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FUNDAMENTOS DE MATERIAIS
METÁLICOS I
Engenharia de Materiais
7º Período
Mecanismos de Endurecimento
2
MICROESTRUTURA
PROPRIEDADE APLICAÇÃO
DEFORMAÇÃO
• Mecânicas
• Magnéticas
• Térmicas
• Corrosão
• Fadiga
• Desgaste
• Outros
• Processamentos
termo-mecânicos
• Tratamentos
térmicos
• Processamentos
mecânicos
Correlação Estrutura-Propriedade-Aplicação-
Processamento
Mecanismos de Endurecimento
 Mecanismos de endurecimento para aumento da
resistência de ligas metálicas, mas que ainda possuam
alguma ductilidade e tenacidade.
 Ductilidade: habilidade do material em ser submetido a
uma deformação plástica apreciável antes de sofre
fratura (pode ser expressa por %AL ou %RA)
 Tenacidade: Medida da energia que é absorvida por um
material a medida que ele fratura. Indicada pela área
total sob a curva tensão deformação em tração do
material.
3
Mecanismos de Endurecimento
 Relação do aumento de resistência x ductilidade
 Para compreensão dos mecanismos de endurecimento,
ou de aumento de resistência em metais, é fundamental
o entendimento da relação entre o movimento de
discordâncias e o comportamento mecânico dos metais.
 A habilidade de um metal se deformar plasticamente
depende da habilidade das discordâncias se moverem.
4
Mecanismos de Endurecimento
5
Mecanismo de deslizamento planar na presença de uma discordância em cunha
Mecanismos de Endurecimento
6
Mecanismos de Endurecimento
 Deformação provoca o surgimento de defeitos nas
estruturas cristalinas.
 O movimento de discordâncias provoca a recuperação
do defeito.
 Desta forma, os mecanismos de endurecimento
baseiam-se essencialmente em restringir o movimento
de discordâncias pela estrutura cristalina, através da
introdução de obstáculos, tais como, contornos de grão,
outras discordâncias, ou ainda pela presença de
precipitados de segunda fase.
7
Mecanismos de Endurecimento
 Tipos de mecanismos de endurecimento:
• Endurecimento devido a redução do contorno de grão
• Endurecimento por solução sólida
• Endurecimento por precipitação
• Endurecimento por deformação
• Endurecimento por tratamento térmico
8
Contorno de Grão
 O contorno de grão representa a região limite entre dois
grãos adjacentes, que possuem orientações cristalinas
diferentes, e, portanto, atua como uma barreira a
propagação de discordâncias.
 Ao passar de um grão com uma certa orientação para
outro com orientação muito diferente (fronteiras de alto
ângulo) a discordância tem que mudar de direção, o
que envolve muitas distorções locais na rede cristalina.
 A fronteira é uma região desordenada, o que faz com
que os planos de deslizamentos sofram
descontinuidades.
 Para que a deformação prossiga, é necessário aumentar
os níveis de deformação aplicada.
9
Contorno de Grão
10
Contorno de Grão
11
Contorno de Grão
 Um material que possui tamanho de grãos mais finos é
mais resistente que o que possui grãos mais grosseiros,
maiores, uma vez que o primeiro possui uma maior
área total de contornos de grãos para dificultar o
movimento das discordâncias.
12
Contorno de Grão - Solidificação
13
Contorno de Grão
 Para muitos materiais, o limite de escoamento varia de
acordo com a equação de Hall-Petch.
• d = tamanho médio dos grãos.
• e são constante que dependem de cada material.
• é a limite de escoamento.
14
Contorno de Grão
15
Contorno de Grão
 O tamanho de grão pode ser alterado ou regulado
mediante o controle da taxa de resfriamento da
solidificação a partir da fase líquida, por deformação
plástica e por tratamentos térmicos apropriados.
16
Solução Sólida
 o aumento de resistência por solução sólida consiste na
formação de ligas com átomos de impurezas que
entram quer em solução sólida substitucional, quer em
solução sólida intersticial.
