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 Perspectivas do mercado de
redução de emissões de gases
de efeito estufa no pós-Quioto
                          A. Ricardo J. Esparta
                                  EQAO
                        15 de setembro de 2011
Experiência profissional
• Pesquisador na USP e na Universität Stuttgart (1989-1999)
• Co-fundador da Ecoinvest/Ecopart/EQAO (1999)
• Professor de Pós-graduação do IMT (2000)
• Quarenta e seis projetos MDL registrados, 35 projetos em
  geração de eletricidade por fontes renováveis de energia
  (biomassa, PCH e eólica)
• Vinte e seis projetos MDL com ~ 7,5 milhões de CERs/RCEs
  emitidas (~ R$ 200 milhões de faturamento)
• Membro do “CDM-Accreditation Panel”
• Participação em projetos de geração de eletricidade por
  fontes renováveis (Central Geradora Eólica Gargaú)


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Fonte: Rubens Paiva http://www.flickr.com/photos/rubenspaiva/2985281491/

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Evidências da mudança do clima
(Fonte: Nasa, http://climate.nasa.gov/evidence/)

• Aumento do nível do mar: o nível do mar subiu 17 cm no século XX. No período 1999-2008
  subiu a uma taxa equivalente a mais de 30 cm por século.
• Aumento global da temperatura: Todas as reconstruções da temperatura global superficial
  indicam aquecimento desde 1880. A maior parte desse aquecimento aconteceu a partir da
  década de 1970, com os 20 anos mais quentes ocorrendo desde 1980 e os 10 mais
  quentes nos últimos 12 anos. Apesar da baixa atividade solar no anos 2000, com um
  mínimo no período 2007-2009, as temperaturas superficiais continuaram a aumentar.
• Aquecimento dos oceanos: os oceanos absorveram parte importante desse calor adicional,
  com os 700m superficiais aquecendo 0.17 graus Celsius desde 1969.
• Redução da massa de gelo da Groenlândia e da Antártica: Groenlândia perdeu 150-250
  km3 de gelo entre 2002 e 2006 e a Antártica aproximadamente 150 km3 entre 2002 e 2005.
• Redução da extensão e espessura do gelo no Ártico: a extensão e a espessura do gelo no
  Ártico decresce constantemente nas últimas décadas. Um novo mínimo histórico foi
  atingido em 8 de setembro de 2011 (Fonte: http://www.iup.uni-bremen.de/seaice/amsr/)
• Aumento da concentração de CO2 no oceano: aumento consistentemente desde 1750,
  aumentando cerca de 30% a acidez dos oceanos; taxa atual de 2 bilhões de toneladas por
  ano.


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Evidências da mudança do clima




                                          Fonte: IPCC Fourth Assessment Report (AR4)
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Ciência da Mudança do Clima (atualização)




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Ciência da Mudança do Clima
• Emissões mundiais cresceram 70% entre 1970 e 2004
       (de 28,7 para 49 GtCO2e)

• Maior crescimento no setor energético (145%) e
       transporte (120%)

• Tendência de aumento mantida nas próximas décadas:
       25 a 90% entre 2000 e 2030, ou seja um aumento entre
       9,7 e 36,7 GtCO2e/a




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Ciência da Mudança do Clima

• Potenciais econômicos de mitigação em 2030




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Convenção do Clima (1992 ... 1994)
• Artigo 2 – Objetivo: O objetivo final desta convenção .. é
  de alcançar ... a estabilização das concentrações de
  gases de efeito estufa (GEEs - formadores do efeito
  estufa) na atmosfera num nível que impeça uma
  interferência antrópica perigosa no sistema climático.
  Este nível deverá ser alcançado num prazo suficiente
  que     permita    aos    ecossistemas       adaptarem-se
  naturalmente à mudança do clima, que assegure que a
  produção de alimentos não seja ameaçada e que
  permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de
  maneira sustentável.
• Compromissos voluntários (redução aos valores de
  1990 até 2000)


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Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
• Art.12,           §2.              -         O            objetivo                          do             Mecanismo                de
       Desenvolvimento Limpo deve ser prestar assistência
       às Partes não incluídas no Anexo I para que possam
       atingir o desenvolvimento sustentável e contribuir
       para o objetivo final da Convenção, e assistir às
       Partes incluídas no Anexo I para que possam
       cumprir a sua limitação quantificada de emissões e
       compromissos de redução assumidos no Artigo 3.




