Este documento conta a história do menino Gaspar que tem algumas dúvidas sobre a importância de saber ler e escrever. A mãe de Gaspar explica como a leitura é necessária para cozinhar um bolo de receita. Posteriormente, Gaspar percebe que a leitura é útil para não se perder, compreender instruções e legendas. O pai de Gaspar explica que a leitura permite estar informado sobre eventos locais e globais. No final, o pai explica a Gaspar que a escrita foi inventada pelos Sumérios para regist
2. Ficha Técnica
As curiosidades do Gaspar
Autora: Rita Feijão
Ilustração: José Lucena
Arranjo gráfico: Susana Guerra
Departamento de Educação Especial
Agrupamento de Escolas de Campelos
Rua 21 de Junho
2565-007 Campelos
3. O Gaspar vai entrar para a
escola e, como quase todos os
meninos e meninas da sua
idade,
está
muito
entusiasmado. É que para
dizer a verdade, ele já é um
menino muito crescido. O
Gaspar está pronto para
aprender a ler, a escrever, a
fazer contas e outras coisas
mais, que se aprendem na
escola.
4. Mas este menino tem
algumas dúvidas.
- Afinal porque é que é tão
importante saber ler e escrever? perguntou ele à sua mãe.
- Vivi bem até agora mesmo sem
saber ler e escrever. Não podia
continuar assim?
5. ????.
...???
A mãe
pára para pensar… De repente, diz-lhe para
acompanhá-la à cozinha e pede-lhe para a ajudar a
fazer o seu bolo preferido. O Gaspar não percebeu
muito bem porquê, mas gostou da ideia e lá foi com
uma enorme vontade de comer o bolo.
A mãe foi ao armário buscar o livro dos doces e leu a
receita do bolo de chocolate de que o Gaspar tanto gosta.
6. A receita do bolo de chocolate
Misturam-se 5 ovos, 250 gramas de açúcar, 250 gramas de
farinha, 80 gramas de chocolate, 80 gramas de manteiga e 1
colher de fermento.
Bate-se tudo muito
bem e deita-se numa
forma untada com
manteiga. Leva-se ao
forno, que deve estar
quente a 150 graus, e
espera-se 45 minutos.
Quando estiver
pronto coloca-se num
prato e depois de
arrefecer está pronto a
ser saboreado!
7. E o menino logo percebeu, que se a sua mãe não soubesse
ler, não conseguia cozinhar o bolo e, claro, ele ficava sem bolo!
Então começou a pensar sozinho. Para que mais, sem ser
para fazer bolos, é necessário saber ler e escrever?
E as ideias foram surgindo: se eu for na rua e me perder,
saber ler o nome das ruas é importante para poder dizer à
minha mãe onde estou e ela me ir buscar. Quando eu for às
compras também é importante ler os rótulos das coisas que
quero comprar, se não, posso trazer aquilo que não quero.
8. E quando os
filmes da
televisão são
falados em
línguas que eu
não entendo,
pois é… Só os
consigo
entender se
souber ler as
legendas!
9. Entretanto chega o pai do Gaspar com o jornal na mão, e
pergunta-lhe:
- Estás muito sossegado, estás a pensar em quê?
- Estava aqui a pensar por que é que é importante saber ler e
escrever. Por que é que estás com o jornal?... Tem tantas
letras…!!!
O pai explica-lhe, que ao ler o jornal consegue saber coisas
importantes que se passam no nosso país e também no resto do
mundo.
- Mas que tipo de coisas? - pergunta Gaspar.
O pai responde:
10. - Oh, muita coisa! Por
exemplo: uma
tempestade que
acontece noutro país;
coisas sobre o desporto,
principalmente sobre o
jogo de ontem que eu
não vi; posso também
saber como vai estar o
tempo amanhã: se vai
chover ou se afinal vou
poder passar o dia
inteirinho na praia com
o meu filhote; e tantas,
tantas outras coisas
mais…
11.
- Pois é! Parece que a nossa vida muda muito quando
sabemos ler e escrever. Ficamos a fazer parte do mundo dos
crescidos, podemos escrever estórias, aquilo que vai na nossa
cabeça, podemos escrever e ler recados do pai e da mãe,
podemos fazer a lista de compras… E tudo isto pode ser escrito
no papel ou no computador….
- “Mas quem é que se lembrou de inventar a escrita? E
porquê?” - pensou o Gaspar novamente.
- Vou perguntar ao pai!
12. - Pai, sabes quem é que inventou a escrita? E
porquê?
O pai pousou o jornal e explicou:
- A escrita foi inventada, há muitos, muitos anos
por um povo chamado Sumério que vivia num sítio
chamado Mesopotâmia. Estas pessoas trabalhavam
no campo e criavam animais. Com o passar do tempo
começaram a perceber que se escrevessem quantos
animais tinham, quantos sacos de cereais, de grãos e
de outras coisas eram colhidos, não se perdiam nas
contas. Assim, sabiam sempre o que tinham.
Imagina por exemplo: se alguém roubasse um saco
de cevada e o dono tivesse escrito quantos sacos
tinha, dava logo pela falta desse saco.
13. - E escreviam onde? - Pergunta o Gaspar.
- Naquela altura não
havia papel. Então,
estas pessoas
escreviam em placas
de barro e depois
punham-nas a secar
ao sol, para que
aquilo que estava
escrito não se
apagasse. A partir daí
começaram a escrever
muitas outras coisas.
E foi assim que a
escrita foi inventada.
14. - Que engraçado! Nunca
ninguém me tinha explicado
estas coisas! - diz o Gaspar
com uma cara de espanto.
- Mas será que é muito difícil
aprender a ler e a escrever? pergunta ele novamente.
15. O pai disse-lhe que quase toda a gente é capaz de aprender a ler
e a escrever, mas às vezes há meninos e meninas que demoram
mais tempo, precisam de mais ajuda. Quando isso acontece,
existem pessoas que podem ajudar, como a professora, os pais, o
psicólogo e, claro, deve haver sempre muita vontade de aprender.
Mesmo que seja difícil, temos sempre que acreditar que somos
capazes!
16. -E claro, tu também vais ser
capaz! - afirma o pai fazendo-lhe uma festa nos cabelos.
Fim