• Substitucional: solução sólida em que átomos de soluto repõe ou
substituem os átomos hospedeiros.
• Intersticiais: solução sólida em que átomos de soluto
relativamente pequenos ocupam posições intersticiais entre os
átomos de solvente ou átomos hospedeiros.
17
Solução Sólida
 A presença de átomos substitucionais e/ou intersticiais
na rede cristalina gera um campo de tensões a sua
volta.
 Quando uma discordância se move em direção a estes
átomos, ela “sente” este campo de tensões como um
obstáculo à sua propagação.
 De modo geral, quanto maior a presença de soluto e/ou
a diferença de tamanho entre os átomos
substitucionais/intersticiais e os átomos da rede, maior
é a distorção da rede, e portanto, maior a dificuldade de
deslizamento.
 Via de regra, átomos intersticiais tem efeito
endurecedor muito maior que átomos substitucionais.
18
Solução Sólida
19
Solução Sólida
 Átomos substitucionais de tamanhos menores que os
átomos hospedeiros, onde exerce uma deformação de
tração sobre a rede cristalina vixinha.
20
Solução Sólida
 De maneira contrária, um átomo substitucional maior
impões deformações compressivas sobre a rede
cristalina vizinha.
21
Solução Sólida
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Solução Sólida
23
Solução Sólida
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Solução Sólida
25
Solução Sólida
 Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.
 Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98
26
Solução Sólida
 Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.
 Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98
27
Solução Sólida
 Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.
 Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98
28
Solução Sólida
 Exemplo de SS Intersticial: C em Fe (aços)
• Raio do C = 0,075 nm
• Raio do Fe = 0,129 nm
• Distorção na rede cristalina
29
Precipitação
 O endurecimento por precipitação ocorre quando
partículas finamente dispersas de uma segunda fase
precipitam no interior da matriz da fase principal,
através de tratamentos térmicos adequados.
 Envolve o tratamento térmico de solubilização, seguida
de tempera para saturar a solução sólida e o
envelhecimento ou formação de precipitados que
dificultam o movimento de discordâncias e aumentam a
resistência mecânica.
 Estes precipitados são duros, finos e uniformemente
dispersos em uma matriz mais dútil.
30
Precipitação
 Os precipitados, estas partículas de segunda fase,
atuam dificultando a movimentação de discordâncias
pelos planos de deslizamentos.
 Em geral isto pode ocorrer por dois meios: uma
discordância pode cortar ou contornar uma partícula de
segunda fase. Em ambos os casos, ocorreu um aumento
de resistência ao deslizamento da discordância, ou seja,
um endurecimento do material.
 Conforme mecanismo proposto por Orowan, as
discordâncias contornam as partículas de segunda fase,
curvando-se entre elas e deixando um anel de
discordância ao redor da partícula.
31
Precipitação
 A medida que sucessivos anéis vão sendo formados e
deixados ao redor dos precipitados, ocorre um aumento
do campo de tensões, que eleva a resistência a
propagação da próxima discordância.
32
Precipitação
33
Precipitação
 Este tipo de mecanismo é largamente empregado em
ligas de alumínio, magnésio, titânio, cobre, níquel e em
algumas ligas de aços inoxidáveis.
 O processo de envelhecimento é muito utilizada para a
liga Al-4%Cu, também conhecida como duralumínio.
 O diagrama de fases deste sistema é binário. Neste
diagrama, observa-se que o cobre apresenta uma
solubilização decrescente na fase  com o decréscimo
da temperatura formando uma nova fase  (Al2Cu).
 O tratamento térmico para proporcionar o
envelhecimento por precipitação consiste em três
etapas: solubilização, têmpera e precipitação.
34
Precipitação
35
Precipitação
 Inicialmente a liga é solubilizada em uma temperatura
dentro do campo monofásico  dissolvendo todo o cobre
no alumínio.