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Cenário de referência (“baseline”)

                   Emissões de GEEs

                                              Projeção de Emissões




                                                                                             5%

                                                                                                                     ?? %




                                                                                                                                              Ano
                   1990                                                        2008                     2012                    2016

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Ciclo de projeto MDL




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Ciclo de projeto MDL
1. Comunicação de consideração do MDL (6 meses do “início” do
   projeto)
2. Elaboração de documento de concepção de projeto (DCP),
   usando metodologia de linha de base e plano de
   monitoramento aprovados;
3. Validação (verifica se o projeto está em conformidade com a
   regulamentação do Protocolo de Quioto);
4. Aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND, que no
   caso do Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança
   Global do Clima – CIMGC (verifica a contribuição do projeto
   para o desenvolvimento sustentável);
5. Submissão ao Conselho Executivo para registro;
6. Monitoramento;
7. Verificação/certificação;
8. Emissão de unidades segundo o acordo de projeto.

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Tema complexo e multidisciplinar




                   Fonte: Economia do Clima – Estudos econômicos das mudanças climáticas no Brasil, 2009

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Emissões per capita




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Aspectos que norteiam o debate
• Princípio da precaução
• Poluidor pagador
• Responsabilidades comuns porém
  diferenciadas
         – Países desenvolvidos
         – Países em desenvolvimento
• Crescimento: econômico/energético/emissões
• Transferência de tecnologias
• Pobreza e impacto climático

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Aspectos que norteiam o debate
• Metas indicativas dos países desenvolvidos
         – Redução de 20-40% até 2020
         – Comprometimento de redução de 80% até 2080
         – Lideram a iniciativa mostrando a viabilidade de uma
           economia de baixo carbono
• Metas indicativas dos países em desenvolvimento
         – Comprometimento com metas futuras*
         – Desenvolvimento de um plano de mitigação nacional
         – Meta de 2 ton de CO2/habitante até 2050
• Comércio de emissões
         – Barateiam o custo de redução
         – Possibilitam a inserção dos mais pobres no modelo


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Desenvolvimento Econômico e Emissões




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Mercados reagem a políticas
• Reagindo a políticas de enfrentamento ao aquecimento
  global, três mercados estão em desenvolvimento
         – Mercado para cumprimento de metas do Protocolo de Quioto
                   • Países anexo-I
                       – Comércio de emissões com outros países anexo-I (ET)
                       – Mecanismos de flexibilização (JI - CDM)
         – Mercado relacionados à Quioto
                   • EU-ETS (Comércio Europeu de Licenças de Emissão)
                       – Outorga de quantidade limitada de licenças de emissão
                       – Mercado voluntário no Japão
         – Mercados não relacionados à Quioto
                   • Chicago Climate Exchange (mercado voluntário, melhoria continua)
                   • RGGI (10 Estados do NE dos EUA, cap & trade, http://www.rggi.org/)
                   • Austrália – “July 10, 2011 the 500 largest emitters in Australia will be taxed
                     at $23/tonne of carbon emission, effective from July 1, 2012

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Ética da mudança do clima
    The Ethics of Climate Change: Pay Now or Pay More Later. J. Broome (2008)
•      O que devemos fazer a respeito da mudança global do clima? A ciência, incluindo
       a economia, pode ajudar a descobrir as causas e efeitos. Pode ajudar a indicar o
       que podemos fazer. Entretanto, o que devemos fazer é uma questão ética.
•      A questão do clima é ética porque qualquer resposta deve considerar interesses
       conflitantes de pessoas/sociedades diferentes. Se o mundo tiver que fazer algo,
       algumas pessoas, principalmente aqueles em melhores condições econômicas na
       presente geração, terão que reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para
       livrar gerações futuras da de uma vida mais limitada em um mundo mais quente.
•      As gerações futuras serão mais afetadas pelos possíveis efeitos danosos da
       mudança global do clima. Entretanto, se houver crescimento econômico, essas
       gerações terão mais recursos que a presente geração para atacar o problema.
•      A presente geração tem que decidir se devemos tentar reduzir esse risco de dano
       futuro ou se devemos deixar nossos descendentes, supostamente mais ricos,
       cuidarem de si mesmos.
•      Mesmo uma chance ínfima de grandes catástrofes e problemas advindos da
       mudança do clima conduz a discussões éticas importantes e inevitáveis.



