superiores e os inferiores foram dimensionados para receberem caixas d’água de fibra de vidro da Máster Água, montada “in loco” através de anéis, como mostra a figura 6.13 e detalhes do projeto em anexo D.
  • 64. 54 Figura 6.13 – Reservatórios – Barrilete inferior O empreendimento Spazio Vitta é uma construção GAFISA S/A e Incorporação Tati Construtora e Incorporadora, tendo inicio a sua construção em agosto de 2002 e a sua conclusão em 30 de abril de 2004. A aprovação do projeto do corpo de bombeiros se deu em 18 de fevereiro de 2002 conforme comunicado em anexo B. Após realizarem duas vistorias no condomínio foi concedido o laudo de aprovação do empreendimento. Na primeira vistoria do corpo de bombeiros foi apontada irregularidade na bomba de incêndio. Para fazer o teste da bomba, foi aberto um apartamento no último pavimento e desenrolaram a mangueira até a janela mais próxima, abriram o registro e após alguns minutos acionaram a botoeira para a
  • 65. 55 bomba entrar em funcionamento. Verificou-se que a pressão não aumentou evidenciando o problema. Ficou constatado que o problema estava na rotação ao contrário da bomba. Outro ponto falho foi os detectores de fumaça que não haviam sido instalados nos subsolos. O oficial do Corpo de Bombeiros também alertou sobre a vedação das portas corta fogo da casa de pressurização que não havia sido feito. Na última vistoria e definitiva foram realizadas inspeções somente nos pontos antes recusados e como os reparos haviam sido feitos, houve a liberação por parte do Corpo de Bombeiros no dia 27 de Fevereiro de 2004 como mostra o laudo no anexo C.
  • 66. 56 7 ANÁLISE O estudo realizado no condomínio residencial Spazio Vitta, constata que os componentes do projeto estão em conformidade segundo a norma. Todos os procedimentos descritos no capítulo 5 no que diz respeito a hidrantes conforme citado no subitem 5.5.1, detectores subitem 5.4.2, central de alarme subitem 5.4.2, o acionamento da bomba de incêndio conforme subitem 5.8.1, estão em conformidade seguindo os seus padrões e normas. Em relação aos reservatórios superiores, eles dispõem de 30 cm de reserva para os hidrantes, esse cálculo é feito pela altura do edifício e a quantidade de água armazenada nos reservatórios. No estudo realizado no condomínio os reservatórios estão em conformidade como mostra detalhes no anexo D. Como foi verificado no estudo de caso, alguns erros foram apontados pelo oficial do Corpo de Bombeiros na primeira vistoria, isso comprova que por mais que se tenha uma vistoria rigorosa por parte do Corpo de Bombeiros, sempre fica para trás alguma coisa, erros que podem ser pequenos, mas fazem diferença na hora que é solicitado.
  • 67. 57 8 CONCLUSÕES Elenco de normas e instruções normativas geram rotinas para a confecção de projetos e construções. Existem falhas em projetos que podem ser cruciais para a vida de muitas pessoas, pois, do dimensionamento correto, do bom funcionamento e da manutenção periódica dos equipamentos, fazem a diferença quando realmente solicitados. Após os acidentes citados anteriormente como o Joelma, hoje atual edifício das Bandeiras, e o Andrauss, muita coisa mudou em relação às leis federais, o rigor em relação à aprovação de projetos e consequentemente na parte executiva dobrou. Exigências como rotas de fuga, centrais de alarmes e materiais específicos contra propagação do fogo se tornaram fundamentais na composição do projeto. No empreendimento estudado, padrão residencial, os componentes de combate a incêndio esteve sujeito a testes periódicos e a aprovação do Corpo de Bombeiros. Componentes como áreas de escape, ventilação mecânica e central de alarmes compõe o empreendimento, além dos dispositivos contra incêndio. Existem casos especiais, empreendimentos como instituições financeiras, seguradoras, grandes bancos que utilizam a informática a seu favor para a proteção
  • 68. 58 do patrimônio, onde se têm computadores com dados importantíssimos para preservação de dados que não podem ser danificados no caso de um incêndio. Centrais de alarmes e dispositivos automáticos como sprinkler comandando por microcomputadores que podem ser um diferencial, pois com dados eletrônicos é bem provável que uma ação seja tomada com mais rapidez do que uma brigada de incêndio não atuante, esse pode ser o diferencial. Para os engenheiros e projetistas é necessário que se tenha muito cuidado com a execução e elaboração de uma proposta de incêndio, sem economias nos seus dispositivos, tentando achar meios e equipamentos mais baratos que podem não responder corretamente quando solicitado e o mesmo serve para a mão de obra que executará o sistema. Sempre pensando na vida de muitas pessoas e depois nos bens materiais.
  • 69. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES, R. S. e BORGES, W. L. Instalações Prediais hidráulico-Sanitárias e de Gás. São Paulo: Pini, 1992. p.395. CORPO DE BOMBEIROS DE SÃO PAULO, Histórico. Disponível em www.corpodebombeiros.com.br. Acesso em 05 de junho de 2004. GAFISA/TATI CONSTRUTORA E INCORPORADORA. Memorial Descritivo de Projeto Executivo do empreendimento Spazio Vitta, 2001. Instituto de Resseguros do Brasil. Disponível em www.irb.gov.br. Acesso em 20 de outubro de 2004. JMP – PROJETOS. Memorial Descritivo de Pressurização de escadas, 2001. MACINTYRE, A. J. Instalações hidráulicas Prediais e Industriais. São Paulo: JC, 1996, p. 324. PIOLLI, O. J., Sistema fixos de combate a incêndio. Trabalho de conclusão de curso. Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003. REVISTA TÉCHNE, PROVA DE FOGO PARA OS EDIFÍCIOS, São Paulo: n.88, JULHO, 2004. SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 13/01, 2001 A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 15/01, 2001 B SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiro, Instrução Técnica 19/01, 2001 C