 Em seguida, a liga é resfriada rapidamente formando
uma solução sólida supersaturada (SSSS) – fase ss.
 A liga é posteriormente reaquecida entre 100ºC e
200ºC para a formação dos precipitados.
36
Precipitação
37
Endurecimento por Deformação a
Frio
 Também denominado encruamento de um metal, ocorre
como consequência de deformação plástica a frio.
 A deformação plástica é permanente e corresponde ao
grande movimento e multiplicação do número de
discordâncias em resposta a aplicação da tensão.
 A própria interação entre as linhas de discordância
diminuem as suas mobilidades e causam o encruamento
do metal.
 Encruamento é o fenômeno pelo qual um metal dutil se
torna mais duro e mais resistente quando ele é
submetido a uma deformação plástica.
38
Endurecimento por Deformação a
Frio
 Dividem-se em 2 grandes grupos:
• relacionados à conformação de volumes ( bulk forming )
• relacionados à conformação de superfícies ( sheet forming ), onde
relaciona um total de 60 processos (forjamento, extrusão,
laminação, trefilação e estampagem).
 Deformação a frio é também chamada de trabalho a frio
pelo fato da temperatura da deformação que é aplicada
ser fria, em relação a temperatura de fusão do metal.
39
Endurecimento por Deformação a
Frio
40
Endurecimento por Deformação a
Frio
 Algumas vezes o grau de deformação plástica é
expressa como um percentual de trabalho a frio (%TF
ou %CW).
 Quanto um metal é deformado plasticamente, um
grande número de discordâncias é gerado, e em um
material conformado a frio, a densidade de
discordâncias é da ordem de 10^11 a 10^12
discordâncias / cm2.
41
Endurecimento por Deformação a
Frio
42
Endurecimento por Deformação a
Frio
43
Endurecimento por Deformação a
Frio - Exercício
 Calcule o limite de resistência à tração e à ductilidade
(%AL) de um bastão cilíndrico de cobre quando ele é
trabalhado a frio de tal modo que seu diâmetro seja
reduzido de 15,2 mm para 12,2 mm.
44
Endurecimento por Deformação a
Frio - Exercício
 Dois corpos de prova do mesmo material devem ser
submetidos a deformação. Um é cilíndrico e outro é
retangular. Qual deles será mais duro após a
deformação plástica? Porque?
45
Circular (diâm. Mm) Retangular (mm)
Dim. Original 15,2 125 x 175
Dim. após 11,4 75 x 200
Endurecimento por Deformação a
Frio - Exercício
46
Endurecimento por Deformação a
Frio
 Um dos mecanismos por meio do qual ocorre a
multiplicação de discordâncias foi proposto por Frank e
Read, em 1950.
 Assumindo uma discordância ancorada por dois
obstáculos qualquer, tais como precipitados, quando
uma tensão cisalhante é aplicada no plano de
deslizamento, a discordância se curva, produzindo um
escorregamento.
 O curvamento prossegue até o momento em que um
anel de discordância é formado e se despende dos
pontos de ancoramento, deixando para trás uma nova
discordância ancorada, e assim sucessivamente.
47
Endurecimento por Deformação a
Frio
48
Endurecimento por Deformação a
Frio
 Portanto, à medida que a tensão aplicada aumenta,
mais e mais discordâncias são geradas. Estas
discordâncias, além de interagir com obstáculos, tais
como contornos de grão ou precipitados, também
interagem entre si.
 Entretanto, deve-se salientar que tanto a multiplicação,
como a interação entre as discordâncias criam
dificuldades para a continuidade da deformação
plástica, ou seja, ocorre um aumento da dureza ou da
resistência mecânica do material.
49
Endurecimento por Deformação a
Frio
 O endurecimento por deformação é também chamado
de encruamento e é um dos métodos mais empregados
para aumentar a resistência mecânica dos metais.