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Mercados reagem a políticas
                                        Exportação Brasileira dos Setores Industriais - 2009
                                                       (US$ milhões FOB)
                   Total                                                                                           152.995
                   Produtos industriais (*)                                                                        104.608
                   Produtos não industriais                                                                         48.387
                                                   Setores                                          Valor exportado (US$ milhões)
                   Alimentos, bebidas e tabaco                                                                      31.737
                   Produtos metálicos                                                                               14.963
                   Veículos automotores, reboques e semi-reboques                                                    9.351
                   Produtos químicos,excl. farmacêuticos                                                             7.536
                   Máquinas e equipamentos mecânicos n. e.                                                           6.976
                   Madeira e seus produtos, papel e celulose                                                         6.722
                   Produtos de petróleo refinado e outros combustíveis                                               5.791
                   Aeronáutica e aeroespacial                                                                        4.536
                   Têxteis, couro e calçados                                                                         3.854
                   Máquinas e equipamentos elétricos n. e.                                                           2.997
                   Borracha e produtos plásticos                                                                     2.320
                   Equipamentos de rádio, TV e comunicação                                                           2.045
                   Outros produtos minerais não-metálicos                                                            1.522
                   Farmacêutica                                                                                      1.550
                   Produtos manufaturados n.e. e bens reciclados                                                     1.326
                   Instrumentos médicos de ótica e precisão                                                           714
                   CERs                                                                                              476.5
                   Equipamentos para ferrovia e material de transporte n. e.                                          346
                   Material de escritório e informática                                                               203
                   Construção e reparação naval                                                                       119

                                                                Fonte: CantorCO2e Brasil

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APA – American Power Act
• Fontes renováveis de energia
         – Incentivos financeiros;
         – Facilitando o licenciamento;
         – Investindo em P&D.
• CCS - Carbon Capture and Storage (captura e armazenamento de carbono)
         – Institui um programa nacional para desenvolvimento da
           tecnologia;
         – Estabelece “permissões” para empresas de energia e carbono-
           intensivas que utilizarem CCS;
         – Estipula padrões de desempenho para termelétricas à carvão.
• Transporte Limpo
         – Estabelece um programa piloto de veículos elétricos;
         – Inclusão de gestão de GEE no planejamento de transportes.

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Política Nacional de Mudança do Clima
•      Lei Federal nº 12.187, 29/12/2009
•      Art. 12. - Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará,
       como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das
       emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre
       36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020.
•      A Política a Nacional de Mudança do Clima se desdobra em cinco
       planos setoriais:
         – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
           Legal (redução de 80%);
         – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das
           Queimadas no Cerrado (redução de 40%);
         – Plano Decenal de Expansão de Energia;
         – Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na
           Agricultura; e
         – Plano de Redução de Emissões da Siderurgia.

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Política Nacional de Mudança do Clima
• Ações de mitigação nacionalmente apropriadas
  (NAMAs - National Apropriated Mitigation Actions)




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Política Estadual de Mudanças Climáticas
• Estado de São Paulo, lei 13.798, 9/11/2009
• Artigo 32 - O Poder Executivo, por intermédio da
  Secretaria do Meio Ambiente, deverá finalizar e
  comunicar, até dezembro de 2010, o inventário das
  emissões por atividades antrópicas dos gases de
  efeito estufa que definirão as bases para o
  estabelecimento de metas pelo estado.
         – § 1º - O Estado terá a meta de redução global de 20%
           (vinte por cento) das emissões de dióxido de
           carbono (CO2), relativas a 2005, em 2020.