Entretanto, há de se destacar que o aumento de
resistência vem acompanhado de uma queda na
dutilidade, ou seja, na capacidade do material sofrer
posteriores deformações plásticas.
50
Endurecimento por Deformação a
Frio
51
Endurecimento por Deformação a
Frio
52
Endurecimento por Deformação a
Frio
53
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 A deformação a frio produz alterações microestruturais
e mudanças nas propriedades dos materiais, incluindo:
alteração na forma e tamanho do grão, endurecimento
por deformação plástica a frio e aumento da densidade
das discordâncias.
 Uma fração da energia gasta na deformação é
armazenada no metal na forma de uma energia de
deformação, que está associada a zonas de tração,
compressão e cisalhamento ao redor das discordâncias
recém criadas.
54
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 O tratamento térmico de recozimento objetiva eliminar
os efeitos da deformação a frio e restituir as condições
originais de ductilidade.
 Com aquecimento à temperatura suficientemente
elevada e mantida por tempos suficientes, podemos ter:
• Recuperação: redução das tensões residuais e rearranjo das
discordâncias.
• Recristalização: nucleação e crescimento de novos grãos com
poucas discordâncias.
• Crescimento de grão.
55
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 Recuperação
• Redução das tensões internas
• Redução pequena da quantidade de discordâncias
• Rearranjo das discordâncias em configurações de menor energia
• Alguns metais formam estruturas de sub-grãos com contornos de
baixo ângulo
• Pequena redução no limite de resistência e aumento da
ductilidade.
 Na recuperação parte da energia armazenada é liberada
em função do movimento das discordâncias.
 Redução do número de discordâncias que possuem
baixa energia de deformação.
56
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 Recristalização
 Após o processo de recuperação, os grãos ainda se
apresentam em um estado de tensões relativamente
elevado.
 A recristalização é o processo de formação de um novo
conjunto de grãos livres de deformação e que são
equiaxiais (possuem dimensões aproximadamente
iguais em todas as direções), e com baixas densidades
de discordâncias.
 Os pequenos novos grãos são aqueles que são
recristalizados e, desta forma, a recristalização de
metais que foram previamente trabalhados a frio pode
ser usada para refinar a estrutura do grão.
57
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 Recristalização
• Nucleação e crescimento de novos grãos equiaxiais sem
deformação (com pouca discordância).
• A força motriz é a diferença da energia interna entre o material
deformado e não deformado
• As propriedades mecânicas modificadas pela deformação é
restituída
• Depende da temperatura, tempo, % de deformação, tamanho do
grão inicial e composição química.
• Eliminação de discordâncias de cunha por escalagem +
escorregamento.
• Eliminação de discordâncias em hélice + fácil.
58
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 Temperatura de Recristalização: temperatura na qual a
recristalização atinge o seu término em 1h.
 Exemplo: para latão, a temperatura de recristalização é
de 450ºC (1/3 da T de fusão).
 No caso de metais puros a T recr. é de cerca de 0,3 Tf.
 No caso de ligas metálicas a T recr. pode chegar a 0,7
Tf.
59
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
60
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
 Crescimento de Grão
 Após a recristalização, os grãos livres de deformação
continuarão a crescer se a amostra metálica for deixada
em alta temperatura.
 O crescimento ocorre pela migração de contornos de
grão.
 Como nem todos os grãos aumentam, o aumento é
quanto ao tamanho médio dos grãos.
 Difusão de átomos de um contorno de grão para outro.
61
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento
62
Endurecimento por Deformação a
Frio – TT Recozimento - Exercício
 Faça um desenho esquemático do tamanho de grão de
uma liga metálica, quando:
• Grãos em tamanho original.
• Após deformação a frio (por laminação).
• Após recristalização
• Após crescimento de grão
63
Tratamento Térmico
 Existem vários TT para endurecimento de ligas
metálicas.
 O mais conhecido é o TT de Têmpera para aços, que
consiste no aquecimento do aço até a temperatura de
austenitização (815º a 870ºC), seguido de resfriamento
rápido.
 Os meios de resfriamento mais comumente utilizados:
• Água
• Água contendo sal ou aditivos
• Óleo, que pode conter uma variedade de aditivos
• Soluções aquosas de polímeros.
 Com a têmpera, o constituinte final desejado é a
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  • 1. FUNDAMENTOS DE MATERIAIS METÁLICOS I Engenharia de Materiais 7º Período Mecanismos de Endurecimento
  • 2. 2 MICROESTRUTURA PROPRIEDADE APLICAÇÃO DEFORMAÇÃO • Mecânicas • Magnéticas • Térmicas • Corrosão • Fadiga • Desgaste • Outros • Processamentos termo-mecânicos • Tratamentos térmicos • Processamentos mecânicos Correlação Estrutura-Propriedade-Aplicação- Processamento
  • 3. Mecanismos de Endurecimento  Mecanismos de endurecimento para aumento da resistência de ligas metálicas, mas que ainda possuam alguma ductilidade e tenacidade.  Ductilidade: habilidade do material em ser submetido a uma deformação plástica apreciável antes de sofre fratura (pode ser expressa por %AL ou %RA)  Tenacidade: Medida da energia que é absorvida por um material a medida que ele fratura. Indicada pela área total sob a curva tensão deformação em tração do material. 3
  • 4. Mecanismos de Endurecimento  Relação do aumento de resistência x ductilidade  Para compreensão dos mecanismos de endurecimento, ou de aumento de resistência em metais, é fundamental o entendimento da relação entre o movimento de discordâncias e o comportamento mecânico dos metais.  A habilidade de um metal se deformar plasticamente depende da habilidade das discordâncias se moverem. 4
  • 5. Mecanismos de Endurecimento 5 Mecanismo de deslizamento planar na presença de uma discordância em cunha
  • 7. Mecanismos de Endurecimento  Deformação provoca o surgimento de defeitos nas estruturas cristalinas.  O movimento de discordâncias provoca a recuperação do defeito.  Desta forma, os mecanismos de endurecimento baseiam-se essencialmente em restringir o movimento de discordâncias pela estrutura cristalina, através da introdução de obstáculos, tais como, contornos de grão, outras discordâncias, ou ainda pela presença de precipitados de segunda fase. 7
  • 8. Mecanismos de Endurecimento  Tipos de mecanismos de endurecimento: • Endurecimento devido a redução do contorno de grão • Endurecimento por solução sólida • Endurecimento por precipitação • Endurecimento por deformação • Endurecimento por tratamento térmico 8
  • 9. Contorno de Grão  O contorno de grão representa a região limite entre dois grãos adjacentes, que possuem orientações cristalinas diferentes, e, portanto, atua como uma barreira a propagação de discordâncias.  Ao passar de um grão com uma certa orientação para outro com orientação muito diferente (fronteiras de alto ângulo) a discordância tem que mudar de direção, o que envolve muitas distorções locais na rede cristalina.  A fronteira é uma região desordenada, o que faz com que os planos de deslizamentos sofram descontinuidades.  Para que a deformação prossiga, é necessário aumentar os níveis de deformação aplicada. 9
  • 12. Contorno de Grão  Um material que possui tamanho de grãos mais finos é mais resistente que o que possui grãos mais grosseiros, maiores, uma vez que o primeiro possui uma maior área total de contornos de grãos para dificultar o movimento das discordâncias. 12
  • 13. Contorno de Grão - Solidificação 13
  • 14. Contorno de Grão  Para muitos materiais, o limite de escoamento varia de acordo com a equação de Hall-Petch. • d = tamanho médio dos grãos. • e são constante que dependem de cada material. • é a limite de escoamento. 14
  • 16. Contorno de Grão  O tamanho de grão pode ser alterado ou regulado mediante o controle da taxa de resfriamento da solidificação a partir da fase líquida, por deformação plástica e por tratamentos térmicos apropriados. 16