15-Setembro-2011   ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto   28/33
Mercados Voluntários
• Oportunidade real para pequena escala (MDL 
  altos custos e risco regulatório favorecem projetos
  HFC, N2O e CH4)
• “Patinhos feios” do MDL (eficiência energética,
  transporte, reflorestamento) têm mais chances
• Tese: mais flexibilidade, mais desenvolvimento
  sustentável, menos burocracia (capital para os
  projetos, não para a estrutura)
• Forte crescimento entre 2007 e 2009 nos EUA e
  para ações de imagem (marketing)

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Mercados Voluntários
• Busca de padronização/normas
         – Chicago Climate Exchange (http://www.chicagoclimatex.com/)

         – CDM Gold Standard (http://www.cdmgoldstandard.org/)

         – ISO 14064 (http://www.iso.org/)

         – Voluntary Carbon Standard (http://www.v-c-s.org/)

         – “Over the counter markets” (OTC)

• Credibilidade depende da transparência e aceitação de
  normas e de registro
• Mercado emergente e pouco padronizado (“market-
  driven”) mas uma concorrência saudável para o MDL

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Como se preparar?
• O que significaria aceitar uma congelamento de
  emissões de GEEs por um período de 5 a 10 anos?
• E se fosse necessária uma redução de emissões?
• Quais     ações     são     fisicamente    viáveis?
  Tecnologicamente viáveis? Economicamente viáveis?
• Inventário de emissões pode ser um primeiro passo a
  um custo relativamente baixo.
• Participar politicamente da discussão.
• Essenciais: entendimento do tema, transparência por
  parte dos formuladores de políticas, simplicidade,
  participação da sociedade…


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Conclusões
• Mercado de redução de emissões veio para ficar mas
  alta volatilidade é provável (indecisão sofre o pós-
  Quioto/2012)
• Hoje há três grandes tendências competindo: duas
  essencialmente europeias e “top-down” (Quioto e EU-
  ETS) e uma “bottom-up” (mercados voluntários,
  principalmente nos EUA)
• Biênio 2011-12 será chave para definir rumos: para
  onde vão Europa, EUA, Japão...? E grandes países em
  desenvolvimento (BR, IN, CH, MX, ZA, ID, NG...)?
• Iniciativa privada “acordou” para o tema e deverá
  influenciar mais (capacitação é essencial)

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Contato
         A. Ricardo J. Esparta

         EQAO
         Rua Padre João Manoel 222
         01411-000 São Paulo-SP

         Tel. (11) 3063-9068

         E-mail: ricardo.esparta@eqao.com.br




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Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto

  • 1. ABDIB - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto A. Ricardo J. Esparta EQAO 15 de setembro de 2011
  • 2. Experiência profissional • Pesquisador na USP e na Universität Stuttgart (1989-1999) • Co-fundador da Ecoinvest/Ecopart/EQAO (1999) • Professor de Pós-graduação do IMT (2000) • Quarenta e seis projetos MDL registrados, 35 projetos em geração de eletricidade por fontes renováveis de energia (biomassa, PCH e eólica) • Vinte e seis projetos MDL com ~ 7,5 milhões de CERs/RCEs emitidas (~ R$ 200 milhões de faturamento) • Membro do “CDM-Accreditation Panel” • Participação em projetos de geração de eletricidade por fontes renováveis (Central Geradora Eólica Gargaú) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 2/33
  • 3. Fonte: Rubens Paiva http://www.flickr.com/photos/rubenspaiva/2985281491/ 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 3/33
  • 4. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 4/33
  • 5. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 5/33
  • 6. Evidências da mudança do clima (Fonte: Nasa, http://climate.nasa.gov/evidence/) • Aumento do nível do mar: o nível do mar subiu 17 cm no século XX. No período 1999-2008 subiu a uma taxa equivalente a mais de 30 cm por século. • Aumento global da temperatura: Todas as reconstruções da temperatura global superficial indicam aquecimento desde 1880. A maior parte desse aquecimento aconteceu a partir da década de 1970, com os 20 anos mais quentes ocorrendo desde 1980 e os 10 mais quentes nos últimos 12 anos. Apesar da baixa atividade solar no anos 2000, com um mínimo no período 2007-2009, as temperaturas superficiais continuaram a aumentar. • Aquecimento dos oceanos: os oceanos absorveram parte importante desse calor adicional, com os 700m superficiais aquecendo 0.17 graus Celsius desde 1969. • Redução da massa de gelo da Groenlândia e da Antártica: Groenlândia perdeu 150-250 km3 de gelo entre 2002 e 2006 e a Antártica aproximadamente 150 km3 entre 2002 e 2005. • Redução da extensão e espessura do gelo no Ártico: a extensão e a espessura do gelo no Ártico decresce constantemente nas últimas décadas. Um novo mínimo histórico foi atingido em 8 de setembro de 2011 (Fonte: http://www.iup.uni-bremen.de/seaice/amsr/) • Aumento da concentração de CO2 no oceano: aumento consistentemente desde 1750, aumentando cerca de 30% a acidez dos oceanos; taxa atual de 2 bilhões de toneladas por ano. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 6/33
  • 7. Evidências da mudança do clima Fonte: IPCC Fourth Assessment Report (AR4) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 7/33
  • 8. Ciência da Mudança do Clima (atualização) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 8/33
  • 9. Ciência da Mudança do Clima • Emissões mundiais cresceram 70% entre 1970 e 2004 (de 28,7 para 49 GtCO2e) • Maior crescimento no setor energético (145%) e transporte (120%) • Tendência de aumento mantida nas próximas décadas: 25 a 90% entre 2000 e 2030, ou seja um aumento entre 9,7 e 36,7 GtCO2e/a 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 9/33
  • 10. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 10/33
  • 11. Ciência da Mudança do Clima • Potenciais econômicos de mitigação em 2030 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 11/33
  • 12. Convenção do Clima (1992 ... 1994) • Artigo 2 – Objetivo: O objetivo final desta convenção .. é de alcançar ... a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa (GEEs - formadores do efeito estufa) na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Este nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de maneira sustentável. • Compromissos voluntários (redução aos valores de 1990 até 2000) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 12/33
  • 13. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo • Art.12, §2. - O objetivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo deve ser prestar assistência às Partes não incluídas no Anexo I para que possam atingir o desenvolvimento sustentável e contribuir para o objetivo final da Convenção, e assistir às Partes incluídas no Anexo I para que possam cumprir a sua limitação quantificada de emissões e compromissos de redução assumidos no Artigo 3. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 13/33
  • 14. Cenário de referência (“baseline”) Emissões de GEEs Projeção de Emissões 5% ?? % Ano 1990 2008 2012 2016 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 14/33
  • 15. Ciclo de projeto MDL 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 15/33