  • 17. Solução Sólida  o aumento de resistência por solução sólida consiste na formação de ligas com átomos de impurezas que entram quer em solução sólida substitucional, quer em solução sólida intersticial. • Substitucional: solução sólida em que átomos de soluto repõe ou substituem os átomos hospedeiros. • Intersticiais: solução sólida em que átomos de soluto relativamente pequenos ocupam posições intersticiais entre os átomos de solvente ou átomos hospedeiros. 17
  • 18. Solução Sólida  A presença de átomos substitucionais e/ou intersticiais na rede cristalina gera um campo de tensões a sua volta.  Quando uma discordância se move em direção a estes átomos, ela “sente” este campo de tensões como um obstáculo à sua propagação.  De modo geral, quanto maior a presença de soluto e/ou a diferença de tamanho entre os átomos substitucionais/intersticiais e os átomos da rede, maior é a distorção da rede, e portanto, maior a dificuldade de deslizamento.  Via de regra, átomos intersticiais tem efeito endurecedor muito maior que átomos substitucionais. 18
  • 20. Solução Sólida  Átomos substitucionais de tamanhos menores que os átomos hospedeiros, onde exerce uma deformação de tração sobre a rede cristalina vixinha. 20
  • 21. Solução Sólida  De maneira contrária, um átomo substitucional maior impões deformações compressivas sobre a rede cristalina vizinha. 21
  • 26. Solução Sólida  Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.  Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98 26
  • 27. Solução Sólida  Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.  Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98 27
  • 28. Solução Sólida  Solução sólida substitucinal de Ni em Cu.  Relação de raios Ni/Cu = 1,246 / 1,478 = 0,98 28
  • 29. Solução Sólida  Exemplo de SS Intersticial: C em Fe (aços) • Raio do C = 0,075 nm • Raio do Fe = 0,129 nm • Distorção na rede cristalina 29
  • 30. Precipitação  O endurecimento por precipitação ocorre quando partículas finamente dispersas de uma segunda fase precipitam no interior da matriz da fase principal, através de tratamentos térmicos adequados.  Envolve o tratamento térmico de solubilização, seguida de tempera para saturar a solução sólida e o envelhecimento ou formação de precipitados que dificultam o movimento de discordâncias e aumentam a resistência mecânica.  Estes precipitados são duros, finos e uniformemente dispersos em uma matriz mais dútil. 30
  • 31. Precipitação  Os precipitados, estas partículas de segunda fase, atuam dificultando a movimentação de discordâncias pelos planos de deslizamentos.  Em geral isto pode ocorrer por dois meios: uma discordância pode cortar ou contornar uma partícula de segunda fase. Em ambos os casos, ocorreu um aumento de resistência ao deslizamento da discordância, ou seja, um endurecimento do material.  Conforme mecanismo proposto por Orowan, as discordâncias contornam as partículas de segunda fase, curvando-se entre elas e deixando um anel de discordância ao redor da partícula. 31
  • 32. Precipitação  A medida que sucessivos anéis vão sendo formados e deixados ao redor dos precipitados, ocorre um aumento do campo de tensões, que eleva a resistência a propagação da próxima discordância. 32
  • 34. Precipitação  Este tipo de mecanismo é largamente empregado em ligas de alumínio, magnésio, titânio, cobre, níquel e em algumas ligas de aços inoxidáveis.  O processo de envelhecimento é muito utilizada para a liga Al-4%Cu, também conhecida como duralumínio.  O diagrama de fases deste sistema é binário. Neste diagrama, observa-se que o cobre apresenta uma solubilização decrescente na fase  com o decréscimo da temperatura formando uma nova fase  (Al2Cu).  O tratamento térmico para proporcionar o envelhecimento por precipitação consiste em três etapas: solubilização, têmpera e precipitação. 34
  • 36. Precipitação  Inicialmente a liga é solubilizada em uma temperatura dentro do campo monofásico  dissolvendo todo o cobre no alumínio.  Em seguida, a liga é resfriada rapidamente formando uma solução sólida supersaturada (SSSS) – fase ss.  A liga é posteriormente reaquecida entre 100ºC e 200ºC para a formação dos precipitados. 36
  • 38. Endurecimento por Deformação a Frio  Também denominado encruamento de um metal, ocorre como consequência de deformação plástica a frio.  A deformação plástica é permanente e corresponde ao grande movimento e multiplicação do número de discordâncias em resposta a aplicação da tensão.  A própria interação entre as linhas de discordância diminuem as suas mobilidades e causam o encruamento do metal.  Encruamento é o fenômeno pelo qual um metal dutil se torna mais duro e mais resistente quando ele é submetido a uma deformação plástica. 38
  • 39. Endurecimento por Deformação a Frio  Dividem-se em 2 grandes grupos: • relacionados à conformação de volumes ( bulk forming ) • relacionados à conformação de superfícies ( sheet forming ), onde relaciona um total de 60 processos (forjamento, extrusão, laminação, trefilação e estampagem).  Deformação a frio é também chamada de trabalho a frio pelo fato da temperatura da deformação que é aplicada ser fria, em relação a temperatura de fusão do metal. 39
  • 41. Endurecimento por Deformação a Frio  Algumas vezes o grau de deformação plástica é expressa como um percentual de trabalho a frio (%TF ou %CW).  Quanto um metal é deformado plasticamente, um grande número de discordâncias é gerado, e em um material conformado a frio, a densidade de discordâncias é da ordem de 10^11 a 10^12 discordâncias / cm2. 41
  • 44. Endurecimento por Deformação a Frio - Exercício  Calcule o limite de resistência à tração e à ductilidade (%AL) de um bastão cilíndrico de cobre quando ele é trabalhado a frio de tal modo que seu diâmetro seja reduzido de 15,2 mm para 12,2 mm. 44
  • 45. Endurecimento por Deformação a Frio - Exercício  Dois corpos de prova do mesmo material devem ser submetidos a deformação. Um é cilíndrico e outro é retangular. Qual deles será mais duro após a deformação plástica? Porque? 45 Circular (diâm. Mm) Retangular (mm) Dim. Original 15,2 125 x 175 Dim. após 11,4 75 x 200
  • 46. Endurecimento por Deformação a Frio - Exercício 46
  • 47. Endurecimento por Deformação a Frio  Um dos mecanismos por meio do qual ocorre a multiplicação de discordâncias foi proposto por Frank e Read, em 1950.  Assumindo uma discordância ancorada por dois obstáculos qualquer, tais como precipitados, quando uma tensão cisalhante é aplicada no plano de deslizamento, a discordância se curva, produzindo um escorregamento.  O curvamento prossegue até o momento em que um anel de discordância é formado e se despende dos pontos de ancoramento, deixando para trás uma nova discordância ancorada, e assim sucessivamente. 47
  • 49. Endurecimento por Deformação a Frio  Portanto, à medida que a tensão aplicada aumenta, mais e mais discordâncias são geradas. Estas discordâncias, além de interagir com obstáculos, tais como contornos de grão ou precipitados, também interagem entre si.  Entretanto, deve-se salientar que tanto a multiplicação, como a interação entre as discordâncias criam dificuldades para a continuidade da deformação plástica, ou seja, ocorre um aumento da dureza ou da resistência mecânica do material. 49
  • 50. Endurecimento por Deformação a Frio  O endurecimento por deformação é também chamado de encruamento e é um dos métodos mais empregados para aumentar a resistência mecânica dos metais. Entretanto, há de se destacar que o aumento de resistência vem acompanhado de uma queda na dutilidade, ou seja, na capacidade do material sofrer posteriores deformações plásticas. 50
  • 54. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  A deformação a frio produz alterações microestruturais e mudanças nas propriedades dos materiais, incluindo: alteração na forma e tamanho do grão, endurecimento por deformação plástica a frio e aumento da densidade das discordâncias.  Uma fração da energia gasta na deformação é armazenada no metal na forma de uma energia de deformação, que está associada a zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor das discordâncias recém criadas. 54