  • 16. Ciclo de projeto MDL 1. Comunicação de consideração do MDL (6 meses do “início” do projeto) 2. Elaboração de documento de concepção de projeto (DCP), usando metodologia de linha de base e plano de monitoramento aprovados; 3. Validação (verifica se o projeto está em conformidade com a regulamentação do Protocolo de Quioto); 4. Aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND, que no caso do Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima – CIMGC (verifica a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável); 5. Submissão ao Conselho Executivo para registro; 6. Monitoramento; 7. Verificação/certificação; 8. Emissão de unidades segundo o acordo de projeto. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 16/33
  • 17. Tema complexo e multidisciplinar Fonte: Economia do Clima – Estudos econômicos das mudanças climáticas no Brasil, 2009 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 17/33
  • 18. Emissões per capita 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 18/33
  • 19. Aspectos que norteiam o debate • Princípio da precaução • Poluidor pagador • Responsabilidades comuns porém diferenciadas – Países desenvolvidos – Países em desenvolvimento • Crescimento: econômico/energético/emissões • Transferência de tecnologias • Pobreza e impacto climático 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 19/33
  • 20. Aspectos que norteiam o debate • Metas indicativas dos países desenvolvidos – Redução de 20-40% até 2020 – Comprometimento de redução de 80% até 2080 – Lideram a iniciativa mostrando a viabilidade de uma economia de baixo carbono • Metas indicativas dos países em desenvolvimento – Comprometimento com metas futuras* – Desenvolvimento de um plano de mitigação nacional – Meta de 2 ton de CO2/habitante até 2050 • Comércio de emissões – Barateiam o custo de redução – Possibilitam a inserção dos mais pobres no modelo 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 20/33
  • 21. Desenvolvimento Econômico e Emissões 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 21/33
  • 22. Mercados reagem a políticas • Reagindo a políticas de enfrentamento ao aquecimento global, três mercados estão em desenvolvimento – Mercado para cumprimento de metas do Protocolo de Quioto • Países anexo-I – Comércio de emissões com outros países anexo-I (ET) – Mecanismos de flexibilização (JI - CDM) – Mercado relacionados à Quioto • EU-ETS (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) – Outorga de quantidade limitada de licenças de emissão – Mercado voluntário no Japão – Mercados não relacionados à Quioto • Chicago Climate Exchange (mercado voluntário, melhoria continua) • RGGI (10 Estados do NE dos EUA, cap & trade, http://www.rggi.org/) • Austrália – “July 10, 2011 the 500 largest emitters in Australia will be taxed at $23/tonne of carbon emission, effective from July 1, 2012 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 22/33
  • 23. Ética da mudança do clima The Ethics of Climate Change: Pay Now or Pay More Later. J. Broome (2008) • O que devemos fazer a respeito da mudança global do clima? A ciência, incluindo a economia, pode ajudar a descobrir as causas e efeitos. Pode ajudar a indicar o que podemos fazer. Entretanto, o que devemos fazer é uma questão ética. • A questão do clima é ética porque qualquer resposta deve considerar interesses conflitantes de pessoas/sociedades diferentes. Se o mundo tiver que fazer algo, algumas pessoas, principalmente aqueles em melhores condições econômicas na presente geração, terão que reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para livrar gerações futuras da de uma vida mais limitada em um mundo mais quente. • As gerações futuras serão mais afetadas pelos possíveis efeitos danosos da mudança global do clima. Entretanto, se houver crescimento econômico, essas gerações terão mais recursos que a presente geração para atacar o problema. • A presente geração tem que decidir se devemos tentar reduzir esse risco de dano futuro ou se devemos deixar nossos descendentes, supostamente mais ricos, cuidarem de si mesmos. • Mesmo uma chance ínfima de grandes catástrofes e problemas advindos da mudança do clima conduz a discussões éticas importantes e inevitáveis. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 23/33
  • 24. Mercados reagem a políticas Exportação Brasileira dos Setores Industriais - 2009 (US$ milhões FOB) Total 152.995 Produtos industriais (*) 104.608 Produtos não industriais 48.387 Setores Valor exportado (US$ milhões) Alimentos, bebidas e tabaco 31.737 Produtos metálicos 14.963 Veículos automotores, reboques e semi-reboques 9.351 Produtos químicos,excl. farmacêuticos 7.536 Máquinas e equipamentos mecânicos n. e. 6.976 Madeira e seus produtos, papel e celulose 6.722 Produtos de petróleo refinado e outros combustíveis 5.791 Aeronáutica e aeroespacial 4.536 Têxteis, couro e calçados 3.854 Máquinas e equipamentos elétricos n. e. 2.997 Borracha e produtos plásticos 2.320 Equipamentos de rádio, TV e comunicação 2.045 Outros produtos minerais não-metálicos 1.522 Farmacêutica 1.550 Produtos manufaturados n.e. e bens reciclados 1.326 Instrumentos médicos de ótica e precisão 714 CERs 476.5 Equipamentos para ferrovia e material de transporte n. e. 346 Material de escritório e informática 203 Construção e reparação naval 119 Fonte: CantorCO2e Brasil 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 24/33