  • 55. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  O tratamento térmico de recozimento objetiva eliminar os efeitos da deformação a frio e restituir as condições originais de ductilidade.  Com aquecimento à temperatura suficientemente elevada e mantida por tempos suficientes, podemos ter: • Recuperação: redução das tensões residuais e rearranjo das discordâncias. • Recristalização: nucleação e crescimento de novos grãos com poucas discordâncias. • Crescimento de grão. 55
  • 56. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  Recuperação • Redução das tensões internas • Redução pequena da quantidade de discordâncias • Rearranjo das discordâncias em configurações de menor energia • Alguns metais formam estruturas de sub-grãos com contornos de baixo ângulo • Pequena redução no limite de resistência e aumento da ductilidade.  Na recuperação parte da energia armazenada é liberada em função do movimento das discordâncias.  Redução do número de discordâncias que possuem baixa energia de deformação. 56
  • 57. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  Recristalização  Após o processo de recuperação, os grãos ainda se apresentam em um estado de tensões relativamente elevado.  A recristalização é o processo de formação de um novo conjunto de grãos livres de deformação e que são equiaxiais (possuem dimensões aproximadamente iguais em todas as direções), e com baixas densidades de discordâncias.  Os pequenos novos grãos são aqueles que são recristalizados e, desta forma, a recristalização de metais que foram previamente trabalhados a frio pode ser usada para refinar a estrutura do grão. 57
  • 58. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  Recristalização • Nucleação e crescimento de novos grãos equiaxiais sem deformação (com pouca discordância). • A força motriz é a diferença da energia interna entre o material deformado e não deformado • As propriedades mecânicas modificadas pela deformação é restituída • Depende da temperatura, tempo, % de deformação, tamanho do grão inicial e composição química. • Eliminação de discordâncias de cunha por escalagem + escorregamento. • Eliminação de discordâncias em hélice + fácil. 58
  • 59. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  Temperatura de Recristalização: temperatura na qual a recristalização atinge o seu término em 1h.  Exemplo: para latão, a temperatura de recristalização é de 450ºC (1/3 da T de fusão).  No caso de metais puros a T recr. é de cerca de 0,3 Tf.  No caso de ligas metálicas a T recr. pode chegar a 0,7 Tf. 59
  • 60. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento 60
  • 61. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento  Crescimento de Grão  Após a recristalização, os grãos livres de deformação continuarão a crescer se a amostra metálica for deixada em alta temperatura.  O crescimento ocorre pela migração de contornos de grão.  Como nem todos os grãos aumentam, o aumento é quanto ao tamanho médio dos grãos.  Difusão de átomos de um contorno de grão para outro. 61
  • 62. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento 62
  • 63. Endurecimento por Deformação a Frio – TT Recozimento - Exercício  Faça um desenho esquemático do tamanho de grão de uma liga metálica, quando: • Grãos em tamanho original. • Após deformação a frio (por laminação). • Após recristalização • Após crescimento de grão 63
  • 64. Tratamento Térmico  Existem vários TT para endurecimento de ligas metálicas.  O mais conhecido é o TT de Têmpera para aços, que consiste no aquecimento do aço até a temperatura de austenitização (815º a 870ºC), seguido de resfriamento rápido.  Os meios de resfriamento mais comumente utilizados: • Água • Água contendo sal ou aditivos • Óleo, que pode conter uma variedade de aditivos • Soluções aquosas de polímeros.  Com a têmpera, o constituinte final desejado é a martensita, que do pto de vista de propriedades mecânicas, proporcionam um aumento de resistência a tração e aumento de dureza. 64