  • 25. APA – American Power Act • Fontes renováveis de energia – Incentivos financeiros; – Facilitando o licenciamento; – Investindo em P&D. • CCS - Carbon Capture and Storage (captura e armazenamento de carbono) – Institui um programa nacional para desenvolvimento da tecnologia; – Estabelece “permissões” para empresas de energia e carbono- intensivas que utilizarem CCS; – Estipula padrões de desempenho para termelétricas à carvão. • Transporte Limpo – Estabelece um programa piloto de veículos elétricos; – Inclusão de gestão de GEE no planejamento de transportes. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 25/33
  • 26. Política Nacional de Mudança do Clima • Lei Federal nº 12.187, 29/12/2009 • Art. 12. - Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020. • A Política a Nacional de Mudança do Clima se desdobra em cinco planos setoriais: – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (redução de 80%); – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (redução de 40%); – Plano Decenal de Expansão de Energia; – Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura; e – Plano de Redução de Emissões da Siderurgia. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 26/33
  • 27. Política Nacional de Mudança do Clima • Ações de mitigação nacionalmente apropriadas (NAMAs - National Apropriated Mitigation Actions) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 27/33
  • 28. Política Estadual de Mudanças Climáticas • Estado de São Paulo, lei 13.798, 9/11/2009 • Artigo 32 - O Poder Executivo, por intermédio da Secretaria do Meio Ambiente, deverá finalizar e comunicar, até dezembro de 2010, o inventário das emissões por atividades antrópicas dos gases de efeito estufa que definirão as bases para o estabelecimento de metas pelo estado. – § 1º - O Estado terá a meta de redução global de 20% (vinte por cento) das emissões de dióxido de carbono (CO2), relativas a 2005, em 2020. 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 28/33
  • 29. Mercados Voluntários • Oportunidade real para pequena escala (MDL  altos custos e risco regulatório favorecem projetos HFC, N2O e CH4) • “Patinhos feios” do MDL (eficiência energética, transporte, reflorestamento) têm mais chances • Tese: mais flexibilidade, mais desenvolvimento sustentável, menos burocracia (capital para os projetos, não para a estrutura) • Forte crescimento entre 2007 e 2009 nos EUA e para ações de imagem (marketing) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 29/33
  • 30. Mercados Voluntários • Busca de padronização/normas – Chicago Climate Exchange (http://www.chicagoclimatex.com/) – CDM Gold Standard (http://www.cdmgoldstandard.org/) – ISO 14064 (http://www.iso.org/) – Voluntary Carbon Standard (http://www.v-c-s.org/) – “Over the counter markets” (OTC) • Credibilidade depende da transparência e aceitação de normas e de registro • Mercado emergente e pouco padronizado (“market- driven”) mas uma concorrência saudável para o MDL 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 30/33
  • 31. Como se preparar? • O que significaria aceitar uma congelamento de emissões de GEEs por um período de 5 a 10 anos? • E se fosse necessária uma redução de emissões? • Quais ações são fisicamente viáveis? Tecnologicamente viáveis? Economicamente viáveis? • Inventário de emissões pode ser um primeiro passo a um custo relativamente baixo. • Participar politicamente da discussão. • Essenciais: entendimento do tema, transparência por parte dos formuladores de políticas, simplicidade, participação da sociedade… 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 31/33
  • 32. Conclusões • Mercado de redução de emissões veio para ficar mas alta volatilidade é provável (indecisão sofre o pós- Quioto/2012) • Hoje há três grandes tendências competindo: duas essencialmente europeias e “top-down” (Quioto e EU- ETS) e uma “bottom-up” (mercados voluntários, principalmente nos EUA) • Biênio 2011-12 será chave para definir rumos: para onde vão Europa, EUA, Japão...? E grandes países em desenvolvimento (BR, IN, CH, MX, ZA, ID, NG...)? • Iniciativa privada “acordou” para o tema e deverá influenciar mais (capacitação é essencial) 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 32/33
  • 33. Contato A. Ricardo J. Esparta EQAO Rua Padre João Manoel 222 01411-000 São Paulo-SP Tel. (11) 3063-9068 E-mail: ricardo.esparta@eqao.com.br 15-Setembro-2011 ABDIB - A. R. J. Esparta, Perspectivas do mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa no pós-Quioto 33/33